Conheça a história dos 120 anos da Renault em fotos (parte 1)

Conheça a história dos 120 anos da Renault em fotos (Parte 2)

By on 6 Agosto, 2019

120 anos de história é algo que permite criar um álbum de fotografias substancial e alguns detalhes interessantes. Leia o texto e acompanhe as fotos na galeria. Aqui fica este recordar da história da Renault e da nossa parte… PARABÉNS!!!

RENAULT FUEGO (1980)

Na época fez muita gente dizer “ahhhh”, “uhhhhh”, hoje ninguém o quer e não é procurado pelos amantes dos clássicos. Com um estilo interessante, o Fuego tinha opção de três motores com 1.4, 1.6 e 2.0 litros, sendo que este último surgiu no formato atmosférico e sobrealimentado. A Renault chegou a oferecer o R18 com motor turbodiesel. Foi um sucesso, hoje restam poucas unidades, pois a corrosão e acidentes dizimaram muitos dos modelos vendidos.

RENAULT 9 (1981)

Este é daqueles carros que nos diz muito. Não porque fosse alguma coisa de jeito, mas para sublinhar que ser Carro do Ano não é sinónimo de qualidade. A vitória no Carro do Ano de 1982, foi um choque, pois o carro era, realmente, medíocre em todos os aspetos. A Renault ainda lhe ofereceu uma versão Renault 9 Turbo, mas como alguém disse na época, tinha a “excitação de uma máquina de lavar louça avariada”. Um erro de casting, mas que está no palmarés do Carro do Ano de 1982. Acontece…

RENAULT 25 (1984)

Após o fim do Renault 20 e 30, a casa francesa não regressou aos executivos até alguém se lembrar que seria boa ideia perder dinheiro na luta contra os alemães da Mercedes e BMW. Vai dai, no Salão de Genebra de 1984, lançaram o Renault 25, um carro profilado, com um estilo moderno e que se diferenciava dos rivais que, em cinco minutos envelheceram anos. Com escolha de motores com quatro ou seis cilindros, com muito equipamento inédito na Europa para as versões de topo e com o V6, o R25 tinha um excelente conforto, ótimo comportamento e parecia ter tudo para singrar. Ainda foi lançada uma variante alongada em 1985, mas o destino final foi o mesmo… sai de cena com pouco sucesso. Mas fica na retina um carro que se tivesse mais qualidade no interior e refinamento de equipamento, poderia ter incomodado os alemães.

RENAULT ESPACE (1984)

Ao contrário do que se diz, o pai dos monovolumes é a Chrysler com o Dodge Caravan lançado em 1983. O Espace foi o primeiro monovolume europeu, levando vantagem sobre o modelo americano, pois o Dodge parecia uma carrinha comercial com bancos e janelas, o Espace era mias futurista e levava ao extremo o conceito de monovolume, uma ideia original da Matra que foi rejeitada até a Renault pegar no projeto e devolvê-lo à Matra para o construir com logótipo Renault. O habitáculo tinha capacidade para sentar sete pessoas e bagagem e o processo de construção tinha como base um esqueleto em aço galvanizado revestido com painéis de plástico reforçado. A escolha de motores oscilava entre um 2.0 litros a gasolina ou um 2.1 litros turbodiesel. O Espace foi uma pedrada no charco, conheceu mais quatro gerações e estabeleceu uma moda que durou mais de 30 anos, até chegarem os SUV e dizimarem tudo o resto.

RENAULT 5 TURBO FASE 2 (1985)

O modelo original foi um sucesso e por isso, a Renault voltou á carga com o fase 2, um carro pensado mais para a competição. Por isso ganhou muitas provas nos ralis, incluindo o Rali de Portugal e conheceu várias declinações como o Cevennes e o Tour de Corse, além do Maxi, sempre tendo como objetivo a competição. Foram feitas versões de estrada, muito poucas, com a particularidade de terem vidros elétricos e vidros fumados…

RENAULT GTA (1985)

Esta foi a tentativa da Renault em oferecer um rival para o Porsche 911. Disparate absoluto, pois apesar do estilo cuidado e de ser um carro com prestações impressionantes. Muito mais prático que um 911 e tão ou mais veloz que o Porsche, o Renault GTA não tinha, nem de perto, a imagem do coupé da casa alemã e apesar do motor V6 nas versões atmosférica e turbo com 2458 c.c. ou 2849 c.c., nunca foi um sucesso de vendas e hoje, como clássico, é caro mas pouco procurado.

