ENSAIO: Ford C-Max 1.0 EcoBoost Titanium

By on 15 Fevereiro, 2016

Os novos motores turbo a gasolina de baixa cilindrada poderão ser alternativas mais baratas aos Diesel que habitualmente são a escolha dos

automobilistas que necessitam de carros de maiores dimensões. O caminho está aberto, mas ainda existem alguns pontos a rever

Não se passaram muitos anos desde que um motor Diesel era a única escolha racional na aquisição de um monovolume, uma carrinha, um SUV ou qualquer outro carro virado para uma utilização familiar. Os motores a gasolina pareciam ser quase uma alternativa excêntrica, com falta de potência a baixa rotação, recuperações demasiado lentas e consumos irremediavelmente elevados.

A Ford é uma das marcas que mais tem apostado na miniaturização dos propulsores, e foi das primeiras a substituir os seus motores atmosféricos a gasolina pelo 1.0 Ecoboost. O C-MAX, monovolume médio da marca, também recebeu este motor, substituindo o antigo 1.6 no mercado europeu, mantendo o mesmo nível de potência, com 125 cv. Teoricamente, o novo motor deveria ter melhores respostas numa faixa mais ampla de rotações.

Na prática, o que temos é um motor turbo que funciona melhor em toda a faixa de utilização, mas que em termos de performances totais continua parecido com o motor 1.6, ou seja, turbo não significa mais rapidez. Felizmente, com melhor resposta em baixo regime, fica mais agradável de utilizar na cidade do que na estrada. Os consumos também melhoram, sendo possível atingir valores médios nos sete litros baixos sem muito esforço, mas ainda ficam um pouco aquém dos números de que o motor Diesel é capaz. Seja gasolina ou Diesel, o C-MAX é sempre um automóvel confortável.

Para isso, a maior ajuda é a suspensão traseira multilink, eficaz a absorver a maioria das irregularidades da estrada, mas também mantendo estabilidade mais do que aceitável em curvas, com um comportamento semelhante ao da berlina Focus em utilização normal diária. O C-MAX também mantém intacta a sua principal mais-valia, um habitáculo bastante espaçoso, tanto nos lugares dianteiros como nos traseiros, ainda que seja preciso sacrificar um pouco do espaço para as pernas (com o banco traseiro ajustável em comprimento) para aproveitar ao máximo todas as capacidades de modularidade da bagageira.

No equipamento, há a destacar a evolução do sistema de informação e entretenimento SYNC 2, com um ecrã tátil de oito polegadas e ativação por voz, mais intuitivo que em anos anteriores. Nos equipamentos eletrónicos, há apenas a destacar que o sistema de aviso de colisão (desligável, após algumas viagens pelos menus do computador de bordo) parece assustar-se de forma recorrente, emitindo avisos constantes em situações perfeitamente normais de tráfego urbano intenso.

O motor 1.0 Ecoboost de 125 cv está disponível com o equipamento de topo, Titanium, representando uma verdadeira alternativa ao Diesel com potência semelhante, pois, por pouco mais de 20 mil euros, está à venda por um preço que é cerca de 4500 euros mais baixo que o equivalente a gasóleo, compensando o consumos mais elevados. Existe uma versão mais barata, com 100 cv, mas está disponível com o equipamento de entrada, o Trend, sendo que a diferença de preço torna a variante mais potente e melhor equipada mais apetecível que o modelo de entrada.

Ford C-MAX

Preço 20 478 €

Motor: 4 cil., 16 v., inj. direta e turbo, 998 cm3

Potência: 125 cv/6000 rpm

Binário: 170 N.m/1400-4500 rpm

Transmissão: Dianteira, cx. manual 6 vel.

Suspensão: Independente McPherson à frente e multilink atrás

Travagem: DV/T

Peso: 1493 kg

Mala: 432-1723 litros

Depósito: 55 litros

Velocidade máxima: 187 km/h

Aceleração 0 a 100 km/h: 11,4 segundos

Consumo médio: 5,1 l/100 km

Consumo médio AutoSport: 7,2 l/100 km

Emissões CO2: 117 g/km