Mazda CX-5 SkyActiv-G 2.0 – Ensaio Teste

By on 4 Maio, 2022

Alternativa térmica

Há alguns anos, ninguém queria ouvir falar num SUV de tamanho mais generoso com um motor a gasolina. Mas nesta fase, a Mazda continua apostada em mostrar que a eletrificação não é a única solução e que este tipo de motorização térmica, agora, até faz algum sentido. Os recentes ajustes de mercado em termos de preços de combustíveis deixaram a gasolina e o gasóleo com valores muito aproximados. Houve mesmo um momento em que o gasóleo ficou mais caro que a gasolina. E foi mais ou menos nessa altura que a Mazda renovou a sua gama e voltou a incluir a opção SkyActiv-G no mercado, uma vez que mantém um excelente nível de eficiência e não é muito mais gulosa que o tradicional Diesel. Se há uns tempos não fazia sentido, agora, já dá que pensar.

Texto: André Mendes


Mais:

– Condução
– Conforto
– Equipamento

Menos:

– Potência do motor
– Tons neutros no interior
– Monitor central não é tátil

Exterior

7/10

Responsável pela estreia do Kodo Design há já uns anos, o Mazda CX-5 recebe agora a última afinação estética deste conceito. É identificado pelo novo desenho da grelha dianteira, pelo novo estilo das óticas dianteiras e traseira, pela uniformização de algumas das suas linhas, mas também pela nova cor da carroçaria, o Zircon Sand, justamente, a que está presente na unidade ensaiada. Poderá não ser um tom que agrade a todos, tal como descobri nos dias em que conduzi o CX-5, mas a verdade é que, dependendo da luz a que está exposta a carroçaria, há momentos em que apenas o Soul Red conquistaria a minha preferência. E os novos traços, em conjunto com o novo desenho das óticas, trazem um visual ainda mais desportivo ao SUV de maiores proporções da marca nipónica.

Interior

6/10

A bordo do Mazda CX-5 há dois pontos que me ocorrem de imediato. O primeiro é que me começa a saber cada vez melhor quando encontro um carro de visual mais normal, sem monitores gigantes e comandos táteis. E o segundo é que fica sempre evidente o cuidado que a Mazda continua a ter com a ergonomia e os comandos destinados à condução. A posição ao volante é sempre excelente, seja num MX-5 ou num CX-5. E além disso, o espaço disponível também é bastante amplo, seja nos lugares da frente ou nos traseiros.

O monitor existente no topo do tablier tem um formato mais estreito que o já habitual tablet de outros modelos e uma boa resolução em termos de imagem, mas tem a desvantagem de não ser tátil e tem de ser utilizado com a ajuda do comando rotativo existente entre os assentos. A Mazda afirma que isso acontece para que o condutor não tire os olhos da estrada, mas na realidade, demoro mais tempo a olhar para o monitor a tentar perceber se o comando que quero já está selecionado, do que se tivesse de dar apenas um toque com o dedo.

Equipamento

6/10

A versão Excellence Navi, como o nome indica, já inclui a navegação. Mas também diversos outros equipamentos, apesar de ser o segundo patamar de oferta nesta gama. A presença do Apple CarPlay e do Android Auto faz com que a navegação não seja lá muito precisa, uma vez que acabo por usar mesmo os mapas que tenho no telefone, mas uma vez que existe uma zona destinada ao carregamento por indução, é uma pena que a ligação a estes sistemas ainda tenha de ser efetuada com um cabo. Na unidade ensaiada, o sistema de som tem a assinatura da Bose, levando, novamente, a explorar as playlists do telefone e um ambiente a bordo simples, sem passos maiores que a perna em termos de inovações, mas muito bem construído, sólido, com bons materiais e bem isolado.

