Mazda CX-5 SkyActiv-D 2.2 Homura – Ensaio Teste

By on 24 Maio, 2022

Uma questão de tempo

Usar um título como “canto do cisne” parecia demasiado agressivo, mas a verdade é que é mesmo uma questão de tempo até que marcas como a Mazda percam a batalha e tenham mesmo de deixar de utilizar motores diesel que, segundo a marca de Hiroshima, ainda têm tanto por explorar. A renovação das gamas Mazda incluiu diversos ajustes em termos de equipamento e um ou outro detalhe estético. No caso do CX-5 aqui presente, a remodelação estética a que foi sujeito há uns tempos já o tinha deixado com um visual mais agressivo e desportivo. Mas agora, o grande destaque, é mesmo o nível de equipamento Homura, que nos chega às mãos em conjunto com um diesel de 2,2 litros.

Texto: André Mendes


Mais:

– Condução
– Conforto
– Equipamento

Menos:

– Ruído do motor
– Monitor central não é tátil
– Classe 2 sem Via Verde

Exterior

7/10

O Mazda CX-5 foi o modelo que nos apresentou o novo conceito estético da Mazda mais conhecido por Kodo Design, já há uns anos. Mas na sua última evolução, o CX-5 recebeu um desenho mais apelativo e contemporâneo, com novos grupos óticos dianteiros e traseiros, uma nova identidade luminosa e uma imagem geral que deixou este modelo mais cativante. Com a versão Homura que acaba de chegar ao mercado, o CX-5 substitui diversos dos cromados existentes na carroçaria por diversos elementos em negro, mais visíveis na grelha frontal, no elemento a que a marca chama “asa de assinatura”, na zona inferior da grelha dianteira, mas também na parte inferior do para-choques, nos aros dos guarda-lamas e nas capas dos espelhos retrovisores. Além disso, na grelha dianteira há agora alguns elementos em vermelho que identificam esta versão.

Interior

6/10

Uma vez a bordo, os detalhes em vermelho da versão Homura têm continuidade nas costuras dos assentos, do volante e de outros elementos, adicionando um toque mais desportivo ao interior. E aqui, é onde encontramos uma excelente posição de condução, tal como a Mazda já nos habituou e o novo monitor existente no topo do tablier que, segundo a marca, não é tátil para que o condutor não se distraia a usá-lo. Mas aqui, somos obrigados a discordar. De facto, o comando rotativo existente entre os assentos também permite chegar a todos os comandos que vemos no monitor, mas o tempo que demoramos até alcançar o desejado e ir olhando para verificar se já está selecionado o que queremos, demora muito mais tempo do que dar um toque no monitor.

Em termos de espaço, o Mazda CX-5 também é daqueles modelos que não desilude, seja para quem viaja na frente ou para quem viaja nos lugares traseiros. E no que diz respeito a bagagem, a versão diesel apresenta uma volumetria mais acanhada que a opção a gasolina, mas, ainda assim, são mais de 500 litros disponíveis para transportar quase tudo o que queremos.

Equipamento

6/10

Com o nível de equipamento Homura, o recheio do CX-5 fica mais ou menos a meio de tudo aquilo que a marca oferece para este modelo. Mas mesmo no patamar intermédio, aquilo que não temos é a imagem mais clássica dos assentos em pele e sim um visual mais desportivo com os tons escuros a bordo, as costuras vermelhas e os assentos forrados parcialmente em couro e camurça artificial. Em termos de opções, adicionaríamos apenas o sistema de som da Bose que a unidade ensaiada não incluía, mas que está disponível em opção e a possibilidade de se poder usar o Apple CarPlay ou Android Auto numa versão sem fios, uma vez que está disponível um carregador por indução na consola central, não fazendo sentido ter um cabo ligado. Como adição ao preço da unidade ensaiada, está apenas o valor da pintura Polymetal Grey e o da caixa de velocidades automática.

Consumos

7/10

Nos valores indicados pelo computador de bordo para as médias de consumo, começamos por ter em mente que se trata de um motor diesel de 2,2 litros, em conjunto com uma caixa de velocidades automática e cerca de 1.600 quilos de peso. Noutros tempos, ficaríamos a pensar em valores próximos dos dez litros. Mas nos anos mais recentes, é quase impossível que um diesel registe esse tipo de números, mais ainda um com um funcionamento tão otimizado como este Skyactiv-D. A média declarada pela marca para um percurso misto é de apenas 6,1 litros, mas no “nosso” percurso misto com muita cidade, quilómetros de autoestrada e até um pouco de estradas nacionais, o valor final deste ensaio acabou mesmo por ficar nos 7,2 litros.

