ENSAIO: RENAULT MEGANE SPORT TOURER GT LINE DCI 130

By on 16 Março, 2017

O motor 1.6 dCi é hoje uma das propostas mais interessantes de toda a gama Renault, seja qual for o automóvel onde está montado, e na Renault Mégane Sport Tourer é mesmo a motorização ideal para extrair todo o potencial da carrinha francesa

Quando se trata de optar pelas carrinhas, não se pode descurar a potência. Ao contrário da berlina, onde um condutor pode fazer do carro uma extensão de si próprio e das suas necessidades, quando se precisa de uma carrinha é necessário pensar como se vai transportar uma família, não só as pessoas, mas também tudo o que cada um quer trazer consigo para cada viagem. Neste aspeto, os motores de entrada raramente são a opção ideal, sendo sempre preferível investir num motor capaz de lidar com o peso adicional. E é para isto que serve o motor 1.6 dCi.

Este propulsor tornou-se uma das propostas mais interessantes na gama Renault nos últimos anos, sendo usado em vários modelos, e no Mégane é sem dúvida um dos cartões de visita do modelo francês. Em particular, o destaque vai para a resposta suave desde um regime reduzido de utilização, bem abaixo das 2000 rpm. A resposta apenas perde alguma progressão a regimes mais elevados, o que obriga a aumentar mais a pressão no pedal do acelerador e pode prejudicar os consumos. Isto nota-se primariamente em estradas com maiores desníveis de terreno ou em tráfego urbano, que podem fazer o consumo médio saltar para valores perto dos 6 l/100 km, mas também não é preciso muito trabalho para manter estes consumos mais controlados, perto dos 5,5 l. O que acaba por prejudicar mais a autonomia é também o pequeno depósito de combustível, que não chega aos 50 litros.

A bagageira é uma área onde a Renault trabalhou na geração mais recente, não só conseguindo oferecer um volume de 580 litros, comparável ao de modelos de dimensões bem superiores. Mas a marca francesa também trabalhou noutras áreas, disponibilizando um compartimento adicional por baixo do tempo, com mais de 50 litros, espaços de arrumação laterais e um separador que permite dividir a bagageira em duas áreas para tipos diferentes de objetos. Já o habitáculo não cresce em termos de espaço para os utilizadores, com o banco traseiro a continuar confortável para duas pessoas ao nível das pernas, mas não para três adultos ao nível dos ombros e cabeça, não se distinguindo muito da berlina neste aspeto.

Mas o habitáculo tem uma área onde excede e muito os requerimentos mínimos do segmento, com a versão GT-Line a oferecer uma das mais completas listas de equipamento, especialmente ao nível das tecnologias de informação e de segurança. Além de decorações específicas da versão, a carrinha Mégane também beneficia de um computador de bordo que permite visualizar vários tipos de informação no painel de instrumentos, mas é mais aceder a toda a informação através do sistema R-Link 2, com um ecrã tátil que preenche toda a zona central do tablier, com um sistema de comandos que requer algum tempo de aprendizagem, mas que com alguma prática acaba por se revelar muito intuitivo de utilizar. As dimensões dos comandos disponíveis também não distraem muito da estrada. Com outros elementos como um ar condicionado automático de dupla zona, assistência de arranque em subida e aviso de mudança de faixa, o Mégane Sport Tourer GT-Line tem uma das melhores relações preço/equipamento entre as carrinhas familiares.

 

RENAULT MEGANE 

FICHA TÉCNICA

Motor 4 cil., 16 v., common-rail e turbo, 1598 cm3 Potência 130 cv/4000 rpm Binário 320 N.m/1750 rpm Transmissão Dianteira, cx. man. 6 vel. Suspensão Pseudo-McPherson à frente e eixo de torção atrás Travagem DV/D Peso 1394 kg Mala 580 litros Depósito 47 litros Velocidade máxima 198 km/h Aceleração 0 a 100 km/h 10,6 segundos Consumo médio 4,0 l/100 km Consumo médio AutoSport 5,6 l/100 km Emissões CO2 103 g/km