MINI One D Countryman 1.5 – Ensaio

By on 30 Outubro, 2017

MINI One D Countryman 1.5

Texto: Filipe Pinto Mesquita ([email protected])

Tão grande que está o “piqueno”!

O MINI não para de crescer! De MINI a “Max” foi um pequeno passo e nesta segunda geração do Countryman está ainda mais encorpado. Revisto na design, retocado nos pontos fracos, o maior MINI da MINI continua a encantar uns, a torcer o nariz a outros, mas ninguém lhe fica indiferente. Fomos espreitar o One D, a versão que comeu menos “Corn Flakes” ao “pequeno-almoço”!

Depois de ter surpreendido o mundo com uma versão “engordada” do MINI, no Salão de Genebra de 2010, e que, de imediato, dividiu corações, não sendo totalmente consensual na imagem, a MINI renovou a aposta no Countryman em 2017, ganhando a batalha contra os céticos e provando que, mesmo com uns “quilos a mais”, um MINI com “atitude” de Crossover continua a ter razão de existir. Mesmo na versão base diesel, a One D, a que deverá ter mais sucesso em Portugal.

Exterior

A segunda geração do Countryman é muito mais do que uma simples atualização da primeira. A imagem exterior foi redesenhada, mostrando-se mais atrativa e moderna, mas também permitiu ao Crossover da MINI crescer para todos os lados. Para à frente e para trás – mais 200 mm -, no meio (distância entre eixos) – mais 75 mm -, e para os lados – mais 30 mm. A única exceção foi mesmo na altura, onde o mais recente regista agora menos 10 mm, o que ajuda a aproximar a sua imagem de um Crossover. O design das óticas dianteiras e traseiras, que ajudam sempre a definir o visual de qualquer carro, são familiares ao MINI “mini”, mas assentam como uma luva neste MINI “max”, tal como as barras no tejadilho, as proteções plásticas nos guarda-lamas e o terceiro vidro lateral, mais baixo, que contribui para uma identidade mais profunda da versão 2 do Countryman.

A versão ensaiada estava “vestida” de John Cooper Works, o que lhe confere, automaticamente, um maior dinamismo estético e superior raça. Suspensão desportiva, jantes de liga leve JCW Thrill Spoke 18’’, spoiler traseiro, kit aerodinâmico e soleiras nas portas John Cooper Works embelezam o resultado final.

Interior

Espaçoso, versátil, funcional e bem construído. Não necessariamente por esta ordem, mas são estes os pontos fortes deste Countryman, que tem para oferecer um habitáculo “chic” e que lhe confere algum “glamour” que alguns concorrentes não podem aspirar. A consistência dos materiais e a qualidade na montagem saltam de imediato ao tato, mas até a maior amplitude na abertura das portas ajuda a uma melhor integração no cockpit.

Para proporcionar maiores cotas de habitabilidade o banco traseiro pode mexer-se 130 mm para frente ou para trás, em duas partes assimétricas e bagageira subiu a sua capacidade de volumetria para 100 litros, o que quer dizer, que agora oferece 450 generosos litros, valor que pode ser esticado até aos 1390 litros, com o banco traseiro rebatido. O rebatimento nas “proporções” de 40/20/40 dá ao Countryman aquela modularidade e versatilidade próprias de um SUV e de alguns Crossovers.

Criatividade q.b. foi sempre uma das imagens de marca da MINI e isso volta a refletir-se no painel de instrumentos e consolas. Enquanto a inferior agrupa o manípulo de travão de mão elétrico e o comando MMI que gere o sistema multimédia, a central assume a já conhecida configuração de botões da aviação, desta feita, com o interruptor central a ser a “tecla” de acionamento do motor e a enorme monitor redondo, colorido e de alta resolução de info-entretenimento a passar a ser agora tátil. Isto enquanto as saídas de ventilação ganharam a forma retangular, menos atrativa, mas mais ergonómica e os comandos dos vidros voltaram a ser convencionais, abandonando a consola central e passando para a porta. Os puxadores das portas é que têm uma amplitude exagerada e exigem alguma atenção para não deixar os dedos trilhados no seu recuo. “Nobody’s perfect!”.

Ao volante

Com uma posição de condução mais elevada que o MINI “normal”, a visibilidade é ampla, e é fácil, desde logo e por aí, criar empatia com o Countryman. A solidez e robustez da carroçaria também passa uma sensação positiva e, já na estrada, o motor que equipa o One D – um tricilindrico turbodiesel common rail de 116 cv – cumpre as metas para o qual foi pensado. Responsivo desde as 1750 rpm, altura em que o turbo “acorda”, o seu desempenho é suficiente para uma dar ao condutor uma dinâmica despreocupada. Só é pena que o som inconfundível do três cilindros seja notório a rotações elevadas, ainda que sem acusar demasiadas vibrações próprias deste tipo de propulsores.

