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Motores diesel vão viver mais 20 anos, a gasolina mais 30, diz a BMW

By on 28 Junho, 2019

Apesar da BMW estar na linha da frente para a eletrificação, o investimento nos motores de combustão interna não vai ser reduzido a médio prazo.

Klaus Froelich, membro do conselho de administração da BMW com o pelouro do desenvolvimento, disse durante o evento BMW #NextGen que “na melhor das hipóteses, em 2025, as vendas de carros eletrificados (elétricos, híbridos e híbridos Plug In) vão chegar aos 30%, pelo que cerca de 70% dos veículos vendidos continuarão a ter, nessa altura, um motor de combustão interna.”

Na perspetiva da marca bávara, expressa por Froelich, os motores a gasóleo irão sobreviver pelo menos mais 20 anos e os blocos a gasolina cerca de 30 anos. “Há áreas sem estruturas de recarregamento, como a Rússia ou o Médio Oriente e muitas zonas da China, que se apoiam apenas nos motores a gasolina num período de 10 a 15 anos.”

O Governo chinês já anunciou que em 10 anos a linha costeira da China e as maiores cidades terão tráfego, apenas elétrico. Mas Froelich referiu que “a mudança para a eletrificação está a ser exageradamente empolada, pois um carro totalmente elétrico é muito mais caro em termos de matérias prima para as baterias. Isso vai continuar a ser assim e poderá piorar se a procura por esses materiais aumentar.”

Enfim, fica claro que pelo menos a BMW vai continuar a apostar fortemente nos motores de combustão interna, mas o número de motores vai-se reduzir bastante. Isto porque os motores mais pequenos vão todos desaparecer. O que é curioso, pois com a crise a ideia era o “downsizing”, mas agora percebe-se que isso é um disparate porque os custos são maiores e dominar as emissões e consumos não é fácil.

Assim, a BMW vai descartar o motor 1.5 litros turbodiesel com três cilindros, pois é demasiado caro conseguir compatibilizar o motor com as novas regras de emissões poluentes, ainda por cima num motor que só é oferecido na Europa. No outro lado da gama está o bloco 3.0 litros de seis cilindros turbodiesel e 400 CV, que também não terá sucessor, mas neste caso por ser demasiado complexo e caro de produzir, sendo que os quatro turbos não ajudam. No lado dos motores a gasolina, o motor V12 vai desaparecer. Isto porque o investimento contínuo que tem sido feito no bloco é cada vez menos justificado. Porque, neste momento, não são produzidos mais de 5 mil motores, incluindo já a Rolls Royce, pelo que cada evolução custa milhares de euros por unidade.

Os blocos de quatro e seis cilindros e também o V8, vão continuar, embora este último esteja a ser objeto de um estudo financeiro para perceber se vale a pena continuar a produção do bloco. As unidades de seis cilindros vão passar a estar ligadas a sistemas híbridos “Plug-in” que nesta altura já vão para lá dos 680 CV. E diz Froelich que o binário “já é suficiente para derreter a transmissão!” E o V8 também receberá eletrificação, pois na versão atmosférica é duramente atingido devido ao elevado teor de CO2 emitido. Mas fica a ideia que o AUTOMAIS já tinha defendido que a notícia sobre a morte dos motores de combustão interna era manifestamente exagerada.

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