Aiways U5 Prime – Ensaio Teste

By on 2 Maio, 2022

Assunto sério

Por norma, as novas marcas que vão chegando ao mercado vêm cheias de ideias sobre como vai ser o futuro, com modelos incríveis que podemos ver – e reservar – na internet. Mas daí até ficarem disponíveis e chegarem aos concessionários, a distância pode ser muito grande. A Aiways é uma grande exceção a tudo isto. Trata-se de um novo construtor chinês – fundado em 2017 – que já chegou ao mercado europeu em 2020, a países como a Alemanha (onde se encontra a sua sede deste lado do globo) e outros. Na segunda fase de expansão, Portugal está incluído na lista, através do Grupo Astara, que também tem marcas como a Kia ou a Mitsubishi. E o melhor, é que o primeiro modelo desta nova marca, o U5, já se encontra em Portugal, matriculado, e com autorização para passar uns dias connosco.

Texto: André Mendes


Mais:

– Preço
– Espaço a bordo
– Equipamento

Menos:

– Infotainment
– Instrumentação
– Alguns materiais

Exterior

6/10

Sem traços exuberantes e demasiado arrojados, o Aiways U5 integra-se perfeitamente entre os mais variados modelos, sendo apenas identificado como um carro elétrico pela secção dianteira fechada e sem uma enorme grelha, mas também pelo característico som, típico deste modelo, que é bastante audível, mesmo no habitáculo. Ainda na frente e por baixo dos faróis em LED, uma das grelhas plásticas esconde a tomada de carregamento, aqui colocada para facilitar a proximidade com os carregadores. Na parte de trás, as linhas são ainda mais elegantes e discretas, com as letras da marca Aiways colocadas numa zona central superior e com uma faixa vermelha em LED a cobrir toda a largura da traseira, contribuindo para um visual mais sofisticado. Para complementar este mesmo visual, estão também presentes as jantes de 19 polegadas e os puxadores das portas que surgem apenas quando o carro é destrancado.

Interior

7/10

Os tons mais claros dos assentos e das diversas aplicações em pele sintética no tablier e nos painéis das portas, em conjunto com um visual acastanhado dos restantes elementos, oferecem uma imagem mais premium num primeiro olhar. Mas assim que começamos a explorar, descobrimos materiais menos agradáveis ao toque e uma montagem que podia estar um furo acima. De uma forma geral, no entanto, o visual é cativante, os assentos são confortáveis, a posição de condução é boa e o espaço disponível é simplesmente inacreditável, especialmente nos assentos traseiros em que quase conseguimos cruzar as pernas sem tocar no banco da frente. E atrás de tudo isto, há ainda uma bagageira com 432 litros de capacidade, mais 107 debaixo do piso, fora o espaço de 45 litros existente debaixo do capot, perfeito para os cabos de carregamento.

Equipamento

7/10

A versão mais completa da gama, a Prime, é a única que teremos disponível no nosso mercado e é bastante completa. Além dos assentos em pele sintética e do teto de abrir panorâmico, está presente o ar condicionado automático com regulações independentes para condutor e passageiro, o sistema de acesso ao habitáculo mãos livres, a instrumentação digital e o monitor do infotainment, que é generoso no tamanho, mas não na resolução e que também já precisava de um processador mais rápido.

Os comandos do ar condicionado estão presentes através do monitor central, mas para este sistema, há também comandos mais simples e diretos, instalados na tampa de um dos espaços de arrumação e com comandos hápticos, para que possam ser usados mais facilmente durante a condução. E neste mesmo espaço de arrumação, é onde podemos carregar o telefone, seja na plataforma por indução, através de uma tomada USB, ou mesmo de uma convencional de 12V. O Apple CarPlay também está presente, mas apenas usado um cabo para esta ligação.

No exterior, estão presentes as jantes de 19 polegadas, a pintura bicolor, que é a única opção disponível para este modelo e o sistema de iluminação totalmente em LED, tanto na frente como na secção traseira. Finalmente, resta comentar a camara interior junto do espelho retrovisor que mostra todo o habitáculo, ou aquela que está no pilar dianteiro, em frente ao condutor, que deteta qualquer sinal de fadiga e dá origem a indicações por voz, aconselhando, por exemplo, a tomar atenção à condução e a não fazer chamadas.