Em todo o caso, com uma velocidade máxima de 190 km/h e uma aceleração de abaixo dos 11s no teste dos 0-100 km/h, o One D cumpre as necessidades básicas de qualquer condutor, com um desempenho regular em termos de comportamento uma vez que as oscilações de carroçaria em curva são comedidas para a configuração de um veículo deste tipo. Naturalmente, não se pode esperar o mesmo “feeling” de “go-kart” de que o seu irmão mais “magro” se pode gabar, mas, não obstante, curvar a ritmos mais acelerados não é um problema para o Countryman, mesmo sendo notório que a sua vocação é maior para viagens confortáveis e de passeio do que para arranques de semáforo e estradas de serra. O conforto não será referencial, mas também não mancha a “folha de obra” deste MINI, o mesmo se podendo dizer dos consumos. Já a caixa de velocidades não sofreu alterações e poderia ser mais dócil e precisa.

Sistemas de Assistência à Condução, Segurança e Conetividade

Como qualquer automóvel da nova geração, o MINI não se deixa ficar para trás em matéria de equipamento de segurança, sistemas de assistência à condução e conectividade, tanto mais que o seu estatuto “premium” também o exige. Itens como volante multifunções, indicador de pressão de pneus, retrovisores aquecidos, sensores de estacionamento traseiros, sensor de chuva e luz, cruise control com função de travagem, sistema de aviso de aproximação, Bluetooth avançado (inclui interface USB) tornam o One D Countryman mais seguro e ligado ao mundo.

Equipamento Opcional

Não faltam opções a esta versão do One D Countryman. A unidade que ensaiámos disponha diversos extra dos quais se destacam: Pack Chili Red (528 €), Jantes de Liga Leve Channel Spoke 17’’ com pneus 225/55R17 (610 €), Kit de Espelhos Exteriores (211 €), Câmara traseira (285 €), Design Exterior Off-Road (407 €), Vidros traseiros com Proteção Solar (244 €), Espelhos interiores anti-encadeamento (146 €), Ajuste Bancos Traseiros + Função Cargo (244 €), Sistema de Navegação MINI (772 €), Pack Interior JCW (569 €), Pack Salt (301 €), Faróis de Nevoeiro LED (122 €) e Faróis Full LED Adaptativos (772 €).

Mas, há também uma multiplicidade de variantes e combinações possíveis quando se opta pelos diversos Pack’s disponíveis: Pack Chili (3.850 €), Pack Pepper (1.700 €) e Pack Salt (370 €) ou Versão John Cooper Works Chili (5.750 €) numa combinação do Pack Chili com a versão JCW. Mas se o dinheiro não chegar para ir tão longe também é possível equipar o One D Countryman apenas com a Pack John Cooper Works interior (700 €) ou exterior (2.950 €).

Consumos

Sendo a versão mais básica do Countryman, a One D é também uma das menos “gulosas” no que ao apetite de combustível diz respeito. Mas os 4.1 l/100 km anunciados não são vinculativos pois é melhor contar com valores a rondar os 6.5 l/100 km, numa condução despreocupada. Com um ritmo mais acelerado, a relação peso/potência via-se fazer ressentir nos consumos e a escalada de valores é inevitável.

Motorizações e versões disponíveis

O Countryman dispõe de uma gama vasta, seja a gasolina ou a diesel, de duas ou quatro rodas motrizes. Nos modelos a gasolina, as opções variam entre o One (102 cv, 26.750 €), Cooper (136 cv, 30.700 €), Cooper ALL4 (136 cv, 33.000 €), Cooper S (192 cv, 36.950 €), Cooper S ALL4 (192 cv, 39.250 €). Já nos diesel, para além da versão One D ensaiada (116 cv, 29.400 €), poderá ainda contar com a Cooper D (150 cv, 34.000 €), Cooper D ALL4 (150 cv, 36.300 €). À gama também se acaba de juntar o mais ecológico e híbrido Cooper SE ALL4 PHEV (224 cv, 39.350 €).

 Concorrentes

Dependendo das necessidades mais primárias do condutor e dos seus utilizadores, não faltam alternativas ao MINI One D Countryman. Com a definição de “SUV” e “Crossover” a nem sempre serem 100 por cento objetivas, a panóplia de escolhas neste mercado é enorme, mesmo que todos não tenham a imagem “premium” que o MINI tem para oferecer.

