JAGUAR i-PACE EV400 – Ensaio Teste

By on 22 Abril, 2020

Jaguar i-Pace EV400 HSE

Texto: José Manuel Costa ([email protected])

Alterações oferecem mais autonomia

Há pouco mais de um ano, disse que a Jaguar tinha acertado à primeira depois de lançar o seu primeiro automóvel elétrico. Regresso ao Jaguar i-Pace 14 meses depois para perceber se as alterações feitas ao software de controlo do sistema elétrico mais autonomia, mas sobretudo, melhor autonomia. Isto porque, tudo o resto ficou igual no esbelto i-Pace que, além de mais autonomia, ficou preparado para que brevemente o carro possa receber atualizações via internet.


Mais:

Aceleração, espaço interior, bagageira, estilo    

Menos:

Autonomia otimista, preço

Exterior

8/10

Pontuação 8/10

O iPace tem mesmo muito bom aspeto. Replicando as formas dos SUV da casa britânica (o E-Pace e o F-Pace) tem um toque próprio com uma linha de cintura muito alta, uma superfície vidrada estreita e ondulante, jantes de 22 polegadas que preenchem de forma perfeita as cavas das rodas e dão um aspeto musculado ao i-Pace. O carro de série não tem estas jantes, mas sim unidades de 18 polegadas que parecem as rodas do carrinho do Noddy. Pelo meio tem a possibilidade de escolher jantes de 20 polegadas. Depois há o detalhe dos puxadores das portas recolherem para dentro da porta deixando a superfície lateral, totalmente lisa (são os mesmos puxadores do Range Rover Velar) tornando o desenho ainda mais interessante. A frente curta onde estão as rodas dianteiras e a traseira elevada com o oculo traseiro muito inclinado e farolins colocados em posição alta e o para brisas avançado, são detalhes absolutamente fantásticos. Enfim, um estilo delicioso que nos deixa a salivar. E ao vivo o carro é ainda mais giro!

Interior

8/10

Pontuação 8/10

Entrar no i-Pace pode deixar alguma desilusão, pois a Jaguar não quis seguir o caminho escolhido para o exterior, com um habitáculo mais convencional. Confesso que gosto mais assim que aquelas cenas futuristas da Tesla e de outras marcas. É verdade que este é o carro do futuro, mas não é preciso viajar na Eagle do Espaço 1999. Ainda assim, há muita coisa tecnológica dentro do i-Pace. Nomeadamente muita polegada em termos de superfície de ecrã, divididas por três monitores que controlam quase tudo. Felizmente que a Jaguar ainda deixou alguns botões. O ecrã no cimo da consola central é fabuloso, mas não está no topo pois acima dele estão as saídas do sistema de climatização. Abaixo do ecrã estão os comandos desse sistema divididos em comandos virtuais e físicos com um segundo ecrã de generosas dimensões. Destacar, desde já, os excelentes bancos Recaro, que nos oferecem um conforto e suporte fantásticos. A posição de condução é facilmente encontrada e o volante fica no local ideal.

Colocado o carro a trabalhar, perdão, ligado, os ecrãs fazem uma rotina silenciosa. Tudo muito modernaço e agradável á vista. Menos feliz é o sistema de info entretenimento, que já foi dos melhores e agora está a necessitar de uma renovação, pois é menos intuitivo que alguns rivais, algo lento e por via disso acabamos, na maior parte do tempo, a usar o sistema de navegação do nosso smartphone. Mais veloz e preciso, com o sistema da Jaguar a não reconhecer alguns locais e estradas. Onde não há absolutamente queixas é na habitabilidade, pois com o avanço das rodas para diante e a manutenção do banco traseiro onde costuma estar no F-Pace, há muito espaço para arrumar as pernas, reclamando a Jaguar que o bem maior Porsche Cayenne não faz melhor. Na bagageira há mais espaço que num Mercedes Classe C ou BMW Série 3 Touring, com 656 litros que podem chegar a 1453 litros com o banco traseiro rebatido. Enfim, o i-Pace é um carro com um interior espaçoso, com enorme qualidade, requinte e refinamento e uma belíssima bagageira.  

