Toyota GT86 Black Touch Edition – Ensaio Teste

By on 14 Novembro, 2018

Toyota GT86 Black Touch Edition

Texto: Francisco Cruz

Um toque especial

No mesmo ano em que a Toyota celebra 50 anos de presença em Portugal, a marca japonesa aproveita para lançar edição especial do seu GT86, denominada Black Touch Edition. E que é uma espécie de toque especial, numa proposta já anteriormente de elevado prazer na condução…

Conheça todas as versões e motorizações AQUI.

 


Mais:

Comportamento dinâmico / Prazer ao volante / Travões

 

 

 

Menos:

Consumos / Bancos traseiros / Bagageira

Exterior

/10

Desvendado em 2012, enquanto projeto conjunto das japonesas Subaru e Toyota (o primeiro forneceu o bloco boxer; o segundo, tudo o resto!…), que também decidiram dividir entre si a comercialização do modelo segundo o peso que cada uma tem nos diferentes mercados mundiais, o Toyota GT86 recebe agora, menos de um ano após a importante actualização dada a conhecer em 2017, aquela que é a sua primeira edição especial, para a Europa.

Denominada Black Touch Edition, esta versão especial replica, basicamente, uma fórmula de sucesso garantido e já tantas vezes interpretada pelos mais diferentes construtores, acrescendo como principal novidade, um aprimorar e refinar do estilo e estética.

Assim e começando pelo exterior – aspecto que, aliás, mais alterações regista -, novidade é a cor Azul Nitro para a carroçaria, um exclusivo deste Toyota GT86 Black Touch Edition, tal como as novas jantes em liga leve de cor preta de 17″, as capas dos retrovisores em negro, e o spoiler traseiro também em preto.

Já presente em todas as versões Model Year 2018, um novo kit de pinças de travão de alta performance Brembo, de cor vermelha, além de uma chave de novo design, com sistema Smart Entry & Start incorporado.

No restante, as imagens e linhas de já conhecidas de um verdadeiro coupé desportivo, marcado por pára-lamas e ombros largos, capot comprido e traseira curta, da qual sobressai não somente a asa traseira destacada no topo da tampa da mala, mas também as duas generosas ponteiras de escape. As quais, cada uma com um diâmetro de 86 mm, contribuem para dar nome ao modelo, ao mesmo tempo que finalizam, em alta, uma estética que deixa marca na maior parte dos locais por onde passa!…

Pontuação – 9/10

Interior

/10

Num automóvel com pouco mais de 4,2 m de comprimento, 1/3 do qual gasto num capot comprido, é o habitáculo e, mais concretamente, os passageiros que aí viajam, que acabam pagando verdadeiramente a fatura das opções tomadas pelos designers da Toyota.

Numa proposta com uma configuração homologada de dois passageiros à frente, mais dois ocupantes atrás – o vulgo 2+2… -, a verdade é que a realidade que se apresenta perante os ocupantes, acaba sendo bem mais cruel. Com apenas os dois ocupantes dos lugares da frente a terem, realmente, espaço, onde colocarem as pernas; ainda que confrontados com um acesso bastante baixo e a obrigar a alguma ginástica. Prémio de consolação: a forma quase perfeita como acabam encaixados nos excelentes bancos, tipo bacquet, mas muito mais confortáveis…

Quanto aos lugares traseiros, são pouco mais do que simbólicos e, como tal, de difícil aproveitamento, mesmo em situações de emergência. Sendo que até mesmo crianças sentirão dificuldades em encontrar espaço para, por exemplo, colocar as pernas; isto, se é que não se queixaram, logo à partida, da dificuldade que é aceder aos bancos…

Perante tais obstáculos, é caso, de resto, para dizer que o condutor até tem vida facilitada, pois, embora o volante de óptima pega apenas ajuste em altura, a possibilidade de regulação também em altura do excelente banco desportivo, em couro e Alcantara, e com excelentes apoios laterais, acaba facilitando a missão de encontrar a melhor posição de condução – baixa e bem integrada no cockpit.

