ENSAIO: Dacia Duster 4X4 Tour 1.5 DCI 110 cv

By on 16 Maio, 2016

A versão 4X4 do Dacia Duster vem acrescentar capacidades a um modelo com uma relação qualidade/preço muitíssimo interessante…

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Já lá vai o tempo que muitos portugueses mandavam por completo a racionalidade às malvas e podiam perfeitamente viver num apertado T1 tendo um ‘carrão’ à porta. Esse tempo já acabou, e por isso, hoje em dia, muito mais gente analisa bem as potenciais compras que pretende fazer e estica ao máximo possível o ‘value for money’. Ainda mais na compra de um automóvel. E não há muitos com “tanto carro por tão pouco dinheiro”, como este Dacia Duster, neste caso a versão 4X4. A verdade é que este conceito do Duster é bem mais interessante que à partida pode parecer, enão há como não olharmos de imediato para o preço em função do que nos é oferecido. Não há mal nenhum nisso. De resto é o que já se sabe doutros ‘confrontos’, o carro é espaçoso, tem um bom motor, q.b. para as ‘encomendas’ (menos neste caso pois com o 4X4 é sensivelmente mais pesado), mas é muito espartano. Temos o que precisamos em termos de sentido prático, e neste caso específico as quatro rodas motrizes fazem uma diferença enorme.

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Por acaso realizei este ensaio inicialmente com o tempo seco e com sol, mas o tempo ‘fechou’ e começou a chover. Não liguei de imediato a tração total, quis sentir o carro de ambas as formas com piso muito mais escorregadio e quando liguei a tração total a diferença é grande. Mas como é lógico, para uma utilização semi ‘citadina’ não valia a pena um 4X4. Contudo, ‘transportei-me’ para uma realidade distinta e não foi preciso sair muito de Lisboa para testar o carro nuns percursos ‘saloios’ com estrada bem mais irregular e uma boa percentagem de terra e aí nota-se muito a vantagem do 4X4. Ligando e desligando o sistema, as diferenças são notórias, mas aqui também não há forma de fugir à suspensão que se nas zonas menos irregulares não ‘incomoda’, já nas partes de pior piso temos mesmo de tirar o pé sob pena de batermos com a cabeça no teto e sermos bem ‘chocalhados’ lá dentro. Contudo, se o piso for regular, o carro é confortável. De resto o carro é ‘crú’ de guiar, mas se não exagerarmos até se guia bem. Mas não conte muito que o Duster lhe vá ‘perdoar’ excessos de condução, até porque adorna bem. Mas lá está, a tração total ajuda muito, pois sente-se bem o carro a ‘puxar’ como um todo. A direção também não é muito rápida. Basicamente, se adequarmos a nossa condução ao que temos nas mãos, não há problemas. Verdade seja dita que se notam muitas fraquezas, mas, uma vez mais, o preço atenua tudo fortemente, e como em tudo na vida é um ‘trade-off’, e se fôssemos dar uma nota à qualidade/preço de vários carros do estilo e o Duster continuava a levar a melhor. E a melhor prova é o crescimento das vendas do modelo. Apesar de…

Preço base 21 950€

Motor: Diesel, 4 cil. linha, 16 V., common-rail e turbo, 1461 cm3 de 110 cv

Binário: 260 N.m./1750-2500 rpm

Transmissão: 4X4, cx. manual de 6 vel.

Suspensão: Ind. McPherson à frente e eixo de torção atrás

Travagem: DV/D

Peso: 1395 kg

Mala: 443-1604 l

Depósito: 50 l

Vel. máx.: 168 km/h

Aceleração 0 aos 100 km/h: 12,4s

Consumo médio: 4,7 l (6,2 l Autosport)

Emissões CO2: 123 g/km