Polestar 2 Long Range Single Motor – Ensaio Teste

By on 3 Agosto, 2022

Seguir a estrela do Norte

Algumas decisões internas fizeram com que a Polestar cortasse o cordão umbilical da Volvo, tornando-se numa nova marca independente, que ambiciona ser premium e apenas com veículos elétricos disponíveis na sua gama. O Polestar2 foi o primeiro a chegar a Portugal. Na versão Long Range, mas apenas com uma motorização elétrica de 231 cavalos, o Polestar2 que conduzimos para este ensaio anuncia uma autonomia máxima de 551 quilómetros, mas também uma imagem mais irreverente e sofisticada. A curiosidade era grande, temos de confessar.

Texto: André Mendes


Mais:

– Estética;
– Sistema de som;
– Comportamento dinâmico;

Menos:

– Consumo de energia;
– Espaço em altura;
– Alguns materiais;

Exterior

7/10

Não é preciso muito para perceber as ligações à Volvo, principalmente depois de termos conduzido o C40 Recharge há relativamente pouco tempo. Mas a o Polestar2 tem mesmo algo de diferente. Sim, as óticas dianteiras também têm o desenho inspirado no martelo de Thor e há inúmeros componentes no habitáculo que também são herdados da sua congénere. No entanto, mas no Polestar2 há algo que nos cativa justamente por ser diferente, ainda que não saibamos explicar ao certo o que é. A não obrigatoriedade de ter de seguir linhas que se aproximam de uma imagem de família podem ser uma das razões, até porque a carroçaria do Polestar2 tem traços mais retos e marcantes, o que também acontece com o sistema de iluminação traseira, que quase parece uma moldura horizontal para o logo da marca e que nem dispensa uma pequena coreografia quando trancamos ou destrancamos o carro. E depois, há também um porte de SUV, com uma linha mais desportiva, mas com uma altura total que nem chega ao metro e meio. O elemento mais diferenciador entre versões, no entanto, é o autocolante existente na lateral das portas dianteiras e que nos indicam a presença de um automóvel totalmente elétrico, o tamanho da bateria e a potência do motor. Mas… é apenas um autocolante. É um detalhe original, mas que merecia uma solução mais elaborada.

Interior

6/10

A bordo, mais uma vez, as semelhanças também são mais do que óbvias, ainda que isso esteja longe de ser uma coisa má. Os mais recentes modelos da Volvo têm uma imagem moderna, que espelha da melhor forma o rigor nórdico e um ambiente mais minimalista, o que é também sentido a bordo do Polestar2, ainda que, com uma imagem mais jovem, dinâmica e tecnológica, com materiais diferentes e detalhes que o C40 não tinha, tais com a Estrela do Norte, ou Estrela Polar (Polestar), mesmo por cima da nossa cabeça, refletida na zona frontal do teto panorâmico em vidro. De resto, há materiais de boa qualidade, ainda que sempre num tom mais escuro com a especificação Charcoal da unidade ensaiada, sendo que alguns têm a desvantagem de se sujar facilmente devido à sua rugosidade. Em termos de espaço, o habitáculo do Polestar2 também segue as pisadas do Volvo C40 Recharge, havendo boas medidas para as pernas, nos lugares da frente e nos traseiros, um pouco menos nas medidas da largura e bem à justa no que diz respeito à altura do habitáculo, ainda que, a altura do piso seja correta e não nos obrigue a ficar com os joelhos numa posição demasiado elevada, tal como é habitáculo nos modelos que incluem os conjuntos de baterias por baixo do piso. E lá mais atrás, ainda está presente uma generosa bagageira com 405 litros de capacidade. Na parte da frente, por baixo do capot, há outra, mas com uma volumetria que é mais indicada para guardar os cabos de carregamento.

Equipamento

8/10

Um painel de instrumentos totalmente digital e um monitor central colocado na vertical e que usa um sistema operativo Android para conseguirmos instalar aplicações e explorar funcionalidades a que já estamos habituados, é praticamente tudo o que precisamos nos dias que correm, mas o Polestar2 ainda conta com um sistema de som desenvolvido pela Harman Kardon e que usa a própria estrutura do carro para conseguir intensificar os graves das nossas playlists preferidas, algo que faz mesmo muito bem e que nos deliciou ao longo dos dias em que andámos com o Polestar2. A vantagem da ligação permanente à internet traz vantagens como uma que experienciámos quase sem querer. Ainda antes de arrancar, procurámos configurar a ligação Apple CarPlay, mas não conseguimos. Depois de percorrer todos os menus e atalhos, simplesmente não descobrimos uma forma de o fazer. Mas no dia seguinte, assim que ligámos o carro, a atualização estava disponível e bastou ligar o cabo para que tudo ficasse configurado à primeira. Bem, efetivamente, à segunda. De resto, o Polestar2 está equipado com quase tudo o que precisamos e são poucos os opcionais disponíveis. Já a lista de equipamento de série indicada no site da marca, exige algum tempo disponível. A chave do carro é que merecia um pouco mais de atenção, pois aqui, o minimalismo foi mesmo ao extremo.

