Mercedes-Benz S580e – Ensaio Teste

By on 6 Julho, 2022

O topo da hierarquia

No mundo dos automóveis topo de gama, o Mercedes-Benz Classe S já pode ser considerado como a prata da casa. Por muitos rivais que tenha ou versões melhoradas, como é o caso da assinada pela Maybach, um Classe S será sempre um Classe S. O topo de gama da Mercedes-Benz é uma espécie de molde que servirá de inspiração para todos os outros modelos da marca. Por norma, é o primeiro de um novo ciclo a ser apresentado e o que estreia sistemas e soluções de vanguarda que ainda são pouco comuns no mundo automóvel. E tudo isto, com uma imagem distinta, que vai arrojando aos poucos, mas sem grandes abusos, mantendo sempre uma verdadeira imagem de porta-estandarte, no topo da hierarquia de tudo o que a marca tem para oferecer.

Texto: André Mendes


Mais:

– Qualidade;
– Conforto;
– Ambiente a bordo;
– Sistema híbrido;
– Autonomia;

Menos:

– Preço;
– Capacidade da bagageira;

Exterior

8/10

A presença de um Classe S é facilmente destacada pelo seu porte e por ter sempre um visual de chefe de estado, de engenheiro ou senhor doutor. O visual mais agressivo, seja da secção dianteira ou da traseira é bastante imponente, mas inclui a cordialidade de nos receber sempre já com os puxadores da porta para fora da carroçaria e iluminados, para que saibamos precisamente onde estão. As jantes de 19 polegadas parecem mais pequenas do que efetivamente são e nesta nova geração, os mais de cinco metros de comprimento e os quase dois de largura até passam despercebidos, tal como os mais de três metros que separam os dois eixos e que permitem uma configuração de habitáculo mais ampla.

Interior

10/10

A primeira impressão que temos assim que nos sentamos ao volante no Classe S é muito positiva. A posição de condução é a seguir a excelente, pois as inúmeras regulações disponíveis permitem que fiquemos sentados como bem entendermos. Os comandos que são apenas sensíveis ao toque eram dispensáveis e as mensagens do sistema a insistir que temos de olhar para as seis luzes que estão na instrumentação também, pois bastam apenas uns segundos para encontrar uma posição perfeita e mais outros para ligarmos as massagens. As almofadas nos encostos de cabeça são o toque final perfeito. Na unidade ensaiada não estava presente o MBUX Hyperscreen que a Mercedes-Benz tanto destaca, mas o monitor existente nesta versão é mais do que suficiente e também já conta com uma excelente resolução.

Nos lugares traseiros, o espaço disponível é bastante amplo em todas as medidas e a privacidade é muito maior. Há cortinas laterais, uma traseira e uma no tejadilho, destinada apenas aos lugares traseiros e com abertura independente. São todas elétricas, claro, e podem-se controlar através da unidade de comando que se encontra no apoio de braços, tipo um tablet mais compacto. Se não lhe apetecer levantar os braços, pode apenas pedir à assistente de bordo que as abra ou feche, começando a frase por “Olá Mercedes”. E já agora, ela que também invente uma desculpa para as pessoas que insistem em tirar-nos do carro quando chegamos ao destino. Não queremos.

Equipamento

8/10

O nível de equipamento presente na unidade ensaiada está incluído na categoria do “tudo e mais alguma coisa”, ainda que a lista de opcionais da marca para este modelo seja ainda mais extensa. Ainda assim, neste Classe S580e, o valor dos opcionais já ficava acima dos 25 mil euros, sendo que esse valor já inclui equipamentos como o sistema de som da Burmester, os assentos dinâmicos com massagens, aquecimento e ventilação, as tais cortinas traseiras e o teto panorâmico em vidro, o sistema de realidade aumentada no head-up display e no monitor central, o sistema de controlo da qualidade do ar no habitáculo com ambientador e tantas outras coisas que fazem aumentar o valor final do Classe S, mas que melhoram substancialmente a experiência de utilização.

Consumos

7/10

A capacidade que o sistema híbrido deste S580e tem de o fazer locomover em perfeito silêncio é verdadeiramente impressionante. Afinal, são quase 2,4 toneladas para transportar em saídas de garagem, no meio do trânsito, subidas, descidas, estacionamentos, autoestrada, tudo sem que o motor térmico dê sequer sinal de vida. Passados os primeiros 40 quilómetros, a média de consumo indicada pelo computador de bordo na instrumentação tridimensional ainda era de 0,0 litros para cada 100 quilómetros, enquanto do lado da eletricidade se estavam a gastar 20,7 kWh para a mesma distância. Sem o cuidado de fazer durar a carga da bateria, continuámos assim até perto dos 90 quilómetros percorridos, que foi quando o motor de combustão finalmente decidiu aparecer dando um ar da sua graça. Com uma utilização mista de cidade e estrada, acabámos por terminar a viagem com 230 quilómetros percorridos e com uma média de consumo de 6,4 litros de gasolina e de 8,5 kWh, sendo que mais de metade da distância foi efetuada em modo 100 por cento elétrico e apenas em 25 por cento do tempo de condução é que se utilizou o motor de combustão. Ou seja, com o S580e, é possível conduzir toda a semana em modo 100 por cento elétrico e deixar o combustível para as viagens de fim-de-semana.

