ENSAIO: MERCEDES S 400 4MATIC COUPÉ

By on 17 Agosto, 2016

Há várias maneiras de poder conduzir um Mercedes-Benz, mesmo entre os modelos habitualmente mais caros. Neste caso, até o Mercedes Classe S Coupé recebe um motor V6 turbo a gasolina, já disponível na berlina. Normalmente, a marca alemã tem mantido o coupé de luxo mais exclusivo, equipado sempre com motores V8, mas a evolução da tecnologia de motores em direção à redução de tamanho faz com que um V6 possa lidar facilmente com o peso atual de um automóvel deste tipo.

Nos anos mais recentes, os antecessores do S Coupé, como o CL e o SEC, usaram apenas motores V8. A última vez que um coupé da Mercedes neste segmento teve um V6 foi em 1981, quando terminou a produção do 280 SLC (derivado do SL e não do S), que tinha um 2.8 de seis cilindros em linha com 185 cv. Agora, o S 400 Coupé usa um V6 de 3 litros, mas com quase o dobro da potência, 367 cv. Esta potência é necessária para lidar com as duas toneladas do conjunto, mas o V6 faz o seu trabalho de forma admirável. Não tem, obviamente, nem a potência nem o binário dos modelos V8 e V12, e demora mais de cinco segundos a ultrapassar os 100 km/h. Mas, para efeitos práticos, a potência está disponível sempre que o condutor desejar. O S 400 consegue lidar facilmente com o peso total. No entanto, seria possível ter o carro mais leve. É que o S 400 Coupé está disponível apenas com tração integral 4Matic, o que não é sempre necessário no clima ameno português. Felizmente, a Mercedes fez um bom trabalho com os consumos, que no S 400 não passam muito dos 11 litros por cada 100 km percorridos.

NAVE ESPACIAL CASEIRA

Em termos de comportamento, o S Coupé está mais virado para o conforto do que para uma utilização desportiva. Obviamente, é possível escolher para este carro funcionar com um modo desportivo de afinação do chassis, mas os vários sistemas eletrónicos que analisam as propriedades da estrada e controlam automaticamente o chassis estão melhor preparados para manter o carro estável, a direção apontando no sítio certo e os ocupantes isolados ao máximo das agruras dos elementos. É uma sola sobre rodas que se pode deslocar a alta velocidade, mas os ocupantes só o vão notar quando chegam ao seu destino.

Por falar nos ocupantes, sendo um coupé, nem os cinco metros de comprimento do Classe S o tornam muito interessante para levar passageiros no bancos de trás, faltando algum espaço para as pernas, tornando-se mais desconfortável à medida que o tempo de viagem se alonga. O S 400 Coupé é um carro para uma ou, no máximo, duas pessoas. Aliás, o passageiro do lado vai sentir-se como se estivesse a ser transportado numa nave espacial de um filme de ficção científica, com o resto do universo a passar por cima (se optar pelo teto panorâmico, que custa 5000 euros) e de lado a uma velocidade vertiginosa. Entretanto, dentro do carro, é como se estivesse em casa no seu cadeirão favorito, bem reclinado, e com as pernas esticadas, enquanto ouve a sua música preferida pelo excelente sistema de som de alta fidelidade da Burmester (que custa 8600 euros).

Quanto ao condutor, também vai achar que está no espaço, mas é porque não vai sentir-se ao volante de um carro e porque vai pensar estar sentado no centro de controlo do Millennium Falcon, com um comando na base da consola central que lhe permite controlar quase todas as funções do carro, incluindo não só a climatização, o entretenimento e a navegação, mas também as afinações do chassis e várias outras informações, através de um ecrã de grandes dimensões no tabliê. Mesmo com esse sistema centralizado, o volante também está cheio de botões e existe o sempre presente painel de instrumentos, onde se encontra toda a informação do carro e de viagem. Mas o condutor nunca fica perdido e o acesso a cada botão e alavanca é fácil e intuitivo. Começando por um valor base de 127 mil euros, o S 400 Coupé tem um preço aceitável, mas a quantidade de equipamento só disponível como extra, elementos decorativos e pacotes de itens adicionais podem todos fazer o preço final aumentar desmesuradamente, aumentando a fatura em 25 por cento ou mais, se o novo proprietário estiver para aí virado.

Paulo Manuel Costa

MOTOR V6, 24 V., INJ. DIRETA E COMPRESSOR, 2996 CM3

POTÊNCIA 367 CV/5500-6000 RPM

BINÁRIO 500 NM/1800-4500 RPM

TRANSMISSÃO INTEGRAL, CX. AUTO. 7 VEL.

SUSPENSÃO MULTILINK ÀS QUATRO RODAS

TRAVÕES DV/DV

PESO 2035 KG

MALA 400 LITROS

DEPÓSITO 80 LITROS

VEL. MÁX. 250 KM/H

0-100 KM/H 5,6 S

CONSUMOS 8,9 L / 11,2 L 100 KM (AUTOSPORT)

EMISSÕES 208 G/KM- CO2

PREÇO: 127 000€ (Base)

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