Consumos

6/10

Em termos de médias de consumo, o valor declarado pela marca é de 6,7 litros para um percurso misto e o mínimo que consegui, com uma condução bastante ponderada e fluída na maior parte do tempo foi de 6,4. No entanto, com quilómetros de autoestrada à mistura, de ar condicionado ligado, percursos citadinos à hora de ponta e outras situações que os motores térmicos não gostam, deixavam antever o valor bem mais elevado do que 8,7 litros que acabei por descobrir no computador de bordo no final do ensaio, o que não me parece nada de especial para um SUV do tamanho do CX-5. Na realidade, a menos que tenha de percorrer imensos quilómetros por dia ou faça viagens todos os fins-de-semana para longe, um motor diesel já não compensa assim tanto. A manutenção é mais dispendiosa e a diferença de preço ainda é superior a oito mil euros. E isso, mesmo nos dias que correm, ainda dá para bastante combustível.

Ao Volante

8/10

A experiência de condução do Mazda CX-5, ou de qualquer outro Mazda, será sempre envolvente. Isso é algo que já se sabe mesmo antes de entrar em qualquer modelo da marca. No caso do CX-5, é apenas um pouco mais difícil de acreditar, devido às dimensões deste SUV. No entanto, tal como esperado, não desilude em nada e quanto mais o conduzo, mais me sinto à vontade para explorar as suas capacidades dinâmicas. O conceito Jinba Ittai (automóvel e condutor num só), continua presente o CX-5 não é exceção, mesmo nesta versão equipada com um motor a gasolina. Bem pelo contrário.

Motor

6/10

Este era o ponto que mais curiosidade me estava a despertar, uma vez que precisava de descobrir a insistência da Mazda nesta solução, quando quase todos os construtores estão a mudar-se para o distrito da eletrificação. Fiz de propósito para não saber patamares de potência nem prestações antes de iniciar o ensaio e deixei-me surpreender pelo SkyActiv-G. Nos regimes mais baixos, a caixa de velocidades manual deixa a precisão num patamar mais vago e amorfo, privilegiando o conforto em ambientes mais citadinos, por exemplo. Muitas vezes, o motor é tão silencioso que nem se percebe se já se desligou ou não num semáforo, sendo necessário olhar para o conta-rotações. Mas depois, à medida que vou explorando a escala do conta-rotações, a envolvência na condução vai também aumentando, e já me deixa a pensar se vale mesmo a pena ir pela autoestrada ou optar pela nacional, não pagando portagens e ganhando um pouco mais em diversão. E afinal, são apenas 165 cavalos de potência. Mais, seriam bem-vindos, mas só porque nunca são demais.

Balanço Final

7/10

Nesta atualização, o visual da carroçaria evoluiu o suficiente para o CX-5 ficar mais apelativo, ao contrário do interior que se mantém num tom mais neutro nesta versão Excellence, ainda que muito confortável e bem construído. Mas o que mais me cativou (novamente) no CX-5 foi mesmo o seu comportamento dinâmico e a envolvência que acabamos por ir tendo um com o outro à medida que nos vamos conhecendo.

Concorrentes

Hyundai Tucson 1.6 T-GDi – Motor: quatro cilindros, 1.6 litros, turbo; potência: 150 cavalos; consumo médio: 6,6 l/100km; preço base: 28 556 €

Kia Sportage 1.6 T-GDi – Motor: quatro cilindros, 1.6 litros, turbo; potência: 150 cavalos; consumo médio: 6,8 l/100km; preço base: 34.650 €

Ficha Técnica

Motor
Tipo: 4 cilindros em linha, injeção direta, gasolina
Cilindrada (cm3): 1.998
Potência máxima (CV/rpm): 165/6.000
Binário máximo (Nm/rpm): 213/4.000
Tração: Dianteira
Transmissão: Manual de seis velocidades
Direção: Pinhão e cremalheira, assistida eletricamente
Suspensão (ft/tr): Independente, tipo McPherson/Multibraços
Travões (fr/tr): discos ventilados / discos

Prestações e consumos
Aceleração 0-100 km/h (s): 10,5
Velocidade máxima (km/h): 201
Consumos misto (l/100 km): 6,7
Emissões CO2 (gr/km): 152

Dimensões e pesos
Comprimento/Largura/Altura (mm): 4.575/1.845/1.685
Distância entre eixos (mm): 2.700
Largura de vias (fr/tr mm): n.d./n.d.
Peso (kg): 1.411
Capacidade da bagageira (l): 522
Deposito de combustível (l): 56
Pneus (fr/tr): 225/55 R19

