Mercedes-Benz EQS 450+ – Ensaio Teste

By on 4 Fevereiro, 2022

Compêndio de tecnologia

A chegada do Mercedes-Benz EQS ao mercado representa o explorar de um novo mundo, dentro da recém-criada família de automóveis totalmente elétricos da marca de Estugarda. A letra S na designação indica o patamar mais luxuoso e a autonomia anunciada acima dos 700 quilómetros da versão base deste modelo elimina qualquer tipo de ansiedade relacionada com os carregamentos.

Texto: André Mendes


Mais:

– Autonomia
– Conforto
– Tecnologia

Menos:

– Estética pouco emotiva

Exterior

7/10

A nova gama de modelos elétricos da Mercedes-Benz apostou numa grelha de tom negro e numa estética arrojada, mas onde nos parece sempre faltar qualquer coisa. Mais ainda quando se trata de um Mercedes com um S na designação, que até já inclui a linha AMG para o exterior. Ainda assim, o visual mais tecnológico e moderno está sempre presente, numa versão mais atualizada da imagem e dos traços que já conhecemos e em detalhes como as jantes da AMG de 21 polegadas preparadas para uma melhor eficácia aerodinâmica. As linhas a atirar para o formato de Coupé deixam o EQS mais elegante, disfarçando os seus mais de 5,2 metros de comprimento, mas o cinzento prata da unidade ensaiada também acaba por não ajudar na originalidade.

Interior

9/10

Desde o primeiro momento em que olhamos para o habitáculo do EQS que nos sentimos parte de um vídeo digno de um YouTuber de tecnologia, especialmente de noite. Os monitores são enorme e cobrem quase na totalidade a zona frontal do tablier e a iluminação ambiente permite-nos escolher o tom que mais desejamos.

Para encontrar a melhor posição de condução, basta selecionar a nossa altura e deixar que o assento se regule automaticamente, mas se não gostar do resultado, como foi o caso, é possível usar os comandos táteis existentes na porta e memorizar a posição desejada. O facto dos comandos não se mexerem e serem apenas táteis requerem alguma habituação, mas apenas isso. Depois de tudo regulado, a posição de condução é muito boa e o patamar de conforto e silêncio a bordo são excelentes. E em termos de espaço, quem viaja nos lugares traseiros até consegue traçar a perna, enquanto lê um jornal à boa maneira antiga, ainda que a ligação à internet o permita fazer usado apenas um tablet. Os mais novos, no entanto, querem mesmo é que a viagem acabe para virem até aos lugares da frente e usarem os jogos que fazem parte do sistema.

A qualidade dos materiais está no topo da oferta da Mercedes-Benz, excetuando, talvez, as versões Maybach ou as opções mais luxuosas do Classe. Afinal, este EQS 450+ é “apenas” a versão de entrada na gama. Além dos materiais, é também neste modelo que encontramos as ideias mais recentes da marca em termos de comandos, detalhes e tantos outros pormenores que poderíamos passar horas a descobrir ainda antes de arrancar.

Equipamento

8/10

Tal como já referimos, esta é “apenas” a versão de entrada na gama EQS, ainda que o seu conteúdo em termos de equipamento já seja bastante completo e digno de um topo de gama. Ainda assim, a lista de opcionais é ainda mais extensa e inclui diversas páginas de novos equipamentos que podemos escolher. No caso da unidade ensaiada, destacamos o hyper screen, que completa o visual tecnológico com todos os monitores existentes no tablier e ainda acrescenta o scanner de impressões digitais, mas também o sistema de navegação com mapas em 3D e realidade aumentada com imagens em tempo real do que se passa à nossa volta e o incrível sistema de som desenvolvido pela Burmester para este modelo. Estranho, é a ausência do fecho suave das portas quando estas ficam mal fechadas, algo que devia existir de série em todos os EQS.

Consumos

6/10

A versão base da gama EQS é também a que apresenta os melhores valores em termos de autonomia. E de facto, iniciar a condução com um modelo totalmente que nos mostra mais de 700 quilómetros de autonomia na instrumentação, faz mesmo com que nos deixemos de preocupar com carregamentos e afins. Ainda assim, e com uma utilização essencialmente citadina, as médias de consumo ficaram quase sempre em torno dos 24 kWh/100 km. Numa pequena deslocação de autoestrada, o valor ficou ligeiramente acima dos 20 kWh, mas acreditamos que, com um pouco mais de cuidado com o pedal do lado direito, fosse possível passar para baixo desta fasquia. Até porque o valor máximo indicado pela marca é de 19,8 kWh/100 km.

