Renault Austral Iconic Esprit Alpine E-TECH Full Hybrid 200 – Ensaio/Teste

By on 22 Maio, 2023

O segmento C-SUV é altamente concorrencial, mas ir à luta com o Kadjar é bem diferente do fazer com este novo Renault Austral, que tem bastante mais argumentos para ter sucesso. Com uma panóplia tecnológica incrível e com consumos invejáveis, para o tipo de carro, este E-Tech Full Hybrid 200 tem tudo para brilhar, ainda que seja um pouco caro.

O que é bom, paga-se! Seja como for, mantém até algo que escasseia cada vez mais uma automóveis novos: o prazer de condução.

Não foi por acaso que o Renault Austral foi considerado o Carro do Ano em Portugal, em março passado, longe disso. E esta versão Iconic Esprit Alpine oferece uma ‘pinta’ que as versões normais não têm tanto, e isso contribui ainda mais para a boa perceção geral que se tem do carro. Tem forte concorrência no segmento C-SUV, por exemplo o Nissan Qashqai e Peugeot 3008, mas este Austral tem tudo para dar uma ‘luta’ que o Kadjar não conseguiu…

Este é o primeiro modelo baseado na nova plataforma CMF-CD fruto da aliança Renault-Nissan, que já foi pensada para acomodar tanto as versões a combustão, bem como híbridas ou elétricas.

Um carro que, claramente coloca a Renault numa luta onde não estava, embora também tivesse um bom produto, o Kadjar. Com este Austral, outra música tocará, e o ‘jogo’ decide-se nos detalhes, que não faltam a este Austral. E nem sequer é preciso falar desta versão de ‘roupagem’ Alpine, que é um ‘fato’ de Gala.

Este Austral surge com uma oferta tecnológica excelente, e a esse nível o difícil é lembrar de algo que desse jeito e não esteja. O Ecrã tátil de 12″ é excelente, que acompanha as cada vez maiores necessidades das pessoas a este nível, vem ‘embutido’ de Android Auto, mas até para os ‘Apple’ há soluções…

O motor utiliza um sistema chamado E-Tech, é um 1.2 turbo 130 cv ‘super-kitado’ um motor elétrico para a tração de 50 kW e 205 Nm e um gerador/motor de arranque para ligar o motor de combustão, lidar com a caixa de velocidades e carregar a bateria. O adeus foi dado aos motores só de combustão, com este Austral a ter apenas motorizações mild hybrid ou E-Tech full hybrid, como é o caso deste ensaio. Resumindo, é um híbrido que combina um motor a gasolina com um motor elétrico. E não há versão híbrida plug-in (PHEV).

Com esta nova plataforma CMF-CD o Austral é o primeiro modelo Renault a utilizá-la.

Este novo Austral beneficia de uma arquitetura totalmente nova, chassis e direção redesenhados, bem como das mais recentes e competitivas tecnologias de bordo.

Como curiosidade, o facto de 100 automóveis terem sido testados em mais de dois milhões de quilómetros de estrada e pista para avaliar a diversidade de condições de uso.

No total, foram utilizados nada menos que 170 protótipos para garantir a qualidade e durabilidade deste novo Austral, e toda a sua tecnologia de bordo. E não se saiu nada mal…

Exterior

8/10

O Renault Austral ‘normal’ já é bem apelativo, e esta versão exclusiva Esprit Alpine dá ainda mais estilo ao carro, estando apenas disponível nas duas versões topo de gama. A gama tem três níveis, conforme os acabamentos: Equilibre, Techno e Iconic. A ideia desta versão Esprit Alpine tem a ver com a ligação ao ADN desportivo da marca Alpine.
Fica igualmente muito bonita a nova cor da carroçaria Grey Schist Satin, desenvolvida especialmente para esta nova versão. O verniz exclusivo confere-lhe um acabamento acetinado, a meio caminho entre o brilho e o mate. Este novo Renault Austral surge com a nova linguagem de design da Renault, com traços estilísticos bem modernos, uma silhueta musculada, numa combinação com imensos detalhes técnicos, como por exemplo as luzes traseiras LED com tecnologia micro-óptica.
Na frente do Austral, destaca-se o novo logótipo Renault ‘Novo’R’, em cromado acetinado.
De perfil, o impacto é bom, e na traseira, o nome do automóvel é destacado em letras cromadas elegantemente esculpidas. No design há muito detalhe aerodinâmico, por exemplo com as entradas de ar centrais e laterais localizadas no para-choques dianteiro. O tejadilho rebaixado, prolongado por um spoiler traseiro, contribui para a aerodinâmica.
Em resumo, design que tem sido visto nos carros mais recentes da marca, nada de novo, mas o novo Austral é bem bonito.