Equipamento

8/10

Pontuação 8/10

Há três níveis de equipamento, o do modelo de ensaio era o mais completo, o HSE. A pintura metalizada custa 1.074 euros, mas se quiser o seu i-Pace pintado com cores premium (Preto Faralion e Prata Silicon) terá de largar 2.320 euros. Pode ainda escolher um pacote exterior “Carbon Fibre Exterior Pack” que coloca no seu i-Pace frisos das portas, capas dos espelhos, alhetas inferiores à frente e difusor traseiro, em carbono, mais a grelha dianteira pintada de preto brilhante com moldura em fibra de carbono. Custa 3.815 euros. Se optar, apenas, pelos frisos em preto brilhante e a moldura da grelha com a mesma cor, então custa-lhe só 436 euros. As jantes de 22 polegadas custam entre 2.842 euros ou 3.980 euros, dependendo do desenho das mesmas. Há, também, uma ampla escolha de rodas de 20 polegadas (oferecida de série nesta versão) com preços entre os 568 e os 1.705 euros. O tejadilho panorâmico fixo custa 1.350 euros, pintá-lo de preto custa 685 euros e os vidros escurecidos atrás ficam por 488 euros, com as molduras pintadas de preto a custarem 316 euros. Forras os bancos em pele especial – de série são em pele – custa mais 1980 euros, forrar o tejadilho com camurça fica por 1.686 euros, mas se optar por um tecido negro, são apenas 316 euros. Se quiser o tablier com acabamento em alumínio e fibra de carbono, custa 1.528 euros, se for só em alumínio, fica por 316 euros, em madeira, 422 euros. Se desejar o volante aquecido, paga 263 euros e forrado em alcantara custa 506 euros. O “head up display” fica por 632 euros.

Depois há uma imensidão de pacotes que seria exaustivo aqui referenciar. Tudo o resto é oferecido de série e a lista é bem longa: espelhos aquecidos e com recolha elétrica, faróis traseiros LED, para brisas laminado e acústico, sensores de chuva e luz, lava faróis, ar condicionado automático, luzes de leitura traseiras em LED, porta copos, espaços para arrumação, proteções das embaladeiras com anagrama Jaguar, tração integral, ajuda ao arranque em declive, regeneração maximizada, suspensão passiva e sistema ASPC (All Surface Progress Control), ecrã interativo com o condutor, sistema de navegação, conectividade, controlo remoto, controlos por voz, jantes de liga leve de 20 polegadas, assistência à manutenção na faixa, monitor da condição do condutor, reconhecimento dos sinais de trânsito e limitador de velocidade adaptativo, enfim, uma lista recheada de equipamento que tenta justificar os 95 mil euros que esta versão HSE custa. Recordamos que o i-Pace S começa nos 81.787 euros, seguindo-se o SE cujo preço começa nos 89.920 euros e, finalmente, os 96.223 euros do HSE.

Consumos

/10

Pontuação 6/10

A Jaguar reclamava uma autonomia de 472 quilómetros, mas com os 19 km extra agora oferecidos, são 491 km agora oferecido. Na versão anterior, a matemática não batia certo: o i-Pace tem uma bateria de 90 kWh, mas para defesa das baterias, nunca a potência total de funcionamento é libertada, ficando disponíveis 84,7 kWh, mais watt menos kilowatt. Para fazer 472 quilómetros teria de ter um consumo abaixo dos 28,4 kWh, um valor que não sendo impossível só é alcançável se andarmos abaixo dos 70 km/h, sem ligar ar condicionado, sistema de info entretenimento, aquecimento, tudo o que seja alimentado eletricamente, incluindo as ajudas à condução.