Uma vez encaixados por detrás do volante, a garantia, igualmente, de um correcto acesso à generalidade dos comandos, na grande maioria bem posicionados e intuitivos, mas não da melhor visibilidade traseira; dificuldade que só a presença de sensores traseiros consegue atenuar…

Mas se o volante, embora novo, não perdeu os pouco convincentes plásticos a imitar (mal) i metal (um problema, também, dos botões e revestimento na base da manche da caixa de velocidades), já o painel de instrumentos, ganhou um novo visor TFT multi-informação de 4,2 polegadas, de fácil leitura. Ao passo que o sistema de multimédia e navegação Toyota Touch 2, não só continua com um ecrã táctil a cores mais pequeno (6,2″) que os da maior parte da concorrência, como permanece pouco intuitivo no operar. Ainda que continuando mais convincente que a oferta de espaços de arrumação – poucos… e pequenos.

Finalmente e no que diz respeito à bagageira, um espaço de acesso um pouco apertado, além de com pouca capacidade (243 litros) e penalizado na funcionalidade: não possui quaisquer ganchos porta-sacos ou tomadas elétricas, por baixo do piso falso pouco mais existe do que espaço para as ferramentas e kit anti-furos (bem arrumados, sem dúvida…), além de que as costas dos bancos traseiros estão fixas e não rebatem.

Ou seja, é aproveitar muito bem o pouco que existe… e calar.

Pontuação – 7/10

Equipamento

/10

Embora tratando-se de uma edição especial, a verdade é que a valorização, em termos de equipamento, no Toyota GT86 Black Touch Edition, não vai além dos aspectos estéticos. Resumindo-se, no fundo e a par de uma cor de carroçaria exclusiva… e espampanante – Azul Nitro -, a um novo design de jantes em liga leve 17” e da chave do sistema Smart Entry & Start. As primeiras, de cor preta, tal como as capas dos espelhos retrovisores e o aileron traseiro.

Já do “Model Year 2018″, transitam novidades como as ópticas dianteiras bi-LED, faróis de nevoeiro e farolins traseiros em LED, o novo kit de pinças de travão de alta performance fornecido pela Brembo e o Diferencial Traseiro Autoblocante (LSD). Assim como, para o interior, o Cruise Control, sistema de áudio e multimédia Touch, ar condicionado automático bi-zona, bancos em pele e Alcantara, bancos dianteiros aquecidos, e mostrador multi-informações a cores de 4,2”.

Finalmente e no que à Segurança diz respeito, ABS com Controlo de Estabilidade do Veículo (VSC) e Ajuda ao Arranque em Subidas (HAC), airbags frontais, laterais e de cortina (também de joelhos, mas só para condutor), e luz indicadora de baixa pressão nos pneus.

Suficiente, é; impressionante, nem por isso…

Pontuação – 7/10

Consumos

/10

Não sendo um aspecto particularmente valorizado num desportivo, desde logo, por ser consensual a expectativa de que dificilmente serão baixos, poder-se-á dizer que o Toyota GT86 Black Touch Edition acaba correspondendo, também aqui, aquelas que são as expectativas gerais. Anunciando médias a rondar os 10 litros.

Tudo isto, sem o apoio de qualquer sistema Stop&Start ou modo de condução Eco…

Pontuação – 7/10

Ao Volante

/10

Desportivo à antiga, hoje em dia já com poucos rivais no mercado, o Toyota GT86 é, atualmente, um dos melhores exemplos daquilo que se entende como um automóvel pensado, concebido e produzido, em prol do condutor e do prazer de condução.

Sem grandes artifícios técnicos ou tecnologias de ponta, o modelo nipónico surge fiel aqueles que são, desde há muito, conhecidos como os princípios-base de qualquer desportivo mais visceral: baixo peso, um chassis perfeitamente equilibrado, tracção traseira e um motor atmosférico. Argumentos que, conjugados na medida certa e com conhecimento, acabam resultando, quase garantidamente, num produto final que, apesar do contributo dado para a afirmação do Automóvel enquanto objecto de desejo, parece ser cada vez mais difícil de encontrar.

