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Sabe como as marcas dão nomes aos seus modelos?

By on 7 Outubro, 2019

Muitas vezes pensamos que o nome de um automóvel é fruto de uma conjugação de fatores ou de uma aturada procura de um nome que signifique alguma coisa ou, até, que seja capaz de ser lido e percebido em todo o mundo. Os departamentos responsáveis por essa escolha têm em mãos uma tarefa complicada, pois têm de escolher o nome certo para que o modelo seja aceite em todos os mercados. Um passo em falso e um carro que poderia ser um sucesso, vira uma anedota.

Por exemplo, a Hyundai conheceu um desses momentos recentemente, com o Kauai. O modelo, originalmente, chama-se Kona, nome que foi escolhido nos atóis do Hawai. Claro que o nome não poderia ser assumido entre nós e por isso o nome Kauai para o SUV da Hyundai. Outros episódios há como o Fiat Cinquencento Sporting que em Portugal perdeu o sufixo e ficou Sport, ou o Opel que deixou de ser Ascona para ser 1604. Em França o caso mais conhecido é do MR2 (merrdeux) que ficou MR e o Mitsubishi Pajero que em Espanha se chama Montero porque “pajero” é muito semelhante a “paja” que significa o ato de masturbação.

Enfim, dar nome a um automóvel é complicado, mas há algumas histórias giras por trás de alguns dos nomes mais famosos da história da indústria automóvel.

ALFA ROMEO MITO

O modelo feito com base no Fiat Punto, ganhou este nome porque era produzido em Turim (em italiano diz-se Torino) e para a casa de Arese este era um carro que iria ficar na história. Mito significa… mito e a Alfa Romeo deseja que fosse um tremendo sucesso. Não foi bem assim…

AUDI TT

A prova de motociclismo que se disputa na Ilha de Man, a Tourist Trophy (TT) foi a inspiração para o nome dado ao desportivo da Audi. Podem perguntar: mas que raio dar o nome de uma prova de motociclismo a um carro, por parte de uma marca que nunca fez uma moto nem competiu com uma no Tourist Triophy? Bom, na génese da Audi está uma marca, a DKW, que produzia motos nos anos 30 do século passado. E uma dessas motos da DKW, ganhou o TT Isle of Man em 1938. E outra marca que esteve na origem da Audi, a NSU, também fez motos e ficou com os quatro primeiros lugares da classe 250 c.c. do Tourist Trophy em 1954. Curiosamente, o nome TT surgiu, pela primeira vez, num velocípede em 1960 e foi aplicado no NSU Prinz TT e exprimia a versão desportiva de um dos carros mais interessantes dos anos 60. Chegou a existir uma versão TTS, que foi amplamente usada na competição – lembram o capot motor traseiro aberto? – e os homens da Audi foram recuperar essa carreira desportiva para dar o nome TT ao seu coupé desportivo. Que surgiu como protótipo no Salão de Frankfurt de 1995.

BENTLEY BENTAYGA

Nome estranho para o SUV da Bentley, mas que foi encontrado num dos picos da Ilhas Canárias, chamado Roque Bentayga, e que é sobranceiro à vila de Tejeda, na Gran Canária. Razões para esta escolha, não foram reveladas, mas provavelmente porque soa bem dizer Bentley Bentayga.

CHEVROLET CAMARO

Este é um daqueles casos em que o nome não quer dizer nada, mas foi imediatamente aproveitado para uma frase publicitária que durou até aos dias de hoje. Quando a Chevrolet anunciou que ia lançar um “muscle car” nos anos 60, conhecido internamente como Project Panther, foi pedido à equipa responsável pelo marketing da Chevrolet que encontrasse um nome começado por C. Naquela época, a maioria dos modelos da marca tinham o nome começado por C. A equipa fez o seu trabalho e apresentou uma lista com 2000 palavras começada por C, algumas delas perfeitamente inventadas. Camaro foi uma delas e acabou por ser escolhida pela direção da Chevrolet. A palavra não quer dizer absolutamente nada, mas na ocasião do lançamento, um dos executivos da marca americana lançou uma frase que perdura até hoje… “Camaro é o nome de um pequeno, mas poderoso bicho que devora Mustangs”.