E mesmo assim… Por isso, a autonomia real do Jaguar i-Pace andaria nos 320 km, pois na autoestrada acima dos 120 km/h, fará menos quilómetros. Isto já medido com o novo protocolo WLTP que, sim, é mais rígido e mais realístico que anteriormente, mas ainda tem várias falhas que impedem um maior realismo. Mas, o novo software melhorou esta situação e os 19 km a mais são reais e o i-Pace tem, agora, melhor autonomia. Os 380 quilómetros passam a ser alcançáveis, até porque a bateria tem nova definição térmica, nova gestão eletrónica e a regeneração da travagem está muito melhor, conseguindo regenerar mais energia a baixa velocidade. Até o indicador do painel de instrumentos está mais preciso e, agora sim, o i-Pace pode mesmo chegar aos 380 km de autonomia, estando homologado com 377 km, perfeitamente alcançáveis, o que não aconteceia anteriormente.

Ao Volante

8/10

Pontuação 8/10

Aqui não há mudanças: o Jaguar i-Pace é um foguete! O 0-100 km/h em 4,5 segundos não é treta e poder andar, em linha reta, tão depressa como um desportivo, é um excelente sinal. E atenção que este não é nenhuma versão especial ou feita pela divisão SVO da Jaguar Land Rover, mas sim uma variante normal do modelo elétrico. Claro está que estas “brincadeiras” se pagam em autonomia. O i-Pace é rápido, velocidade também não é problema, o refinamento do carro em qualquer situação impressiona e dei por mim a pensar que a Jaguar fez um carro “normal” que, por acaso, é elétrico. Falta a alavanca da caixa, as vibrações do motor, o barulho do escape ou o assobio do turbo, mas… não senti saudades de nada disso! O i-Pace passa por tudo com uma graciosidade e eficácia que me deixaram de boca aberta. Uma ultrapassagem? Basta carregar mais a fundo no pedal do acelerador e o Jaguar sai disparado como uma bala e num piscar de olhos está feita.

Mas o que mais impressiona é que o carro pesa mais de duas toneladas e quando chegamos à altura de enfrentar uma estrada sinuosa, não há nenhum temor. O Jaguar i-Pace mantém a frente colada ao chão, aproveitando ter um centro de gravidade bem mais baixo que o F-Pace e uma rigidez torsional que é a melhor de qualquer Jaguar. Claro que beneficiei da suspensão pneumática com amortecedores adaptativos que o modelo ensaiado tinha instalada (ver equipamento), mas a verdade é que o carro impressiona quando é atirado de curva para curva. A travagem é típica destes carros elétricos, ou seja, pedal esponjoso e dificuldade em dosear, algumas vezes, a força no pedal. Mas há melhorias tanto na capacidade de regeneração, como no doseamento do pedal, o que torna a travagem bem mais agradável. O i-Pace tem o modo de condução Dynamic, que adiciona peso à direção – sempre muito filtrada e sem sensibilidade, mas não poderia esperar outra coisa – e dá outra vida ao acelerador.

Mas utilize este modo apenas se tiver um bom carregador em casa ou o mapa dos carregadores. Porque ao contrário dos modos Comfort e Eco, o Dynamic sorve eletricidade com uma pressa impressionante. O carro fica com uma resposta absurdamente rápida, mas essa velocidades e rapidez são pagas em autonomia, com esta a desaparecer como gelo ao sol.

Motor

8/10

Pontuação 8/10

O Jaguar i-Pace tem dois motores, um em cada eixo, cada um com 200 CV e 348 Nm de binário. Combinados, oferecem 400 CV e 696 Nm e binário, valores que impressionam. Não há caixa de velocidades, apenas uma velocidade, e a tração é feita às quatro rodas devido a cada motor ocupar um eixo. A bateria é de 90 kWh.