Interior

8/10

No interior o Austral destacou-se imenso do Kadjar, e esta versão Iconic Esprit Alpine eleva muito a sensação de qualidade. Não falta espaço e o painel de instrumentos é muito interessante, com dois grandes ecrãs diagonais de 12″, aos quais se junta a projeção virtual de informações no para-brisas (head-up display) de 9,3″. Tudo junto, uma área conjunta de 1000 cm2. Para quem como eu gosta de ecrãs grandes, um ponto forte.
Este ecrã OpenR foi utilizado pela primeira vez no Megane E-Tech 100% Elétrico, e para comunicar, basta a sua voz. Requer habituação, mas depois é um ‘must’.
Muita tecnologia, boa qualidade dos materiais e os acabamentos, espaço interior q.b., especialmente atrás face à bitola habitual neste tipo de carros. A bagageira não é referência, mas cumpre, neste caso devido ao espaço necessário para a bateria.
O banco do condutor do Renault Austral é bastante regulável e a posição de condução é elevada. Para além do ecrã, há ainda alguns controlos físicos, sempre bem-vindos.
Nesta versão Esprit Alpine, estofos em alcântara e costura dupla Alpine Blue.
Outro ponto interessante é o formato do volante, ligeiramente quadrado, que com isso facilita a visão do painel.
Existe um espaço para smartphones, com um carregador de indução, o apoio central para as mãos liberta um compartimento de armazenamento e duas tomadas USB tipo C e uma tomada de 12V.
E por fim, o que verdadeiramente interessa no interior, o espaço. A habitabilidade e a vertente prática foram maximizadas, graças à nova plataforma CMF-CD da Aliança com a Nissan, na frente, espaço q.b e fundamentalmente muitos ajustes, muito espaço livre ao nível da consola central e por baixo do tablier e na traseira nota-se que houve muito cuidado com o espaço e a inclinação do banco ajuda significativamente no conforto.
Não faltam numerosos espaços de arrumação, o banco traseiro é rebatível em duas partes, 2/3-1/3 e assente em calhas. Cada parte pode deslizar independentemente até 16 cm.
O Porta-bagagens é menor que o de alguns concorrentes, mas ainda assim, esta versão, com o banco deslizante, atinge até 555 dm3 e ao rebater o banco, o volume disponível chega a 1.525 dm3 VDA. A Porta traseira do Austral é motorizada ‘mãos-livres’, nesta versão.

Equipamento

8/10

O Austral conta com 32 sistemas de ajuda à condução (ADAS), configurações Multi-sense e 4Control Advanced, a terceira geração do sistema de quatro rodas direcionais desenvolvido pela Renault. Esta versão Iconic Esprit Alpine do Novo Austral inclui o volante aquecido, bancos dianteiros aquecidos eletricamente ajustáveis (ajustes dianteiros/traseiros, altura e ângulo de inclinação do encosto), função de massagem lombar para o condutor e banco traseiro. Vem de fábrica com o Active Driver Assist, um controle de velocidade de cruzeiro adaptativo, inteligente e proativo. O Head-up display de última geração.
As 32 ajudas estão divididas em três categorias: condução, estacionamento e segurança.
Embora fazendo parte do Active Driver Assist, o reconhecimento dos avisos de excesso de velocidade (OSP) também pode ser usado à parte.
O Assistente de condução ecológica e condução híbrida preditiva é responsável por otimizar a condução em modo elétrico, é baseada em dados do mapa digital. Leva em consideração a topografia (montanhas, descidas, etc.), tempo de viagem e tráfego para maximizar a condução elétrica.
Na categoria estacionamento, além dos tradicionais radares e câmaras de marcha atrás, o sistema Hands-Free Parking semiautomático elimina a necessidade de manobras. Em paralelo, em espinha ou em linha, os sensores gerem a manobra. Com a função de visão 360°, quatro câmaras apresentam um modelo 3D do Novo Austral e permitem a visualização do espaço à sua volta.
Na segurança ativa, três ajudas à condução já conhecidas com o objetivo de reduzir o risco de colisão: aviso de saída de faixa (LDW), aviso de ângulo morto (BSW) e assistente de manutenção de faixa (LKA).
A Travagem Automática de Emergência Reversa (AEB Traseira) é, como o próprio nome sugere, a contrapartida da Travagem Automática de Emergência (AEBS) quando o condutor está em marcha atrás. Este sistema está ativo ao fazer marcha-atrás entre 3 e 10 km/h.
Com a tecnologia Adaptive Vision LED com função de luz de nevoeiro (AFS) integrada, a iluminação inteligente adapta-se à rotação do volante, velocidade, trânsito e condições climatéricas, para otimizar a visão frontal e lateral, especialmente nas curvas, sem ofuscar os outros condutores. Na versão Matrix LED Vision (Farol Matrix / ADB), o condutor também pode conduzir permanentemente em máximos, independentemente do tráfego circundante. Um desempenho possibilitado pela tecnologia de díodos emissores de luz anti-encandeamento capaz de adaptar a distribuição do feixe luminoso às necessidades do condutor, sem prejudicar os veículos circundantes.
Em caso de colisão frontal, lateral e traseira, o habitáculo está mais protegido. Materiais de alta resistência melhoram a rigidez da carroçaria e a estrutura interna do automóvel.
Sete airbags estão distribuídos no compartimento de passageiros, incluindo um novo airbag entre os passageiros da frente, destinado a protegê-los em caso de impacto lateral.
Os cintos de segurança também estão equipados com pré-tensores com limitação de carga
para evitar lesões no peito.
Quanto à tecnologia conectada, o ecrã OpenR está equipado com o novo sistema OpenR Link com Google integrado, para uma experiência conectada intuitiva e otimizada.
O sistema OpenR Link é baseado no sistema operacional Android, o mesmo que alimenta mais de 75% dos smartphones do mundo. É compatível com Android Auto (para smartphones Android) e Apple CarPlay (para iPhone), com ou sem fios.
Por fim, qualidade audio de alta-fidelidade com tecnologia da Harman Kardon. Disponível como opção, este sistema de áudio premium tem potência total de 485 Watts e possui doze altifalantes.