Ao Volante

9/10

A experiência de condução de um Classe S é quase única. O conforto oferecido pela suspensão pneumática e pelos sistemas que tentam ler a estrada da melhor forma para otimizar o funcionamento da suspensão em função disso, deixam-nos a flutuar por qualquer estrada de piso mais irregular e transforma qualquer lomba, habitualmente mais desconfortável, numa pequena irregularidade do piso que mal se nota. Os 510 cavalos disponíveis para usarmos estão lá todos e o “sechs zylinder” faz-se ouvir, mas todo o conjunto está afinado para uma experiência de utilização mais luxuosa do que dinamicamente emocionante. Em ambiente urbano, os cinco metros de comprimento e os quase dois de largura são preocupantes, mas mesmo sem o opcional das quatro rodas direcionais, o Classe S deixa-se manobrar com bastante facilidade em espaços que nem são assim tão amplos.

Motor

7/10

A versão S580e significa que está incluído um sistema híbrido neste Classe S para o locomover da forma mais eficiente possível. Do lado do motor térmico podemos contar com a presença de um já conhecido bloco de três litros, com seis cilindros em linha e 367 cavalos de potência. Mas do lado da motorização elétrica está agora presente uma nova motorização com 150 cavalos e 440 Nm de binário, que são suficientes para fazer andar as quase 2,4 toneladas do Classe S, sem a necessidade de utilizar o motor térmico. Até porque, com esta nova opção, e com a ajuda da bateria de 28,6 kWh, a autonomia máxima declarada deste S580e em modo 100 por cento elétrico, supera agora os 100 quilómetros. Mas claro que este continua a ser um híbrido e por isso, não estamos limitados ao motor elétrico. Se optarmos por usar os dois em conjunto, a autonomia é obviamente superior e ficam disponíveis 510 cavalos de potência combinada e um total de 750 Nm de binário.

Balanço Final

8/10

O Classe S é um carro que nos marca. Pela sua imponência e pela experiência, de uma forma geral. Nota-se que é neste modelo que a Mercedes-Benz não se coíbe de recorrer a todas as soluções possíveis para que essa mesma experiência seja a melhor possível. Ainda hoje me lembro do primeiro Classe S que conduzi. Era um S300 Turbodiesel de 1996 (W140). E para a sua altura, era também uma experiência incrível, tal como esta nova geração, obviamente muito mais moderna e tecnológica, onde nem falta um sistema híbrido verdadeiramente competente e com uma eficiência com que o S300 TD nem sequer sonhava, mas com o mesmo porte, a mesma imponência e a mesma forma de ser um Classe S.

Concorrentes

Audi A8 60 TFSIe quattro tiptronic
Motor: seis cilindros, 3.0 litros, turbo; potência combinada: 462 cavalos; consumo médio: 1,8 l/100km; preço base: 131.838 €

BMW 750e xDrive
Motor: seis cilindros, 3.0 litros, turbo; potência combinada: 489 cavalos; consumo médio: 1,0 l/100km; preço base: ainda não está disponível

Ficha Técnica

Motor
Tipo: 6 cilindros em linha, injeção direta, gasolina, turbo
Cilindrada (cm3): 2.999
Potência máxima (CV/rpm): 367/5.500-6.100 + 150 cv (elétrico)
Binário máximo (Nm/rpm): 500/1.600-4.500 + 440 Nm (elétrico)
Tração: Traseira
Transmissão: Automática de nove velocidades
Direção: Pinhão e cremalheira, assistida eletricamente
Suspensão (ft/tr): Pneumática, multibraços/Pneumática, multibraços
Travões (fr/tr): discos ventilados / discos ventilados

Prestações e consumos
Aceleração 0-100 km/h (s): 5,2
Velocidade máxima (km/h): 250
Consumos misto (l/100 km): 7,7
Emissões CO2 (gr/km): 176

Dimensões e pesos
Comprimento/Largura/Altura (mm): 5.179/1.954/1.503
Distância entre eixos (mm): 3.106
Largura de vias (fr/tr mm): 1.655/1.651
Peso (kg): 2.380
Capacidade da bagageira (l): 350
Deposito de combustível (l): 67
Pneus (fr/tr): 255/45 R19 | 285/40 R19

