Alpine A110 S – Ensaio Teste

By on 10 Janeiro, 2023

Espécie (des)protegida

Um automóvel desportivo, bastante exclusivo, equipado com um motor turbo de 300 cavalos, a gasolina, que está montado numa posição central e com tração traseira. Nos dias que correm, já é uma configuração em vias de extinção e uma espécie muito rara, que já ninguém parece querer proteger.

O Alpine A110 S ostenta um nome histórico e diversos traços e detalhes que nos remetem para o modelo original. Mas também é um dos (cada vez mais) raros modelos que nos faz deixar propositadamente o escape central virado para a parede desde o dia anterior e a porta aberta antes de premirmos o botão que inicia o motor. Tudo, para ouvirmos o seu primeiro gargarejo matinal antes de começarmos qualquer viagem. Sendo que depois deste momento, todas começam com um sorriso.

Texto: André Mendes

[email protected]


Mais:

– Comportamento dinâmico;
– Desempenho do motor;
– Posição de condução;
– Exclusividade e estética;

Menos:

– Pouca arrumação a bordo;
– Qualidade melhorável;
– Capacidade da(s) bagageira(s);
– Preço;

Exterior

8/10

Por estar muito longe de ser um dos modelos mais comercializados do nosso mercado, um Alpine A110 será sempre um modelo com alguma dificuldade em passar despercebido. Mais ainda quando se trata de um com a carroçaria pintada no tom Laranja Fogo, com diversos elementos em fibra de carbono que lhe conferem um visual mais desportivo, todos incluídos no kit aerodinâmico e com o detalhe adicional de ter a metade superior da carroçaria pintada de preto, pelo simples facto de também incluir uma zona do tejadilho em fibra de carbono. Na frente, as letras da Alpine e as luzes de condução diurna com um desenho arredondado identificam de imediato a marca deste desportivo laranja e lá atrás, além das letras da marca, está também a designação A110S e uma enorme saída de escape central que não deixa margem para dúvidas de que se trata de um sério desportivo. As jantes de 18 polegadas com pneus Michelin Pilot Sport e as pinças cor de laranja que escondem são apenas mais alguns dos detalhes que compõem o fantástico visual deste A110S.

Interior

6/10

Com uma altura de apenas 1,25 metros, o A110S faz-nos deslizar para o seu interior e depois de instalados nas bacquets desportivas da Sabelt, que apenas incluem a regulação longitudinal, não ficamos nada mal sentados em frente ao volante desportivo de três braços, também forrado em Alcantara, com uma pequena linha vermelha no topo e com o botão “Sport” integrado na parte de baixo. O espaço disponível não parece muito amplo, mas depois de nos sentarmos, tudo parece ficar encaixado no sítio certo e sem grandes dificuldades.

Os espaços de arrumação é que são um pouco mais escassos, pois não existem bolsas nas portas, nem recantos muito visíveis. Apenas um pequeno espaço para o telefone na consola central, um recanto de arrumação por baixo desta, e um pequeno “estojo” na parte de trás do habitáculo, entre os assentos, para aqueles objetos de que nos queremos eventualmente esquecer dentro do carro.

Também na consola central é onde encontramos os comandos dos vidros, os três botões da caixa de velocidades e o enorme botão vermelho destinado a despertar o motor. Atrás do volante, as hastes metálicas destinadas às passagens de caixa são fixas e têm um tamanho perfeito. E um pouco mais atrás está o painel de instrumentos totalmente digital, que pode mudar de visual consoante o modo de condução selecionado (Normal, Sport e Track).

Numa próxima evolução deste modelo, a única coisa que poderíamos mesmo evoluir é a qualidade de alguns materiais, além dos que estão forrados em materiais mais interessantes como o tecido em Alcantara. Há algumas peças plásticas mais fora do contexto e alguns elementos que já começam a parecer datados.

Equipamento

6/10

O equipamento deste A110S já é bastante completo, mas a unidade ensaiada ainda contava com praticamente todos os extras que estão disponíveis para esta versão mais desportiva do Alpine, deixando o seu preço final acima da fasquia dos 100 mil euros. Só no exterior, a cor mais original, as jantes de 18 polegadas, o kit aerodinâmico e o tejadilho em preto, que apenas está disponível com este tom de carroçaria, adicionam qualquer coisa como 11.490 euros ao preço base deste modelo.

