Toyota RAV4 HSD Pure Dark – Ensaio Teste

By on 17 Dezembro, 2018

Toyota RAV4 HSD Pure Dark

Texto: Francisco Cruz

À espera de sucessor

A viver a sua quarta geração em quase 25 anos de existência, o Toyota RAV4 continua firme na defesa do título, conquistado em 2017, de SUV mais vendido em todo mundo. Um galardão que, tal como a mais recente edição especial, denominada Pure Dark, não esconde, ainda assim, a importância da chegada de um sucessor…

Conheça todas as versões e motorizações AQUI.

 


Mais:

Conforto / Habitabilidade / Versatilidade

 

 

Menos:

Eficácia dinâmica / Caixa CVT / Design interior ultrapassado

Exterior

/10

Lançado no mercado, naquela que é a quarta geração, em finais de 2012, e com um só facelift apresentado, em 2016, a verdade é que o atual Toyota RAV4 já não esconde a manutenção de uma linguagem estética algo ultrapassada e pouco identificada com aquelas que são as tendências atuais.

Embora com uma imagem exterior que se mantém personalizada e que dificilmente se confunde com o que quer que seja, o SUV japonês padece, hoje em dia, de um visual, talvez, excessivamente oriental, além de demasiado… conservador.  Isto, num segmento em que a Inovação parece querer andar mais rápido do que o Tempo, e, principalmente, em que a fusão de estilos e conceitos – veja-se o caso dos SUV tornados Coupés, por exemplo… – ganha todos os dias vantagem.

A procurar suavizar esta dura realidade, a chegada de (mais) uma edição especial daquele que foi o primeiro SUV compacto a chegar ao mercado, a qual, além de um preço especialmente competitivo, procura dotar o modelo nipónico de um visual mais moderno, através de vários pormenores… a negro. Como é o caso das jantes em liga leve de 18″, dos vidros traseiros (escurecidos) ou até mesmo das novas luzes traseiras “Lightguide” em LED.

No fundo, elementos de distinção que contribuem para um maior impacto inicial da parte do RAV4, embora insuficiente para tornar este modelo genuinamente moderno e actual…

Pontuação – 7/10

Interior

/10

E se, no exterior, o peso dos anos já deixa a sua marca, no interior do habitáculo, o Toyota RAV4 clama, igualmente, por uma renovação.

Marcado, desde logo, por uma sobriedade excessiva nas linhas, acentuada por uma escolha de cores que se resume basicamente ao preto, nem mesmo a boa solidez da construção, a par da melhoria de alguns revestimentos – neste último caso, também decorrentes do facto de se tratar de uma edição especial -, acabam sendo suficientes para elevar uma impressão inicial pouco cativante. Culpa também, é certo, da manutenção de muitos plásticos rijos e de fraca resistência, ainda para mais, em locais especialmente expostos, como é o caso da parte superior do tablier ou do revestimento do túnel de transmissão; já para não falar nas soluções que tentam imitar (mal!) o metal…

Ainda hoje com um óptimo acesso a um habitáculo que não deixa de ser funcional, resultado não somente dos vários espaços de arrumação, como também dos comandos e botões, na sua grande maioria intuitivos na utilização, menos convincente, só mesmo a colocação dos botões do sistema de modos de condução, algo “escondidos” na base da consola central, além da haste “espetada” que permite gerir o Limitador/Regulador de Velocidade.

