BMW i7 xDrive 60 – Ensaio Teste

By on 17 Março, 2023

Admirável mundo novo

Os mais puristas e apaixonados por automóveis têm uma espécie de alergia natural a automóveis elétricos, por saberem que é por causa deles que muito em breve vamos deixar de ouvir os escapes mais melódicos ou as sinfonias em V8 ou V12. Como sabemos, no entanto, tudo evolui e estamos agora a chegar a um patamar em que alguns automóveis elétricos até já conseguem oferecer uma experiência de condução muito cativante, mesmo para quem tem “alergias”. Mas, no caso do BMW i7, encontrámos algo de que não estávamos mesmo à espera. O novo topo de gama da BMW na versão 100% elétrica está muito acima disso.

Texto: André Mendes

[email protected]


Mais:
  • Conforto;
  • Conforto;
  • Conforto;
  • Já dissemos “conforto”?
  • Qualidade a bordo;
  • Experiência de utilização;
Menos:
  • Consumo;
  • Capacidade de compra dos portugueses;

Exterior

8/10

A nova geração do BMW Série 7 e esta versão totalmente elétrica impressionam pelo seu porte e pela sua presença. A carroçaria tem praticamente 5,4 metros de comprimento e dois de largura, com uma altura um pouco acima do metro e meio e só a distância entre eixos supera os 3,2 metros. Mesmo que as soluções estilistas usadas neste modelo não sejam apreciadas por todos, seja pelo tamanho da grelha dianteira ou pela divisão dos grupos óticos em dois módulos, a verdade é que a presença deste i7 impõe um enorme respeito, quando desliza em puro silêncio.

As jantes de 21 polegadas, assinadas pela BMW Individual, chegam a parecer pequenas neste conjunto e quando olhamos de perfil para o i7 percebemos que o maior destaque está mesmo para quem viaja na fila de assentos traseira, que conta com uma porta bem maior do que a da frente. Por se tratar de uma versão “i”, há diversos elementos em azul, tais como as molduras do logo da marca e outros detalhes um pouco por toda a carroçaria, mas se assistir às portas a abrirem automaticamente quando se aproxima do carro, nem vai reparar nos detalhes em azul.

Interior

10/10

A nova geração do Série 7, é precisamente a sétima deste modelo, mas ainda me lembro de quando me sentei pela primeira vez ao volante do Série 7, da quarta geração, o E65, aquele que foi considerado o mais feio de todos os tempos. No entanto, lembro-me que chovia imenso nesse dia e que as escovas do carro não tinham velocidade suficiente para afastar a água do pára-brisas em tempo útil. E ao volante, com uma posição de condução perfeita, parecia que não se passava nada lá fora. Cada chegada ao destino era um castigo, pois o assento era tão confortável que a vontade de me levantar era nula. E com este novo i7 aconteceu precisamente o mesmo, ainda que com menos chuva. A posição de condução é perfeita e toda a envolvência criada pelo design do habitáculo e pela iluminação ambiente deixam-nos noutro mundo. Num daqueles dos quais não queremos sair. Mas isto, nos lugares da frente, ainda que lá atrás o conforto seja ainda maior.

No assento do passageiro traseiro do lado direito, disponível como opção mas presente na unidade ensaiada, estava o banco Executive Lounge, que se pode transformar numa chaise-longue, empurrando o assento dianteiro do passageiro para a frente e rebatendo parcialmente as suas costas. Aliado a um sistema de aquecimento ou refrigeração e a diversos programas de massagens disponíveis, o habitáculo do i7 passa mesmo a ser um espaço do qual não queremos sair. Vai sempre haver um novo detalhe por descobrir ou uma peça mais original que nos mostra o elevado patamar de atenção ao detalhe e escolha de materiais que a BMW dedicou a esta nova geração do seu topo-de-gama.

Equipamento

9/10

Tal como em diversos outros BMW, muito do equipamento presente neste i7 é proveniente da lista de opcionais e não da que nos mostra os equipamentos de série. Nesta unidade de demonstração, havia mais de 50 mil euros em equipamento opcional, que torna este modelo ainda mais único e especial. Destaque para o interior da BMW Individual com conteúdos exclusivos, disponível por 13.550 euros, para o sistema de som Surround Bowers & Wilkins Diamond que custa seis mil euros ou para as luzes em cristal Iconic Glow (2.180 euros), que cintilam em vez de simplesmente acender. Do lado mais prático, será sempre interessante assistir a todos os automatismos existentes neste i7, como as quatro portas automóveis ou todas as cortinas traseiras de comando elétrico, entre tantos outros.