RENAULT 5 GT TURBO (1985)

A marca francesa soube evoluir o Renault 5, com um carro que parecia igual à primeira geração, mas onde nenhum parafuso era comum. O novo R5 era mais baixo, mais largo e mais comprido, tinha escolha de motores de 1.0 e 1.1 litros além do 1.4 litros que era a base do motor turbo do 5 Turbo. Foi assim que nasceu um dos mais icónico “desportivos de bolso” lançados no mercado, o 5 GT Turbo. O motor é esse mesmo, o 1.4 litros com turbocompressor (um bloco que vinha dos tempos do R8 Gordini, mais de 30 anos antes!) e carburador. O carro era um foguete e a condução oferecia um gozo fabuloso. Felizmente forma feitos muitos – muitos foram destruídos em acidentes ou na competição – e a sua cotação continua em alta, mas dentro de valores razoáveis. Merece a pena figurar numa garagem de amantes do automóvel.

RENAULT VESTA 2 (1987)

O projeto Vesta tinha um único objetivo: eficiência nos consumos. Para isso a marca francesa construiu sete modelos utilizando 14 motores diferentes e 13 transmissões. Um projeto pesado que consumiu muitos recursos e meios humanos e cujo resultado final foi este automóvel: um carro com baixo coeficiente de arrasto (apenas 0.19) e um motor de três cilindros com 716 c.c.. Cumpriu 576 quilómetros entre Paris e Bordéus a uma média de 100 km/h com um consumo de 1,94 l/100 km. O que resultou daqui? Nada…

RENAULT MEGANE CONCEPT (1988)

Antes de dar o nome ao modelo familiar, a Renault chamou Megane a um protótipo de uma berlina de topo, rival do Mercedes Classe S. Era mais curto, mas tinha uma maior distância entre eixos o que maximizava a habitabilidade. Com um coeficiente de arrasto de apenas 0,21, tinha portas deslizantes e bancos rotativos para maximizar a acessibilidade. O motor era um V6 com 3 litros, tinha tração às quatro rodas e uma caixa automática. Tinha suspensão adaptativa e quatro rodas direcionais. Só o nome foi utilizado…

RENAULT LAGUNA (1990)

Mais um protótipo que não tem nada a ver com o carro a que deu nome. O Laguna era um protótipo de dois lugares com o motor do Renault 21 Turbo, tração traseira e caixa manual. Foi a antevisão daquilo que seria o Renault Sport Spider, o tal sem para brisas…

RENAULT CLIO (1991)

É verdade, o Clio já tem 28 anos! E continua forte, sendo o segundo modelo mais vendido na Europa, somente atrás do Volkswagen Golf, tendo recebido nova geração em Genebra. O Clio original era versátil e divertido de conduzir, com uma posição de condução muito boa. Estava muito longe de ser um carro revolucionário, mas caiu no goto dos consumidores e aproveitou o facto da Peugeot ter hesitado na substituição do 205. Estava este na fase de declínio e o Clio cavalgou esse facto. Foi Carro do Ano em 1992, tendo a Renault multiplicado as versões, os motores e os níveis de equipamento e versões de carroçaria de 3 e 5 portas. Um carro importante do qual a Renault já vendeu, até agora, 8 519 035 unidades.

RENAULT SCÉNIC CONCEPT (1991)

Cinco anos antes de surgir no mercado, o Scénic apareceu na forma de um protótipo desenhado por Patrick Le Quement. Considerado radical na altura, o Scénic acabou por lançar um novo segmento, os monovolumes compactos, amplamente copiado. Por isso merece o destaque nesta retrospetiva dos 120 anos da Renault.