E depois, no habitáculo, também estão presentes as bacquets da Sabelt Racing em microfibra e pespontos em laranja (780 euros), diversos elementos também forrados em microfibra e até um sistema de som Premium da Focal que, honestamente, nem utilizámos, pois o som emitido pelo sistema de escape desportivo, e a utilização do monitor tátil central para as funções de telemetria (duas das muitas coisas que estão incluídas no equipamento de série do A110S), simplesmente, não nos deixaram fazê-lo.

Consumos

6/10

A experiência de condução mais apurada do Alpine A110S fez com que não nos tivéssemos portado bem ao volante, temos de confessar. Além das constantes provocações para ouvir as pequenas explosões emitidas pelo escape, ainda experimentámos algumas vezes os ecrãs de telemetria e confirmámos os 4,2 segundos necessários para acelerar dos 0 aos 100 km/h. E como se não bastasse, sempre que o conta-rotações supera a fasquia das 5.000 rpm, ainda parece ganhar mais alma, oferecendo uma envolvência ainda mais apurada.

Ou seja, como já deve ter adivinhado, não ficámos nem sequer perto da média em torno dos sete litros que a marca declara para este modelo. Na realidade, só teríamos conseguido ficar próximo desse valor, se fosse dividido por cada uma das pessoas que podem viajar a bordo do A110S. Mas, verdade seja dita, a vantagem de ter um peso bastante reduzido, também serve para obter uma média de consumo mais reduzida, se assim o desejarmos. Talvez não em torno dos sete litros, mas garantidamente abaixo dos dez e já com um ritmo de andamento bastante “vivo”.

Ao Volante

9/10

O baixo peso do Alpine A110S é mesmo o seu maior trunfo, com 1.140 quilos no caso da versão com todos os extras adicionados. Além disso, e com o motor instalado numa posição central, quase em cima do eixo posterior, a repartição de peso entre os dois eixos é de 44:56, o que também contribui para o equilíbrio dinâmico deste modelo. Em conjunto com uma direção muito precisa, uma suspensão bastante eficaz e um centro de gravidade bastante baixo, a agilidade do A110S numa das nossas estradas sinuosas preferidas já nos desafia a colocar em uso uma dose de concentração acima da média e aproveitar da melhor forma um daqueles momentos de condução mais tardios, em que a maior parte das pessoas já está a dormir e temos aquela incrível secção de curvas reservada só para nós.

A experiência de condução do A110S é algo incrível, mas tudo se deve, essencialmente, aos patamares de peso que já são quase impossíveis de se conseguir nos modelos que vão chegando ao mercado. No entanto, a caixa de velocidades Getrag de sete relações e dupla embraiagem também tem um funcionamento adequado às prestações do motor e apenas podemos afirmar que ao volante desta “Laranja Mecânica” qualquer estrada de interior sem trânsito consegue ganhar um novo significado.

Motor

8/10

O bloco de 1,8 litros, sobrealimentado e com 300 cavalos de potência é o mesmo que encontramos, por exemplo, no Mégane R.S. Trophy, só que em vez de estar instalado debaixo do capot lá à frente, está mesmo ali atrás dos assentos a tentar agradar os nossos ouvidos da melhor forma que consegue. Mais ainda quando começamos a abusar das reduções, ou simplesmente em levantar o pé do acelerador (de propósito), para que o escape nos responda com pequenas explosões que são deliciosas de se ouvir.

O valor de 300 cavalos é uma das principais diferenças entre este A110S e a versão base do A110, que já tem 252 cavalos para oferecer. No entanto, como o grande trunfo do Alpine A110 é mesmo o seu peso reduzido e que nem sequer chega aos 1.150 quilos, a diferença dos 48 cavalos numa aceleração dos 0 aos 100 km/h, por exemplo, resume-se a umas simples três décimas de segundo. Com o A110S, os 300 cavalos parecem sempre ser mais e com um fôlego que nunca nos desilude.

Balanço Final

7/10

O Alpine A110S nunca será uma compra racional e sim um desejo concretizado por parte de quem gosta de conduzir de uma forma mais emotiva e envolvente, naqueles momentos em que nem queremos ligar o sistema de som e sim aproveitar cada momento, ouvido todos os ruídos e explorando todas as sensações oferecidas ao volante. No entanto, os mais de 100 mil euros da unidade ensaiada já são um valor que nos deixa a pensar em nas alternativas existentes no mercado, algumas delas até com um patamar de potência mais elevado e com uma excelente experiência de condução. Nenhuma delas com a fasquia de peso oferecida pelo Alpine A110, é certo, mas por um valor pouco acima dos 70 mil euros, já se consegue comprar a versão mais “simples” do A110 que, até mesmo para um utilizador já com um certo grau de exigência, já será uma experiência fantástica e não terrivelmente afastada da que este A110S tem para oferecer.