Ao Volante

8/10

A elegância interior do EQS faz-nos apreciar mais o seu lado confortável e sereno. Circular pela cidade deixa-nos num mundo diferente e mais protegido do que se passa lá fora, sendo apenas necessário ter algum cuidado com os mais de 5,2 metros de comprimento e os quase dois de largura. Não porque seja difícil de manobrar, nisso, o sistema de quatro rodas direcionais dá uma ajuda preciosa, mas apenas pelo espaço que o EQS ocupa. A suspensão pneumática deixa-nos a flutuar pelos pisos mais complicados e as viagens de autoestrada apenas pecam pelo facto de o silêncio nos deixar ouvir mais os ruídos aerodinâmicos normais, mas que estamos habituados a nem dar por eles.

Dinamicamente, esta versão de tração traseira está obviamente muito controlada, uma vez que o seu propósito não é devorar uma estrada de montanha num curto espaço de tempo. No entanto, se provocados, os 333 cavalos do motor elétrico já permitem alguns momentos mais divertidos, mesmo com uma eletrónica impiedosa, que não tolera qualquer abuso e com as cerca de 2,5 toneladas de todo este elegante conjunto. A aceleração dos 0 aos 100 km/h faz-se em 6,2 segundos e a velocidade máxima é de 210 km/h, mas o melhor mesmo é a capacidade que o EQS tem de nos levar pelo meio de uma fila de trânsito sem termos de fazer praticamente nada na direção nem nos pedais. Trata de tudo automaticamente e só precisa de saber se não adormecemos ao volante, por causa da legislação em vigor. Caso contrário, acho que só parava em casa.

Motor

8/10

Concebido para ser um automóvel de topo alimentado exclusivamente por eletricidade, a versão EQS 450+ representa a base da gama ao incluir uma motorização com 333 cavalos de potência e 568Nm de binário, disponibilizados de uma forma quase instantânea no eixo posterior e que é ainda mais percetível quando circulamos com o modo de condução mais desportivo ativo. A autonomia capaz de chegar aos 728 quilómetros é das melhores neste momento, mas a necessidade de energia para alimentar este sistema não pode depender apenas de uma convencional tomada doméstica, sob pena de precisar de mais do que um fim-de-semana para a carregar.

Se o valor de potência não soar da melhor forma e se os 333 cavalos de potência não forem suficientes, a Mercedes ainda conta com uma versão do EQS com 523 cavalos e uma outra, que inclui uma ajuda da AMG para conseguir uns muito interessantes 658 cavalos de potência.

Balanço Final

8/10

O novo EQS representa um enorme avanço tecnológico e quase uma forma diferente de usarmos um automóvel, desde o momento em que nos recebe com os puxadores das portas escamoteáveis e iluminados até aos préstimos da assistente virtual com que até nos apetece conversar. O preço base acima dos 120 mil euros já nem parece totalmente obsceno nos dias que correm, nem sequer os 140 mil da unidade ensaiada com os todos os opcionais somados. Mas o novo EQS precisava de um visual mais imponente e elitista, do género do que estamos habituados a ver num modelo da Mercedes-Benz que inclua um S na sua designação. É que pelo mesmo valor, há outras opções bem mais emotivas.

Concorrentes

Audi e-tron GT quattro – Motor: Elétrico; 476 cv e 640 Nm de binário; Autonomia: 488 km; 0-100 km/h: 4,1 seg.; Velocidade máx: 245 km/h; Consumo combinado: 21,6 – 19,9 kWh/100 km; Preço: 108.193 €

Porsche Taycan 4S – Motor: Elétrico; 530 cv e 640 Nm de binário; Autonomia: 408 km; 0-100 km/h: 4,0 seg.; Velocidade máx: 250 km/h; Consumo combinado: 22,9 – 19,1 kWh/100 km; Preço: 110.866 €

Ficha Técnica

Motor
Tipo: Elétrico síncrono permanente
Cilindrada (cm3): n.d.
Potência máxima (CV/rpm): 333/n.d.
Binário máximo (Nm/rpm): 568/n.d.
Tração: Traseira
Transmissão: Automática
Direção: Pinhão e cremalheira, assistida eletricamente com quatro rodas direcionais;
Suspensão (ft/tr): Pneumática, independente, multibraços;
Travões (fr/tr): discos ventilados / discos ventilados

Prestações e consumos
Aceleração 0-100 km/h (s): 6,2
Velocidade máxima (km/h): 210
Consumos misto (kWh/100 km): 19,8-15,8
Emissões CO2 (gr/km): 0

Dimensões e pesos
Comprimento/Largura/Altura (mm): 5.216/1.926/1.512
Distância entre eixos (mm): 3.210
Largura de vias (fr/tr mm): 1.667/1.682
Peso (kg): 2.480
Carga útil (kg): 545
Deposito de combustível (l): n.d.
Pneus (fr/tr): 235/55 R19