Consumos

9/10

Confesso que não tendo ainda testado este tipo de sistema híbrido, que não é plug-in, fiquei adepto, pois este sistema da Renault é original e a forma como o sistema se relaciona com a caixa de velocidades é brilhante e para um carro pesado como o Austral, fazer consumos de 6.2l/100 Km é muito bom, 6.5, se abusarmos um pouco mais do acelerador.
O motor E-TECH Full Hybrid do Austral tem uma arquitetura dita ‘série-paralelo’ e juntamente com a caixa multimodal, com 15 velocidades automática, que escolhe, automaticamente, o modo de funcionamento do motor entre 100% elétrico (somente o motor elétrico move as rodas), híbrido dinâmico (motor térmico e motor elétrico combinam-se para mover as rodas), e-drive (o motor elétrico aciona as rodas sozinho, o motor de combustão apenas recarrega a bateria), auto-carregamento (o motor de combustão interna recarrega a bateria) e recuperação de energia (as rodas acionam o motor elétrico que, por sua vez, recarrega a bateria).
Há aqui alguns segredos pelo meio, e leva a que, por exemplo, só em autoestrada o E-Tech funciona apenas com o motor a gasolina. Na maioria das situações o E-Tech funciona com o motor a gasolina a ser ajudado pelo motor elétrico, a baixas velocidades vamos sempre em modo elétrico, e mesmo a velocidades, por exemplo de 50 Km/h, quando é preciso recarregar a bateria (lembre-se, não é plug-in) se a regeneração não for suficiente, o motor a gasolina, que não ‘alimenta’ as rodas funciona a 1700 rpm estáveis, como gerador para carregar a bateria. O seja o motor de combustão nunca vai em esforço, onde, como sabemos, gasta muito mais.
O condutor nunca escolhe os modos, é o sistema que os gere conforme precisa, e o mais curioso é que vamos aprendendo a ser mais eficientes, conforme vamos conhecendo o carro. Em cidade, é impressionante como um carro com este peso, consegue andar tanto em modo elétrico, em com consumos de 5.6 l/100 Km, sem grandes dificuldades. É óbvio que os consumos de 4,5 l/100 km anunciados pela Renault são em condições perfeitas mas também tenho consciência que talvez ainda seja possível uma média abaixo do que referi, porque não fui especialmente cuidadoso com o pé direito.
Resumindo, em autoestrada, o sistema híbrido não tira partido das suas vantagens, mas em condução urbana a ‘música’ soa bem melhor…