Concorrentes

BMW M240i Coupé
Motor: seis cilindros, 3.0 litros, turbo; potência: 374 cavalos; Tração: traseira; Aceleração dos 0 aos 100 km/h: 4,7 seg.; Velocidade máx: 250 km/h; Peso: 1.710 kg; Consumo médio: 7,8 l/100km; preço base: 70.460 €

Porsche 718 Cayman
Motor: quatro cilindros, 2.0 litros, turbo; potência: 300 cavalos; Tração: traseira; Aceleração dos 0 aos 100 km/h: 5,1 seg.; Velocidade máx: 275 km/h; Peso: 1.410 kg; Consumo médio: 8,9 l/100km; preço base: 76.210 € / 79.131 € (PDK)

Toyota GR Supra 3.0
Motor: seis cilindros, 3.0 litros, turbo; potência: 350 cavalos; Tração: traseira; Aceleração dos 0 aos 100 km/h: 4,6 seg.; Velocidade máx: 250 km/h; Peso: 1.495 kg; Consumo médio: 8,8 l/100km; preço base: 85.240 €

Ficha Técnica

Motor
Tipo: 4 cilindros em linha, turbo, a gasolina
Cilindrada (cm3): 1.798
Potência máxima (CV/rpm): 300/6.300
Binário máximo (Nm/rpm): 340/2.400-6.000
Tração: Traseira
Transmissão: Caixa automática Getrag de 7 velocidades e dupla embraiagem
Direção: Assistida eletricamente
Suspensão (ft/tr): Triângulos sobrepostos
Travões (fr/tr): discos ventilados / discos ventilados

Prestações e consumos
Aceleração 0-100 km/h (s): 4,2
Velocidade máxima (km/h): 275
Consumos misto (l/100 km): 6,9
Emissões CO2 (g/km): 155

Dimensões e pesos
Comprimento/Largura/Altura (mm): 4.181/1.798/1.252
Distância entre eixos (mm): 2.419
Largura de vias (fr/tr mm): 1.556/1.553
Peso (kg): 1.184
Capacidade da bagageira (l): 100+96
Depósito (l): 45
Pneus (fr/tr): 215/40 ZR18 | 245/40 ZR18

Preço da versão ensaiada (Euros): 100.200 €
Preço da versão base (Euros): 82.900 €

Mais/Menos


Mais

– Comportamento dinâmico;
– Desempenho do motor;
– Posição de condução;
– Exclusividade e estética;

Menos

– Pouca arrumação a bordo;
– Qualidade melhorável;
– Capacidade da(s) bagageira(s);
– Preço;

Preços


Preço da versão ensaiada (Euros): 100200€

Preço da versão base (Euros): 82900€

Exterior
Interior
Equipamento
Consumos
Ao volante
Concorrentes
Motor
Balanço final
Ficha técnica

Exterior

Por estar muito longe de ser um dos modelos mais comercializados do nosso mercado, um Alpine A110 será sempre um modelo com alguma dificuldade em passar despercebido. Mais ainda quando se trata de um com a carroçaria pintada no tom Laranja Fogo, com diversos elementos em fibra de carbono que lhe conferem um visual mais desportivo, todos incluídos no kit aerodinâmico e com o detalhe adicional de ter a metade superior da carroçaria pintada de preto, pelo simples facto de também incluir uma zona do tejadilho em fibra de carbono. Na frente, as letras da Alpine e as luzes de condução diurna com um desenho arredondado identificam de imediato a marca deste desportivo laranja e lá atrás, além das letras da marca, está também a designação A110S e uma enorme saída de escape central que não deixa margem para dúvidas de que se trata de um sério desportivo. As jantes de 18 polegadas com pneus Michelin Pilot Sport e as pinças cor de laranja que escondem são apenas mais alguns dos detalhes que compõem o fantástico visual deste A110S.

Interior

Com uma altura de apenas 1,25 metros, o A110S faz-nos deslizar para o seu interior e depois de instalados nas bacquets desportivas da Sabelt, que apenas incluem a regulação longitudinal, não ficamos nada mal sentados em frente ao volante desportivo de três braços, também forrado em Alcantara, com uma pequena linha vermelha no topo e com o botão “Sport” integrado na parte de baixo. O espaço disponível não parece muito amplo, mas depois de nos sentarmos, tudo parece ficar encaixado no sítio certo e sem grandes dificuldades.