RENAULT A610 (1991)

Mais uma tentativa para oferecer um rival francês ao Porsche 911 e… adivinhem? Falhanço! O carro era 80% diferente do anterior GTA, tinha muito bom aspeto, o estilo era sedutor e o comportamento e a performance de topo. O motor V6 com 3.0 litros sobrealimentado, era a única opção. A falta de imagem face ao Porsche 911, anulava todas as suas qualidades. O carro ainda se chamou Alpine, na tentativa de dar um pouco mais de imagem, mas a verdade é que o carro foi descontinuado, sendo um carro raro pois só foram feitas pouco mais de mil unidades.

RENAULT TWINGO (1993)

A indústria automóvel tem tido ao longo da sua história vários lampejos de brilhantismo e o Twingo foi um desses momentos. A primeira geração do Twingo foi desenhado de forma inteligente no exterior e no interior, até no nome que é uma mistura de “twist”, “swing” e “tango”. A Renault ofereceu apenas um motor para o Twingo (1.3 litros com 55 CV) e um único nível de equipamento. A primeira geração do Twingo vendeu mais de 1,5 milhões de unidades.

RENAULT CLIO WILLIAMS (1993)

Depois do fabuloso R5 GT Turbo, a Renault voltou a acertar em cheio com o Clio, desta feita em colaboração com a Williams, a quem fornecia motores na Fórmula 1. Pelo caminho tinha aparecido o Clio 16V, já um excelente produto, mas o Clio Williams era um caso á parte. O motor de 2.0 litros com 150 CV era impressionante e a procura foi tanta que de exclusividade passou a três gerações, o que prejudica, agora, o valor final como clássico. A versão original é a mais valorizada. 

RENAULT RACOON (1993)

Este protótipo é a epítome daquilo que foi a insanidade dos protótipos apresentados pela Renault nos anos 80 e 90. Se já tinham deixado toda a gente a coçar a cabeça com o Zoom Concept (um carro elétrico com distância entre eixos variável para ser mais facilmente estacionado e com 144 km de autonomia), o Racoon levou toda a gente a pensar que no centro de estilo da Renault andavam a fumar alguma coisa esquisita. De todos os que foram lançados, o Zoom e este Racoon competem lado a lado para o protótipo mais disparatado. Tinha três lugares, era à prova de água e fogo e tinha altura ajustável. O motor era do Safrane, um V6 com 265 CV, tinha tração integral e caixa de seis velocidades. O que é que chegou á produção do Racoon? Até agora… absolutamente nada! 

RENAULT ARGOS (1994)

Voltamos ao mesmo tema, ou seja, protótipos que não deram em nada. Este era um grito de revolta sobre a cada vez maior normalização do estilo que estava a acontecer nos anos 90. Era um carro com dois lugares, base do Twingo e performances de caracol. E pronto… é isto!

RENAULT SPORT SPIDER (1995)

Começou por não ter para brisas, ganhou um depois, mas nunca teve capota, pelo que andar á chuva era impossível. Nasceu como carro de competição para um troféu da Renault, mas acabou por receber uma versão de estrada. A base era a do Clio Williams e tinha performances e um comportamento fantástico. Um carro que só nasceu porque na época tudo eram rosas e gastar dinheiro não era problema…

RENAULT MEGANE SCÉNIC (1996)

O nascimento do primeiro monovolume compacto coincidiu com a privatização da Renault. O Scénic nasceu com o prefixo Megane, mas o seu sucesso rapidamente o deixou a viver sozinho, tendo o conceito sido amplamente copiado depois. Praticabilidade, habitabilidade, um estilo diferente e o posterior lançamento da variante de 7 lugares, tornaram o modelo num enorme sucesso, até á chegada dos SUV e crossover.

RENAULT FIFTIE (1996)

A marca francesa terá, para sempre, gravado na sua história o impacto do 4CV e no final dos anos 90 do século passado, mais concretamente em 1996, celebrou os 50 anos do icónico “Joaninha” com o Fiftie. O estilo assemelhava-se, muito remotamente, ao 4CV, só tinha duas portas e tinha a base do Renault Sport Spider. O motor era do Twingo. Não foi a lado nenhum, ficou no mundo dos protótipos. 

