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Mercedes vai ter de encolher 75% da gama AMG em 2020

By on 20 Dezembro, 2019

As normas de emissões muito apertadas na Europa vão obrigar a Mercedes a “encolher” a gama AMG já em 2020.

Quer isto dizer que três quartos da atual gama AMG vão desaparecer em 2020, no sentido da Mercedes conseguir cumprir as metas de emissões da União Europeia, evitando pagar as monstruosas multas por excesso de CO2. De acordo com notícia publicada pelo “Financial Times”, a Mercedes fez as contas e…não dá! Ou seja, a Mercedes terá de cortar 75% da sua gama AMG para que a média de emissões da casa alemã desça das atuais 138 gr/km de CO2 para o limite de 100 gr/km de CO2 que a marca terá de cumprir.

Ora, os modelos da AMG estão entre os mais poluentes da gama da Mercedes, devido a usarem motores grandes e menos eficientes que os carros da marca sem o tratamento AMG. Para alcançar o objetivo, menos de dois terços (ou três quartos, como quiserem) da gama não dá para salvar, pelo menos no Velho Continente. Podem pensar: bom, é apenas um corte de modelos e uma simplificação na gama. Errado!

Os modelos AMG estão entre os que mais contribuem para o lucro operacional da Daimler, pois os preços são bem superiores aos dos Mercedes comuns. Se o corte tiver, mesmo, de ser 75% da atual gama, será um duro golpe nos lucros da Mercedes. Ou seja, a Daimler e a Mercedes estão entre a espada e a parede: reduzir o lucro operacional de forma sensível com este corte ou pagar as multas por excesso de emissões? Podemos dizer que o lucro se esvairia todo como pagamento das multas.

Para que as emissões desçam o suficiente, a AMG terá de acabar com os produtos que tenham motores abaixo dos 3.0 litros, atirando pela janela vários SUV e outros modelos da marca. Mas isso acaba por não ser novidade já que a AMG está a desenvolver um novo motoro híbrido com base no bloco de 4 cilindros turbo com 2.0 litros, o mesmo que equipa os AMG A45, por exemplo.

Para evitar um corte tão violento, a Mercedes pode tentar fazer aquilo que a Fiat Chrysler Automobiles fez com a Tesla, um acordo que lhe permite contabilizar os modelos elétricos da tesla na sua frota, diminuindo de força drástica a média de emissões de CO2.

Seja como for, a Mercedes é apenas uma das muitas marcas que foram forçadas a modificar a sua gama e a introduzir, a martelo, híbridos e elétricos para cumprir os limites de emissões. E a verdade é que com vendas curtas, os elétricos não são a panaceia para todos os problemas. Contas feitas pelo analista Max Warburton, em declarações ao Financial Times, se a industria automóvel vender a mesma gama de produtos em 2021 que em 2019, as multas a pagar chegam ao astronómico valor de 25 mil milhões de euros! Resta saber o que vai fazer a União Europeia, que depois deste gesto de agressividade com a industria automóvel, voltou à carga recentemente e quer limites ainda mais draconianos. A resposta são a perda de quase 100 mil postos de trabalho em toda a Europa. Será que os políticos não se vão sentir entre “a espada e a parede”? Qual será a decisão que dará mais votos, reduzir as emissões ou eliminar postos de trabalho? A resposta será dada dentro de alguns meses.

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