Ao Volante

8/10

O Renault Austral é ‘pesadão’ mas a dinâmica do carro, que partilha uma plataforma com o Qashqai, é interessante e é bem mais firme do que o habitual na Renault. Claro que ninguém pode esperar uma dinâmica perfeita num C-SUV, mas no contexto o carro é ágil, e outro detalhe que me surpreendeu é a traseira do carro com o 4Control, que torna o Austral bem mais ágil do que poderia imaginar. É mesmo impressionante o sistema. Ao menor movimento do volante, vai mesmo para onde apontamos e agora imagine o jeito que isto dá nas cidades. Mas curiosamente, até tive que me habituar ao que precisava do volante porque à primeira estranha-se, depois percebe-se.
De resto, o carro tem, como já se percebeu, muita força, e neste caso, despacha-se bem, ainda que o sistema híbrido requeira um pouco de hábito, por causa da forma como responde e as respostas da caixa quando ainda não nos habituamos a dosear bem o pé nas acelerações, podem ser um pouco bruscas, mas precisei apenas de ter mais atenção na pressão do pé direito para as coisas mudarem para melhor. Todo o conjunto deste Austral E-TECH Full Hybrid 200, deixou-me curioso quanto ao Austral Mild Hybrid 160, para perceber se são muito grandes as diferenças.
Como já referi, este carro proporciona prazer de condução, é confortável, e também ‘despachado’ quando é necessário. Claro que devemos ter sempre em conta que é um C-SUV, o carro tem de se guiar com um SUV, continua a ser um automóvel alto com tudo o que isso significa na condução. Sem dúvida que o eixo flexível é muito importante no comportamento dinâmico do automóvel. Nunca me lembro de fazer rotundas tão facilmente com outro carro deste segmento. Parece que vai em carris..

Motor

8/10

Já muito se falou da ‘powertrain’ deste carro, o motor é um 1.2 turbo e cilindros com 130 cv e tem mais dois motores elétricos, o primeiro com 25 (kW) (34cv) 50 Nm e outro com 50kW (68 cv) e 205 Nm, sendo este último a puxar pelo carro.
Sinceramente, esperava que o motor de combustão funcionasse muito mais do que funciona, mas a verdade é que o sistema utiliza muito os motores elétricos do que esperava, e isso é muito bom, e o mais engraçado é que se não olharmos para o painel não sabemos que se é combustão ou elétrico. Em cidade e trânsito moderadamente rápido, é quase sempre elétrico, mas como explicamos anteriormente, de vez em quando o motor tem que entrar em uso.
Tantas são as velocidades que o sistema, por vezes, parece ‘hesitar’ um pouco, mas potência é difícil ‘faltar’. Antes, este arranca sempre em modo elétrico e pode continuar assim durante algum tempo, dependendo de como estiver a carga da bateria e a nossa condução. O que se nota de menos positivo é, por vezes, o facto da caixa de velocidades ser algo lenta a engrenar uma mudança.

Balanço Final

8/10

Pode contar com um carro muito bem equipado, que anda bem e gasta pouco, com imensa tecnologia e equipamento, mas que também é caro. Há outras versões mais baratas, é mesmo uma questão de ponderar se o que tem a mais e o que custa, justifica a diferença, sendo que quando se começa pelo de ‘cima’ fica um pouco mais difícil aceitar melhor uma versão inferior, mas não tenha dúvidas que a Renault elevou a fasquia com este Austral, e nem sequer seria necessário falar deste versão ‘Iconic Esprit Alpine’. Relembrar o Kadjar e testar este Austral, não diríamos, a noite para o dia, mas não fica lá muito longe disso.
Tendo em conta o que custa, carece de ponderar bem até que ponto precisa deste Full Hybrid. este sistema é tão complexo quanto agradável, na maioria dos casos, olhamos para o painel e vemos escrito EV, e isto sucede na grande maioria dos casos. É aqui que está uma das suas principais mais valias, os consumos baixos, devido, precisamente, a rodar muito sem o motor a gasolina a funcionar.
Esta versão do Renault Austral, a E-Tech Full Hybrid Iconic Esprit Alpine começa nos 46.200€, mas a gama Austral começa com o equilibre, mild hybrid 140, nos 34.200€, prossegue com o techno, também mild hybrid 140, a partir de 36.700€, e antes do Iconic Esprit Alpine, ainda existem o techno Esprit Alpine a partir de 39.693€, mild hybrid 160 automático, o iconic a partir de 41.700€, também mild hybrid 160 automático.