RENAULT COMPRA DACIA (1999)

Depois de muitos anos a fornecer bases para os seus produtos vendidos na Roménia, a Renault adquiriu a Dacia em 1999. Recordamos que a Dacia começou a fazer carros com base no Renault 8 a meio dos anos 60, depois pegou no Renault 12, carro que sustentou a Dacia desde 1969 até 2004. A integração da Dacia no universo Renault, originou, imediatamente, um novo modelo, o Logan que tinha muitas coisas oriundas de modelos Renault. A marca francesa rapidamente equilibrou as contas, recorrendo a tecnologia comprovada e já amortizada, para produzir veículos com custos mínimos.

RENAULT AVANTIME (2001)

A epítome do crossover: cruza um coupé, um monovolume e uma limousine. Chama-se, apropriadamente, Avantime e tinha como base uma geração anterior do Espace. Os custos de produção não eram demasiado elevados, pois a base já era conhecida e amortizada, mas as enormes portas deste monovolume coupé, foram uma verdadeira dor de cabeça. Motores gastadores e desajustados do novo milénio e algumas questões de qualidade de construção, fizeram com que o carro só estivesse dois anos em produção. Das 80 mil unidades previstas, a Renault produziu 8033 unidades, sendo hoje um caro raro, especialmente com o motor V6.

RENAULT VEL SATIS (2001)

Foi um período estranho que viveu Patrick Le Quement, que depois do Megane com a traseira de cartola, desenhou o Avantime e o Vel Satis. Este último foi o substituto do Safrane, tendo recebido o nome da junção das palavras “Velocity” e “Satisfaction”. Teve o privilégio de ser o primeiro Renault a oferecer o “cruise control” adaptativo. O estilo era… polémico, para não dizer outra coisa. Ao contrário do Avantime, o VelSatis durou sete anos, vendendo 58 629 unidades. Hoje é um carro com pouco valor, mas em termos de conforto e equipamento, era dos melhores.

RENAULT DÉZIR (2010)

Com a batuta de Laurens van der Acker, a Renault entrou numa fase totalmente diferente e do génio criativo do holandês, saiu um dos protótipos mais impressionantes de sempre, o Dezir, que mostrou a todos o caminho que a Renault ia seguir em termos de linguagem de estilo. O desenho é absolutamente inspirado e o Dezir é belo de todos os ângulos. Não se sabe se alguma vez o Dezir via chegar ás estradas, mas foi muito importante para a história moderna da marca.

RENAULT TWIZY (2012)

Divertido, pequenino, elétrico, ágil. O Twingo não serve para… nada, mas é tão giro que a Renault já vendeu perto de 20 mil unidades. E não vende mais porque o carro é caro e há utilitários com bagageira e quatro lugares que custam o mesmo…

RENAULT ZOE (2012)

Esteve para ser o Clio, mas acabou rejeitado em favor do atual modelo. Ainda bem, pois daqui nasceu aquele que é considerado o primeiro veículo elétrico a fazer sentido. Começou com pouca autonomia, mas ela tem vindo a crescer e é cada vez mais utilizável e com preços acessíveis. O carro tem um estilo agradável, tem uma habitabilidade muito aceitável e a verdade é que, até agora, já vendeu quase 128 mil unidades desde 2012.

RENAULT TREZOR (2016)

Mais um belíssimo protótipo que merecia chegar à estrada, mas talvez nunca veja a luz do dia. Lindíssimo, mostra mais alguns detalhes sobre o futuro da linguagem de estilo da marca, olhando já para a mobilidade elétrica e para a condução autónoma.

ALPINE A110 (2017)

A Renault só vendeu, ainda, 2387 unidades (até janeiro de 2019), mas sabe-se que a procura foi largamente superior às expetativas da Renault. O carro é brilhante, honra de forma perfeita o modelo original e merece ser um sucesso. 

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