Balanço Final

9/10

Pontuação 9/10

O “novo” Jaguar i-Pace continua a ser um dos melhores carros elétricos que já conduzi e com as alterações feitas na gestão da bateria, dos sistemas térmicos da bateria, na melhoria da gestão do binário nas quatro rodas, além das alterações na regeneração de energia na travagem, o i-Pace está mais fácil de utilizar e tem, agora, uma autonomia de respeito. Não serve a todos pelo preço final, mas este é um carro que faz frente a um Tesla, consegue ser mais barato com um equipamento completo, opões de personalização interessantes e performances de topo ao nível de um desportivo. Infelizmente continua a não tem o prazer de condução que um carro convencional oferece, pois não há caixa para mexer, não há barulho pata entusiasmar, enfim, a interação entre o condutor e o carro é limitada ao acelerar, virar o volante e travar. E como a maior dificuldade do i-Pace, a autonomia, desapareceu com os 380 km possíveis de alcançar, o Jaguar i-Pace  passa a ser dos melhores modelos elétricos do mercado. Pena que para ter um destes Jaguar seja preciso muito dinheiro… pelo menos “comme il faut”…

Concorrentes

Tesla Model X 100 D 673 CV; 967 Nm; 0-100 km/h em 5,0 seg,; 250 km/h; 119.900€

(Veja o ensaio AQUI e conheça todas as versões e motorizações AQUI)

Ficha Técnica

Motor

Tipo: elétrico

Potência máxima (CV/rpm): 400 (200 + 200)

Binário máximo (Nm/rpm): 696 (348 + 348)

Transmissão: integral com transmissão de mudança única

Direção: Pinhão e cremalheira assistida eletricamente

Suspensão (ft/tr): duplo triângulo/multibraços independente

Travões (fr/tr): Discos ventilados/Discos ventilados

Prestações e consumos

Aceleração 0-100 km/h (s): 4,8

Velocidade máxima (km/h): 200

Consumos (kWh/100 km): 22

Autonomia (km): 491

Dimensões e pesos

Comprimento/Largura/Altura (mm): 4682/1890/1565

Distância entre eixos (mm): 2990

Largura de vias (fr/tr mm): 1643/1663

Peso (kg): 2133

Capacidade da bagageira (l): 656 / 1453

Bateria (kW): 90 kWh Pneus (fr/tr): 265/35 R22

Mais/Menos


Mais

Aceleração, espaço interior, bagageira, estilo    

Menos

Autonomia otimista, preço

Preços


Preço da versão ensaiada (Euros): 112560€

Preço da versão base (Euros): 9622€

Exterior
Interior
Equipamento
Consumos
Ao volante
Concorrentes
Motor
Balanço final
Ficha técnica

Exterior

Pontuação 8/10

O iPace tem mesmo muito bom aspeto. Replicando as formas dos SUV da casa britânica (o E-Pace e o F-Pace) tem um toque próprio com uma linha de cintura muito alta, uma superfície vidrada estreita e ondulante, jantes de 22 polegadas que preenchem de forma perfeita as cavas das rodas e dão um aspeto musculado ao i-Pace. O carro de série não tem estas jantes, mas sim unidades de 18 polegadas que parecem as rodas do carrinho do Noddy. Pelo meio tem a possibilidade de escolher jantes de 20 polegadas. Depois há o detalhe dos puxadores das portas recolherem para dentro da porta deixando a superfície lateral, totalmente lisa (são os mesmos puxadores do Range Rover Velar) tornando o desenho ainda mais interessante. A frente curta onde estão as rodas dianteiras e a traseira elevada com o oculo traseiro muito inclinado e farolins colocados em posição alta e o para brisas avançado, são detalhes absolutamente fantásticos. Enfim, um estilo delicioso que nos deixa a salivar. E ao vivo o carro é ainda mais giro!