Concorrentes

Nissan Novo Qashqai TEKNA+ e-Power 190CV (140kW) Gasolina / Elétrico, Redutor/Multiplicador (Desde 48.750 €)

Peugeot 3008 Active Pack | Plug-in Hybrid 180 cv Auto 8 vel. (Desde 45.935€)
 
Hyundai Tucson PHEV 1.6 T.GDI (265cv) Elétrico/Gasolina (Desde 51.860€)

KIA Sportage 1.6 T-GDi MHEV 7DCT GT-LINE (Desde 41.200€)

Toyota RAV4 2.5 Hybrid Dynamic Force 218 cv (Desde 48.440€)

BMW X1 xDrive25e (Elétrico e gasolina, 180 kW (245cv/4400-6500 rpm/min) (Desde 54.000€)

 

Ficha Técnica

Motor 3 cil. linha, turbo, gasolina+full hybrid
Cilindrada (cm3): 1.199
Potência máxima (CV/rpm): 96 kW/5.500
Binário máximo (Nm/rpm): 205 Nm+205 não acumulável
Motor Elétrico: 50 Km/205 Nm
Potência Máxima: (Kw) 147 (200cv)
Tração: dianteira
Transmissão: automática multimodo
Bateria: 400v/1.7 kWh
Direção: Assistida
Suspensão (ft/tr): Tipo McPherson / Eixo de torção
Travões (fr/tr): discos ventilados / discos
Prestações e consumos
Aceleração 0-100 km/h (s): 8,4
Velocidade máxima (km/h): 175
Consumo (misto) 4,6l/100 Km
Consumo AutoSport (misto) 6,3l/100 Km
Dimensões e pesos
Comprimento/Largura/Altura (mm): 4.510/1.843/1.618
Distância entre eixos (mm): 2.667
Peso (kg): 1.627
Capacidade da bagageira (l): 430
Pneus (fr/tr): 235/45 R20

Mais/Menos


Mais

Sistema híbrido
Consumos
Tecnologia

Menos

Preço
caixa multimodal

Exterior
Interior
Equipamento
Consumos
Ao volante
Concorrentes
Motor
Balanço final
Ficha técnica

Exterior

O Renault Austral ‘normal’ já é bem apelativo, e esta versão exclusiva Esprit Alpine dá ainda mais estilo ao carro, estando apenas disponível nas duas versões topo de gama. A gama tem três níveis, conforme os acabamentos: Equilibre, Techno e Iconic. A ideia desta versão Esprit Alpine tem a ver com a ligação ao ADN desportivo da marca Alpine.
Fica igualmente muito bonita a nova cor da carroçaria Grey Schist Satin, desenvolvida especialmente para esta nova versão. O verniz exclusivo confere-lhe um acabamento acetinado, a meio caminho entre o brilho e o mate. Este novo Renault Austral surge com a nova linguagem de design da Renault, com traços estilísticos bem modernos, uma silhueta musculada, numa combinação com imensos detalhes técnicos, como por exemplo as luzes traseiras LED com tecnologia micro-óptica.
Na frente do Austral, destaca-se o novo logótipo Renault ‘Novo’R’, em cromado acetinado.
De perfil, o impacto é bom, e na traseira, o nome do automóvel é destacado em letras cromadas elegantemente esculpidas. No design há muito detalhe aerodinâmico, por exemplo com as entradas de ar centrais e laterais localizadas no para-choques dianteiro. O tejadilho rebaixado, prolongado por um spoiler traseiro, contribui para a aerodinâmica.
Em resumo, design que tem sido visto nos carros mais recentes da marca, nada de novo, mas o novo Austral é bem bonito.

Interior

No interior o Austral destacou-se imenso do Kadjar, e esta versão Iconic Esprit Alpine eleva muito a sensação de qualidade. Não falta espaço e o painel de instrumentos é muito interessante, com dois grandes ecrãs diagonais de 12″, aos quais se junta a projeção virtual de informações no para-brisas (head-up display) de 9,3″. Tudo junto, uma área conjunta de 1000 cm2. Para quem como eu gosta de ecrãs grandes, um ponto forte.
Este ecrã OpenR foi utilizado pela primeira vez no Megane E-Tech 100% Elétrico, e para comunicar, basta a sua voz. Requer habituação, mas depois é um ‘must’.
Muita tecnologia, boa qualidade dos materiais e os acabamentos, espaço interior q.b., especialmente atrás face à bitola habitual neste tipo de carros. A bagageira não é referência, mas cumpre, neste caso devido ao espaço necessário para a bateria.
O banco do condutor do Renault Austral é bastante regulável e a posição de condução é elevada. Para além do ecrã, há ainda alguns controlos físicos, sempre bem-vindos.
Nesta versão Esprit Alpine, estofos em alcântara e costura dupla Alpine Blue.
Outro ponto interessante é o formato do volante, ligeiramente quadrado, que com isso facilita a visão do painel.
Existe um espaço para smartphones, com um carregador de indução, o apoio central para as mãos liberta um compartimento de armazenamento e duas tomadas USB tipo C e uma tomada de 12V.
E por fim, o que verdadeiramente interessa no interior, o espaço. A habitabilidade e a vertente prática foram maximizadas, graças à nova plataforma CMF-CD da Aliança com a Nissan, na frente, espaço q.b e fundamentalmente muitos ajustes, muito espaço livre ao nível da consola central e por baixo do tablier e na traseira nota-se que houve muito cuidado com o espaço e a inclinação do banco ajuda significativamente no conforto.
Não faltam numerosos espaços de arrumação, o banco traseiro é rebatível em duas partes, 2/3-1/3 e assente em calhas. Cada parte pode deslizar independentemente até 16 cm.
O Porta-bagagens é menor que o de alguns concorrentes, mas ainda assim, esta versão, com o banco deslizante, atinge até 555 dm3 e ao rebater o banco, o volume disponível chega a 1.525 dm3 VDA. A Porta traseira do Austral é motorizada ‘mãos-livres’, nesta versão.

