ENSAIO: FORD EDGE 2.0 TDCI 180cv Sport

By on 8 Dezembro, 2016

O Ford Edge é um SUV com bons argumentos, mas também com um preço que o coloca perto dos seus concorrentes da Mercedes e BMW, que são bem mais ‘desejados’ e não perdem em nada para o carro norteamericano…

Os vizinhos até podem achar que tinha mais pinta ter um SUV da BMW, Mercedes ou outra marca Premium à porta, mas apesar de quando

vi o carro pela primeira vez ter achado isso mesmo, não estava à espera de ser confrontado com uma piada curiosa: “Então, vizinho, mudou-

-se para o FBI?”. Na verdade, o estilo deste Ford Edge é claramente o dos ‘Big Black SUV’ (as fotos são de um amarelo torrado, mas o ensaio foi mesmo FBI style) tantas vezes conectados com a polícia federal norte-americana, e embora no nosso burgo os seus congéneres nacionais da Judiciária andem mais num qualquer utilitário que outra coisa qualquer, a primeira impressão que fi ca é claramente essa. Não é por acaso que o carro foi desenvolvido nos ‘States’, primeiro SUV americano também adaptado para o mercado europeu. Demorou a chegar, mas é uma alternativa às marcas Premium.

O Ford Edge não é um carro que se destaque por qualquer dos seus argumentos, mas a verdade é que também não desaponta em nenhum deles. Claro que este nosso povo deste cantinho à beira mar plantado ainda tem muito a evoluir no que à “mania das grandezas” diz respeito, mas se quiser ser minimamente ser racional, pode ter aqui muitos bons motivos para optar diferente.

BOM MAS NÃO ÓTIMO

O que se discute é o que vale este Edge, e para ser prático, não é fácil confrontá-lo, por exemplo com um BMW X3, Mercedes GLC, Audi Q5 ou Jaguar F-Pace, não é disso que se trata, mas esta quase ‘terra de ninguém’ onde se encontra até pode ser um dos seus pontos fortes, até porque também não o devemos comparar com o Hyundai Santa Fé, KIA Sorento, Volvo XC60, este último já em ‘fim de vida’, mas já talvez um pouco mais com o Lexus RX ou o Nissan X-Trail. Portanto, como se percebe, há muita e boa concorrência neste segmento. O Edge tem um grande porte, um ar imponente, é muito ‘agressivo’ visto de frente, e apesar de não ser um todo o terreno é bastante alto, o que também ajuda no espaço disponível do carro. Esta versão ensaiada estava equipada com o bloco 2.0 TDCI com 180 cv e caixa manual de seis velocidades, conjunto que se mostrou suficiente nos ‘limites’, pois apesar do motor ser potente q.b., tendo em conta o peso do conjunto, quase duas toneladas, nota-se muito, quer seja nos arranques ou nas recuperações. Para chegar dos 0 aos 100 km/h, precisa de quase dois segundos mais que o X3 ou GLC com motorizações equivalentes. Para o carro andar é preciso puxar bem por ele. Claro que, com a versão de 210 cv, esta apreciação poderá ser diferente neste detalhe, mas isso fica para outras núpcias. Quanto ao consumo, com um andamento mais razoável, até se mantém um pouco abaixo dos 8.0l/100 km, mas ‘esticadinho’ para ver o que dá, ‘bebe’ um bocadinho, à volta dos 8,4l/100 km, o que não é excessivo. A caixa manual é suave e de fácil manuseamento, e ainda bem, porque quando é preciso andar, temos que usá-la muito.

GRANDE HABITABILIDADE

De resto, o carro tem um bom comportamento, não esperava ser tão bom num carro com esta envergadura, a suspensão está bem equilibrada entre o conforto e a eficiência, o rolamento da carroçaria não é acentuado. Quanto à vida a bordo, a posição de condução é boa, a visibilidade também, mas quanto à instrumentação só irei ficar ‘contente’ quando for tudo feito através do ecrã tátil ou como o cockpit virtual da Audi. A habitabilidade do Edge é de grande nível, o espaço para os passageiros é muito bom e a mala é também espaçosa, para além que com a altura do carro o plano de carga é perfeito. O que também contribui para uma ótima vida a bordo é o sistema de Cancelamento Ativo de Ruído, que reduz os níveis no interior do veículo, com o sistema a criar um ‘ruído de fundo’ inaudível, que cancela os sons indesejáveis. Pode parecer estranho, mas atente na diferença de estar num carro bem insonorizado ou nem tanto. Quase nem nos apercebemos do bem que nos faz. O Ford Edge é um bom carro, tem um estilo próprio, e sendo um pouco mais barato é uma alternativa aos Premium.

Ford Edge 2.0 TDCI 180cv Sport

Motor 4 cil. linha Inj. Direta Common Rail; Turbodiesel 1997 c.c.; Potência 180 CV/3500 rpm; Binário 400 Nm/200-2500 rpm; Transmissão Integral permanente, caixa manual de 6 vel.; Suspensão tipo McPherson frente/Eixo de torção atrás.; Travagem DV/D; Peso 1913 kg; Mala 602/1847 litros; Depósito 69 l; Vel. Máx 200 km/h; Acel. 0-100 km/h 9,9 seg.; Consumo médio 5,9 l/100 km; Consumo médio (AutoSport) 7,5 l/100 km; Emissões CO2 152 gr/km

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