Factos que também fazem com que o RAV4 acabe por convencer bem mais, por exemplo, pelo posicionamento dos comandos do ar condicionado, a funcionalidade do sistema de info-entretenimento com ecrã táctil a cores, ou ainda pela boa posição de condução. Esta última, consequência de possibilidade de ajuste em altura e profundidade, tanto de volante (de pega agradável) como do banco (de razoável apoio lateral), ainda que incapaz de garantir uma visibilidade traseira que permita prescindir das ajudas eletrónicas e câmara – mais-valias que, aliás, possui de série…

No entanto, verdadeiramente convincente e justificador da escolha, será, sem dúvida, o conforto e, ainda mais, a habitabilidade que o SUV japonês oferece. No primeiro caso, fruto não apenas do óptimo trabalho da suspensão, como também dos bancos (os traseiros, com costas de reclinação regulável), ao passo que, no caso da habitabilidade, muito em resultado de um banco traseiro onde não falta largura, altura e espaço para pernas; mesmo com três passageiros! Sendo que o do meio beneficia, tal como os restantes, de um assento liso e suficientemente acolhedor.

Quanto à carga, tem à sua espera uma bagageira ampla, com uma capacidade anunciada de 501 litros, ainda antes do rebatimento 60/40 das costas dos bancos traseiros. Costas que, infelizmente, acabam não rebatendo totalmente na horizontal, ficando depois igualmente bastante mais elevadas, que o piso da mala.

Num espaço cujo acesso é feito através de uma entrada ampla e por intermédio de um portão já de accionamento elétrico, a desvendar soluções de funcionalidade como os ganchos porta-sacos ou a rede de transporte suspensa da chapeleira, não deixa, ainda assim, de surpreender o facto de não existir qualquer espaço independente de arrumação, por exemplo, por baixo do piso falso. Ou ainda, a chapeleira, extensível, continuar ligada às costas dos bancos através das já ultrapassadas tiras de tecido, presas aos espigões dos encostos de cabeça, por ganchos. Basicamente, são mais elementos que é preciso desprender, sempre que queremos rebater retirar a chapeleira (que tem sítio próprio no piso para arrumar) ou, simplesmente, reclinar as costas dos bancos traseiros…

Pontuação – 8/10

Equipamento

/10

Edição especial do conhecido SUV japonês, o Toyota RAV4 HSD Pure Dark aposta não apenas no reforço da estética, mas também no enriquecimento do equipamento de série, para tentar fazer face a uma concorrência cada vez mais numerosa… e melhor preparada.

Assim e a par de elementos como os apontamentos a negro no exterior, o sistema de acesso e arranque sem chave (Smart Entry & Start), o botão Push Start, o espelho interior eletrocromático, o ar condicionado automático Dual Zone e o funcional e intuitivo (só é pena o layout um pouco ultrapassado…) sistema de informação e multimédia Toyota Touch 2 com ecrã TFT a cores de 4,2″, soluções de segurança como as luzes de circulação diurnas em LED, luzes dos máximos com controlo automático, sensores de luz e de chuva, Cruise Control Adaptativo, Aviso de saída de faixa de rodagem e sistema de pré-colisão. Tudo de série… tal como a garantia de pagamento de Classe 1 nas portagens da Brisa.

Só é pena que esta anunciada poupança não seja suficiente para justificar a falta de investimento num travão de estacionamento eletromecânico, accionável por botão, e como, de resto, já existe em muitos dos rivais, mas, enfim…

Pontuação – 9/10

Consumos

/10

Socorrendo-se de um sistema de propulsão híbrido, em que o motor de combustão conta com o apoio de uma unidade elétrica, o Toyota RAV4 HSD consegue, assim, garantir consumos aceitáveis, com médias reais na ordem dos 7,5 l/100 km.

Valor que, reconheça-se e embora beneficiando do apoio elétrico, terá, forçosamente, de ser considerado como positivo. Principalmente, se tomado em linha de conta a dimensão do bloco a gasolina…

Pontuação – 9/10

Ao Volante

/10

Modelo que veio desbravar um novo segmento no mercado automóvel, o Toyota RAV4 continua, quase 25 anos após a apresentação da primeira geração, em 1994, igual a si próprio.

Apesar das evoluções estilísticas e técnicas que naturalmente foi absorvendo ao longo das décadas, o SUV nipónico mantém os princípios que estiveram na base da sua criação, a começar pela funcionalidade, espaço e capacidade de carga, acrescidas de um comportamento agradável e confortável, um pisar invariavelmente refinado, mas também uma condução fácil e descontraída.