Consumos

6/10

Com apenas um motor elétrico de 204 cavalos, mas com 1770 quilos de peso, os primeiros valores que nos vão surgindo em cidade, com uma condução muito ponderada e aproveitando o máximo de regeneração, rondam os 14/15 kWh por cada 100 quilómetros, mas numa condução mais adequada e “normal”, mesmo com um pouco de autoestrada à mistura, a média final acabou por ficar nos 17,0 kWh. A autonomia em torno dos 400 quilómetros é que poderia ser um pouco mais generosa, mas não nos podemos esquecer que todos estes modelos são criados em função de uma utilização média. E nesse caso, 400 quilómetros de autonomia diária são mais do que suficientes, pelo menos, para quem tem um carregador em casa.

Ao Volante

5/10

Os primeiros momentos de condução são efetuados em ambiente urbano, tentando descobrir muitos dos comandos enquanto estamos parados nos semáforos. É que a grande maioria está inserida no monitor tátil da consola central e alguns deles não estão propriamente dentro do que é mais ou menos habitual em outros modelos, o que requer alguma habituação. A posição de condução é boa, mas pensada para pessoas de estatura mais reduzida, uma vez que, com uma estatura acima de 1,80 metros, já começa a ser necessário colocar o volante mais para cima do que o desejado, caso queiramos ver toda a informação dos três monitores que compõem a instrumentação. O do lado esquerdo, por exemplo, está destinado às informações do computador de bordo, com médias de consumo, quilómetros parciais, um gráfico do histórico de consumo e até um menu que nos indica se existe algum erro no sistema. Mas para o usar, é necessário ficar a premir um dos botões existentes no volante e depois procurar a informação desejada, num ecrã com pouca resolução e com números que são demasiado pequenos para ler de uma forma rápida.

Motor

6/10

Com apenas 204 cavalos disponíveis nas rodas da frente, não ficamos a contar com aqueles arranques típicos de carro elétrico em que o binário é disponibilizado de uma forma quase instantânea, mas a verdade é que no modo de condução mais desportivo, o U5 não se despacha nada mal e até dá bastante que fazer ao controlo de tração e aos pneus dianteiros. Além disso, o peso abaixo dos 1800 quilos também acaba por contribuir para a fluidez de deslocação do conjunto que, segundo a marca, consegue acelerar dos 0 aos 100 km/h em 7,8 segundos.

Balanço Final

6/10

Uma das ideias com que ficamos do Aiways U5 é que ainda há diversas arestas para polir e muito espaço para evoluir, mas se tivermos em conta que a marca ainda nem meia-dúzia de anos tem, acabamos por desculpar estas pequenas falhas, uma vez que serão evoluídas rapidamente. O preço mais apetecível do Aiways U5, especialmente nesta fase de lançamento, consegue deixar-nos a fazer contas de cabeça, uma vez que também está representado por um grupo sério e com muita experiência de mercado e inclui condições específicas para empresas, que conseguem fazer descer o preço.

E depois, no fundo, é um SUV de cinco lugares, confortável, com espaço de sobra no habitáculo e totalmente elétrico, o que já começa a ser uma vantagem em algumas rotinas diárias. O início da comercialização oficial está previsto para o mês de junho e já há mais modelos previstos para completar a gama ainda antes do final do ano: um SUV Coupé mais desportivo e um monovolume familiar. Quanto ao U5, o balanço final é bastante positivo.

Concorrentes

Škoda Enyaq – Motor: Elétrico; 204 cv e 310 Nm de binário; Autonomia: 532 km; 0-100 km/h: 8,6 seg.; Velocidade máx.: 160 km/h; Consumo combinado: 16,2 kWh/100 km; Preço: 50.507 €

Volkswagen ID.4 – Motor: Elétrico; 204 cv e 310 Nm de binário; Autonomia: 514 km; 0-100 km/h: 8,5 seg.; Velocidade máx.: 160 km/h; Consumo combinado: 16,9 kWh/100 km; Preço: 48.334 €

Ficha Técnica

Motor
Tipo: Elétrico, síncrono de imã permanente
Cilindrada (cm3): n.d.
Potência máxima (CV/rpm): 204/n.d.
Binário máximo (Nm/rpm): 310/n.d.
Tração: Dianteira
Transmissão: Automática de relação única
Direção: Pinhão e cremalheira, assistida eletricamente
Suspensão (ft/tr): Independente, McPherson/Multibraços
Travões (fr/tr): discos ventilados / discos

Prestações e consumos
Aceleração 0-100 km/h (s): 7,8
Velocidade máxima (km/h): 160
Consumos misto (kWh/100 km): 17,0
Emissões CO2 (gr/km): 0
Autonomia máxima – WLTP (km): 400

Dimensões e pesos
Comprimento/Largura/Altura (mm): 4.680/1.865/1.700
Distância entre eixos (mm): 2.800
Largura de vias (fr/tr mm): 1.592/1.590
Peso (kg): 1.770
Capacidade da bagageira (l): 432+107+45
Depósito de combustível (l): n.d.
Pneus (fr/tr): 235/50 R19

