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VW ligada, inadvertidamente, à extrema direita alemã

By on 29 Novembro, 2019

Não bastavam todos os problemas com o Dieselgate, a VW enfrenta agora uma imagem que lhe foi colada de ligações à extrema direita alemã.

A verdade é que a Volkswagen não contribuiu, com nada, para que se lhe colasse esta imagem de ligação a um partido de extrema direita, o AfD, que vai realizar, no final da semana, o seu congresso num pavilhão que tem o seu nome, a “Volkswagen Halle Braunschweig”. Ciente da má imagem que isso iria, a casa de Wolfsburg exigiu aos responsáveis do espaço que tapassem o logótipo e o nome da Volkswagen em todos os locais onde estivessem expostos, durante a realização do congresso deste partido nacionalista, contra a imigração e populista.

O centro de congressos/pavilhão – localizado em Braunschweig, perto da sede da VW em Wolfsburg – é patrocinado pela VW e tem o nome bem evidente na fachada do edifício. Porém, alguns dos executivos de topo da casa alemã, estão a discutir o assunto e se os esforços que estão a fazer para manterem o código de conduta instaurado depois do Dieselgate, mais aberto à discussão e a pluralidade, não serão afetados por esta situação.

A Volkswagen tem pedido aos seus colaboradores que não cedam ao populismo e para Hiltrud Werber, responsável pelo departamento legal da VW, “o crescimento do AfD dentro das empresas é um problema sério” particularmente no Leste da Alemanha, onde este partido anti-imigração, xenófobo, entre outras coisas, tem ganho terreno, especialmente, nas últimas eleições regionais.

Em contraponto, algumas pessoas com responsabilidade dentro da VW, defendem a liberdade de expressão, lembrando que as posições controversas do AfD não podem ser, simplesmente, ignoradas. Toda esta polémica interna, destaca a complexidade em lidar com os objetivos de empresas multinacionais face à ideologia de extrema direita e ao populismo. Estes defendem medidas protecionistas do país, têm aversão à imigração, o oposto das multinacionais que dependem do comercio global livre e das diversas forças de trabalho, como sucede com a VW que tem 650 mil funcionários em 122 fábricas espalhadas pelo mundo.

Curiosamente, o nome Volkswagen deixa o grupo absolutamente exposto, pois se recuarmos no tempo, foi Adolf Hitler quem comissionou Ferdinand Porsche para fazer o “carro do povo” ou seja, um Volks (povo) wagen (carro). Foi Adolf Hitler quem fez um discurso perante mais de 50 mil pessoas a destacar a supremacia da tecnologia alemã, na cerimónia que marcou o início da principal fábrica da Volkswagen na cidade que, após a Segunda Guerra Mundial, foi rebatizada como Wolfsburg. Portanto, a história da VW expõe a empresa a estas situações.

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