De resto e para qualquer condutor que seja um apaixonado pela condução, é impossível não reconhecer o excelente trabalho feito pelos engenheiros da Toyota neste domínio, a começar, pela óptima posição de condução, a partir da qual o condutor consegue usufruir, na plenitude, de um desportivo agora ainda mais preciso, ágil e estável – resultado das alterações feitas com a actualização promovida o ano passado (desde logo, novas molas e novos amortecedores Showa) e que, acrescente-se, acabaram beneficiando igualmente o conforto…

Ajudado por uma direcção competente, ainda que incapaz de anular o desejo de contar com um tudo-nada mais de feedback, a presença igualmente de uma tracção traseira a ajudar a uma maior diversão ao volante, especialmente, quando aproveitada a fogosidade do quatro cilindros, nos regimes mais altos. Onde, aliás, chega de forma linear…

Mais divertido que propriamente rápido, este GT86 conta ainda com uma caixa manual de seis velocidades extremamente curta, rápida e precisa no engrenar, para tornar os momentos de condução mais aplicada, particularmente emocionantes. Apoiando-se, em seguida, num competente e eficaz sistema de travagem Brembo, para garantir imobilizações rápidas e em segurança.

Pontuação – 9/10

Motor

/10

Replicando a mesma estratégia de muitas outras edições especiais, dos mais variados construtores, o Toyota GT86 Black Touch Edition mantém intocado o motor que a actualização, desvendada o ano passado, deu a conhecer.

Assim, na base desta versão especial, um bloco atmosférico de quatro cilindros horizontalmente opostos, vulgo “Boxer”, de 1998 cc e a debitar uma potência máxima de 200 cv às 7000 rpm, além de 205 Nm de binário entre as 6400 e 6600 rpm. Valores que permitem garantir uma aceleração dos 0 aos 100 km/h em 7,6s, a par de uma velocidade máxima de 226 km/h; isto, quando equipado, como era o caso, com caixa manual de seis velocidades!

Colocado à prova na intensidade do dia-a-dia, a confirmação de um propulsor que, sem a ajuda de qualquer turbocompressor ou sistema elétrico, merece ser explorado na sua plenitude. Aproveitando a ampla faixa de utilização que possui, sempre muito progressivo (em particular, acima das 2.400 rpm), e com ainda maior emoção, a partir das 6000 rpm. Tudo isto, com uma sonoridade bem presente no habitáculo e a convidar, mesmo com alguma rudeza no funcionamento, ao envolvimento de todos os sentidos…

Pontuação – 9/10

Balanço Final

/10

Versão especial que recupera muito do élan dos desportivos puros de outrora, o Toyota GT86 Black Touch Edition é proposta para “connaisseurs”, amantes dos prazeres mais viscerais ao volante, em que Homem e Máquina procuram fundir-se num só, envolvidos num diálogo de prazer com a estrada. Neste caso em concreto, apresentado de uma forma, sem dúvida, visualmente ainda mais atrativa, embora dispensando sempre quaisquer penduras ou “par de jarras”.

Concorrentes

Abarth 124 Spider, 1.4 litros, 170 cv, 6,9s 0-100 km/h, 229 km/h, 6,6 l/100 km, 153 g/km, 44.000,00 Euros

(Veja o ensaio AQUI e conheça todas as versões e motorizações AQUI)

 

Mazda MX-5, 2,0 litros, 160 cv, 7,4s 0 -100 km/h, 215 km/h, 6,9 l/100 km, 161 g/km, 42.252,00 Euros

(Veja o ensaio AQUI e conheça todas as versões e motorizações AQUI)

Ficha Técnica

Motor

Tipo: quatro cilindros Boxer, injecção mista directa D-4S

Cilindrada (cm3): 1.998

Diâmetro x curso (mm): 86×86

Taxa compressão: 12,5:1

Potência máxima (cv/rpm): 200/7.000

Binário máximo (Nm/rpm): 205/6.400-6.600

Transmissão e direcção: Traseira, com caixa manual de seis velocidades; direção de pinhão e cremalheira, com assistência eléctrica

Suspensão (fr/tr): Tipo McPherson com molas helicoidais; Multi-link com molas helicoidais

Travões (fr/tr): Discos ventilados/Discos ventilados

Prestações e consumos 

Aceleração: 0-100 km/h (s): 7,6

Velocidade máxima (km/h): 226

Consumos urbano/extra-urb./misto (l/100 km): 10,4/6,6/8,6

Emissões de CO2 (g/km): 196

Dimensões e pesos

Comprimento/Largura/Altura (mm): 4,240/1,775/1,285

Distância entre eixos (mm): 2,570

Largura das vias (fr/tr) (mm): 1.520/1.540

Peso (kg): 1.297

Capacidade da bagageira (l): 243

Depósito de combustível (l): 50

Pneus (fr/tr): 215/45 R17 / 215/45 R17

Mais/Menos


Mais

Comportamento dinâmico / Prazer ao volante / Travões

 