Preço da versão ensaiada (Euros): 46.728 €
Preço da versão base (Euros): 46.728 €

Mais/Menos


Mais

– Preço
– Espaço a bordo
– Equipamento

Menos

– Infotainment
– Instrumentação
– Alguns materiais

Preços


Preço da versão ensaiada (Euros): 46.728€

Preço da versão base (Euros): 46.728€

Exterior
Interior
Equipamento
Consumos
Ao volante
Concorrentes
Motor
Balanço final
Ficha técnica

Exterior

Sem traços exuberantes e demasiado arrojados, o Aiways U5 integra-se perfeitamente entre os mais variados modelos, sendo apenas identificado como um carro elétrico pela secção dianteira fechada e sem uma enorme grelha, mas também pelo característico som, típico deste modelo, que é bastante audível, mesmo no habitáculo. Ainda na frente e por baixo dos faróis em LED, uma das grelhas plásticas esconde a tomada de carregamento, aqui colocada para facilitar a proximidade com os carregadores. Na parte de trás, as linhas são ainda mais elegantes e discretas, com as letras da marca Aiways colocadas numa zona central superior e com uma faixa vermelha em LED a cobrir toda a largura da traseira, contribuindo para um visual mais sofisticado. Para complementar este mesmo visual, estão também presentes as jantes de 19 polegadas e os puxadores das portas que surgem apenas quando o carro é destrancado.

Interior

Os tons mais claros dos assentos e das diversas aplicações em pele sintética no tablier e nos painéis das portas, em conjunto com um visual acastanhado dos restantes elementos, oferecem uma imagem mais premium num primeiro olhar. Mas assim que começamos a explorar, descobrimos materiais menos agradáveis ao toque e uma montagem que podia estar um furo acima. De uma forma geral, no entanto, o visual é cativante, os assentos são confortáveis, a posição de condução é boa e o espaço disponível é simplesmente inacreditável, especialmente nos assentos traseiros em que quase conseguimos cruzar as pernas sem tocar no banco da frente. E atrás de tudo isto, há ainda uma bagageira com 432 litros de capacidade, mais 107 debaixo do piso, fora o espaço de 45 litros existente debaixo do capot, perfeito para os cabos de carregamento.

Equipamento

A versão mais completa da gama, a Prime, é a única que teremos disponível no nosso mercado e é bastante completa. Além dos assentos em pele sintética e do teto de abrir panorâmico, está presente o ar condicionado automático com regulações independentes para condutor e passageiro, o sistema de acesso ao habitáculo mãos livres, a instrumentação digital e o monitor do infotainment, que é generoso no tamanho, mas não na resolução e que também já precisava de um processador mais rápido.

Os comandos do ar condicionado estão presentes através do monitor central, mas para este sistema, há também comandos mais simples e diretos, instalados na tampa de um dos espaços de arrumação e com comandos hápticos, para que possam ser usados mais facilmente durante a condução. E neste mesmo espaço de arrumação, é onde podemos carregar o telefone, seja na plataforma por indução, através de uma tomada USB, ou mesmo de uma convencional de 12V. O Apple CarPlay também está presente, mas apenas usado um cabo para esta ligação.

No exterior, estão presentes as jantes de 19 polegadas, a pintura bicolor, que é a única opção disponível para este modelo e o sistema de iluminação totalmente em LED, tanto na frente como na secção traseira. Finalmente, resta comentar a camara interior junto do espelho retrovisor que mostra todo o habitáculo, ou aquela que está no pilar dianteiro, em frente ao condutor, que deteta qualquer sinal de fadiga e dá origem a indicações por voz, aconselhando, por exemplo, a tomar atenção à condução e a não fazer chamadas.

Consumos

Com apenas um motor elétrico de 204 cavalos, mas com 1770 quilos de peso, os primeiros valores que nos vão surgindo em cidade, com uma condução muito ponderada e aproveitando o máximo de regeneração, rondam os 14/15 kWh por cada 100 quilómetros, mas numa condução mais adequada e “normal”, mesmo com um pouco de autoestrada à mistura, a média final acabou por ficar nos 17,0 kWh. A autonomia em torno dos 400 quilómetros é que poderia ser um pouco mais generosa, mas não nos podemos esquecer que todos estes modelos são criados em função de uma utilização média. E nesse caso, 400 quilómetros de autonomia diária são mais do que suficientes, pelo menos, para quem tem um carregador em casa.