Consumos

5/10

Segundo a marca, esta versão Long Range com apenas um motor, consegue percorrer entre 515 e 551 quilómetros, sendo o valor mais elevado obtido apenas em cidade, mas com uma média de consumo em torno dos 17 kWh para cada 100 quilómetros. Aliás, durante o teste, o difícil foi mesmo conseguir passar para baixo da fasquia dos 20 kWh, o que não deve resultar na autonomia indicada, ainda que também não fique muito longe (literalmente). Se explorarmos melhor o sistema de regeneração mais forte e conseguirmos circular sempre em cidade, aproveitando toda e qualquer descida da forma mais eficiente possível, será possível descer a média, mas numa utilização convencional que também inclui autoestrada, torna-se mais complicado e o 20 kWh são mesmo o melhor que se consegue.

Ao Volante

7/10

Uma suspensão com uma afinação mais firme e jantes de 20 polegadas contribuem para uma presença cativante em estrada e uma boa estabilidade em curva. Ainda que muitas das reações sejam demasiado filtradas, como é hábito num modelo nórdico em que a segurança é mais importante que a diversão (e ainda bem), a verdade é que o Polestar2 não demora muito tempo a despachar uma estrada mais sinuosa, mesmo com os seus trabalhadores 231 cavalos, que nos tentam lembrar que para este tipo de ritmos, há outras versões disponíveis. Em contrapartida, a condução usando apenas o pedal do acelerador e a regeneração é simples de usar em cidade e a assistência da direção também é regulável consoante o tipo de condução.

Motor

7/10

Com “apenas” 231 cavalos de potência, a única motorização deste Polestar 2 está instalada no eixo dianteiro e tem de lidar com as quase 2,5 toneladas do conjunto. Ainda assim, consegue fazê-lo com uma boa dose de competência e sem nos deixar com a sensação de que precisamos de um valor de potência mais elevado. Até porque, o objetivo desta versão, não está apontado para os números de prestações mais expressivos e sim para conseguir alcançar a melhor autonomia possível.

Balanço Final

7/10

Mesmo com as semelhanças óbvias da sua ligação à Volvo, o primeiro dos Polestar com uma produção em maior número representa uma abordagem diferente àquilo que já estávamos mais habituados. E com uma elevada dose de bom gosto, que podem deixar os mais adeptos da tecnologia a adorar a experiência de utilização deste modelo e os seus mais variados detalhes.

Concorrentes

BMW i4
Motor: Elétrico; 340 cavalos; Tração traseira; Autonomia: 590 km; Aceleração 0-100 km/h: 5,7 seg.; Consumo combinado: 16,1 kWh/100 km; Preço 62.000 €

Kia EV6
Motor: Elétrico; 229 cavalos; Tração traseira; Autonomia: 740 km; Aceleração 0-100 km/h: 7,3 seg.; Consumo combinado: 16,5 kWh/100 km; Preço 59.250 €

Tesla Model 3
Motor: Elétrico; 325 cavalos; Tração traseira; Autonomia: 491 km; Aceleração 0-100 km/h: 6,1 seg.; Consumo combinado: 15,8 kWh/100 km; Preço 54.990 €

Volvo C40 Recharge
Motor: Elétrico; 231 cavalos; Tração dianteira; Autonomia: 437 km; Aceleração 0-100 km/h: 7,4 seg.; Consumo combinado: 18,1 kWh/100 km; Preço 51.483 €

Ficha Técnica

Motor
Tipo: Elétrico
Cilindrada (cm3): n.d.
Potência máxima (CV/rpm): 231/n.d.
Binário máximo (Nm/rpm): 330/n.d.
Tração: Dianteira
Transmissão: Automática de relação única
Direção: Assistida eletricamente
Suspensão (ft/tr): McPherson / Multibraços
Travões (fr/tr): discos ventilados / discos ventilados

Prestações e consumos
Aceleração 0-100 km/h (s): 7,4
Velocidade máxima (km/h): 160
Consumos misto (kWh/100 km): 17
Autonomia máxima – WLTP (km): 551

Dimensões e pesos
Comprimento/Largura/Altura (mm): 4.606/1.859/1.479
Distância entre eixos (mm): 2.735
Largura de vias (fr/tr mm): 1.602/1.601
Peso (kg): 2.490
Capacidade da bagageira (l): 405+41
Pneus (fr/tr): 245/40 R20