CITROEN 2 CV

Este é fácil! A Citroen fez um carro básico para o qual não foi fácil, na época, encontrar um nome. Como a coisa não acontecia e porque o carro tinha o motor de dois cilindros boxer com 375 c.c., foi a fiscalidade francesa quem decidiu o nome: caindo na categoria “deux chevaux vapeur” o Citroen ficou 2CV. Com o motor 602 c.c., curiosamente, o carro passava para a categoria “trois cheveaux vapeur”, mas a marca francesa nunca mudou o nome para 3CV e, assim, ficou eternamente, o 2CV.

CITROEN DS

Durante algum tempo pensou-se que DS fossem duas letras escolhidas ao acaso a dar nome a este mítico automóvel. Porém, não sendo iniciais de nada, também não são desprovidas de significado. Ora bem, em francês as letras DS são pronunciadas “déesse” que, se traduzirmos para inglês significa “godess” ou deusa. Estão a ver a relação? O nome “déesse” rima com um carro que era apontado com um deus da estrada. E então porque é que alguns DS se chamam ID? Porque os modelos de entrada na gama soavam a “idée” ou seja, ideia. Ou seja, eram uma ideia do que seriam os DS. Rebuscado? Bom, mas é assim que a Citroen “vendeu o peixe” e nós vendemo-lo ao mesmo preço…

MAZDA MX-5

O nome do pequeno roadster da Mazda deriva do acrónimo de Mazda Experimental Projet Number 5 (MX-5). Já o nome Miata que surgiu na primeira geração é derivado de uma palavra alemão que significa recompensa. O que o MX-5 Miata recompensa, não fazemos a mínima ideia, mas terá a ver com prazer de condução. Dizemos nós…

MERCEDES G

Quando a Mercedes lançou o seu “Gelandewagen” que significa, em português, veículo todo o terreno, ficou a letra G e com a renovação da nomenclatura dos modelos da Mercedes, passou a Classe G.

NISSAN QASHQAI

O líder de mercado entre os crossover deve o seu nome a uma tribo migratória que vive nas montanhas Zagros localizadas no Irão. Bolas, mas como é que o nome de uma tribo remota do Irão aparece como nome de um automóvel?! Provavelmente porque alguém tropeçou no nome em algum livro de antropologia ou em alguma página da Wikipedia e achou que ficava bem. Porém, nos Estados Unidos, a coisa não correu tão bem e como por aquelas bandas, se o nome não for pronunciado facilmente, o carro perde vendas, rapidamente passou a chamar-se Rogue Sport.

PORSCHE 911

Um clássico! A marca de Zuffenhausen introduziu o 911 como 901 no Salão de Frankfurt de 1963. Era um carro diferente do 356, mais esguio e sensual. Tinha tudo para ter sucesso, mas… eis que a Peugeot lembrou à Porsche que tinha registado para utilização na industria automóvel a utilização de um número com três dígitos e u m zero a meio. Claro que a Peugeot não iria lançar um carro desportivo, mas a verdade º que a casa francesa não cedeu e a Porsche, para evitar criar um confronto que seria indesejável, mudou o nome para 911. Mesmo assim, ainda existem alguns dos 82 Porsche 901 que foram produzidos com esse nome antes de mudarem para 911.

RENAULT TWINGO

Depois da Renault se ter afastado da ideia de dar números como nome aos seus veículos – foi com o Clio em 1990 que isso começou – o departamento de marketing viu abrir-se uma janela de oportunidade para alguma criatividade. Quando surgiu em 1993, o Twingo foi uma pedrada no charco. Porquê Twingo? Porque soava bem e era uma mistura de três danças: Twist, Swing, Tango. Haja imaginação!

TOYOTA COROLLA

Nome mítico que está de regresso, significa a “corola de uma flor” ou seja, o conjunto de pétalas de uma flor. Nada de mais simples!

TOYOTA YARIS

Se o Corolla tem um nome cuja origem é simples, já o Yaris é bem diferente. Os responsáveis do marketing decidiram ser criativos e, assim, misturaram uma palavra alemã com uma palavra grega. A Charis era um símbolo de beleza e elegância na mitologia grega. Poderia o pequeno utilitário da Toyota chamar-se Charis e ser um símbolo de beleza? Podia, mas os homens da Toyota decidiram tirar as primeiras letras da palavra Charis, substituindo-as por Ya, a palavra alemã para sim, a reação que a Toyota queria que os clientes tivessem ao estilo do primeiro Yaris.

ROLLS ROYCE CULINAN

Mais um nome estranho, mas que tem a ver com a opulência e luxo do SUV da Rolls Royce. Culinan é o nome do maior diamante que existe no mundo e que foi descoberto na África do Sul em 1905. Um nome de luxo para um carro luxuoso.

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