Consumos

6/10

Apesar de toda a tecnologia existente no BMW i7, há ainda uma coisa que não é possível produzir: milagres. E com 2.715 quilos de automóvel para transportar, por um sistema com mais de 500 cavalos, a energia tem de vir de algum lado. O valor mínimo indicado pela BMW para o i7 é de 18,4 kWh para cada 100 quilómetros, mas basta dar uma vista de olhos ao computador de bordo desta unidade para perceber que dificilmente conseguirá registar um valor deste género. No nosso ensaio, a média final ficou nos 26,0 kWh/100 km, mas conseguimos fazer uma pequena viagem numa toada mais tranquila, que resultou num valor de 23,0 kWh/100 km. O mais curioso, no entanto, é que o valor indicado por este i7 desde que saiu da fábrica, estava estabilizado nos 25,0 kWh/100 km. Ou seja, não andámos assim tão longe da realidade.

Ao Volante

9/10

Ainda que o peso seja uma condicionante, o motor mais potente é o que está instalado no eixo posterior, uma vez que, apesar de se tratar de um modelo focado essencialmente no luxo e no conforto, não foi descurada a possibilidade de quem vai ao volante querer apreciar cada momento de condução. No início foi uma ideia que não ponderámos, pois está longe de ser esse o objetivo do i7. Porém, na passagem por uma conhecida estrada secundária e com menos trânsito que o habitual, começámos a perceber que a dinâmica deste enorme automóvel é bastante apurada e que no modo Sport, a banda sonora composta por Hans Zimmer tem a capacidade de tornar tudo ainda mais interessante.

Num registo totalmente diferente, arriscámos entrar na cidade e por zonas mais antigas da cidade, em que manobrar um automóvel destas dimensões poderia não ser a tarefa mais simples de sempre. A ajuda das quatro rodas direcionais é preciosa, nestes momentos, uma vez que permite evitar algumas manobras. No entanto, no caso de querermos estacionar em qualquer lado, o problema não está na capacidade de manobra e sim na dificuldade de encontrar um lugar com mais de 5,4 metros de comprimento, onde se consiga encaixar este BMW i7.

Motor

9/10

Não um, mas dois motores elétricos estão encarregues de fazer locomover o BMW i7, um em cada eixo. Dão origem a uma potência máxima combinada de 544 cavalos e 745 Nm de binário máximo, suficientes para levar as 2,7 toneladas de automóvel até aos 100 km/h nuns singelos 4,7 segundos e a alcançar os 240 km/h de velocidade máxima (limitada eletronicamente), num sistema que tem apenas uma relação na transmissão. Tudo isto é alimentado por uma bateria de 101,7 kWh, instalada sob o piso do habitáculo e que pode ser carregada em pouco mais de 30 minutos, caso se tenha acesso a um carregador rápido com uma potência de 195 kW.

Balanço Final

9/10

Na grande maioria dos casos, quase que podemos apostar que a maioria dos BMW i7 que serão comercializados um pouco por todo o mundo, raramente terão o modo de condução mais desportivo ativo, ainda que este tenha incluída uma resposta ao acelerador muito mais brusca e todo o conjunto de sons existentes a bordo, compostos por Hans Zimmer, num volume bem mais audível. Mas mesmo se nos limitarmos ao modo de condução mais confortável, com a ajuda dos dois motores, das quatro rodas motrizes e de toda a tecnologia incluída neste modelo, o BMW i7 é mesmo uma das experiências mais incríveis dos últimos tempos.

Concorrentes

Mercedes EQS 580 4Matic
Motor: Elétrico; 523 cavalos; Autonomia máxima: 673 km; Consumo combinado: 18,3 kWh/100 km; Preço: 163.700 €

Ficha Técnica

Motor
Tipo: Elétrico
Potência máxima (CV/rpm): 544/n.d.
Binário máximo (Nm/rpm): 745/n.d.
Tração: Tração integral
Transmissão: Automática de relação única
Direção: Assistida eletricamente
Suspensão (ft/tr): Pneumática com triângulos sobrepostos / Pneumática, multibraços
Travões (fr/tr): discos ventilados / discos ventilados

Prestações e consumos
Aceleração 0-100 km/h (s): 4,7
Velocidade máxima (km/h): 240
Consumos misto (kWh/100 km): 18,4
Autonomia máxima – WLTP (km): 591 (625 em cidade)

Dimensões e pesos
Comprimento/Largura/Altura (mm): 5.391/1.950/1.544
Distância entre eixos (mm): 3.215
Largura de vias (fr/tr mm): 1.714/1.735
Peso (kg): 2.715
Capacidade da bagageira (l): 500
Pneus (fr/tr): 255/40 R21 – 285/35 R21