Ao volante

Os primeiros momentos de condução são efetuados em ambiente urbano, tentando descobrir muitos dos comandos enquanto estamos parados nos semáforos. É que a grande maioria está inserida no monitor tátil da consola central e alguns deles não estão propriamente dentro do que é mais ou menos habitual em outros modelos, o que requer alguma habituação. A posição de condução é boa, mas pensada para pessoas de estatura mais reduzida, uma vez que, com uma estatura acima de 1,80 metros, já começa a ser necessário colocar o volante mais para cima do que o desejado, caso queiramos ver toda a informação dos três monitores que compõem a instrumentação. O do lado esquerdo, por exemplo, está destinado às informações do computador de bordo, com médias de consumo, quilómetros parciais, um gráfico do histórico de consumo e até um menu que nos indica se existe algum erro no sistema. Mas para o usar, é necessário ficar a premir um dos botões existentes no volante e depois procurar a informação desejada, num ecrã com pouca resolução e com números que são demasiado pequenos para ler de uma forma rápida.

Concorrentes

Škoda Enyaq – Motor: Elétrico; 204 cv e 310 Nm de binário; Autonomia: 532 km; 0-100 km/h: 8,6 seg.; Velocidade máx.: 160 km/h; Consumo combinado: 16,2 kWh/100 km; Preço: 50.507 €

Volkswagen ID.4 – Motor: Elétrico; 204 cv e 310 Nm de binário; Autonomia: 514 km; 0-100 km/h: 8,5 seg.; Velocidade máx.: 160 km/h; Consumo combinado: 16,9 kWh/100 km; Preço: 48.334 €

Motor

Com apenas 204 cavalos disponíveis nas rodas da frente, não ficamos a contar com aqueles arranques típicos de carro elétrico em que o binário é disponibilizado de uma forma quase instantânea, mas a verdade é que no modo de condução mais desportivo, o U5 não se despacha nada mal e até dá bastante que fazer ao controlo de tração e aos pneus dianteiros. Além disso, o peso abaixo dos 1800 quilos também acaba por contribuir para a fluidez de deslocação do conjunto que, segundo a marca, consegue acelerar dos 0 aos 100 km/h em 7,8 segundos.

Balanço final

Uma das ideias com que ficamos do Aiways U5 é que ainda há diversas arestas para polir e muito espaço para evoluir, mas se tivermos em conta que a marca ainda nem meia-dúzia de anos tem, acabamos por desculpar estas pequenas falhas, uma vez que serão evoluídas rapidamente. O preço mais apetecível do Aiways U5, especialmente nesta fase de lançamento, consegue deixar-nos a fazer contas de cabeça, uma vez que também está representado por um grupo sério e com muita experiência de mercado e inclui condições específicas para empresas, que conseguem fazer descer o preço.

E depois, no fundo, é um SUV de cinco lugares, confortável, com espaço de sobra no habitáculo e totalmente elétrico, o que já começa a ser uma vantagem em algumas rotinas diárias. O início da comercialização oficial está previsto para o mês de junho e já há mais modelos previstos para completar a gama ainda antes do final do ano: um SUV Coupé mais desportivo e um monovolume familiar. Quanto ao U5, o balanço final é bastante positivo.

Mais

– Preço
– Espaço a bordo
– Equipamento

Menos

– Infotainment
– Instrumentação
– Alguns materiais

Ficha técnica

Motor
Tipo: Elétrico, síncrono de imã permanente
Cilindrada (cm3): n.d.
Potência máxima (CV/rpm): 204/n.d.
Binário máximo (Nm/rpm): 310/n.d.
Tração: Dianteira
Transmissão: Automática de relação única
Direção: Pinhão e cremalheira, assistida eletricamente
Suspensão (ft/tr): Independente, McPherson/Multibraços
Travões (fr/tr): discos ventilados / discos

Prestações e consumos
Aceleração 0-100 km/h (s): 7,8
Velocidade máxima (km/h): 160
Consumos misto (kWh/100 km): 17,0
Emissões CO2 (gr/km): 0
Autonomia máxima – WLTP (km): 400

Dimensões e pesos
Comprimento/Largura/Altura (mm): 4.680/1.865/1.700
Distância entre eixos (mm): 2.800
Largura de vias (fr/tr mm): 1.592/1.590
Peso (kg): 1.770
Capacidade da bagageira (l): 432+107+45
Depósito de combustível (l): n.d.
Pneus (fr/tr): 235/50 R19

Preço da versão ensaiada (Euros): 46.728 €
Preço da versão base (Euros): 46.728 €

Preço da versão ensaiada (Euros): 46.728€
Preço da versão base (Euros): 46.728€