Preço da versão ensaiada (Euros): 139.999 €
Preço da versão base (Euros):
122.650 €

Mais/Menos


Mais

– Autonomia
– Conforto
– Tecnologia

Menos

– Estética pouco emotiva

Preços


Preço da versão ensaiada (Euros): 139.999€

Preço da versão base (Euros): 122.650€

Exterior
Interior
Equipamento
Consumos
Ao volante
Concorrentes
Motor
Balanço final
Ficha técnica

Exterior

A nova gama de modelos elétricos da Mercedes-Benz apostou numa grelha de tom negro e numa estética arrojada, mas onde nos parece sempre faltar qualquer coisa. Mais ainda quando se trata de um Mercedes com um S na designação, que até já inclui a linha AMG para o exterior. Ainda assim, o visual mais tecnológico e moderno está sempre presente, numa versão mais atualizada da imagem e dos traços que já conhecemos e em detalhes como as jantes da AMG de 21 polegadas preparadas para uma melhor eficácia aerodinâmica. As linhas a atirar para o formato de Coupé deixam o EQS mais elegante, disfarçando os seus mais de 5,2 metros de comprimento, mas o cinzento prata da unidade ensaiada também acaba por não ajudar na originalidade.

Interior

Desde o primeiro momento em que olhamos para o habitáculo do EQS que nos sentimos parte de um vídeo digno de um YouTuber de tecnologia, especialmente de noite. Os monitores são enorme e cobrem quase na totalidade a zona frontal do tablier e a iluminação ambiente permite-nos escolher o tom que mais desejamos.

Para encontrar a melhor posição de condução, basta selecionar a nossa altura e deixar que o assento se regule automaticamente, mas se não gostar do resultado, como foi o caso, é possível usar os comandos táteis existentes na porta e memorizar a posição desejada. O facto dos comandos não se mexerem e serem apenas táteis requerem alguma habituação, mas apenas isso. Depois de tudo regulado, a posição de condução é muito boa e o patamar de conforto e silêncio a bordo são excelentes. E em termos de espaço, quem viaja nos lugares traseiros até consegue traçar a perna, enquanto lê um jornal à boa maneira antiga, ainda que a ligação à internet o permita fazer usado apenas um tablet. Os mais novos, no entanto, querem mesmo é que a viagem acabe para virem até aos lugares da frente e usarem os jogos que fazem parte do sistema.

A qualidade dos materiais está no topo da oferta da Mercedes-Benz, excetuando, talvez, as versões Maybach ou as opções mais luxuosas do Classe. Afinal, este EQS 450+ é “apenas” a versão de entrada na gama. Além dos materiais, é também neste modelo que encontramos as ideias mais recentes da marca em termos de comandos, detalhes e tantos outros pormenores que poderíamos passar horas a descobrir ainda antes de arrancar.

Equipamento

Tal como já referimos, esta é “apenas” a versão de entrada na gama EQS, ainda que o seu conteúdo em termos de equipamento já seja bastante completo e digno de um topo de gama. Ainda assim, a lista de opcionais é ainda mais extensa e inclui diversas páginas de novos equipamentos que podemos escolher. No caso da unidade ensaiada, destacamos o hyper screen, que completa o visual tecnológico com todos os monitores existentes no tablier e ainda acrescenta o scanner de impressões digitais, mas também o sistema de navegação com mapas em 3D e realidade aumentada com imagens em tempo real do que se passa à nossa volta e o incrível sistema de som desenvolvido pela Burmester para este modelo. Estranho, é a ausência do fecho suave das portas quando estas ficam mal fechadas, algo que devia existir de série em todos os EQS.

Consumos

A versão base da gama EQS é também a que apresenta os melhores valores em termos de autonomia. E de facto, iniciar a condução com um modelo totalmente que nos mostra mais de 700 quilómetros de autonomia na instrumentação, faz mesmo com que nos deixemos de preocupar com carregamentos e afins. Ainda assim, e com uma utilização essencialmente citadina, as médias de consumo ficaram quase sempre em torno dos 24 kWh/100 km. Numa pequena deslocação de autoestrada, o valor ficou ligeiramente acima dos 20 kWh, mas acreditamos que, com um pouco mais de cuidado com o pedal do lado direito, fosse possível passar para baixo desta fasquia. Até porque o valor máximo indicado pela marca é de 19,8 kWh/100 km.

Ao volante

A elegância interior do EQS faz-nos apreciar mais o seu lado confortável e sereno. Circular pela cidade deixa-nos num mundo diferente e mais protegido do que se passa lá fora, sendo apenas necessário ter algum cuidado com os mais de 5,2 metros de comprimento e os quase dois de largura. Não porque seja difícil de manobrar, nisso, o sistema de quatro rodas direcionais dá uma ajuda preciosa, mas apenas pelo espaço que o EQS ocupa. A suspensão pneumática deixa-nos a flutuar pelos pisos mais complicados e as viagens de autoestrada apenas pecam pelo facto de o silêncio nos deixar ouvir mais os ruídos aerodinâmicos normais, mas que estamos habituados a nem dar por eles.

