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Volkswagen: conectividade total mais desafiadora que a eletrificação

By on 28 Fevereiro, 2019

Quem pensa assim é Herbert Diess, o CEO da Volkswagen, crente que a transição para o carro totalmente conectado é um passo maior que a revolução elétrica.

Falando na conferência de imprensa conjunta com a Microsoft, na qual foi anunciada uma parceria para a total conectividade dos veículos do grupo VW, Diess sustentou que “estamos na fase de transição para a mobilidade elétrica, queremos estar livres de emissões e neutros no que toca ao CO2 em 2050. Para isso temos um plano e os veículos elétricos que vão chegar serão todos conectados e isso será fantástico!”

Porém, o CEO da VW não deixa de lembrar que “a próxima transição (para o software) será muito dura para nós e para muitos. São aptidões que não temos dentro de casa nos dias de hoje. Ou seja, teremos de criar um conjunto totalmente novo de aptidões e de qualidades porque a mudança para o ‘software’ é algo verdadeiramente radical para nós. É que o carro passou a ser um aparelho de ligação à internet que, na minha opinião, será mais complicado que um ‘smartphone’. E só estamos no início!”

Para se perceber como o grupo VW está a encarar esta transição com rigor e muito respeito pelas suas incapacidades atuais, o Conselho de Administração recebeu um novo membro para a área específica do “software”, criada exatamente para enfrentar o desafio. O responsável por este novo assento no Conselho é Christian Senger. “Estamos a fazer um enorme esforço nesta área e estamos a pavimentar o caminho para a condução autónoma, que só funciona se tivemos conectividade total e capacidade de estar na nuvem” defendeu Diess.

Para se perceber a importância deste assunto, Herbert Diess lembrou que um automóvel tem, neste momento, 10 milhões de linhas de código, mas que este número impactante é muito pequeno comparado com o que está a chegar.

“A capacidade do ‘software’ está muito limitada hoje, mas em 2025 teremos três vezes mais programação dentro do automóvel e quando chegar a condução autónoma este número será multiplicado por 10!” Quer isto dizer que “a diferenciação entre carros será feita pelo ‘software’ que exibirem. Mas ainda estamos longe disso e o caminho será longo.”

A escolha da Microsoft como parceiro nesta área teve como pressuposto “ser uma empresa que não compete connosco para ter atenção dos clientes. Eles estão a fazer-nos um trabalho encomendado e irão ter a compensação por fazer com que o que necessitamos seja uma realidade.” Ou seja, foi uma escolha puramente comercial de compra de serviços. Curiosamente, a Seat anunciou que no espaço de um ano irá criar um braço interno dedicado somente a esta área do “sotware”. Ou seja, a parceria entre a VW e a Microsoft não impede o grupo de explorar outras vias e montar, desde já, uma empresa interna que poderá, mais tarde, permitir que o grupo se diferencie dos restantes nesta área, com o desenvolvimento de competência e produtos internos no que toca a “software” e serviços de mobilidade.

Finalmente, falando sobre a condução autónoma, Herbert Diess mostrou-se cauteloso. “Diria que as pessoas estão mais conservadoras hoje que há dois anos, sobre este assunto. Vai demorar algum empo, pois requer muita investigação e desenvolvimento devido á segurança necessária, pois não nos podemos dar ao luxo de arriscar vidas com uma máquina. Temos de ser cautelosos. Há muita coisa a ser desenvolvida, muitas ideias e nós estamos a testar esses carros em todo o mundo. Estão a evoluir e a ficar cada vez melhores, mas ainda falta muito, muito para serem uma realidade.”

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