Não lhe peçam, por isso e apesar da real disponibilização de um modo de condução (supostamente) Sport, ou até mesmo de uma capacidade de aceleração dos 0 aos 100 km/h em menos de 9 segundos, atitudes mais desportivas, viscerais ou envolventes na condução. Pois, não só o motor se mostra aí mais “sufocado”, como a própria suspensão fica obrigada a aplicar-se a fundo para disfarçar a altura e peso do conjunto. Não faltando sequer e em linha com o aumento da velocidade e agressividade na condução, a respetiva penalização nos consumos, os quais podem ultrapassa largamente os 10 litros…

Com uma direcção igualmente mais vocacionada para ritmos descontraídos, o melhor mesmo será optar por andamentos mais “familiares” e consentâneos com a utilização do dia-dia, mesmo se pontuados, aqui e ali, por algumas aventuras fora-estrada, desde que feitas com alguma racionalidade.

Princípio que, diga-se em jeito de conclusão, este Toyota RAV4 HSD não deixa de procurar aplicar em todas as suas facetas…

Pontuação – 8/10

Motor

/10

Fabricante automóvel com um já longo percurso no domínio da mobilidade híbrida, a Toyota não quis deixar o RAV4 de fora desta tendência. Motivo pelo qual já disponibiliza, há alguns anos, uma motorização deste tipo, impulsionada a gasolina e a eletricidade, naquele que foi o SUV médio mais vendido a nível mundial, em 2017.

Assim, na base desta versão, um quatro cilindros 2,5 litros a gasolina atmosférico a debitar 152 cv e 206 Nm de binário entre as 4.400 e 4.800 rpm, coadjuvado por um motor elétrico de 143 cv e 260 Nm de binário, o qual vai buscar a energia a baterias de níquel com hidretos metálicos, recarregáveis na desaceleração e travagem.

A gerir a intervenção dos dois sistemas propulsores, uma caixa automática de variação contínua (e-CVT) e seis velocidades, sem patilhas no volante,  mas disponibilizando um modo semi-manual, operável através de uma manche já algo… démodé. Ainda que, depois e em termos de desempenho, a funcionar de forma agradável, desde que optando por ritmos descontraídos.

Pelo contrário, submetida a utilizações mais intensas, uma atuação bem menos convincente, devido à forma como exagera no esforço, arrastamento, sonoridade, que obriga o motor a mostrar.

Quanto à faceta elétrica, embora permita ao RAV4 circular impulsionado apenas e só pelo motor elétrico – basta, tão só, seleccionar a opção EV no sistema de modos de condução… -, poucas vantagens, reais, oferece. Desde logo, porque a autonomia, sem intervenção do motor de combustão, não vai além de alguns, poucos, quilómetros…

Pontuação – 7/10

Balanço Final

/10

Modelo que veio fundar um novo segmento na indústria automóvel, isto numa altura em que ainda nem sequer se falava no case-study chamado Nissan Qashqai, e a “febre dos crossovers” era doença totalmente desconhecida, o Toyota RAV4 é, hoje em dia e cumprido que está quase um quarto de século sobre o seu aparecimento, um “veterano” do Mundo Automóvel. Mas também um modelo fiel às suas origens, mais precisamente, à sua vocação familiar e funcional, através de uma habitabilidade competente e boa capacidade de carga. Realidades que, ainda assim, não escondem a necessidade de um sucessor.

