ENSAIO: Skoda Superb 2.0 DSG 190 cv

By on 22 Maio, 2016

A versão topo da Skoda faz jus a um veículo de tal distinção. É um carro completo, para figurar na garagem e dele nos orgulharmos

Torna-se difícil começar quando muito há a apontar… de positivo. Sem rodeios, o Skoda Superb é um luxo, por dentro e por fora. Mas é uma ótima opção para carteiras que estejam dispostas a abrir os cordões a 40 994 €, preço da versão base, ou 46 597 €, na versão ensaiada. Mas vamos por partes.

GRANDEZA DE MEDIDAS

Quando estacionamos no parque de um centro comercial e reparamos que os 4821 mm de comprimento não cabem, e os 1864 mm estão perto de ‘à justa’, percebemos de imediato que temos em mãos algo acima da média. Esta terceira geração tem espaço para dar, vender e sobrar. A distância entre eixos foi aumentada em 80 mm, sendo agora de 2841 mm, algo que se reflete no habitáculo.

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Nos lugares da frente há mais 39 mm de espaço ao nível dos cotovelos e na altura ao tejadilho, que é agora de 980 mm. Nos lugares traseiros os passageiros dispõem de mais à vontade para as pernas, 157 mm, e mais 69 mm ao nível dos cotovelos. O conforto dos ocupantes é nota dominante, os quais se podem recostar nos bancos traseiros ou dianteiros, sem que alguém tenha de se endireitar ou recolher pernas e sem penalizar a gigante bagageira. São 625 l (mais 30 l que a versão anterior), 584 l com pneu sobresselente – mas um pneu de verdade, não uma ‘rodinha’ – nesta que é a maior mala do segmento. Com bancos rebatidos, 1760 l dão-nos um mundo de possibilidades para transportar.

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Ao espaço associa-se a elegância, com um interior revestido de acabamentos que marcam pela descrição do requinte. Ainda no interior, há uma gama de equipamento de série bem convidativo a ser utilizado, mesmo que mais por deleite do que por necessidade, mas já que há… o ar condicionado automático ‘Climatronic’ 3 zonas, pela primeira vez utilizado num modelo da marca, a câmara de visão traseira, muito útil em caso de estacionamento, assim como o sensor de luz e chuva, que regula automaticamente a ação do limpa parabrisas e dos faróis.

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MULTIFUNÇÕES

O Skoda Superb é como um canivete suíço, tem tudo quando preciso, mediante a necessidade. Na condução o maior destaque é o chassis adaptativo dinâmico (Dynamic Chassis Control / DCC), incluindo o Driving Mode Select, sendo o primeiro modelo da marca checa com esta oferta. Ao condutor são apresentados quatro modos – Eco, Comfort, Normal, Sport – cada um com as suas valências, e ainda a possibilidade de personalizarmos as definições através do modo Individual.

O Eco naturalmente apela aos bons consumos, permitindo registos de 5,7 l/100 km numa toada calma. Aqui sente-se falta de alma no bloco de quatro cilindros para deslocar os 1555 kg (incluindo condutor, 75kg), com a troca de relações a ser feita às 2000 rpm. No modo Normal a resposta é mais pronta, ouvindo-se um certo zoar, brando, na subida de rotações que já galga as 3000 rpm para se colocar ‘uma a cima’ e, com decisão, pode beliscarse as 4000 rpm. Os consumos sobem para cerca de 6,5 l/100 km. No Comfort, a suspensão derrota sem problemas mesmo as irregularidades mais pronunciadas. É bem percetível a alteração face aos dois modos anteriores, chegando a ser bamboleante, mas nunca desagradável. Mas é no Sport que se revela… outro carro! À direção mais direta e precisa e à suspensão mais rígida junta-se um leve rosnar que acompanha as rotações e nos faz querer responder a rigor.

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Ao trabalharmos entre as 3000 rpm e as 4000 rpm extraímos o que os 190 cv têm para dar, com as relações a sucederem-se de forma subtil e precisa através da caixa DSG. Para travar o nosso ímpeto, os quatro discos, à frente ventilados, cumprem o papel na íntegra. Se recorrermos às patilhas de volante e optarmos por desligar o controlo de tração, um ADN mais selvagem revela-se. Em curva, se o descompensarmos em simultâneo com o pisar firme do acelerador, o Skoda não se nega, mas também não desalvora. O pico de satisfação chega quando o chiar dos pneus nos recorda que encontrámos o limite, através da traseira que nunca desaparece. Sim, isto faz parecer que estamos com o desportivo, mas uma das grandes valias do Superb é não nos apercebermos as suas dimensões ao volante.

No modo Sport os consumos já rondam os 7,5 l/100 km, podendo chegar aos 8,5 l se o entusiasmo se prolongar… muito. Mas depressa ou devagar o Skoda dá gozo. Por tudo isto, 40 994 € são um investimento, não um gasto. Nota final para os amantes de gadgets que têm no Pack Style tudo o que necessitam, mas a troco de 2 098 € – Sistema de infotainment, conectividade para Apple e voice control, entre outros…

Preço: 40 994€ (versão base)

Motor: 4 cil. Diesel, turbocompressor e sistema de injeção direta de alta pressão common rail, 1968 cm3

Potência: 190 cv/3500 – 4000 rpm

Binário: 400 N.m./1750-3250 rpm

Transmissão: dianteira, caixa automática DSG de 6 vel.

Suspensão: tipo McPherson com molas helicoidais à frente e independente multibraços atrás

Travagem: DV/D

Peso: 1555 kg (c/condutor 75 kg)

Mala: 625 l/1760 l (bancos traseiros rebatidos) – menos 41 l com pneu sobressalente

Depósito: 66 l

Velocidade máxima: 235 km/h

Aceleração: 7,7s 0-100 km/h

Consumo médio: 4,5-4,6 l/100 km

Consumo médio AutoSport: 6,8 l/100 km

Emissões de CO2: 118 – 119 g/km