Os espaços de arrumação é que são um pouco mais escassos, pois não existem bolsas nas portas, nem recantos muito visíveis. Apenas um pequeno espaço para o telefone na consola central, um recanto de arrumação por baixo desta, e um pequeno “estojo” na parte de trás do habitáculo, entre os assentos, para aqueles objetos de que nos queremos eventualmente esquecer dentro do carro.

Também na consola central é onde encontramos os comandos dos vidros, os três botões da caixa de velocidades e o enorme botão vermelho destinado a despertar o motor. Atrás do volante, as hastes metálicas destinadas às passagens de caixa são fixas e têm um tamanho perfeito. E um pouco mais atrás está o painel de instrumentos totalmente digital, que pode mudar de visual consoante o modo de condução selecionado (Normal, Sport e Track).

Numa próxima evolução deste modelo, a única coisa que poderíamos mesmo evoluir é a qualidade de alguns materiais, além dos que estão forrados em materiais mais interessantes como o tecido em Alcantara. Há algumas peças plásticas mais fora do contexto e alguns elementos que já começam a parecer datados.

Equipamento

O equipamento deste A110S já é bastante completo, mas a unidade ensaiada ainda contava com praticamente todos os extras que estão disponíveis para esta versão mais desportiva do Alpine, deixando o seu preço final acima da fasquia dos 100 mil euros. Só no exterior, a cor mais original, as jantes de 18 polegadas, o kit aerodinâmico e o tejadilho em preto, que apenas está disponível com este tom de carroçaria, adicionam qualquer coisa como 11.490 euros ao preço base deste modelo.

E depois, no habitáculo, também estão presentes as bacquets da Sabelt Racing em microfibra e pespontos em laranja (780 euros), diversos elementos também forrados em microfibra e até um sistema de som Premium da Focal que, honestamente, nem utilizámos, pois o som emitido pelo sistema de escape desportivo, e a utilização do monitor tátil central para as funções de telemetria (duas das muitas coisas que estão incluídas no equipamento de série do A110S), simplesmente, não nos deixaram fazê-lo.

Consumos

A experiência de condução mais apurada do Alpine A110S fez com que não nos tivéssemos portado bem ao volante, temos de confessar. Além das constantes provocações para ouvir as pequenas explosões emitidas pelo escape, ainda experimentámos algumas vezes os ecrãs de telemetria e confirmámos os 4,2 segundos necessários para acelerar dos 0 aos 100 km/h. E como se não bastasse, sempre que o conta-rotações supera a fasquia das 5.000 rpm, ainda parece ganhar mais alma, oferecendo uma envolvência ainda mais apurada.

Ou seja, como já deve ter adivinhado, não ficámos nem sequer perto da média em torno dos sete litros que a marca declara para este modelo. Na realidade, só teríamos conseguido ficar próximo desse valor, se fosse dividido por cada uma das pessoas que podem viajar a bordo do A110S. Mas, verdade seja dita, a vantagem de ter um peso bastante reduzido, também serve para obter uma média de consumo mais reduzida, se assim o desejarmos. Talvez não em torno dos sete litros, mas garantidamente abaixo dos dez e já com um ritmo de andamento bastante “vivo”.

Ao volante

O baixo peso do Alpine A110S é mesmo o seu maior trunfo, com 1.140 quilos no caso da versão com todos os extras adicionados. Além disso, e com o motor instalado numa posição central, quase em cima do eixo posterior, a repartição de peso entre os dois eixos é de 44:56, o que também contribui para o equilíbrio dinâmico deste modelo. Em conjunto com uma direção muito precisa, uma suspensão bastante eficaz e um centro de gravidade bastante baixo, a agilidade do A110S numa das nossas estradas sinuosas preferidas já nos desafia a colocar em uso uma dose de concentração acima da média e aproveitar da melhor forma um daqueles momentos de condução mais tardios, em que a maior parte das pessoas já está a dormir e temos aquela incrível secção de curvas reservada só para nós.

A experiência de condução do A110S é algo incrível, mas tudo se deve, essencialmente, aos patamares de peso que já são quase impossíveis de se conseguir nos modelos que vão chegando ao mercado. No entanto, a caixa de velocidades Getrag de sete relações e dupla embraiagem também tem um funcionamento adequado às prestações do motor e apenas podemos afirmar que ao volante desta “Laranja Mecânica” qualquer estrada de interior sem trânsito consegue ganhar um novo significado.