Preço da versão ensaiada (Euros): 168.900 €
Preço da versão base (Euros): 143.850 €

Mais/Menos


Mais

– Qualidade;
– Conforto;
– Ambiente a bordo;
– Sistema híbrido;
– Autonomia;

Menos

– Preço;
– Capacidade da bagageira;

Preços


Preço da versão ensaiada (Euros): 168900€

Preço da versão base (Euros): 143850€

Exterior
Interior
Equipamento
Consumos
Ao volante
Concorrentes
Motor
Balanço final
Ficha técnica

Exterior

A presença de um Classe S é facilmente destacada pelo seu porte e por ter sempre um visual de chefe de estado, de engenheiro ou senhor doutor. O visual mais agressivo, seja da secção dianteira ou da traseira é bastante imponente, mas inclui a cordialidade de nos receber sempre já com os puxadores da porta para fora da carroçaria e iluminados, para que saibamos precisamente onde estão. As jantes de 19 polegadas parecem mais pequenas do que efetivamente são e nesta nova geração, os mais de cinco metros de comprimento e os quase dois de largura até passam despercebidos, tal como os mais de três metros que separam os dois eixos e que permitem uma configuração de habitáculo mais ampla.

Interior

A primeira impressão que temos assim que nos sentamos ao volante no Classe S é muito positiva. A posição de condução é a seguir a excelente, pois as inúmeras regulações disponíveis permitem que fiquemos sentados como bem entendermos. Os comandos que são apenas sensíveis ao toque eram dispensáveis e as mensagens do sistema a insistir que temos de olhar para as seis luzes que estão na instrumentação também, pois bastam apenas uns segundos para encontrar uma posição perfeita e mais outros para ligarmos as massagens. As almofadas nos encostos de cabeça são o toque final perfeito. Na unidade ensaiada não estava presente o MBUX Hyperscreen que a Mercedes-Benz tanto destaca, mas o monitor existente nesta versão é mais do que suficiente e também já conta com uma excelente resolução.

Nos lugares traseiros, o espaço disponível é bastante amplo em todas as medidas e a privacidade é muito maior. Há cortinas laterais, uma traseira e uma no tejadilho, destinada apenas aos lugares traseiros e com abertura independente. São todas elétricas, claro, e podem-se controlar através da unidade de comando que se encontra no apoio de braços, tipo um tablet mais compacto. Se não lhe apetecer levantar os braços, pode apenas pedir à assistente de bordo que as abra ou feche, começando a frase por “Olá Mercedes”. E já agora, ela que também invente uma desculpa para as pessoas que insistem em tirar-nos do carro quando chegamos ao destino. Não queremos.

Equipamento

O nível de equipamento presente na unidade ensaiada está incluído na categoria do “tudo e mais alguma coisa”, ainda que a lista de opcionais da marca para este modelo seja ainda mais extensa. Ainda assim, neste Classe S580e, o valor dos opcionais já ficava acima dos 25 mil euros, sendo que esse valor já inclui equipamentos como o sistema de som da Burmester, os assentos dinâmicos com massagens, aquecimento e ventilação, as tais cortinas traseiras e o teto panorâmico em vidro, o sistema de realidade aumentada no head-up display e no monitor central, o sistema de controlo da qualidade do ar no habitáculo com ambientador e tantas outras coisas que fazem aumentar o valor final do Classe S, mas que melhoram substancialmente a experiência de utilização.

Consumos

A capacidade que o sistema híbrido deste S580e tem de o fazer locomover em perfeito silêncio é verdadeiramente impressionante. Afinal, são quase 2,4 toneladas para transportar em saídas de garagem, no meio do trânsito, subidas, descidas, estacionamentos, autoestrada, tudo sem que o motor térmico dê sequer sinal de vida. Passados os primeiros 40 quilómetros, a média de consumo indicada pelo computador de bordo na instrumentação tridimensional ainda era de 0,0 litros para cada 100 quilómetros, enquanto do lado da eletricidade se estavam a gastar 20,7 kWh para a mesma distância. Sem o cuidado de fazer durar a carga da bateria, continuámos assim até perto dos 90 quilómetros percorridos, que foi quando o motor de combustão finalmente decidiu aparecer dando um ar da sua graça. Com uma utilização mista de cidade e estrada, acabámos por terminar a viagem com 230 quilómetros percorridos e com uma média de consumo de 6,4 litros de gasolina e de 8,5 kWh, sendo que mais de metade da distância foi efetuada em modo 100 por cento elétrico e apenas em 25 por cento do tempo de condução é que se utilizou o motor de combustão. Ou seja, com o S580e, é possível conduzir toda a semana em modo 100 por cento elétrico e deixar o combustível para as viagens de fim-de-semana.