O qual, acrescente-se, está já aí a caminho…

Pontuação – 8/10

Concorrentes

Mitsubishi Outlander PHEV 2.4L MIVEC Intense, Gasolina/Eletricidade, 203 cv, 11,0s 0-100 km/h, 170 km/h, 1,7 l/100 km, 41 g/km, 39.348€ (com campanha de desconto de 9.652€)

(Conheça todas as versões e motorizações AQUI)

 

Nissan Qashqai DIG-T DCT 4×2 Tekna Premium, Gasolina, 160 cv, 8,9s 0-100 km/h, 200 km/h, 5,8 l/100 km, 131 g/km, 36.000€ (32.000 com retoma de viatura)

(Veja o ensaio AQUI e conheça todas as versões e motorizações AQUI)

 

Hyundai Tucson MHEV 8DCT, Diesel com sistema elétrico de 48V, 185 cv, 95s 0-100 km/h, 201 km/h, 5,7 l/100 km, 151 g/km, Ainda não disponível em Portugal

(Conheça todas as versões e motorizações AQUI)

Ficha Técnica

Motor de combustão

Tipo: quatro cilindros em linha, com injecção eletrónica

Cilindrada (cm3): 2.494

Diâmetro x curso (mm): 90 x 98

Taxa compressão: 12.5:1

Potência máxima (cv/rpm): 152/5.700

Binário máximo (Nm/rpm): 206/4.400-4.800

Motor eléctrico

Tipo: síncrono, de magneto permanente

Bateria/Voltagem (V): de níquel com hidretos metálicos/650

Potência máxima (cv/kW): 143/105

Binário máximo (Nm): 270

Motor de combustão + Motor elétrico

Potência combinada (cv/kW): 197/145

Transmissão e direcção

Transmissão: traseira, com caixa automática do tipo CVT, de seis velocidades

Direcção: Cremalheira, com assistência eléctrica

Suspensão (fr/tr): independente do tipo McPherson; Multi-link

Travões (fr/tr): Discos ventilados/Discos

Prestações e consumos 

Aceleração: 0-100 km/h (s): 8,3

Velocidade máxima (km/h): 180

Consumos urbano/extra-urb./misto (l/100 km): -/-/5,3

Emissões de CO2 (g/km): 122

Dimensões e pesos

Comprimento/Largura/Altura (mm): 4,605/1,845/1,675

Distância entre eixos (mm): 2,660

Largura das vias (fr/tr) (mm): -/-

Peso (kg): 1.785

Capacidade da bagageira (l): 501

Depósito de combustível (l): 56

Pneus (fr/tr): 235/55 R18 / 235/55 R18

Preço da versão ensaiada contempla desconto promocional de 4.000€

Mais/Menos


Mais

Conforto / Habitabilidade / Versatilidade

 

 

Menos

Eficácia dinâmica / Caixa CVT / Design interior ultrapassado

Preços


Preço da versão ensaiada (Euros): 36685€

Preço da versão base (Euros): 40685€

Exterior
Interior
Equipamento
Consumos
Ao volante
Concorrentes
Motor
Balanço final
Ficha técnica

Exterior

Lançado no mercado, naquela que é a quarta geração, em finais de 2012, e com um só facelift apresentado, em 2016, a verdade é que o atual Toyota RAV4 já não esconde a manutenção de uma linguagem estética algo ultrapassada e pouco identificada com aquelas que são as tendências atuais.

Embora com uma imagem exterior que se mantém personalizada e que dificilmente se confunde com o que quer que seja, o SUV japonês padece, hoje em dia, de um visual, talvez, excessivamente oriental, além de demasiado… conservador.  Isto, num segmento em que a Inovação parece querer andar mais rápido do que o Tempo, e, principalmente, em que a fusão de estilos e conceitos – veja-se o caso dos SUV tornados Coupés, por exemplo… – ganha todos os dias vantagem.

A procurar suavizar esta dura realidade, a chegada de (mais) uma edição especial daquele que foi o primeiro SUV compacto a chegar ao mercado, a qual, além de um preço especialmente competitivo, procura dotar o modelo nipónico de um visual mais moderno, através de vários pormenores… a negro. Como é o caso das jantes em liga leve de 18″, dos vidros traseiros (escurecidos) ou até mesmo das novas luzes traseiras “Lightguide” em LED.

