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Os problemas de um carro elétrico na atualidade

By on 16 Março, 2019

Os

carros elétricos têm evoluído bastante nos últimos anos, e a todos os níveis,

desde o design, à autonomia ou ao carregamento. Porém, e à luz da nossa

experiência com tais modelos, há ainda várias questões que tornam estes carros

um investimento que tem que ser muito bem ponderado, bem mais que um modelo

convencional, a gasolina ou a gasóleo.

dois alicerces bases que justificam os modelos elétricos: as questões

ambientais e o serem mais económicos. Neste artigo, iremos focar-nos apenas no

segundo ponto.

Em

Portugal, ter um carro elétrico na atualidade obriga, na maioria dos casos, a

ter forçosamente um segundo carro com motor de combustão. Talvez tal não

aconteça se residirmos nas áreas de Lisboa ou Porto, e mesmo aí com algumas

reservas, mas uma vez fora dos grandes centros, não é possível aventurarmo-nos

em grandes viagens com segurança, porque não temos a confiança necessária de

onde poderemos carregar o veículo.

Mesmo

que pesquisemos através de aplicações, corre-se o risco de chegarmos a um posto

de carregamento e este encontrar-se desativado, avariado… ou ocupado. Até

mesmo em Lisboa esta questão é um problema frequente.

Acreditem,

haverá coisas piores, mas sentir a impotência de ter um carro com o qual não

podemos andar, apenas e só porque não temos um sítio para o carregar, enquanto

vemos o mundo a abastecer os depósitos confortavelmente com gasolina ou gasóleo

e a seguir viagem, é uma delas. Esta situação, recorrente, de facto causa um

grande transtorno.

Mas

a este junta-se outro. O tempo necessário para um carregamento. Termos de estar

duas ou três horas a fazer tempo para carregar condignamente um veículo, é exasperante.

Num posto de carregamento público com uma potência de 15 Amp, por exemplo, um

smart fortwo electric drive demora cerca de 3/3,5h para carregar 80% da

bateria. A autonomia anunciada são 160 km, mas a real anda na casa dos 90 km, o

que não permite grandes viagens, e obriga-nos de facto a esperar bastante tempo

pelo carregamento. O Nissan Leaf 40 kWh, que tem uma autonomia real de 240 km,

demora 5h30 numa tomada de 12Amp para carregar cerca de 50% da bateria.

As

tomadas de 15 Amp são as que existem em maior número na rede pública, mas este

problema ficava resolvido com os postos de carregamento rápido. No entanto,

mais uma vez, na atualidade, há apenas cerca de 60 destes postos em Portugal, estando

prevista a criação de mais 100 até ao final do ano. Ainda assim, um número

pequeno se olharmos o país no seu todo, e não as grandes áreas metropolitanas. Estas

questões tornam aquilo que se pode poupar por cada 100 km com um carro

elétrico, face a um veículo convencional, quase esquecido. Com a questão carregamentos,

é fácil chegarmos a um ponto que nem pensamos na poupança, pensamos: “como é

que posso carregar o carro para o usar?”

Obviamente

que todos os carros elétricos podem ser carregados numa tomada doméstica, mas

aí demoram longas horas. Podemos ter um wall box em casa, que resolve ou

ameniza o tempo de carregamento, mas se sairmos de casa para viagens maiores,

voltamos a estar dependentes dos postos de carregamento existentes e aí surge

outra questão, além do tempo de carregamento, se estão livres para eu os usar

quando lá chegar. Porque também acontece querermos carregar, termos só aquele

sítio, mas alguém ter acabado de colocar lá o carro e termos de esperar… ou

procurar outro. Acreditem, tudo isto já nos aconteceu, e não é tão difícil de

suceder quanto isso.

Por

outro lado, o tipo de casa em que vivemos também importa. Se tivermos garagem,

não há problema, mas se vivermos num prédio, por exemplo, num segundo ou

terceiro andares, sem garagem, os carregamentos na rede doméstica ficam desde

logo limitados ou impedidos. Porque à partida não iríamos estar com extensões

da varanda para o parque de estacionamento, e aí ficaríamos dependentes

unicamente da rede pública para os carregamentos.

Queremos

com isto desincentivar a compra de um carro elétrico? Não, pelo contrário, o

objetivo é alertar para questões que ainda estão numa fase prematura de

resolução e que são próprias de quando uma nova área está a ser desenvolvida e

explorada. Os carros elétricos podem ser já uma boa opção, mas para utilizações

e contextos específicos. O objetivo com este artigo, e à luz da nossa

experiência com modelo elétricos, é alertar para questões que facilmente podem

surgir, e que quando nunca andámos com um modelo elétrico, ou temos pouca

experiência, elas podem nem nos surgir. Por isso, antes de uma compra, ter a

consciência de tudo o que ela envolve, nunca é demais.

Ensaios: consulte os testes aos novos carros feitos pelos jornalistas do Auto+ (Clique AQUI)