  • Audi Q2 1.6 TDI (29.840 €, 1.6 cc, 116 cv, 197 km/h, 10.3s 0-100 km/h, 4.6 l/100 km, 114 g/km)
  • BMW X1 sDrive 16d (36.840 €, 1.5 cc, 116 cv, 190 km/h, 11.1s 0-100 km/h, 3.9 l/100 km, 104 g/km)
  • Citroën C4 Picasso 1.6 BlueHDI 120 Feel (30.165 €, 1.6 cc, 120 cv, 189 km/h, 11.3s 0-100 km/h, 3.8 l/100 km, 100 g/km)
  • DS4 Crossback 1.6 BlueHDI 120 CVM6 So Chic (30.715 €, 1.6 cc, 120 cv, 193 km/h, 10.9s 0-100 km, 3.9 l/100 km, 103 g/km)
  • Fiat 500X Multijet Cross DCT (26.950 €, 1.6 cc, 120 cv, 186 km/h, 10.5s 0-100 km/h, 4.2 l/100 km, 110 g/km)
  • Kia Sportage 1.7 CRDi TX (33.917 €, 1.7 cc, 115 cv, 176 km/h, 11.5s 0-100 km/h, 4.6 l/100 km, 119 g/km)
  • Mazda CX-3 1.5 SKYACTIVID-D Special Edition Navi (29.115 €, 1.5 cc, 105 cv, 177 km/h, 10.1s 0-100 km/h, 4.0 l/100 km, 105 g/km)
  • Mercedes-Benz GLA 180d (26.900 €, 1.5 cc, 109 cv, 190 km/h, 11.9s 0-100 km, 4.0 l/100 km, 105 g/km)
  • Nissan Qashqai 1.5 dCi Acenta (28.850 €, 1.5 cc, 110 cv, 182 km/h, 11.9s 0-100 km/h, 3.8 l/100 km, 99 g/km)
  • Opel Crossland X 1.6 CDTi 120 cv Innovation (24.980 €, 1.6 cc, 120 cv, 187 km/h, 9.9s 0-100 km, 4.0 l/100 km, 103 g/km)
  • Peugeot 3008 1.6 BlueHDI120 Active (32.880 €, 1.6 cc, 120 cv, 11.2s 0-100 km/h, 189 km/h, 11.2s 0-100 km/h, 4.0 l/100 km, 104 g/km)
  • Renault Kadjar Energy dCi Exclusive (31.600 €, 1.6 cc, 110 cv, 182 km/h, 11.9s 0-100 km/h, 3.9 l/100 km, 103 g/km)
  • SEAT Ateca 1.6 TDIReference (26.440 €, 1.6 cc, 115 cv, 184 km/h, 11.5s 0-100 km/h, 4.3 l/100 km, 113 g/km)
  • Suzuki S-Cross1.6 L DDiS GLE (27.597 €, 1.6 cc, 120 cv, 180 km/h, 12.0s 0-100 km/h, 4.1 l/100 km, 106 g/km)
  • Toyota Verso 1.6D-4D Active (28.870 @, 1.6 cc, 112 cv, 186 km/h, 12.7s 0-100 km/h, 4.5 l/100 km, 119 g/km)
  • Volkswagen Tiguan 1.6 TDI 115cv Confortline (36.436 €, 115 cv, 185 km/h, 10.9s 0-100 km/h, 4.8 l/100 km, 125 g/km
  • Volvo V40 Crosscountry D2 (31.218 €, 2.0 cc, 120 cv, 190 km/h, 10.5s 0-100 km/h, 3.4 l/100 km, 99 g/km)

Balanço Final

Apelando a uma clientela jovem para quem a família passou a ser uma prioridade, o renovado MINI Countryman continua ser um automóvel cheio de estilo, facultando um ambiente moderno, acolhedor e onde não falta espaço. A versão One D foi pensada para chegar do “Ponto A” ao “Ponto B” com mais segurança do que pressa, mas, nem por isso, os 116 cv que o animam desiludem. Como diziam os primeiros anúncios: ”é tão giro ter um MINI”… nem que seja mais Maxi que MINI!

Mais: Imagem premium, interiores cuidados e modernos, capacidade da bagageira, versatilidade

Menos: Caixa dura e pouco precisa, som do motor “3 cilindros”

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FICHA TÉCNICA

Motor

Tipo – 3 Cilindros, turbodiesel, commonrail

Cilindrada (cm3) – 1496

Diâmetro x curso (mm) – –

Taxa de compressão – 16,5:1

Potência máxima (cv/rpm) – 116/4000

Binário máximo (Nm/rpm) – 270/1750-2250

Transmissão, direção, suspensão e travões

Transmissão e direção – Tração dianteira, caixa manual de 6 vel.; direção de pinhão e cremalheira elétrica-mecânica

Suspensão (fr/tr) – Independente McPherson/Multilink

Travões (fr/tr) – Discos ventilados / Discos

Prestações e consumos

Aceleração 0-100 km/h (s) – 10,9s

Velocidade máxima (km/h) – 190 km/h

Consumos Extra-urb./urbano/misto (l/100 km) 3.9/4.5/4.1

Emissões de CO2 (g/km) – 109

Dimensões e pesos 

Comp./largura/altura (mm) –  4299/1822/1557

Distância entre eixos (mm) – 2670

Largura de vias (fr/tr) (mm) – -/-

Peso (kg) – 1460

Capacidade da bagageira (l) – 450 /1390 (c/ banco rebatidos)

Pneus (fr/tr) – 225/55R17 / 225/55R17