No fundo, elementos de distinção que contribuem para um maior impacto inicial da parte do RAV4, embora insuficiente para tornar este modelo genuinamente moderno e actual…

Pontuação – 7/10

Interior

E se, no exterior, o peso dos anos já deixa a sua marca, no interior do habitáculo, o Toyota RAV4 clama, igualmente, por uma renovação.

Marcado, desde logo, por uma sobriedade excessiva nas linhas, acentuada por uma escolha de cores que se resume basicamente ao preto, nem mesmo a boa solidez da construção, a par da melhoria de alguns revestimentos – neste último caso, também decorrentes do facto de se tratar de uma edição especial -, acabam sendo suficientes para elevar uma impressão inicial pouco cativante. Culpa também, é certo, da manutenção de muitos plásticos rijos e de fraca resistência, ainda para mais, em locais especialmente expostos, como é o caso da parte superior do tablier ou do revestimento do túnel de transmissão; já para não falar nas soluções que tentam imitar (mal!) o metal…

Ainda hoje com um óptimo acesso a um habitáculo que não deixa de ser funcional, resultado não somente dos vários espaços de arrumação, como também dos comandos e botões, na sua grande maioria intuitivos na utilização, menos convincente, só mesmo a colocação dos botões do sistema de modos de condução, algo “escondidos” na base da consola central, além da haste “espetada” que permite gerir o Limitador/Regulador de Velocidade.

Factos que também fazem com que o RAV4 acabe por convencer bem mais, por exemplo, pelo posicionamento dos comandos do ar condicionado, a funcionalidade do sistema de info-entretenimento com ecrã táctil a cores, ou ainda pela boa posição de condução. Esta última, consequência de possibilidade de ajuste em altura e profundidade, tanto de volante (de pega agradável) como do banco (de razoável apoio lateral), ainda que incapaz de garantir uma visibilidade traseira que permita prescindir das ajudas eletrónicas e câmara – mais-valias que, aliás, possui de série…

No entanto, verdadeiramente convincente e justificador da escolha, será, sem dúvida, o conforto e, ainda mais, a habitabilidade que o SUV japonês oferece. No primeiro caso, fruto não apenas do óptimo trabalho da suspensão, como também dos bancos (os traseiros, com costas de reclinação regulável), ao passo que, no caso da habitabilidade, muito em resultado de um banco traseiro onde não falta largura, altura e espaço para pernas; mesmo com três passageiros! Sendo que o do meio beneficia, tal como os restantes, de um assento liso e suficientemente acolhedor.

Quanto à carga, tem à sua espera uma bagageira ampla, com uma capacidade anunciada de 501 litros, ainda antes do rebatimento 60/40 das costas dos bancos traseiros. Costas que, infelizmente, acabam não rebatendo totalmente na horizontal, ficando depois igualmente bastante mais elevadas, que o piso da mala.

Num espaço cujo acesso é feito através de uma entrada ampla e por intermédio de um portão já de accionamento elétrico, a desvendar soluções de funcionalidade como os ganchos porta-sacos ou a rede de transporte suspensa da chapeleira, não deixa, ainda assim, de surpreender o facto de não existir qualquer espaço independente de arrumação, por exemplo, por baixo do piso falso. Ou ainda, a chapeleira, extensível, continuar ligada às costas dos bancos através das já ultrapassadas tiras de tecido, presas aos espigões dos encostos de cabeça, por ganchos. Basicamente, são mais elementos que é preciso desprender, sempre que queremos rebater retirar a chapeleira (que tem sítio próprio no piso para arrumar) ou, simplesmente, reclinar as costas dos bancos traseiros…

Pontuação – 8/10

Equipamento

Edição especial do conhecido SUV japonês, o Toyota RAV4 HSD Pure Dark aposta não apenas no reforço da estética, mas também no enriquecimento do equipamento de série, para tentar fazer face a uma concorrência cada vez mais numerosa… e melhor preparada.