Mais/Menos


Mais

– Estética;
– Sistema de som;
– Comportamento dinâmico;

Menos

– Consumo de energia;
– Espaço em altura;
– Alguns materiais;

Preços


Preço da versão ensaiada (Euros): 62400€

Preço da versão base (Euros): 49900€

Exterior
Interior
Equipamento
Consumos
Ao volante
Concorrentes
Motor
Balanço final
Ficha técnica

Exterior

Não é preciso muito para perceber as ligações à Volvo, principalmente depois de termos conduzido o C40 Recharge há relativamente pouco tempo. Mas a o Polestar2 tem mesmo algo de diferente. Sim, as óticas dianteiras também têm o desenho inspirado no martelo de Thor e há inúmeros componentes no habitáculo que também são herdados da sua congénere. No entanto, mas no Polestar2 há algo que nos cativa justamente por ser diferente, ainda que não saibamos explicar ao certo o que é. A não obrigatoriedade de ter de seguir linhas que se aproximam de uma imagem de família podem ser uma das razões, até porque a carroçaria do Polestar2 tem traços mais retos e marcantes, o que também acontece com o sistema de iluminação traseira, que quase parece uma moldura horizontal para o logo da marca e que nem dispensa uma pequena coreografia quando trancamos ou destrancamos o carro. E depois, há também um porte de SUV, com uma linha mais desportiva, mas com uma altura total que nem chega ao metro e meio. O elemento mais diferenciador entre versões, no entanto, é o autocolante existente na lateral das portas dianteiras e que nos indicam a presença de um automóvel totalmente elétrico, o tamanho da bateria e a potência do motor. Mas… é apenas um autocolante. É um detalhe original, mas que merecia uma solução mais elaborada.

Interior

A bordo, mais uma vez, as semelhanças também são mais do que óbvias, ainda que isso esteja longe de ser uma coisa má. Os mais recentes modelos da Volvo têm uma imagem moderna, que espelha da melhor forma o rigor nórdico e um ambiente mais minimalista, o que é também sentido a bordo do Polestar2, ainda que, com uma imagem mais jovem, dinâmica e tecnológica, com materiais diferentes e detalhes que o C40 não tinha, tais com a Estrela do Norte, ou Estrela Polar (Polestar), mesmo por cima da nossa cabeça, refletida na zona frontal do teto panorâmico em vidro. De resto, há materiais de boa qualidade, ainda que sempre num tom mais escuro com a especificação Charcoal da unidade ensaiada, sendo que alguns têm a desvantagem de se sujar facilmente devido à sua rugosidade. Em termos de espaço, o habitáculo do Polestar2 também segue as pisadas do Volvo C40 Recharge, havendo boas medidas para as pernas, nos lugares da frente e nos traseiros, um pouco menos nas medidas da largura e bem à justa no que diz respeito à altura do habitáculo, ainda que, a altura do piso seja correta e não nos obrigue a ficar com os joelhos numa posição demasiado elevada, tal como é habitáculo nos modelos que incluem os conjuntos de baterias por baixo do piso. E lá mais atrás, ainda está presente uma generosa bagageira com 405 litros de capacidade. Na parte da frente, por baixo do capot, há outra, mas com uma volumetria que é mais indicada para guardar os cabos de carregamento.

Equipamento

Um painel de instrumentos totalmente digital e um monitor central colocado na vertical e que usa um sistema operativo Android para conseguirmos instalar aplicações e explorar funcionalidades a que já estamos habituados, é praticamente tudo o que precisamos nos dias que correm, mas o Polestar2 ainda conta com um sistema de som desenvolvido pela Harman Kardon e que usa a própria estrutura do carro para conseguir intensificar os graves das nossas playlists preferidas, algo que faz mesmo muito bem e que nos deliciou ao longo dos dias em que andámos com o Polestar2. A vantagem da ligação permanente à internet traz vantagens como uma que experienciámos quase sem querer. Ainda antes de arrancar, procurámos configurar a ligação Apple CarPlay, mas não conseguimos. Depois de percorrer todos os menus e atalhos, simplesmente não descobrimos uma forma de o fazer. Mas no dia seguinte, assim que ligámos o carro, a atualização estava disponível e bastou ligar o cabo para que tudo ficasse configurado à primeira. Bem, efetivamente, à segunda. De resto, o Polestar2 está equipado com quase tudo o que precisamos e são poucos os opcionais disponíveis. Já a lista de equipamento de série indicada no site da marca, exige algum tempo disponível. A chave do carro é que merecia um pouco mais de atenção, pois aqui, o minimalismo foi mesmo ao extremo.