Equipamento

O Austral conta com 32 sistemas de ajuda à condução (ADAS), configurações Multi-sense e 4Control Advanced, a terceira geração do sistema de quatro rodas direcionais desenvolvido pela Renault. Esta versão Iconic Esprit Alpine do Novo Austral inclui o volante aquecido, bancos dianteiros aquecidos eletricamente ajustáveis (ajustes dianteiros/traseiros, altura e ângulo de inclinação do encosto), função de massagem lombar para o condutor e banco traseiro. Vem de fábrica com o Active Driver Assist, um controle de velocidade de cruzeiro adaptativo, inteligente e proativo. O Head-up display de última geração.
As 32 ajudas estão divididas em três categorias: condução, estacionamento e segurança.
Embora fazendo parte do Active Driver Assist, o reconhecimento dos avisos de excesso de velocidade (OSP) também pode ser usado à parte.
O Assistente de condução ecológica e condução híbrida preditiva é responsável por otimizar a condução em modo elétrico, é baseada em dados do mapa digital. Leva em consideração a topografia (montanhas, descidas, etc.), tempo de viagem e tráfego para maximizar a condução elétrica.
Na categoria estacionamento, além dos tradicionais radares e câmaras de marcha atrás, o sistema Hands-Free Parking semiautomático elimina a necessidade de manobras. Em paralelo, em espinha ou em linha, os sensores gerem a manobra. Com a função de visão 360°, quatro câmaras apresentam um modelo 3D do Novo Austral e permitem a visualização do espaço à sua volta.
Na segurança ativa, três ajudas à condução já conhecidas com o objetivo de reduzir o risco de colisão: aviso de saída de faixa (LDW), aviso de ângulo morto (BSW) e assistente de manutenção de faixa (LKA).
A Travagem Automática de Emergência Reversa (AEB Traseira) é, como o próprio nome sugere, a contrapartida da Travagem Automática de Emergência (AEBS) quando o condutor está em marcha atrás. Este sistema está ativo ao fazer marcha-atrás entre 3 e 10 km/h.
Com a tecnologia Adaptive Vision LED com função de luz de nevoeiro (AFS) integrada, a iluminação inteligente adapta-se à rotação do volante, velocidade, trânsito e condições climatéricas, para otimizar a visão frontal e lateral, especialmente nas curvas, sem ofuscar os outros condutores. Na versão Matrix LED Vision (Farol Matrix / ADB), o condutor também pode conduzir permanentemente em máximos, independentemente do tráfego circundante. Um desempenho possibilitado pela tecnologia de díodos emissores de luz anti-encandeamento capaz de adaptar a distribuição do feixe luminoso às necessidades do condutor, sem prejudicar os veículos circundantes.
Em caso de colisão frontal, lateral e traseira, o habitáculo está mais protegido. Materiais de alta resistência melhoram a rigidez da carroçaria e a estrutura interna do automóvel.
Sete airbags estão distribuídos no compartimento de passageiros, incluindo um novo airbag entre os passageiros da frente, destinado a protegê-los em caso de impacto lateral.
Os cintos de segurança também estão equipados com pré-tensores com limitação de carga
para evitar lesões no peito.
Quanto à tecnologia conectada, o ecrã OpenR está equipado com o novo sistema OpenR Link com Google integrado, para uma experiência conectada intuitiva e otimizada.
O sistema OpenR Link é baseado no sistema operacional Android, o mesmo que alimenta mais de 75% dos smartphones do mundo. É compatível com Android Auto (para smartphones Android) e Apple CarPlay (para iPhone), com ou sem fios.
Por fim, qualidade audio de alta-fidelidade com tecnologia da Harman Kardon. Disponível como opção, este sistema de áudio premium tem potência total de 485 Watts e possui doze altifalantes.