Concorrentes

BMW M240i Coupé
Motor: seis cilindros, 3.0 litros, turbo; potência: 374 cavalos; Tração: traseira; Aceleração dos 0 aos 100 km/h: 4,7 seg.; Velocidade máx: 250 km/h; Peso: 1.710 kg; Consumo médio: 7,8 l/100km; preço base: 70.460 €

Porsche 718 Cayman
Motor: quatro cilindros, 2.0 litros, turbo; potência: 300 cavalos; Tração: traseira; Aceleração dos 0 aos 100 km/h: 5,1 seg.; Velocidade máx: 275 km/h; Peso: 1.410 kg; Consumo médio: 8,9 l/100km; preço base: 76.210 € / 79.131 € (PDK)

Toyota GR Supra 3.0
Motor: seis cilindros, 3.0 litros, turbo; potência: 350 cavalos; Tração: traseira; Aceleração dos 0 aos 100 km/h: 4,6 seg.; Velocidade máx: 250 km/h; Peso: 1.495 kg; Consumo médio: 8,8 l/100km; preço base: 85.240 €

Motor

O bloco de 1,8 litros, sobrealimentado e com 300 cavalos de potência é o mesmo que encontramos, por exemplo, no Mégane R.S. Trophy, só que em vez de estar instalado debaixo do capot lá à frente, está mesmo ali atrás dos assentos a tentar agradar os nossos ouvidos da melhor forma que consegue. Mais ainda quando começamos a abusar das reduções, ou simplesmente em levantar o pé do acelerador (de propósito), para que o escape nos responda com pequenas explosões que são deliciosas de se ouvir.

O valor de 300 cavalos é uma das principais diferenças entre este A110S e a versão base do A110, que já tem 252 cavalos para oferecer. No entanto, como o grande trunfo do Alpine A110 é mesmo o seu peso reduzido e que nem sequer chega aos 1.150 quilos, a diferença dos 48 cavalos numa aceleração dos 0 aos 100 km/h, por exemplo, resume-se a umas simples três décimas de segundo. Com o A110S, os 300 cavalos parecem sempre ser mais e com um fôlego que nunca nos desilude.

Balanço final

O Alpine A110S nunca será uma compra racional e sim um desejo concretizado por parte de quem gosta de conduzir de uma forma mais emotiva e envolvente, naqueles momentos em que nem queremos ligar o sistema de som e sim aproveitar cada momento, ouvido todos os ruídos e explorando todas as sensações oferecidas ao volante. No entanto, os mais de 100 mil euros da unidade ensaiada já são um valor que nos deixa a pensar em nas alternativas existentes no mercado, algumas delas até com um patamar de potência mais elevado e com uma excelente experiência de condução. Nenhuma delas com a fasquia de peso oferecida pelo Alpine A110, é certo, mas por um valor pouco acima dos 70 mil euros, já se consegue comprar a versão mais “simples” do A110 que, até mesmo para um utilizador já com um certo grau de exigência, já será uma experiência fantástica e não terrivelmente afastada da que este A110S tem para oferecer.

Mais

– Comportamento dinâmico;
– Desempenho do motor;
– Posição de condução;
– Exclusividade e estética;

Menos

– Pouca arrumação a bordo;
– Qualidade melhorável;
– Capacidade da(s) bagageira(s);
– Preço;

Ficha técnica

Motor
Tipo: 4 cilindros em linha, turbo, a gasolina
Cilindrada (cm3): 1.798
Potência máxima (CV/rpm): 300/6.300
Binário máximo (Nm/rpm): 340/2.400-6.000
Tração: Traseira
Transmissão: Caixa automática Getrag de 7 velocidades e dupla embraiagem
Direção: Assistida eletricamente
Suspensão (ft/tr): Triângulos sobrepostos
Travões (fr/tr): discos ventilados / discos ventilados

Prestações e consumos
Aceleração 0-100 km/h (s): 4,2
Velocidade máxima (km/h): 275
Consumos misto (l/100 km): 6,9
Emissões CO2 (g/km): 155

Dimensões e pesos
Comprimento/Largura/Altura (mm): 4.181/1.798/1.252
Distância entre eixos (mm): 2.419
Largura de vias (fr/tr mm): 1.556/1.553
Peso (kg): 1.184
Capacidade da bagageira (l): 100+96
Depósito (l): 45
Pneus (fr/tr): 215/40 ZR18 | 245/40 ZR18

Preço da versão ensaiada (Euros): 100.200 €
Preço da versão base (Euros): 82.900 €

Preço da versão ensaiada (Euros): 100200€
Preço da versão base (Euros): 82900€