 

 

Menos

Consumos / Bancos traseiros / Bagageira

Preços


Preço da versão ensaiada (Euros): 48830€

Preço da versão base (Euros): 48830€

Exterior
Interior
Equipamento
Consumos
Ao volante
Concorrentes
Motor
Balanço final
Ficha técnica

Exterior

Desvendado em 2012, enquanto projeto conjunto das japonesas Subaru e Toyota (o primeiro forneceu o bloco boxer; o segundo, tudo o resto!…), que também decidiram dividir entre si a comercialização do modelo segundo o peso que cada uma tem nos diferentes mercados mundiais, o Toyota GT86 recebe agora, menos de um ano após a importante actualização dada a conhecer em 2017, aquela que é a sua primeira edição especial, para a Europa.

Denominada Black Touch Edition, esta versão especial replica, basicamente, uma fórmula de sucesso garantido e já tantas vezes interpretada pelos mais diferentes construtores, acrescendo como principal novidade, um aprimorar e refinar do estilo e estética.

Assim e começando pelo exterior – aspecto que, aliás, mais alterações regista -, novidade é a cor Azul Nitro para a carroçaria, um exclusivo deste Toyota GT86 Black Touch Edition, tal como as novas jantes em liga leve de cor preta de 17″, as capas dos retrovisores em negro, e o spoiler traseiro também em preto.

Já presente em todas as versões Model Year 2018, um novo kit de pinças de travão de alta performance Brembo, de cor vermelha, além de uma chave de novo design, com sistema Smart Entry & Start incorporado.

No restante, as imagens e linhas de já conhecidas de um verdadeiro coupé desportivo, marcado por pára-lamas e ombros largos, capot comprido e traseira curta, da qual sobressai não somente a asa traseira destacada no topo da tampa da mala, mas também as duas generosas ponteiras de escape. As quais, cada uma com um diâmetro de 86 mm, contribuem para dar nome ao modelo, ao mesmo tempo que finalizam, em alta, uma estética que deixa marca na maior parte dos locais por onde passa!…

Pontuação – 9/10

Interior

Num automóvel com pouco mais de 4,2 m de comprimento, 1/3 do qual gasto num capot comprido, é o habitáculo e, mais concretamente, os passageiros que aí viajam, que acabam pagando verdadeiramente a fatura das opções tomadas pelos designers da Toyota.

Numa proposta com uma configuração homologada de dois passageiros à frente, mais dois ocupantes atrás – o vulgo 2+2… -, a verdade é que a realidade que se apresenta perante os ocupantes, acaba sendo bem mais cruel. Com apenas os dois ocupantes dos lugares da frente a terem, realmente, espaço, onde colocarem as pernas; ainda que confrontados com um acesso bastante baixo e a obrigar a alguma ginástica. Prémio de consolação: a forma quase perfeita como acabam encaixados nos excelentes bancos, tipo bacquet, mas muito mais confortáveis…

Quanto aos lugares traseiros, são pouco mais do que simbólicos e, como tal, de difícil aproveitamento, mesmo em situações de emergência. Sendo que até mesmo crianças sentirão dificuldades em encontrar espaço para, por exemplo, colocar as pernas; isto, se é que não se queixaram, logo à partida, da dificuldade que é aceder aos bancos…

Perante tais obstáculos, é caso, de resto, para dizer que o condutor até tem vida facilitada, pois, embora o volante de óptima pega apenas ajuste em altura, a possibilidade de regulação também em altura do excelente banco desportivo, em couro e Alcantara, e com excelentes apoios laterais, acaba facilitando a missão de encontrar a melhor posição de condução – baixa e bem integrada no cockpit.

Uma vez encaixados por detrás do volante, a garantia, igualmente, de um correcto acesso à generalidade dos comandos, na grande maioria bem posicionados e intuitivos, mas não da melhor visibilidade traseira; dificuldade que só a presença de sensores traseiros consegue atenuar…

Mas se o volante, embora novo, não perdeu os pouco convincentes plásticos a imitar (mal) i metal (um problema, também, dos botões e revestimento na base da manche da caixa de velocidades), já o painel de instrumentos, ganhou um novo visor TFT multi-informação de 4,2 polegadas, de fácil leitura. Ao passo que o sistema de multimédia e navegação Toyota Touch 2, não só continua com um ecrã táctil a cores mais pequeno (6,2″) que os da maior parte da concorrência, como permanece pouco intuitivo no operar. Ainda que continuando mais convincente que a oferta de espaços de arrumação – poucos… e pequenos.