Consumos

Confesso que não tendo ainda testado este tipo de sistema híbrido, que não é plug-in, fiquei adepto, pois este sistema da Renault é original e a forma como o sistema se relaciona com a caixa de velocidades é brilhante e para um carro pesado como o Austral, fazer consumos de 6.2l/100 Km é muito bom, 6.5, se abusarmos um pouco mais do acelerador.
O motor E-TECH Full Hybrid do Austral tem uma arquitetura dita ‘série-paralelo’ e juntamente com a caixa multimodal, com 15 velocidades automática, que escolhe, automaticamente, o modo de funcionamento do motor entre 100% elétrico (somente o motor elétrico move as rodas), híbrido dinâmico (motor térmico e motor elétrico combinam-se para mover as rodas), e-drive (o motor elétrico aciona as rodas sozinho, o motor de combustão apenas recarrega a bateria), auto-carregamento (o motor de combustão interna recarrega a bateria) e recuperação de energia (as rodas acionam o motor elétrico que, por sua vez, recarrega a bateria).
Há aqui alguns segredos pelo meio, e leva a que, por exemplo, só em autoestrada o E-Tech funciona apenas com o motor a gasolina. Na maioria das situações o E-Tech funciona com o motor a gasolina a ser ajudado pelo motor elétrico, a baixas velocidades vamos sempre em modo elétrico, e mesmo a velocidades, por exemplo de 50 Km/h, quando é preciso recarregar a bateria (lembre-se, não é plug-in) se a regeneração não for suficiente, o motor a gasolina, que não ‘alimenta’ as rodas funciona a 1700 rpm estáveis, como gerador para carregar a bateria. O seja o motor de combustão nunca vai em esforço, onde, como sabemos, gasta muito mais.
O condutor nunca escolhe os modos, é o sistema que os gere conforme precisa, e o mais curioso é que vamos aprendendo a ser mais eficientes, conforme vamos conhecendo o carro. Em cidade, é impressionante como um carro com este peso, consegue andar tanto em modo elétrico, em com consumos de 5.6 l/100 Km, sem grandes dificuldades. É óbvio que os consumos de 4,5 l/100 km anunciados pela Renault são em condições perfeitas mas também tenho consciência que talvez ainda seja possível uma média abaixo do que referi, porque não fui especialmente cuidadoso com o pé direito.
Resumindo, em autoestrada, o sistema híbrido não tira partido das suas vantagens, mas em condução urbana a ‘música’ soa bem melhor…

Ao volante

O Renault Austral é ‘pesadão’ mas a dinâmica do carro, que partilha uma plataforma com o Qashqai, é interessante e é bem mais firme do que o habitual na Renault. Claro que ninguém pode esperar uma dinâmica perfeita num C-SUV, mas no contexto o carro é ágil, e outro detalhe que me surpreendeu é a traseira do carro com o 4Control, que torna o Austral bem mais ágil do que poderia imaginar. É mesmo impressionante o sistema. Ao menor movimento do volante, vai mesmo para onde apontamos e agora imagine o jeito que isto dá nas cidades. Mas curiosamente, até tive que me habituar ao que precisava do volante porque à primeira estranha-se, depois percebe-se.
De resto, o carro tem, como já se percebeu, muita força, e neste caso, despacha-se bem, ainda que o sistema híbrido requeira um pouco de hábito, por causa da forma como responde e as respostas da caixa quando ainda não nos habituamos a dosear bem o pé nas acelerações, podem ser um pouco bruscas, mas precisei apenas de ter mais atenção na pressão do pé direito para as coisas mudarem para melhor. Todo o conjunto deste Austral E-TECH Full Hybrid 200, deixou-me curioso quanto ao Austral Mild Hybrid 160, para perceber se são muito grandes as diferenças.
Como já referi, este carro proporciona prazer de condução, é confortável, e também ‘despachado’ quando é necessário. Claro que devemos ter sempre em conta que é um C-SUV, o carro tem de se guiar com um SUV, continua a ser um automóvel alto com tudo o que isso significa na condução. Sem dúvida que o eixo flexível é muito importante no comportamento dinâmico do automóvel. Nunca me lembro de fazer rotundas tão facilmente com outro carro deste segmento. Parece que vai em carris..

