Daimler reduziu previsão de lucros para o exercício de 2019

By on 25 Junho, 2019

A Daimler anunciou uma redução na previsão dos resultados financeiros do grupo, após novos aprovisionamentos ligados a problemas com emissões dos veículos diesel.

Ontem demos conta da recolha de 60 mil unidades do GLK, mas os problemas são bem maiores que essas unidades recolhidas e a Daimler viu-se forçada a reforçar o aprovisionamento em centenas de milhões de euros. Com isso, os lucros antes de juros e impostos do ano fiscal de 2019, deverão ficar ao nível de 2018. O que vem contrariar a expetativa de um ligeiro crescimento inscrito nas previsões da Daimler. Os lucros terão maior impacto já no segundo trimestre.

Segundo a comunicação da Daimler, este impacto está ligado ao aumento das despesas ligadas a “vários processos governamentais e medidas aplicadas” no que toca ás emissões dos modelos diesel da Mercedes. Isso obrigou a um reforço de aprovisionamento superior “a um número de centenas de milhões de euros”. 

A Daimler declinou oferecer mais detalhes sobre esta situação, nomeadamente, o valor exato desse aprovisionamento e quais os problemas concretos sobre as emissões dos veículos diesel da Mercedes. Mas, como referimos, a notícia da recolha de 60 mil unidades do GLK pode ser, apenas, a ponta do iceberg, até porque o Ministério dos Transportes alemão está a investigar mais modelos.

Recordamos que a Daimler está a ser investigada devido aos valores de emissões dos seus modelos diesel nos EUA (tendo na ocasião feito novo alerta para a redução dos lucros) e na Europa e que enfrenta uma acusação de cartelização – para retardar a entrada em utilização de novas tecnologias anti poluentes – juntamente com a BMW e a Volkswagen, já deduzida pelos reguladores anti-cartel da União Europeia.

Neste caso, a Daimler foi a denunciante e acredita que pode escapar a uma multa pesada que a BMW, apesar de continuar a negar e a lutar contra as acusações, já acomodou no seu aprovisionamento e que é superior a mil milhões de euros.

Para além destas questões, Ola Kallenius, o novo CEO da Daimler, também tropeçou numa disputa vinda de 2018 sobre a utilização do gás de refrigeração do ar condicionado entre outras questões menores, que têm feito neste início de mandato complicado para o primeiro CEO não alemão da Daimler.

Dieter Zetsche, ex-CEO da Daimler, foi simpático e com o ex-CFO da Daimler, Bodo Uebber, desenhou um agressivo plano de corte de custos para recuperar a rentabilidade perdida, mas ainda se conhece pouco desse plano e desconhece-se quais as intenções de Ola Kallenius face a tamanhas tormentas. Decisões fortes vão ser tomadas ainda este ano e muita coisa pode ainda mudar em 2019 na Daimler.

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