O AutoSport foi a Barcelona experimentar o novo Volvo XC40

By on 11 Dezembro, 2017

2017-12 Apresentação Volvo XC40

Texto: João Tomé

Há muito para conhecer no novo Volvo XC40

É a nova coqueluche da Volvo. Fomos a Barcelona por o XC40 à prova e ficámos convencidos com o novo SUV da marca, cada vez mais orgulhosa da sua herança sueca. O XC40 veio para ficar.

Nunca, como agora, surgiram tantos novos modelos, com nomes, conceitos e pontos de partida nunca antes vistos em determinadas marcas. O Volvo XC40 entra nesta nova moda e, claro, no espantoso crescimento dos SUV. Os Sports Utility Vehicles são já de todas as espécies, tamanhos, feitios e preços.

A Volvo já tinha duas opções no mundo dos SUV. O modelo mais pequeno – e mais recente – o XC60, depressa se tornou no mais vendido de toda a marca. Agora o novo miúdo na cidade é, também ele, um SUV, um pouco mais compacto do que o XC60, mais em conta, mas igualmente premium e com novos e entusiasmantes conceitos tecnológicos. O XC40 não é só um SUV pensado para a cidade, traz consigo laivos de carsharing e de serviços de concierge (já explicamos).

Comecemos pelo princípio. Em 2013, a Volvo decidiu continuar a apostar nos SUV. Em conversa com o AutoSport, um dos responsáveis de design da marca e líder do projeto do XC40, explicou que começaram a sério no projeto em 2014 e perceberam cedo que tinham tudo a ganhar em não fazer um XC60 mais pequeno.

“O XC40 é um primo do XC40 e não um irmão. Tem personalidade própria, vê-se isso bem na grelha da frente invertida, que lhe dá um ar mais robusto, no vinco pronunciado junto às portas, que foi um belo desafio conseguir e nas luzes diurnas, ao estilo martelo de Thor”, admite-nos um Anders Gunnarson entusiasmado. Desde 1991 na empresa, Gunnarson viu a Volvo passar por fases muito diferentes, com mais e menos investimento, mais e menos modelos, mais e menos sucesso.

Hoje sente que se vive o melhor período de sempre na Volvo. “Somos mais profissionais, eficientes e competentes do que nunca e temos modelos entusiasmantes”, explica o funcionário que começou por ficar feliz por desenhar um para-choques ou as rodas e chegou à chefia do design da marca (é o responsável por modelos específicos).

Gunnarson reconhece que, no passado, chegou a haver modelos com pouco investimento financeiro – por contenção de custos. Por um lado, ensinou a marca a ser mais eficiente com os gastos, por outro teve consequências em modelos menos conseguidos: “Hoje não é assim, continuamos eficientes, mas há a certeza que é investindo na qualidade, no design e na personalização, que podemos criar algo especial”.

Neste momento está a trabalhar num projeto secreto. É um modelo inédito na marca? “Sim”. É um modelo grande? “Nem por isso, mas não posso dizer mais nada. É mesmo segredo”.

Do som escondido ao espaço

Voltando ao XC40, a plataforma utilizada é a nova CMA (Compact Modular Architectura), feita em parceria com os chineses da Geely. A imagem é bem dinâmica e isso ajuda a que seja um SUV com uma boa altura ao solo (21,1 cm) e com ar elegante e imponente. Não sendo pensado para todo o terreno, tem boas caraterísticas nesse domínio, especialmente nas versões com tração integral.

O espaço é um dos pequenos milagres do XC40. Parece ser um SUV bem pequeno, mas com 4,425 metros de comprimento, 1,863 de largura e 1,652 de altura, é maior em todas as dimensões do que, por exemplo, um Nissan Qashqai e aproxima-se do Mercedes GLA.

A boa habitabilidade é outra das boas caraterísticas do XC40, que supera o BMW X1 no espaço para os ocupantes e só perde na bagageira: tem 460 litros (pode ir até aos 1336), contra 505 do X1. A funcionalidade está por todo o veículo e a bagageira aproveita o fundo falso, para ficar dividida e dois espaços, inclusive com ganchos para pendurar as compras. O mesmo se verifica no porta-luvas, à frente no carro, que também tem um gancho.

O aproveitamento do espaço acontece também com algumas mudanças. Nas bolsas das portas da frente que são forradas a tecido é possível por um portátil, sem qualquer problema, além de garrafas. A Volvo tirou dali as colunas, apostando num novo subwoofer colocado atrás da ventilação central. Há ainda uma gaveta por baixo do banco do condutor.

A atenção aos pormenores no interior é, de facto, premium e cativante, não só nos materiais escolhidos, mas também pelas soluções inteligentes. Não faltam locais para colocar os cartões, espaço para carregar o telemóvel por indução e um sistema multimédia de grande nível.

O ecrã central tátil de 12” com o sistema Sensus é o mesmo a que a Volvo já nos habituou, com uma utilização ao estilo tablet. É possível que quem não aprecie os ecrãs táteis sinta falta de um botão central físico, mas este funciona bem.

Performance de bom nível

Nesta apresentação tivemos ao nosso dispor a versão D4 Momentum, com motor Diesel de 190 cv e caixa automática Geartronic de 8 velocidades e tração integral. O conforto foi nota dominante, bem como a suavidade na transição das velocidades. O XC40 mantém-se convincente, como os outros SUV da Volvo, e embora até tenha uma altura ao solo razoável, não adorna muito nas curvas e permite tirar algum partido da condução. Com boas respostas e recuperações, a plataforma é convincente e ágil num modelo que se dá muito bem na cidade. Nos consumos, as unidades em teste ainda não nos permitem tirar conclusões definitivas.

No equipamento disponível não faltam opções no equipamento de segurança ativa e passiva, bem como sistemas de apoio à condução. Não só a câmara de 360 graus, como o Pilot Assist. Além de servir como cruise control adaptativo, mantém o condutor na faixa certa e guia o XC40 por breves segundos – exige sempre que as mãos estejam no volante.

A Volvo aposta forte em dois serviços inovadores. Um deles é o programa Care by Volvo, que permite trocar de carro em cada dois anos e partilhar a viatura com amigos. É um serviço de renting com taxa fixa, que inclui manutenção, seguros, etc. Só deve chegar a Portugal no final de 2018. Há ainda um serviço de concierge que pode, inclusive, levar as compras feitas online para a bagageira do nosso carro estacionado. O novo serviço de chave digital permite também que alguém com a app da Volvo e a autorização devida, possa abrir a bagageira. Podemos, assim, partilhar o XC40 com um amigo ou vizinho, sem ser necessário dar a chave física – basta dar autorização na app.

A Volvo espera ter no XC40 versões elétricas e híbridas no futuro. Já é possível encomendar o modelo. O lançamento será em março, das versões D4 e T5, mas com tração integral. Os outros motores só estarão disponíveis em maio. O mais apetecido deve ser o D3, com tração dianteira e motor Diesel de 150 cv (39 mil euros).

Os preços:

Diesel

D3 Manual 6v (150 cv)                39.956 €

D3 Geartronic 8v (150 cv)           42.519 €

D4 Geartronic 8v (190 cv)           52.150 €

Gasolina

T3 Manual 6v (152 cv)                 36.640 €

T5 Geartronic 8v (247 cv)            51.500 €