Concorrentes

Nissan Novo Qashqai TEKNA+ e-Power 190CV (140kW) Gasolina / Elétrico, Redutor/Multiplicador (Desde 48.750 €)

Peugeot 3008 Active Pack | Plug-in Hybrid 180 cv Auto 8 vel. (Desde 45.935€)
 
Hyundai Tucson PHEV 1.6 T.GDI (265cv) Elétrico/Gasolina (Desde 51.860€)

KIA Sportage 1.6 T-GDi MHEV 7DCT GT-LINE (Desde 41.200€)

Toyota RAV4 2.5 Hybrid Dynamic Force 218 cv (Desde 48.440€)

BMW X1 xDrive25e (Elétrico e gasolina, 180 kW (245cv/4400-6500 rpm/min) (Desde 54.000€)

 

Motor

Já muito se falou da ‘powertrain’ deste carro, o motor é um 1.2 turbo e cilindros com 130 cv e tem mais dois motores elétricos, o primeiro com 25 (kW) (34cv) 50 Nm e outro com 50kW (68 cv) e 205 Nm, sendo este último a puxar pelo carro.
Sinceramente, esperava que o motor de combustão funcionasse muito mais do que funciona, mas a verdade é que o sistema utiliza muito os motores elétricos do que esperava, e isso é muito bom, e o mais engraçado é que se não olharmos para o painel não sabemos que se é combustão ou elétrico. Em cidade e trânsito moderadamente rápido, é quase sempre elétrico, mas como explicamos anteriormente, de vez em quando o motor tem que entrar em uso.
Tantas são as velocidades que o sistema, por vezes, parece ‘hesitar’ um pouco, mas potência é difícil ‘faltar’. Antes, este arranca sempre em modo elétrico e pode continuar assim durante algum tempo, dependendo de como estiver a carga da bateria e a nossa condução. O que se nota de menos positivo é, por vezes, o facto da caixa de velocidades ser algo lenta a engrenar uma mudança.

Balanço final

Pode contar com um carro muito bem equipado, que anda bem e gasta pouco, com imensa tecnologia e equipamento, mas que também é caro. Há outras versões mais baratas, é mesmo uma questão de ponderar se o que tem a mais e o que custa, justifica a diferença, sendo que quando se começa pelo de ‘cima’ fica um pouco mais difícil aceitar melhor uma versão inferior, mas não tenha dúvidas que a Renault elevou a fasquia com este Austral, e nem sequer seria necessário falar deste versão ‘Iconic Esprit Alpine’. Relembrar o Kadjar e testar este Austral, não diríamos, a noite para o dia, mas não fica lá muito longe disso.
Tendo em conta o que custa, carece de ponderar bem até que ponto precisa deste Full Hybrid. este sistema é tão complexo quanto agradável, na maioria dos casos, olhamos para o painel e vemos escrito EV, e isto sucede na grande maioria dos casos. É aqui que está uma das suas principais mais valias, os consumos baixos, devido, precisamente, a rodar muito sem o motor a gasolina a funcionar.
Esta versão do Renault Austral, a E-Tech Full Hybrid Iconic Esprit Alpine começa nos 46.200€, mas a gama Austral começa com o equilibre, mild hybrid 140, nos 34.200€, prossegue com o techno, também mild hybrid 140, a partir de 36.700€, e antes do Iconic Esprit Alpine, ainda existem o techno Esprit Alpine a partir de 39.693€, mild hybrid 160 automático, o iconic a partir de 41.700€, também mild hybrid 160 automático.

Mais

Sistema híbrido
Consumos
Tecnologia

Menos

Preço
caixa multimodal

Ficha técnica

Motor 3 cil. linha, turbo, gasolina+full hybrid
Cilindrada (cm3): 1.199
Potência máxima (CV/rpm): 96 kW/5.500
Binário máximo (Nm/rpm): 205 Nm+205 não acumulável
Motor Elétrico: 50 Km/205 Nm
Potência Máxima: (Kw) 147 (200cv)
Tração: dianteira
Transmissão: automática multimodo
Bateria: 400v/1.7 kWh
Direção: Assistida
Suspensão (ft/tr): Tipo McPherson / Eixo de torção
Travões (fr/tr): discos ventilados / discos
Prestações e consumos
Aceleração 0-100 km/h (s): 8,4
Velocidade máxima (km/h): 175
Consumo (misto) 4,6l/100 Km
Consumo AutoSport (misto) 6,3l/100 Km
Dimensões e pesos
Comprimento/Largura/Altura (mm): 4.510/1.843/1.618
Distância entre eixos (mm): 2.667
Peso (kg): 1.627
Capacidade da bagageira (l): 430
Pneus (fr/tr): 235/45 R20

Preço da versão base (Euros): 46.200€