Preço da versão ensaiada (Euros): 37.954 €
Preço da versão base (Euros): 36.704 €

Mais/Menos


Mais

– Condução
– Conforto
– Equipamento

Menos

– Potência do motor
– Tons neutros no interior
– Monitor central não é tátil

Preços


Preço da versão ensaiada (Euros): 37.954€

Preço da versão base (Euros): 36.704€

Exterior
Interior
Equipamento
Consumos
Ao volante
Concorrentes
Motor
Balanço final
Ficha técnica

Exterior

Responsável pela estreia do Kodo Design há já uns anos, o Mazda CX-5 recebe agora a última afinação estética deste conceito. É identificado pelo novo desenho da grelha dianteira, pelo novo estilo das óticas dianteiras e traseira, pela uniformização de algumas das suas linhas, mas também pela nova cor da carroçaria, o Zircon Sand, justamente, a que está presente na unidade ensaiada. Poderá não ser um tom que agrade a todos, tal como descobri nos dias em que conduzi o CX-5, mas a verdade é que, dependendo da luz a que está exposta a carroçaria, há momentos em que apenas o Soul Red conquistaria a minha preferência. E os novos traços, em conjunto com o novo desenho das óticas, trazem um visual ainda mais desportivo ao SUV de maiores proporções da marca nipónica.

Interior

A bordo do Mazda CX-5 há dois pontos que me ocorrem de imediato. O primeiro é que me começa a saber cada vez melhor quando encontro um carro de visual mais normal, sem monitores gigantes e comandos táteis. E o segundo é que fica sempre evidente o cuidado que a Mazda continua a ter com a ergonomia e os comandos destinados à condução. A posição ao volante é sempre excelente, seja num MX-5 ou num CX-5. E além disso, o espaço disponível também é bastante amplo, seja nos lugares da frente ou nos traseiros.

O monitor existente no topo do tablier tem um formato mais estreito que o já habitual tablet de outros modelos e uma boa resolução em termos de imagem, mas tem a desvantagem de não ser tátil e tem de ser utilizado com a ajuda do comando rotativo existente entre os assentos. A Mazda afirma que isso acontece para que o condutor não tire os olhos da estrada, mas na realidade, demoro mais tempo a olhar para o monitor a tentar perceber se o comando que quero já está selecionado, do que se tivesse de dar apenas um toque com o dedo.

Equipamento

A versão Excellence Navi, como o nome indica, já inclui a navegação. Mas também diversos outros equipamentos, apesar de ser o segundo patamar de oferta nesta gama. A presença do Apple CarPlay e do Android Auto faz com que a navegação não seja lá muito precisa, uma vez que acabo por usar mesmo os mapas que tenho no telefone, mas uma vez que existe uma zona destinada ao carregamento por indução, é uma pena que a ligação a estes sistemas ainda tenha de ser efetuada com um cabo. Na unidade ensaiada, o sistema de som tem a assinatura da Bose, levando, novamente, a explorar as playlists do telefone e um ambiente a bordo simples, sem passos maiores que a perna em termos de inovações, mas muito bem construído, sólido, com bons materiais e bem isolado.

Consumos

Em termos de médias de consumo, o valor declarado pela marca é de 6,7 litros para um percurso misto e o mínimo que consegui, com uma condução bastante ponderada e fluída na maior parte do tempo foi de 6,4. No entanto, com quilómetros de autoestrada à mistura, de ar condicionado ligado, percursos citadinos à hora de ponta e outras situações que os motores térmicos não gostam, deixavam antever o valor bem mais elevado do que 8,7 litros que acabei por descobrir no computador de bordo no final do ensaio, o que não me parece nada de especial para um SUV do tamanho do CX-5. Na realidade, a menos que tenha de percorrer imensos quilómetros por dia ou faça viagens todos os fins-de-semana para longe, um motor diesel já não compensa assim tanto. A manutenção é mais dispendiosa e a diferença de preço ainda é superior a oito mil euros. E isso, mesmo nos dias que correm, ainda dá para bastante combustível.