Assim e a par de elementos como os apontamentos a negro no exterior, o sistema de acesso e arranque sem chave (Smart Entry & Start), o botão Push Start, o espelho interior eletrocromático, o ar condicionado automático Dual Zone e o funcional e intuitivo (só é pena o layout um pouco ultrapassado…) sistema de informação e multimédia Toyota Touch 2 com ecrã TFT a cores de 4,2″, soluções de segurança como as luzes de circulação diurnas em LED, luzes dos máximos com controlo automático, sensores de luz e de chuva, Cruise Control Adaptativo, Aviso de saída de faixa de rodagem e sistema de pré-colisão. Tudo de série… tal como a garantia de pagamento de Classe 1 nas portagens da Brisa.

Só é pena que esta anunciada poupança não seja suficiente para justificar a falta de investimento num travão de estacionamento eletromecânico, accionável por botão, e como, de resto, já existe em muitos dos rivais, mas, enfim…

Pontuação – 9/10

Consumos

Socorrendo-se de um sistema de propulsão híbrido, em que o motor de combustão conta com o apoio de uma unidade elétrica, o Toyota RAV4 HSD consegue, assim, garantir consumos aceitáveis, com médias reais na ordem dos 7,5 l/100 km.

Valor que, reconheça-se e embora beneficiando do apoio elétrico, terá, forçosamente, de ser considerado como positivo. Principalmente, se tomado em linha de conta a dimensão do bloco a gasolina…

Pontuação – 9/10

Ao volante

Modelo que veio desbravar um novo segmento no mercado automóvel, o Toyota RAV4 continua, quase 25 anos após a apresentação da primeira geração, em 1994, igual a si próprio.

Apesar das evoluções estilísticas e técnicas que naturalmente foi absorvendo ao longo das décadas, o SUV nipónico mantém os princípios que estiveram na base da sua criação, a começar pela funcionalidade, espaço e capacidade de carga, acrescidas de um comportamento agradável e confortável, um pisar invariavelmente refinado, mas também uma condução fácil e descontraída.

Não lhe peçam, por isso e apesar da real disponibilização de um modo de condução (supostamente) Sport, ou até mesmo de uma capacidade de aceleração dos 0 aos 100 km/h em menos de 9 segundos, atitudes mais desportivas, viscerais ou envolventes na condução. Pois, não só o motor se mostra aí mais “sufocado”, como a própria suspensão fica obrigada a aplicar-se a fundo para disfarçar a altura e peso do conjunto. Não faltando sequer e em linha com o aumento da velocidade e agressividade na condução, a respetiva penalização nos consumos, os quais podem ultrapassa largamente os 10 litros…

Com uma direcção igualmente mais vocacionada para ritmos descontraídos, o melhor mesmo será optar por andamentos mais “familiares” e consentâneos com a utilização do dia-dia, mesmo se pontuados, aqui e ali, por algumas aventuras fora-estrada, desde que feitas com alguma racionalidade.

Princípio que, diga-se em jeito de conclusão, este Toyota RAV4 HSD não deixa de procurar aplicar em todas as suas facetas…

Pontuação – 8/10

Concorrentes

Mitsubishi Outlander PHEV 2.4L MIVEC Intense, Gasolina/Eletricidade, 203 cv, 11,0s 0-100 km/h, 170 km/h, 1,7 l/100 km, 41 g/km, 39.348€ (com campanha de desconto de 9.652€)

(Conheça todas as versões e motorizações AQUI)

 

Nissan Qashqai DIG-T DCT 4×2 Tekna Premium, Gasolina, 160 cv, 8,9s 0-100 km/h, 200 km/h, 5,8 l/100 km, 131 g/km, 36.000€ (32.000 com retoma de viatura)

(Veja o ensaio AQUI e conheça todas as versões e motorizações AQUI)