Ao Volante

8/10

Qualquer Mazda será um carro bastante interessante de conduzir, de uma forma bastante analógica e que nos envolve nesse momento. E o CX-5 não é exceção. Ainda que a sua vocação não seja a de um desportivo, a envolvência de todo o conjunto, entre os comandos que estão à nossa disposição, os movimentos da carroçaria e a precisão da direção, tudo parece estar muito bem equilibrado e preciso, fazendo com que a experiência seja bastante cativante.

Motor

6/10

A insistência da Mazda numa motorização diesel de 2,2 litros, com 184 cavalos gera aqui duas opiniões distintas. Por um lado, a marca tem razão. Afinal, os 7,1 litros não são nada de especial para um automóvel com o tamanho do CX-5 e todos os esforços no desenvolvimento desta motorização e de toda a família Skyactiv fazem bastante sentido, uma vez que otimizam o funcionamento de uma máquina da melhor forma possível, tornando-a sempre mais eficiente. Além disso, é com o motor diesel que nos sentimos “em casa” num modelo deste género. Meter a família a bordo e ir dar uma volta de fim-de-semana, sem fazer grandes contas a consumos, muito menos a locais de carregamento e simplesmente ir, é uma sensação muito boa e que não existem muitos modelos sem motor diesel a conseguir fazê-lo com esta despreocupação.

Por outro lado, e depois de já termos conduzido tantos modelos, entre diesel, gasolina, híbridos e elétricos, a condução de um diesel e o seu ruído desengonçado e desconcertante, começa a soar a algo ultrapassado, mais ainda nesta opção que peca justamente pelo excesso de ruído que consegue trazer até ao habitáculo, principalmente quando circulamos em cidade, que é onde se nota mais e com a presença da caixa automática que também não o mesmo cuidado com a utilização do regime que poderíamos ter usando a versão manual, ainda que o seu funcionamento até seja correto e, em autoestrada, até faça um esforço para manter o regime num patamar mais baixo para melhorar as médias de consumo e soar mais “baixinho”.

Balanço Final

7/10

Não negamos que gostamos bastante de conduzir o CX-5. É um modelo que não nos dá um pontapé para o futuro e nos impõe um conjunto de novas tecnologias que nem sempre queremos. Este motor diesel é mais ruidoso que o desejado, especialmente a frio, mas perfeitamente tolerável e conta com médias de consumo que até nos ajudam a não irmos muitas vezes a uma estação de serviço. Perfeito, era se (vamos sonhar um pouco), a Mazda decidisse fazer uma versão híbrida plug-in do CX-5, com um sistema elétrico capaz de oferecer uma autonomia em torno dos 100 quilómetros, perfeitos para uma rotina diária, mas combinasse essa parte elétrica com este motor diesel. Os cavalos extra eram bem-vindos, as médias desciam, a autonomia aumentava bastante e o CX-5 ganhava um interesse ainda maior. Só era preciso adicionar o sistema da Bose, o Apple CarPlay sem fios e uma Via Verde, que é para conseguir pagar apenas Classe 1 nas portagens.

Concorrentes

Alfa Romeo Stelvio Super 2.2 TD
Motor: quatro cilindros, 2.2 litros, turbo; potência: 160 cavalos; consumo médio: 5,6 l/100km; preço base: 60.250 €

Hyundai Santa Fé 2.2 CRDi
Motor: quatro cilindros, 2.2 litros, turbo; potência: 202 cavalos; consumo médio: 6,3 l/100km; preço base: 60.456 €

Kia Sorento 2.2 CRDi
Motor: quatro cilindros, 2.2 litros, turbo; potência: 193 cavalos; consumo médio: 6,4 l/100km; preço base: 59.950 €

Ficha Técnica

Motor
Tipo: 4 cilindros em linha, injeção direta, diesel
Cilindrada (cm3): 2.191
Potência máxima (CV/rpm): 184/4.000
Binário máximo (Nm/rpm): 445/2.000
Tração: Dianteira
Transmissão: Automática de seis velocidades
Direção: Pinhão e cremalheira, assistida eletricamente
Suspensão (ft/tr): Independente, tipo McPherson/Multibraços
Travões (fr/tr): discos ventilados / discos

Prestações e consumos
Aceleração 0-100 km/h (s): 9,3
Velocidade máxima (km/h): 210
Consumos misto (l/100 km): 6,1
Emissões CO2 (gr/km): 160

Dimensões e pesos
Comprimento/Largura/Altura (mm): 4.575/1.845/1.685
Distância entre eixos (mm): 2.700
Largura de vias (fr/tr mm): n.d./n.d.
Peso (kg): 1.614
Capacidade da bagageira (l): 510
Deposito de combustível (l): 58
Pneus (fr/tr): 225/55 R19