Interior

Pontuação 8/10

Entrar no i-Pace pode deixar alguma desilusão, pois a Jaguar não quis seguir o caminho escolhido para o exterior, com um habitáculo mais convencional. Confesso que gosto mais assim que aquelas cenas futuristas da Tesla e de outras marcas. É verdade que este é o carro do futuro, mas não é preciso viajar na Eagle do Espaço 1999. Ainda assim, há muita coisa tecnológica dentro do i-Pace. Nomeadamente muita polegada em termos de superfície de ecrã, divididas por três monitores que controlam quase tudo. Felizmente que a Jaguar ainda deixou alguns botões. O ecrã no cimo da consola central é fabuloso, mas não está no topo pois acima dele estão as saídas do sistema de climatização. Abaixo do ecrã estão os comandos desse sistema divididos em comandos virtuais e físicos com um segundo ecrã de generosas dimensões. Destacar, desde já, os excelentes bancos Recaro, que nos oferecem um conforto e suporte fantásticos. A posição de condução é facilmente encontrada e o volante fica no local ideal.

Colocado o carro a trabalhar, perdão, ligado, os ecrãs fazem uma rotina silenciosa. Tudo muito modernaço e agradável á vista. Menos feliz é o sistema de info entretenimento, que já foi dos melhores e agora está a necessitar de uma renovação, pois é menos intuitivo que alguns rivais, algo lento e por via disso acabamos, na maior parte do tempo, a usar o sistema de navegação do nosso smartphone. Mais veloz e preciso, com o sistema da Jaguar a não reconhecer alguns locais e estradas. Onde não há absolutamente queixas é na habitabilidade, pois com o avanço das rodas para diante e a manutenção do banco traseiro onde costuma estar no F-Pace, há muito espaço para arrumar as pernas, reclamando a Jaguar que o bem maior Porsche Cayenne não faz melhor. Na bagageira há mais espaço que num Mercedes Classe C ou BMW Série 3 Touring, com 656 litros que podem chegar a 1453 litros com o banco traseiro rebatido. Enfim, o i-Pace é um carro com um interior espaçoso, com enorme qualidade, requinte e refinamento e uma belíssima bagageira.  

Equipamento

Pontuação 8/10

Há três níveis de equipamento, o do modelo de ensaio era o mais completo, o HSE. A pintura metalizada custa 1.074 euros, mas se quiser o seu i-Pace pintado com cores premium (Preto Faralion e Prata Silicon) terá de largar 2.320 euros. Pode ainda escolher um pacote exterior “Carbon Fibre Exterior Pack” que coloca no seu i-Pace frisos das portas, capas dos espelhos, alhetas inferiores à frente e difusor traseiro, em carbono, mais a grelha dianteira pintada de preto brilhante com moldura em fibra de carbono. Custa 3.815 euros. Se optar, apenas, pelos frisos em preto brilhante e a moldura da grelha com a mesma cor, então custa-lhe só 436 euros. As jantes de 22 polegadas custam entre 2.842 euros ou 3.980 euros, dependendo do desenho das mesmas. Há, também, uma ampla escolha de rodas de 20 polegadas (oferecida de série nesta versão) com preços entre os 568 e os 1.705 euros. O tejadilho panorâmico fixo custa 1.350 euros, pintá-lo de preto custa 685 euros e os vidros escurecidos atrás ficam por 488 euros, com as molduras pintadas de preto a custarem 316 euros. Forras os bancos em pele especial – de série são em pele – custa mais 1980 euros, forrar o tejadilho com camurça fica por 1.686 euros, mas se optar por um tecido negro, são apenas 316 euros. Se quiser o tablier com acabamento em alumínio e fibra de carbono, custa 1.528 euros, se for só em alumínio, fica por 316 euros, em madeira, 422 euros. Se desejar o volante aquecido, paga 263 euros e forrado em alcantara custa 506 euros. O “head up display” fica por 632 euros.