Dinamicamente, esta versão de tração traseira está obviamente muito controlada, uma vez que o seu propósito não é devorar uma estrada de montanha num curto espaço de tempo. No entanto, se provocados, os 333 cavalos do motor elétrico já permitem alguns momentos mais divertidos, mesmo com uma eletrónica impiedosa, que não tolera qualquer abuso e com as cerca de 2,5 toneladas de todo este elegante conjunto. A aceleração dos 0 aos 100 km/h faz-se em 6,2 segundos e a velocidade máxima é de 210 km/h, mas o melhor mesmo é a capacidade que o EQS tem de nos levar pelo meio de uma fila de trânsito sem termos de fazer praticamente nada na direção nem nos pedais. Trata de tudo automaticamente e só precisa de saber se não adormecemos ao volante, por causa da legislação em vigor. Caso contrário, acho que só parava em casa.

Concorrentes

Audi e-tron GT quattro – Motor: Elétrico; 476 cv e 640 Nm de binário; Autonomia: 488 km; 0-100 km/h: 4,1 seg.; Velocidade máx: 245 km/h; Consumo combinado: 21,6 – 19,9 kWh/100 km; Preço: 108.193 €

Porsche Taycan 4S – Motor: Elétrico; 530 cv e 640 Nm de binário; Autonomia: 408 km; 0-100 km/h: 4,0 seg.; Velocidade máx: 250 km/h; Consumo combinado: 22,9 – 19,1 kWh/100 km; Preço: 110.866 €

Motor

Concebido para ser um automóvel de topo alimentado exclusivamente por eletricidade, a versão EQS 450+ representa a base da gama ao incluir uma motorização com 333 cavalos de potência e 568Nm de binário, disponibilizados de uma forma quase instantânea no eixo posterior e que é ainda mais percetível quando circulamos com o modo de condução mais desportivo ativo. A autonomia capaz de chegar aos 728 quilómetros é das melhores neste momento, mas a necessidade de energia para alimentar este sistema não pode depender apenas de uma convencional tomada doméstica, sob pena de precisar de mais do que um fim-de-semana para a carregar.

Se o valor de potência não soar da melhor forma e se os 333 cavalos de potência não forem suficientes, a Mercedes ainda conta com uma versão do EQS com 523 cavalos e uma outra, que inclui uma ajuda da AMG para conseguir uns muito interessantes 658 cavalos de potência.

Balanço final

O novo EQS representa um enorme avanço tecnológico e quase uma forma diferente de usarmos um automóvel, desde o momento em que nos recebe com os puxadores das portas escamoteáveis e iluminados até aos préstimos da assistente virtual com que até nos apetece conversar. O preço base acima dos 120 mil euros já nem parece totalmente obsceno nos dias que correm, nem sequer os 140 mil da unidade ensaiada com os todos os opcionais somados. Mas o novo EQS precisava de um visual mais imponente e elitista, do género do que estamos habituados a ver num modelo da Mercedes-Benz que inclua um S na sua designação. É que pelo mesmo valor, há outras opções bem mais emotivas.

Mais

– Autonomia
– Conforto
– Tecnologia

Menos

– Estética pouco emotiva

Ficha técnica

Motor
Tipo: Elétrico síncrono permanente
Cilindrada (cm3): n.d.
Potência máxima (CV/rpm): 333/n.d.
Binário máximo (Nm/rpm): 568/n.d.
Tração: Traseira
Transmissão: Automática
Direção: Pinhão e cremalheira, assistida eletricamente com quatro rodas direcionais;
Suspensão (ft/tr): Pneumática, independente, multibraços;
Travões (fr/tr): discos ventilados / discos ventilados

Prestações e consumos
Aceleração 0-100 km/h (s): 6,2
Velocidade máxima (km/h): 210
Consumos misto (kWh/100 km): 19,8-15,8
Emissões CO2 (gr/km): 0

Dimensões e pesos
Comprimento/Largura/Altura (mm): 5.216/1.926/1.512
Distância entre eixos (mm): 3.210
Largura de vias (fr/tr mm): 1.667/1.682
Peso (kg): 2.480
Carga útil (kg): 545
Deposito de combustível (l): n.d.
Pneus (fr/tr): 235/55 R19

Preço da versão ensaiada (Euros): 139.999 €
Preço da versão base (Euros):
122.650 €

Preço da versão ensaiada (Euros): 139.999€
Preço da versão base (Euros): 122.650€