Preço da versão ensaiada (Euros): 50.748 €
Preço da versão base (Euros): 47.098 €

Mais/Menos


Mais

– Condução
– Conforto
– Equipamento

Menos

– Ruído do motor
– Monitor central não é tátil
– Classe 2 sem Via Verde

Preços


Preço da versão ensaiada (Euros): 50748€

Preço da versão base (Euros): 47098€

Exterior
Interior
Equipamento
Consumos
Ao volante
Concorrentes
Motor
Balanço final
Ficha técnica

Exterior

O Mazda CX-5 foi o modelo que nos apresentou o novo conceito estético da Mazda mais conhecido por Kodo Design, já há uns anos. Mas na sua última evolução, o CX-5 recebeu um desenho mais apelativo e contemporâneo, com novos grupos óticos dianteiros e traseiros, uma nova identidade luminosa e uma imagem geral que deixou este modelo mais cativante. Com a versão Homura que acaba de chegar ao mercado, o CX-5 substitui diversos dos cromados existentes na carroçaria por diversos elementos em negro, mais visíveis na grelha frontal, no elemento a que a marca chama “asa de assinatura”, na zona inferior da grelha dianteira, mas também na parte inferior do para-choques, nos aros dos guarda-lamas e nas capas dos espelhos retrovisores. Além disso, na grelha dianteira há agora alguns elementos em vermelho que identificam esta versão.

Interior

Uma vez a bordo, os detalhes em vermelho da versão Homura têm continuidade nas costuras dos assentos, do volante e de outros elementos, adicionando um toque mais desportivo ao interior. E aqui, é onde encontramos uma excelente posição de condução, tal como a Mazda já nos habituou e o novo monitor existente no topo do tablier que, segundo a marca, não é tátil para que o condutor não se distraia a usá-lo. Mas aqui, somos obrigados a discordar. De facto, o comando rotativo existente entre os assentos também permite chegar a todos os comandos que vemos no monitor, mas o tempo que demoramos até alcançar o desejado e ir olhando para verificar se já está selecionado o que queremos, demora muito mais tempo do que dar um toque no monitor.

Em termos de espaço, o Mazda CX-5 também é daqueles modelos que não desilude, seja para quem viaja na frente ou para quem viaja nos lugares traseiros. E no que diz respeito a bagagem, a versão diesel apresenta uma volumetria mais acanhada que a opção a gasolina, mas, ainda assim, são mais de 500 litros disponíveis para transportar quase tudo o que queremos.

Equipamento

Com o nível de equipamento Homura, o recheio do CX-5 fica mais ou menos a meio de tudo aquilo que a marca oferece para este modelo. Mas mesmo no patamar intermédio, aquilo que não temos é a imagem mais clássica dos assentos em pele e sim um visual mais desportivo com os tons escuros a bordo, as costuras vermelhas e os assentos forrados parcialmente em couro e camurça artificial. Em termos de opções, adicionaríamos apenas o sistema de som da Bose que a unidade ensaiada não incluía, mas que está disponível em opção e a possibilidade de se poder usar o Apple CarPlay ou Android Auto numa versão sem fios, uma vez que está disponível um carregador por indução na consola central, não fazendo sentido ter um cabo ligado. Como adição ao preço da unidade ensaiada, está apenas o valor da pintura Polymetal Grey e o da caixa de velocidades automática.

Consumos

Nos valores indicados pelo computador de bordo para as médias de consumo, começamos por ter em mente que se trata de um motor diesel de 2,2 litros, em conjunto com uma caixa de velocidades automática e cerca de 1.600 quilos de peso. Noutros tempos, ficaríamos a pensar em valores próximos dos dez litros. Mas nos anos mais recentes, é quase impossível que um diesel registe esse tipo de números, mais ainda um com um funcionamento tão otimizado como este Skyactiv-D. A média declarada pela marca para um percurso misto é de apenas 6,1 litros, mas no “nosso” percurso misto com muita cidade, quilómetros de autoestrada e até um pouco de estradas nacionais, o valor final deste ensaio acabou mesmo por ficar nos 7,2 litros.

Ao volante

Qualquer Mazda será um carro bastante interessante de conduzir, de uma forma bastante analógica e que nos envolve nesse momento. E o CX-5 não é exceção. Ainda que a sua vocação não seja a de um desportivo, a envolvência de todo o conjunto, entre os comandos que estão à nossa disposição, os movimentos da carroçaria e a precisão da direção, tudo parece estar muito bem equilibrado e preciso, fazendo com que a experiência seja bastante cativante.