Depois há uma imensidão de pacotes que seria exaustivo aqui referenciar. Tudo o resto é oferecido de série e a lista é bem longa: espelhos aquecidos e com recolha elétrica, faróis traseiros LED, para brisas laminado e acústico, sensores de chuva e luz, lava faróis, ar condicionado automático, luzes de leitura traseiras em LED, porta copos, espaços para arrumação, proteções das embaladeiras com anagrama Jaguar, tração integral, ajuda ao arranque em declive, regeneração maximizada, suspensão passiva e sistema ASPC (All Surface Progress Control), ecrã interativo com o condutor, sistema de navegação, conectividade, controlo remoto, controlos por voz, jantes de liga leve de 20 polegadas, assistência à manutenção na faixa, monitor da condição do condutor, reconhecimento dos sinais de trânsito e limitador de velocidade adaptativo, enfim, uma lista recheada de equipamento que tenta justificar os 95 mil euros que esta versão HSE custa. Recordamos que o i-Pace S começa nos 81.787 euros, seguindo-se o SE cujo preço começa nos 89.920 euros e, finalmente, os 96.223 euros do HSE.

Consumos

Pontuação 6/10

A Jaguar reclamava uma autonomia de 472 quilómetros, mas com os 19 km extra agora oferecidos, são 491 km agora oferecido. Na versão anterior, a matemática não batia certo: o i-Pace tem uma bateria de 90 kWh, mas para defesa das baterias, nunca a potência total de funcionamento é libertada, ficando disponíveis 84,7 kWh, mais watt menos kilowatt. Para fazer 472 quilómetros teria de ter um consumo abaixo dos 28,4 kWh, um valor que não sendo impossível só é alcançável se andarmos abaixo dos 70 km/h, sem ligar ar condicionado, sistema de info entretenimento, aquecimento, tudo o que seja alimentado eletricamente, incluindo as ajudas à condução.

E mesmo assim… Por isso, a autonomia real do Jaguar i-Pace andaria nos 320 km, pois na autoestrada acima dos 120 km/h, fará menos quilómetros. Isto já medido com o novo protocolo WLTP que, sim, é mais rígido e mais realístico que anteriormente, mas ainda tem várias falhas que impedem um maior realismo. Mas, o novo software melhorou esta situação e os 19 km a mais são reais e o i-Pace tem, agora, melhor autonomia. Os 380 quilómetros passam a ser alcançáveis, até porque a bateria tem nova definição térmica, nova gestão eletrónica e a regeneração da travagem está muito melhor, conseguindo regenerar mais energia a baixa velocidade. Até o indicador do painel de instrumentos está mais preciso e, agora sim, o i-Pace pode mesmo chegar aos 380 km de autonomia, estando homologado com 377 km, perfeitamente alcançáveis, o que não aconteceia anteriormente.

Ao volante

Pontuação 8/10

Aqui não há mudanças: o Jaguar i-Pace é um foguete! O 0-100 km/h em 4,5 segundos não é treta e poder andar, em linha reta, tão depressa como um desportivo, é um excelente sinal. E atenção que este não é nenhuma versão especial ou feita pela divisão SVO da Jaguar Land Rover, mas sim uma variante normal do modelo elétrico. Claro está que estas “brincadeiras” se pagam em autonomia. O i-Pace é rápido, velocidade também não é problema, o refinamento do carro em qualquer situação impressiona e dei por mim a pensar que a Jaguar fez um carro “normal” que, por acaso, é elétrico. Falta a alavanca da caixa, as vibrações do motor, o barulho do escape ou o assobio do turbo, mas… não senti saudades de nada disso! O i-Pace passa por tudo com uma graciosidade e eficácia que me deixaram de boca aberta. Uma ultrapassagem? Basta carregar mais a fundo no pedal do acelerador e o Jaguar sai disparado como uma bala e num piscar de olhos está feita.