Finalmente e no que diz respeito à bagageira, um espaço de acesso um pouco apertado, além de com pouca capacidade (243 litros) e penalizado na funcionalidade: não possui quaisquer ganchos porta-sacos ou tomadas elétricas, por baixo do piso falso pouco mais existe do que espaço para as ferramentas e kit anti-furos (bem arrumados, sem dúvida…), além de que as costas dos bancos traseiros estão fixas e não rebatem.

Ou seja, é aproveitar muito bem o pouco que existe… e calar.

Pontuação – 7/10

Equipamento

Embora tratando-se de uma edição especial, a verdade é que a valorização, em termos de equipamento, no Toyota GT86 Black Touch Edition, não vai além dos aspectos estéticos. Resumindo-se, no fundo e a par de uma cor de carroçaria exclusiva… e espampanante – Azul Nitro -, a um novo design de jantes em liga leve 17” e da chave do sistema Smart Entry & Start. As primeiras, de cor preta, tal como as capas dos espelhos retrovisores e o aileron traseiro.

Já do “Model Year 2018″, transitam novidades como as ópticas dianteiras bi-LED, faróis de nevoeiro e farolins traseiros em LED, o novo kit de pinças de travão de alta performance fornecido pela Brembo e o Diferencial Traseiro Autoblocante (LSD). Assim como, para o interior, o Cruise Control, sistema de áudio e multimédia Touch, ar condicionado automático bi-zona, bancos em pele e Alcantara, bancos dianteiros aquecidos, e mostrador multi-informações a cores de 4,2”.

Finalmente e no que à Segurança diz respeito, ABS com Controlo de Estabilidade do Veículo (VSC) e Ajuda ao Arranque em Subidas (HAC), airbags frontais, laterais e de cortina (também de joelhos, mas só para condutor), e luz indicadora de baixa pressão nos pneus.

Suficiente, é; impressionante, nem por isso…

Pontuação – 7/10

Consumos

Não sendo um aspecto particularmente valorizado num desportivo, desde logo, por ser consensual a expectativa de que dificilmente serão baixos, poder-se-á dizer que o Toyota GT86 Black Touch Edition acaba correspondendo, também aqui, aquelas que são as expectativas gerais. Anunciando médias a rondar os 10 litros.

Tudo isto, sem o apoio de qualquer sistema Stop&Start ou modo de condução Eco…

Pontuação – 7/10

Ao volante

Desportivo à antiga, hoje em dia já com poucos rivais no mercado, o Toyota GT86 é, atualmente, um dos melhores exemplos daquilo que se entende como um automóvel pensado, concebido e produzido, em prol do condutor e do prazer de condução.

Sem grandes artifícios técnicos ou tecnologias de ponta, o modelo nipónico surge fiel aqueles que são, desde há muito, conhecidos como os princípios-base de qualquer desportivo mais visceral: baixo peso, um chassis perfeitamente equilibrado, tracção traseira e um motor atmosférico. Argumentos que, conjugados na medida certa e com conhecimento, acabam resultando, quase garantidamente, num produto final que, apesar do contributo dado para a afirmação do Automóvel enquanto objecto de desejo, parece ser cada vez mais difícil de encontrar.

De resto e para qualquer condutor que seja um apaixonado pela condução, é impossível não reconhecer o excelente trabalho feito pelos engenheiros da Toyota neste domínio, a começar, pela óptima posição de condução, a partir da qual o condutor consegue usufruir, na plenitude, de um desportivo agora ainda mais preciso, ágil e estável – resultado das alterações feitas com a actualização promovida o ano passado (desde logo, novas molas e novos amortecedores Showa) e que, acrescente-se, acabaram beneficiando igualmente o conforto…

Ajudado por uma direcção competente, ainda que incapaz de anular o desejo de contar com um tudo-nada mais de feedback, a presença igualmente de uma tracção traseira a ajudar a uma maior diversão ao volante, especialmente, quando aproveitada a fogosidade do quatro cilindros, nos regimes mais altos. Onde, aliás, chega de forma linear…

Mais divertido que propriamente rápido, este GT86 conta ainda com uma caixa manual de seis velocidades extremamente curta, rápida e precisa no engrenar, para tornar os momentos de condução mais aplicada, particularmente emocionantes. Apoiando-se, em seguida, num competente e eficaz sistema de travagem Brembo, para garantir imobilizações rápidas e em segurança.