Concorrentes

Alfa Romeo Stelvio Super 2.2 TD
Motor: quatro cilindros, 2.2 litros, turbo; potência: 160 cavalos; consumo médio: 5,6 l/100km; preço base: 60.250 €

Hyundai Santa Fé 2.2 CRDi
Motor: quatro cilindros, 2.2 litros, turbo; potência: 202 cavalos; consumo médio: 6,3 l/100km; preço base: 60.456 €

Kia Sorento 2.2 CRDi
Motor: quatro cilindros, 2.2 litros, turbo; potência: 193 cavalos; consumo médio: 6,4 l/100km; preço base: 59.950 €

Motor

A insistência da Mazda numa motorização diesel de 2,2 litros, com 184 cavalos gera aqui duas opiniões distintas. Por um lado, a marca tem razão. Afinal, os 7,1 litros não são nada de especial para um automóvel com o tamanho do CX-5 e todos os esforços no desenvolvimento desta motorização e de toda a família Skyactiv fazem bastante sentido, uma vez que otimizam o funcionamento de uma máquina da melhor forma possível, tornando-a sempre mais eficiente. Além disso, é com o motor diesel que nos sentimos “em casa” num modelo deste género. Meter a família a bordo e ir dar uma volta de fim-de-semana, sem fazer grandes contas a consumos, muito menos a locais de carregamento e simplesmente ir, é uma sensação muito boa e que não existem muitos modelos sem motor diesel a conseguir fazê-lo com esta despreocupação.

Por outro lado, e depois de já termos conduzido tantos modelos, entre diesel, gasolina, híbridos e elétricos, a condução de um diesel e o seu ruído desengonçado e desconcertante, começa a soar a algo ultrapassado, mais ainda nesta opção que peca justamente pelo excesso de ruído que consegue trazer até ao habitáculo, principalmente quando circulamos em cidade, que é onde se nota mais e com a presença da caixa automática que também não o mesmo cuidado com a utilização do regime que poderíamos ter usando a versão manual, ainda que o seu funcionamento até seja correto e, em autoestrada, até faça um esforço para manter o regime num patamar mais baixo para melhorar as médias de consumo e soar mais “baixinho”.

Balanço final

Não negamos que gostamos bastante de conduzir o CX-5. É um modelo que não nos dá um pontapé para o futuro e nos impõe um conjunto de novas tecnologias que nem sempre queremos. Este motor diesel é mais ruidoso que o desejado, especialmente a frio, mas perfeitamente tolerável e conta com médias de consumo que até nos ajudam a não irmos muitas vezes a uma estação de serviço. Perfeito, era se (vamos sonhar um pouco), a Mazda decidisse fazer uma versão híbrida plug-in do CX-5, com um sistema elétrico capaz de oferecer uma autonomia em torno dos 100 quilómetros, perfeitos para uma rotina diária, mas combinasse essa parte elétrica com este motor diesel. Os cavalos extra eram bem-vindos, as médias desciam, a autonomia aumentava bastante e o CX-5 ganhava um interesse ainda maior. Só era preciso adicionar o sistema da Bose, o Apple CarPlay sem fios e uma Via Verde, que é para conseguir pagar apenas Classe 1 nas portagens.

Mais

– Condução
– Conforto
– Equipamento

Menos

– Ruído do motor
– Monitor central não é tátil
– Classe 2 sem Via Verde

Ficha técnica

Motor
Tipo: 4 cilindros em linha, injeção direta, diesel
Cilindrada (cm3): 2.191
Potência máxima (CV/rpm): 184/4.000
Binário máximo (Nm/rpm): 445/2.000
Tração: Dianteira
Transmissão: Automática de seis velocidades
Direção: Pinhão e cremalheira, assistida eletricamente
Suspensão (ft/tr): Independente, tipo McPherson/Multibraços
Travões (fr/tr): discos ventilados / discos

Prestações e consumos
Aceleração 0-100 km/h (s): 9,3
Velocidade máxima (km/h): 210
Consumos misto (l/100 km): 6,1
Emissões CO2 (gr/km): 160

Dimensões e pesos
Comprimento/Largura/Altura (mm): 4.575/1.845/1.685
Distância entre eixos (mm): 2.700
Largura de vias (fr/tr mm): n.d./n.d.
Peso (kg): 1.614
Capacidade da bagageira (l): 510
Deposito de combustível (l): 58
Pneus (fr/tr): 225/55 R19

Preço da versão ensaiada (Euros): 50.748 €
Preço da versão base (Euros): 47.098 €

Preço da versão ensaiada (Euros): 50748€
Preço da versão base (Euros): 47098€