Ao volante

A experiência de condução de um Classe S é quase única. O conforto oferecido pela suspensão pneumática e pelos sistemas que tentam ler a estrada da melhor forma para otimizar o funcionamento da suspensão em função disso, deixam-nos a flutuar por qualquer estrada de piso mais irregular e transforma qualquer lomba, habitualmente mais desconfortável, numa pequena irregularidade do piso que mal se nota. Os 510 cavalos disponíveis para usarmos estão lá todos e o “sechs zylinder” faz-se ouvir, mas todo o conjunto está afinado para uma experiência de utilização mais luxuosa do que dinamicamente emocionante. Em ambiente urbano, os cinco metros de comprimento e os quase dois de largura são preocupantes, mas mesmo sem o opcional das quatro rodas direcionais, o Classe S deixa-se manobrar com bastante facilidade em espaços que nem são assim tão amplos.

Concorrentes

Audi A8 60 TFSIe quattro tiptronic
Motor: seis cilindros, 3.0 litros, turbo; potência combinada: 462 cavalos; consumo médio: 1,8 l/100km; preço base: 131.838 €

BMW 750e xDrive
Motor: seis cilindros, 3.0 litros, turbo; potência combinada: 489 cavalos; consumo médio: 1,0 l/100km; preço base: ainda não está disponível

Motor

A versão S580e significa que está incluído um sistema híbrido neste Classe S para o locomover da forma mais eficiente possível. Do lado do motor térmico podemos contar com a presença de um já conhecido bloco de três litros, com seis cilindros em linha e 367 cavalos de potência. Mas do lado da motorização elétrica está agora presente uma nova motorização com 150 cavalos e 440 Nm de binário, que são suficientes para fazer andar as quase 2,4 toneladas do Classe S, sem a necessidade de utilizar o motor térmico. Até porque, com esta nova opção, e com a ajuda da bateria de 28,6 kWh, a autonomia máxima declarada deste S580e em modo 100 por cento elétrico, supera agora os 100 quilómetros. Mas claro que este continua a ser um híbrido e por isso, não estamos limitados ao motor elétrico. Se optarmos por usar os dois em conjunto, a autonomia é obviamente superior e ficam disponíveis 510 cavalos de potência combinada e um total de 750 Nm de binário.

Balanço final

O Classe S é um carro que nos marca. Pela sua imponência e pela experiência, de uma forma geral. Nota-se que é neste modelo que a Mercedes-Benz não se coíbe de recorrer a todas as soluções possíveis para que essa mesma experiência seja a melhor possível. Ainda hoje me lembro do primeiro Classe S que conduzi. Era um S300 Turbodiesel de 1996 (W140). E para a sua altura, era também uma experiência incrível, tal como esta nova geração, obviamente muito mais moderna e tecnológica, onde nem falta um sistema híbrido verdadeiramente competente e com uma eficiência com que o S300 TD nem sequer sonhava, mas com o mesmo porte, a mesma imponência e a mesma forma de ser um Classe S.

Mais

– Qualidade;
– Conforto;
– Ambiente a bordo;
– Sistema híbrido;
– Autonomia;

Menos

– Preço;
– Capacidade da bagageira;

Ficha técnica

Motor
Tipo: 6 cilindros em linha, injeção direta, gasolina, turbo
Cilindrada (cm3): 2.999
Potência máxima (CV/rpm): 367/5.500-6.100 + 150 cv (elétrico)
Binário máximo (Nm/rpm): 500/1.600-4.500 + 440 Nm (elétrico)
Tração: Traseira
Transmissão: Automática de nove velocidades
Direção: Pinhão e cremalheira, assistida eletricamente
Suspensão (ft/tr): Pneumática, multibraços/Pneumática, multibraços
Travões (fr/tr): discos ventilados / discos ventilados

Prestações e consumos
Aceleração 0-100 km/h (s): 5,2
Velocidade máxima (km/h): 250
Consumos misto (l/100 km): 7,7
Emissões CO2 (gr/km): 176

Dimensões e pesos
Comprimento/Largura/Altura (mm): 5.179/1.954/1.503
Distância entre eixos (mm): 3.106
Largura de vias (fr/tr mm): 1.655/1.651
Peso (kg): 2.380
Capacidade da bagageira (l): 350
Deposito de combustível (l): 67
Pneus (fr/tr): 255/45 R19 | 285/40 R19

Preço da versão ensaiada (Euros): 168.900 €
Preço da versão base (Euros): 143.850 €

Preço da versão ensaiada (Euros): 168900€
Preço da versão base (Euros): 143850€