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Carro: o gadget da atualidade

By on 2 Abril, 2019

Antigamente

queríamos um carro para nos deslocarmos. Hoje em dia continuamos a querê-lo.

Mas a ponte entre estes dois tempos liga duas realidades muito distintas. O

carro era um motivo de prazer, guiar era um propósito da viagem em si. Hoje os

automóveis são cada vez mais olhados como um utensílio, mero objeto que tem por

fim a deslocação do ponto A ao ponto B. A viagem deixa de ser uma experiência,

e fazê-lo de carro ou de metro começa a ter o mesmo valor. É para esta realidade

que caminhamos com a condução autónoma. Não olharmos para quem vai ao volante,

se é que vai alguém. Uma hibridização entre um uber, que chamamos por via de

uma aplicação e nos apanha onde estivermos, um metro, que nos leva sem

condutor, e a nossa necessidade de deslocação.

Hoje

entramos num carro e a primeira preocupação é perceber onde podemos ligar o

telemóvel, não ter USB deixa de ser questão, como conectá-lo ao veículo via

Bluetooth, onde o pousar, e o que nos possibilita o sistema de infoentretenimento,

se é intuitivo e tem muitas funcionalidades. É muito importante podermos

escolher a nossa música ou o podcast, regular a luminosidade (cor e

intensidade), perceber se os bancos têm aquecimento, melhor ainda se também

massagens, a ventilação também é bem vinda, desfrutar dos tablets, se os

houver, saber quantos e quais os modos de condução e a quantidade de informação

a que podemos aceder no painel de instrumentos. Só depois sim, carregamos no

Start & Stop. Conduzir é tudo isto e o ato em si um pró-forma.

Depois

o modelo até pode ser espaçoso, o motor reagir bem, ter uma boa estabilidade,

mas a atenção para com o carro é tão superficial e os sentidos tão colocados no

destino, que não chegamos a apercebermo-nos de que carro é esse em que vamos.

Gasolina ou gasóleo, muito ou pouco potente? Não importa, já estou no destino.

Claro

que isto não é taxativo e verificável em todas as realidades, mas é já uma

tendência atual, para a qual iremos caminhar cada vez mais. Numa altura em que

os mais jovens começam a olhar para a condução como algo de que “não precisam”,

e a própria carta, um “para quê?”, numa realidade que tem que ser percebida

também além fronteiras, é através da tecnologia que disponibilizam e não da

potência dos motores, que as marcas tentam cativar novos clientes. Lembro-me

que ter leitor de CD’s num carro era um luxo, mas conduzir, o prazer. Hoje, é

por ser gadget e não carro que um carro cativa.

Ensaios: consulte os testes aos novos carros feitos pelos jornalistas do Auto+ (Clique AQUI)