Preço da versão ensaiada (Euros): 197.386
Preço da versão base (Euros): 146.850

Mais/Menos


Mais

  • Conforto;
  • Conforto;
  • Conforto;
  • Já dissemos “conforto”?
  • Qualidade a bordo;
  • Experiência de utilização;

Menos

  • Consumo;
  • Capacidade de compra dos portugueses;

Preços


Preço da versão ensaiada (Euros): 197386€

Preço da versão base (Euros): 146850€

Exterior
Interior
Equipamento
Consumos
Ao volante
Concorrentes
Motor
Balanço final
Ficha técnica

Exterior

A nova geração do BMW Série 7 e esta versão totalmente elétrica impressionam pelo seu porte e pela sua presença. A carroçaria tem praticamente 5,4 metros de comprimento e dois de largura, com uma altura um pouco acima do metro e meio e só a distância entre eixos supera os 3,2 metros. Mesmo que as soluções estilistas usadas neste modelo não sejam apreciadas por todos, seja pelo tamanho da grelha dianteira ou pela divisão dos grupos óticos em dois módulos, a verdade é que a presença deste i7 impõe um enorme respeito, quando desliza em puro silêncio.

As jantes de 21 polegadas, assinadas pela BMW Individual, chegam a parecer pequenas neste conjunto e quando olhamos de perfil para o i7 percebemos que o maior destaque está mesmo para quem viaja na fila de assentos traseira, que conta com uma porta bem maior do que a da frente. Por se tratar de uma versão “i”, há diversos elementos em azul, tais como as molduras do logo da marca e outros detalhes um pouco por toda a carroçaria, mas se assistir às portas a abrirem automaticamente quando se aproxima do carro, nem vai reparar nos detalhes em azul.

Interior

A nova geração do Série 7, é precisamente a sétima deste modelo, mas ainda me lembro de quando me sentei pela primeira vez ao volante do Série 7, da quarta geração, o E65, aquele que foi considerado o mais feio de todos os tempos. No entanto, lembro-me que chovia imenso nesse dia e que as escovas do carro não tinham velocidade suficiente para afastar a água do pára-brisas em tempo útil. E ao volante, com uma posição de condução perfeita, parecia que não se passava nada lá fora. Cada chegada ao destino era um castigo, pois o assento era tão confortável que a vontade de me levantar era nula. E com este novo i7 aconteceu precisamente o mesmo, ainda que com menos chuva. A posição de condução é perfeita e toda a envolvência criada pelo design do habitáculo e pela iluminação ambiente deixam-nos noutro mundo. Num daqueles dos quais não queremos sair. Mas isto, nos lugares da frente, ainda que lá atrás o conforto seja ainda maior.

No assento do passageiro traseiro do lado direito, disponível como opção mas presente na unidade ensaiada, estava o banco Executive Lounge, que se pode transformar numa chaise-longue, empurrando o assento dianteiro do passageiro para a frente e rebatendo parcialmente as suas costas. Aliado a um sistema de aquecimento ou refrigeração e a diversos programas de massagens disponíveis, o habitáculo do i7 passa mesmo a ser um espaço do qual não queremos sair. Vai sempre haver um novo detalhe por descobrir ou uma peça mais original que nos mostra o elevado patamar de atenção ao detalhe e escolha de materiais que a BMW dedicou a esta nova geração do seu topo-de-gama.

Equipamento

Tal como em diversos outros BMW, muito do equipamento presente neste i7 é proveniente da lista de opcionais e não da que nos mostra os equipamentos de série. Nesta unidade de demonstração, havia mais de 50 mil euros em equipamento opcional, que torna este modelo ainda mais único e especial. Destaque para o interior da BMW Individual com conteúdos exclusivos, disponível por 13.550 euros, para o sistema de som Surround Bowers & Wilkins Diamond que custa seis mil euros ou para as luzes em cristal Iconic Glow (2.180 euros), que cintilam em vez de simplesmente acender. Do lado mais prático, será sempre interessante assistir a todos os automatismos existentes neste i7, como as quatro portas automóveis ou todas as cortinas traseiras de comando elétrico, entre tantos outros.

Consumos

Apesar de toda a tecnologia existente no BMW i7, há ainda uma coisa que não é possível produzir: milagres. E com 2.715 quilos de automóvel para transportar, por um sistema com mais de 500 cavalos, a energia tem de vir de algum lado. O valor mínimo indicado pela BMW para o i7 é de 18,4 kWh para cada 100 quilómetros, mas basta dar uma vista de olhos ao computador de bordo desta unidade para perceber que dificilmente conseguirá registar um valor deste género. No nosso ensaio, a média final ficou nos 26,0 kWh/100 km, mas conseguimos fazer uma pequena viagem numa toada mais tranquila, que resultou num valor de 23,0 kWh/100 km. O mais curioso, no entanto, é que o valor indicado por este i7 desde que saiu da fábrica, estava estabilizado nos 25,0 kWh/100 km. Ou seja, não andámos assim tão longe da realidade.