Pontuação – 9/10

Concorrentes

Abarth 124 Spider, 1.4 litros, 170 cv, 6,9s 0-100 km/h, 229 km/h, 6,6 l/100 km, 153 g/km, 44.000,00 Euros

(Veja o ensaio AQUI e conheça todas as versões e motorizações AQUI)

 

Mazda MX-5, 2,0 litros, 160 cv, 7,4s 0 -100 km/h, 215 km/h, 6,9 l/100 km, 161 g/km, 42.252,00 Euros

(Veja o ensaio AQUI e conheça todas as versões e motorizações AQUI)

Motor

Replicando a mesma estratégia de muitas outras edições especiais, dos mais variados construtores, o Toyota GT86 Black Touch Edition mantém intocado o motor que a actualização, desvendada o ano passado, deu a conhecer.

Assim, na base desta versão especial, um bloco atmosférico de quatro cilindros horizontalmente opostos, vulgo “Boxer”, de 1998 cc e a debitar uma potência máxima de 200 cv às 7000 rpm, além de 205 Nm de binário entre as 6400 e 6600 rpm. Valores que permitem garantir uma aceleração dos 0 aos 100 km/h em 7,6s, a par de uma velocidade máxima de 226 km/h; isto, quando equipado, como era o caso, com caixa manual de seis velocidades!

Colocado à prova na intensidade do dia-a-dia, a confirmação de um propulsor que, sem a ajuda de qualquer turbocompressor ou sistema elétrico, merece ser explorado na sua plenitude. Aproveitando a ampla faixa de utilização que possui, sempre muito progressivo (em particular, acima das 2.400 rpm), e com ainda maior emoção, a partir das 6000 rpm. Tudo isto, com uma sonoridade bem presente no habitáculo e a convidar, mesmo com alguma rudeza no funcionamento, ao envolvimento de todos os sentidos…

Pontuação – 9/10

Balanço final

Versão especial que recupera muito do élan dos desportivos puros de outrora, o Toyota GT86 Black Touch Edition é proposta para “connaisseurs”, amantes dos prazeres mais viscerais ao volante, em que Homem e Máquina procuram fundir-se num só, envolvidos num diálogo de prazer com a estrada. Neste caso em concreto, apresentado de uma forma, sem dúvida, visualmente ainda mais atrativa, embora dispensando sempre quaisquer penduras ou “par de jarras”.

Mais

Comportamento dinâmico / Prazer ao volante / Travões

 

 

 

Menos

Consumos / Bancos traseiros / Bagageira

Ficha técnica

Motor

Tipo: quatro cilindros Boxer, injecção mista directa D-4S

Cilindrada (cm3): 1.998

Diâmetro x curso (mm): 86×86

Taxa compressão: 12,5:1

Potência máxima (cv/rpm): 200/7.000

Binário máximo (Nm/rpm): 205/6.400-6.600

Transmissão e direcção: Traseira, com caixa manual de seis velocidades; direção de pinhão e cremalheira, com assistência eléctrica

Suspensão (fr/tr): Tipo McPherson com molas helicoidais; Multi-link com molas helicoidais

Travões (fr/tr): Discos ventilados/Discos ventilados

Prestações e consumos 

Aceleração: 0-100 km/h (s): 7,6

Velocidade máxima (km/h): 226

Consumos urbano/extra-urb./misto (l/100 km): 10,4/6,6/8,6

Emissões de CO2 (g/km): 196

Dimensões e pesos

Comprimento/Largura/Altura (mm): 4,240/1,775/1,285

Distância entre eixos (mm): 2,570

Largura das vias (fr/tr) (mm): 1.520/1.540

Peso (kg): 1.297

Capacidade da bagageira (l): 243

Depósito de combustível (l): 50

Pneus (fr/tr): 215/45 R17 / 215/45 R17

Preço da versão ensaiada (Euros): 48830€
Preço da versão base (Euros): 48830€