Ao volante

A experiência de condução do Mazda CX-5, ou de qualquer outro Mazda, será sempre envolvente. Isso é algo que já se sabe mesmo antes de entrar em qualquer modelo da marca. No caso do CX-5, é apenas um pouco mais difícil de acreditar, devido às dimensões deste SUV. No entanto, tal como esperado, não desilude em nada e quanto mais o conduzo, mais me sinto à vontade para explorar as suas capacidades dinâmicas. O conceito Jinba Ittai (automóvel e condutor num só), continua presente o CX-5 não é exceção, mesmo nesta versão equipada com um motor a gasolina. Bem pelo contrário.

Concorrentes

Hyundai Tucson 1.6 T-GDi – Motor: quatro cilindros, 1.6 litros, turbo; potência: 150 cavalos; consumo médio: 6,6 l/100km; preço base: 28 556 €

Kia Sportage 1.6 T-GDi – Motor: quatro cilindros, 1.6 litros, turbo; potência: 150 cavalos; consumo médio: 6,8 l/100km; preço base: 34.650 €

Motor

Este era o ponto que mais curiosidade me estava a despertar, uma vez que precisava de descobrir a insistência da Mazda nesta solução, quando quase todos os construtores estão a mudar-se para o distrito da eletrificação. Fiz de propósito para não saber patamares de potência nem prestações antes de iniciar o ensaio e deixei-me surpreender pelo SkyActiv-G. Nos regimes mais baixos, a caixa de velocidades manual deixa a precisão num patamar mais vago e amorfo, privilegiando o conforto em ambientes mais citadinos, por exemplo. Muitas vezes, o motor é tão silencioso que nem se percebe se já se desligou ou não num semáforo, sendo necessário olhar para o conta-rotações. Mas depois, à medida que vou explorando a escala do conta-rotações, a envolvência na condução vai também aumentando, e já me deixa a pensar se vale mesmo a pena ir pela autoestrada ou optar pela nacional, não pagando portagens e ganhando um pouco mais em diversão. E afinal, são apenas 165 cavalos de potência. Mais, seriam bem-vindos, mas só porque nunca são demais.

Balanço final

Nesta atualização, o visual da carroçaria evoluiu o suficiente para o CX-5 ficar mais apelativo, ao contrário do interior que se mantém num tom mais neutro nesta versão Excellence, ainda que muito confortável e bem construído. Mas o que mais me cativou (novamente) no CX-5 foi mesmo o seu comportamento dinâmico e a envolvência que acabamos por ir tendo um com o outro à medida que nos vamos conhecendo.

Mais

– Condução
– Conforto
– Equipamento

Menos

– Potência do motor
– Tons neutros no interior
– Monitor central não é tátil

Ficha técnica

Motor
Tipo: 4 cilindros em linha, injeção direta, gasolina
Cilindrada (cm3): 1.998
Potência máxima (CV/rpm): 165/6.000
Binário máximo (Nm/rpm): 213/4.000
Tração: Dianteira
Transmissão: Manual de seis velocidades
Direção: Pinhão e cremalheira, assistida eletricamente
Suspensão (ft/tr): Independente, tipo McPherson/Multibraços
Travões (fr/tr): discos ventilados / discos

Prestações e consumos
Aceleração 0-100 km/h (s): 10,5
Velocidade máxima (km/h): 201
Consumos misto (l/100 km): 6,7
Emissões CO2 (gr/km): 152

Dimensões e pesos
Comprimento/Largura/Altura (mm): 4.575/1.845/1.685
Distância entre eixos (mm): 2.700
Largura de vias (fr/tr mm): n.d./n.d.
Peso (kg): 1.411
Capacidade da bagageira (l): 522
Deposito de combustível (l): 56
Pneus (fr/tr): 225/55 R19

Preço da versão ensaiada (Euros): 37.954 €
Preço da versão base (Euros): 36.704 €

Preço da versão ensaiada (Euros): 37.954€
Preço da versão base (Euros): 36.704€