Ao volante

Ainda que o peso seja uma condicionante, o motor mais potente é o que está instalado no eixo posterior, uma vez que, apesar de se tratar de um modelo focado essencialmente no luxo e no conforto, não foi descurada a possibilidade de quem vai ao volante querer apreciar cada momento de condução. No início foi uma ideia que não ponderámos, pois está longe de ser esse o objetivo do i7. Porém, na passagem por uma conhecida estrada secundária e com menos trânsito que o habitual, começámos a perceber que a dinâmica deste enorme automóvel é bastante apurada e que no modo Sport, a banda sonora composta por Hans Zimmer tem a capacidade de tornar tudo ainda mais interessante.

Num registo totalmente diferente, arriscámos entrar na cidade e por zonas mais antigas da cidade, em que manobrar um automóvel destas dimensões poderia não ser a tarefa mais simples de sempre. A ajuda das quatro rodas direcionais é preciosa, nestes momentos, uma vez que permite evitar algumas manobras. No entanto, no caso de querermos estacionar em qualquer lado, o problema não está na capacidade de manobra e sim na dificuldade de encontrar um lugar com mais de 5,4 metros de comprimento, onde se consiga encaixar este BMW i7.

Concorrentes

Mercedes EQS 580 4Matic
Motor: Elétrico; 523 cavalos; Autonomia máxima: 673 km; Consumo combinado: 18,3 kWh/100 km; Preço: 163.700 €

Motor

Não um, mas dois motores elétricos estão encarregues de fazer locomover o BMW i7, um em cada eixo. Dão origem a uma potência máxima combinada de 544 cavalos e 745 Nm de binário máximo, suficientes para levar as 2,7 toneladas de automóvel até aos 100 km/h nuns singelos 4,7 segundos e a alcançar os 240 km/h de velocidade máxima (limitada eletronicamente), num sistema que tem apenas uma relação na transmissão. Tudo isto é alimentado por uma bateria de 101,7 kWh, instalada sob o piso do habitáculo e que pode ser carregada em pouco mais de 30 minutos, caso se tenha acesso a um carregador rápido com uma potência de 195 kW.

Balanço final

Na grande maioria dos casos, quase que podemos apostar que a maioria dos BMW i7 que serão comercializados um pouco por todo o mundo, raramente terão o modo de condução mais desportivo ativo, ainda que este tenha incluída uma resposta ao acelerador muito mais brusca e todo o conjunto de sons existentes a bordo, compostos por Hans Zimmer, num volume bem mais audível. Mas mesmo se nos limitarmos ao modo de condução mais confortável, com a ajuda dos dois motores, das quatro rodas motrizes e de toda a tecnologia incluída neste modelo, o BMW i7 é mesmo uma das experiências mais incríveis dos últimos tempos.

Mais
  • Conforto;
  • Conforto;
  • Conforto;
  • Já dissemos “conforto”?
  • Qualidade a bordo;
  • Experiência de utilização;
Menos
  • Consumo;
  • Capacidade de compra dos portugueses;

Ficha técnica

Motor
Tipo: Elétrico
Potência máxima (CV/rpm): 544/n.d.
Binário máximo (Nm/rpm): 745/n.d.
Tração: Tração integral
Transmissão: Automática de relação única
Direção: Assistida eletricamente
Suspensão (ft/tr): Pneumática com triângulos sobrepostos / Pneumática, multibraços
Travões (fr/tr): discos ventilados / discos ventilados

Prestações e consumos
Aceleração 0-100 km/h (s): 4,7
Velocidade máxima (km/h): 240
Consumos misto (kWh/100 km): 18,4
Autonomia máxima – WLTP (km): 591 (625 em cidade)

Dimensões e pesos
Comprimento/Largura/Altura (mm): 5.391/1.950/1.544
Distância entre eixos (mm): 3.215
Largura de vias (fr/tr mm): 1.714/1.735
Peso (kg): 2.715
Capacidade da bagageira (l): 500
Pneus (fr/tr): 255/40 R21 – 285/35 R21

Preço da versão ensaiada (Euros): 197.386
Preço da versão base (Euros): 146.850

Preço da versão ensaiada (Euros): 197386€
Preço da versão base (Euros): 146850€