Consumos

Segundo a marca, esta versão Long Range com apenas um motor, consegue percorrer entre 515 e 551 quilómetros, sendo o valor mais elevado obtido apenas em cidade, mas com uma média de consumo em torno dos 17 kWh para cada 100 quilómetros. Aliás, durante o teste, o difícil foi mesmo conseguir passar para baixo da fasquia dos 20 kWh, o que não deve resultar na autonomia indicada, ainda que também não fique muito longe (literalmente). Se explorarmos melhor o sistema de regeneração mais forte e conseguirmos circular sempre em cidade, aproveitando toda e qualquer descida da forma mais eficiente possível, será possível descer a média, mas numa utilização convencional que também inclui autoestrada, torna-se mais complicado e o 20 kWh são mesmo o melhor que se consegue.

Ao volante

Uma suspensão com uma afinação mais firme e jantes de 20 polegadas contribuem para uma presença cativante em estrada e uma boa estabilidade em curva. Ainda que muitas das reações sejam demasiado filtradas, como é hábito num modelo nórdico em que a segurança é mais importante que a diversão (e ainda bem), a verdade é que o Polestar2 não demora muito tempo a despachar uma estrada mais sinuosa, mesmo com os seus trabalhadores 231 cavalos, que nos tentam lembrar que para este tipo de ritmos, há outras versões disponíveis. Em contrapartida, a condução usando apenas o pedal do acelerador e a regeneração é simples de usar em cidade e a assistência da direção também é regulável consoante o tipo de condução.

Concorrentes

BMW i4
Motor: Elétrico; 340 cavalos; Tração traseira; Autonomia: 590 km; Aceleração 0-100 km/h: 5,7 seg.; Consumo combinado: 16,1 kWh/100 km; Preço 62.000 €

Kia EV6
Motor: Elétrico; 229 cavalos; Tração traseira; Autonomia: 740 km; Aceleração 0-100 km/h: 7,3 seg.; Consumo combinado: 16,5 kWh/100 km; Preço 59.250 €

Tesla Model 3
Motor: Elétrico; 325 cavalos; Tração traseira; Autonomia: 491 km; Aceleração 0-100 km/h: 6,1 seg.; Consumo combinado: 15,8 kWh/100 km; Preço 54.990 €

Volvo C40 Recharge
Motor: Elétrico; 231 cavalos; Tração dianteira; Autonomia: 437 km; Aceleração 0-100 km/h: 7,4 seg.; Consumo combinado: 18,1 kWh/100 km; Preço 51.483 €

Motor

Com “apenas” 231 cavalos de potência, a única motorização deste Polestar 2 está instalada no eixo dianteiro e tem de lidar com as quase 2,5 toneladas do conjunto. Ainda assim, consegue fazê-lo com uma boa dose de competência e sem nos deixar com a sensação de que precisamos de um valor de potência mais elevado. Até porque, o objetivo desta versão, não está apontado para os números de prestações mais expressivos e sim para conseguir alcançar a melhor autonomia possível.

Balanço final

Mesmo com as semelhanças óbvias da sua ligação à Volvo, o primeiro dos Polestar com uma produção em maior número representa uma abordagem diferente àquilo que já estávamos mais habituados. E com uma elevada dose de bom gosto, que podem deixar os mais adeptos da tecnologia a adorar a experiência de utilização deste modelo e os seus mais variados detalhes.

Mais

– Estética;
– Sistema de som;
– Comportamento dinâmico;

Menos

– Consumo de energia;
– Espaço em altura;
– Alguns materiais;

Ficha técnica

Motor
Tipo: Elétrico
Cilindrada (cm3): n.d.
Potência máxima (CV/rpm): 231/n.d.
Binário máximo (Nm/rpm): 330/n.d.
Tração: Dianteira
Transmissão: Automática de relação única
Direção: Assistida eletricamente
Suspensão (ft/tr): McPherson / Multibraços
Travões (fr/tr): discos ventilados / discos ventilados

Prestações e consumos
Aceleração 0-100 km/h (s): 7,4
Velocidade máxima (km/h): 160
Consumos misto (kWh/100 km): 17
Autonomia máxima – WLTP (km): 551

Dimensões e pesos
Comprimento/Largura/Altura (mm): 4.606/1.859/1.479
Distância entre eixos (mm): 2.735
Largura de vias (fr/tr mm): 1.602/1.601
Peso (kg): 2.490
Capacidade da bagageira (l): 405+41
Pneus (fr/tr): 245/40 R20

Preço da versão ensaiada (Euros): 62400€
Preço da versão base (Euros): 49900€