Mas o que mais impressiona é que o carro pesa mais de duas toneladas e quando chegamos à altura de enfrentar uma estrada sinuosa, não há nenhum temor. O Jaguar i-Pace mantém a frente colada ao chão, aproveitando ter um centro de gravidade bem mais baixo que o F-Pace e uma rigidez torsional que é a melhor de qualquer Jaguar. Claro que beneficiei da suspensão pneumática com amortecedores adaptativos que o modelo ensaiado tinha instalada (ver equipamento), mas a verdade é que o carro impressiona quando é atirado de curva para curva. A travagem é típica destes carros elétricos, ou seja, pedal esponjoso e dificuldade em dosear, algumas vezes, a força no pedal. Mas há melhorias tanto na capacidade de regeneração, como no doseamento do pedal, o que torna a travagem bem mais agradável. O i-Pace tem o modo de condução Dynamic, que adiciona peso à direção – sempre muito filtrada e sem sensibilidade, mas não poderia esperar outra coisa – e dá outra vida ao acelerador.

Mas utilize este modo apenas se tiver um bom carregador em casa ou o mapa dos carregadores. Porque ao contrário dos modos Comfort e Eco, o Dynamic sorve eletricidade com uma pressa impressionante. O carro fica com uma resposta absurdamente rápida, mas essa velocidades e rapidez são pagas em autonomia, com esta a desaparecer como gelo ao sol.

Concorrentes

Tesla Model X 100 D 673 CV; 967 Nm; 0-100 km/h em 5,0 seg,; 250 km/h; 119.900€

(Veja o ensaio AQUI e conheça todas as versões e motorizações AQUI)

Motor

Pontuação 8/10

O Jaguar i-Pace tem dois motores, um em cada eixo, cada um com 200 CV e 348 Nm de binário. Combinados, oferecem 400 CV e 696 Nm e binário, valores que impressionam. Não há caixa de velocidades, apenas uma velocidade, e a tração é feita às quatro rodas devido a cada motor ocupar um eixo. A bateria é de 90 kWh.

Balanço final

Pontuação 9/10

O “novo” Jaguar i-Pace continua a ser um dos melhores carros elétricos que já conduzi e com as alterações feitas na gestão da bateria, dos sistemas térmicos da bateria, na melhoria da gestão do binário nas quatro rodas, além das alterações na regeneração de energia na travagem, o i-Pace está mais fácil de utilizar e tem, agora, uma autonomia de respeito. Não serve a todos pelo preço final, mas este é um carro que faz frente a um Tesla, consegue ser mais barato com um equipamento completo, opões de personalização interessantes e performances de topo ao nível de um desportivo. Infelizmente continua a não tem o prazer de condução que um carro convencional oferece, pois não há caixa para mexer, não há barulho pata entusiasmar, enfim, a interação entre o condutor e o carro é limitada ao acelerar, virar o volante e travar. E como a maior dificuldade do i-Pace, a autonomia, desapareceu com os 380 km possíveis de alcançar, o Jaguar i-Pace  passa a ser dos melhores modelos elétricos do mercado. Pena que para ter um destes Jaguar seja preciso muito dinheiro… pelo menos “comme il faut”…

Mais

Aceleração, espaço interior, bagageira, estilo    

Menos

Autonomia otimista, preço

Ficha técnica

Motor

Tipo: elétrico

Potência máxima (CV/rpm): 400 (200 + 200)

Binário máximo (Nm/rpm): 696 (348 + 348)

Transmissão: integral com transmissão de mudança única

Direção: Pinhão e cremalheira assistida eletricamente

Suspensão (ft/tr): duplo triângulo/multibraços independente

Travões (fr/tr): Discos ventilados/Discos ventilados

Prestações e consumos

Aceleração 0-100 km/h (s): 4,8

Velocidade máxima (km/h): 200

Consumos (kWh/100 km): 22

Autonomia (km): 491

Dimensões e pesos

Comprimento/Largura/Altura (mm): 4682/1890/1565

Distância entre eixos (mm): 2990

Largura de vias (fr/tr mm): 1643/1663

Peso (kg): 2133

Capacidade da bagageira (l): 656 / 1453

Bateria (kW): 90 kWh Pneus (fr/tr): 265/35 R22

Preço da versão ensaiada (Euros): 112560€
Preço da versão base (Euros): 9622€