 

Hyundai Tucson MHEV 8DCT, Diesel com sistema elétrico de 48V, 185 cv, 95s 0-100 km/h, 201 km/h, 5,7 l/100 km, 151 g/km, Ainda não disponível em Portugal

(Conheça todas as versões e motorizações AQUI)

Motor

Fabricante automóvel com um já longo percurso no domínio da mobilidade híbrida, a Toyota não quis deixar o RAV4 de fora desta tendência. Motivo pelo qual já disponibiliza, há alguns anos, uma motorização deste tipo, impulsionada a gasolina e a eletricidade, naquele que foi o SUV médio mais vendido a nível mundial, em 2017.

Assim, na base desta versão, um quatro cilindros 2,5 litros a gasolina atmosférico a debitar 152 cv e 206 Nm de binário entre as 4.400 e 4.800 rpm, coadjuvado por um motor elétrico de 143 cv e 260 Nm de binário, o qual vai buscar a energia a baterias de níquel com hidretos metálicos, recarregáveis na desaceleração e travagem.

A gerir a intervenção dos dois sistemas propulsores, uma caixa automática de variação contínua (e-CVT) e seis velocidades, sem patilhas no volante,  mas disponibilizando um modo semi-manual, operável através de uma manche já algo… démodé. Ainda que, depois e em termos de desempenho, a funcionar de forma agradável, desde que optando por ritmos descontraídos.

Pelo contrário, submetida a utilizações mais intensas, uma atuação bem menos convincente, devido à forma como exagera no esforço, arrastamento, sonoridade, que obriga o motor a mostrar.

Quanto à faceta elétrica, embora permita ao RAV4 circular impulsionado apenas e só pelo motor elétrico – basta, tão só, seleccionar a opção EV no sistema de modos de condução… -, poucas vantagens, reais, oferece. Desde logo, porque a autonomia, sem intervenção do motor de combustão, não vai além de alguns, poucos, quilómetros…

Pontuação – 7/10

Balanço final

Modelo que veio fundar um novo segmento na indústria automóvel, isto numa altura em que ainda nem sequer se falava no case-study chamado Nissan Qashqai, e a “febre dos crossovers” era doença totalmente desconhecida, o Toyota RAV4 é, hoje em dia e cumprido que está quase um quarto de século sobre o seu aparecimento, um “veterano” do Mundo Automóvel. Mas também um modelo fiel às suas origens, mais precisamente, à sua vocação familiar e funcional, através de uma habitabilidade competente e boa capacidade de carga. Realidades que, ainda assim, não escondem a necessidade de um sucessor.

O qual, acrescente-se, está já aí a caminho…

Pontuação – 8/10

Mais

Conforto / Habitabilidade / Versatilidade

 

 

Menos

Eficácia dinâmica / Caixa CVT / Design interior ultrapassado

Ficha técnica

Motor de combustão

Tipo: quatro cilindros em linha, com injecção eletrónica

Cilindrada (cm3): 2.494

Diâmetro x curso (mm): 90 x 98

Taxa compressão: 12.5:1

Potência máxima (cv/rpm): 152/5.700

Binário máximo (Nm/rpm): 206/4.400-4.800

Motor eléctrico

Tipo: síncrono, de magneto permanente

Bateria/Voltagem (V): de níquel com hidretos metálicos/650

Potência máxima (cv/kW): 143/105

Binário máximo (Nm): 270

Motor de combustão + Motor elétrico

Potência combinada (cv/kW): 197/145

Transmissão e direcção

Transmissão: traseira, com caixa automática do tipo CVT, de seis velocidades

Direcção: Cremalheira, com assistência eléctrica

Suspensão (fr/tr): independente do tipo McPherson; Multi-link

Travões (fr/tr): Discos ventilados/Discos

Prestações e consumos 

Aceleração: 0-100 km/h (s): 8,3

Velocidade máxima (km/h): 180

Consumos urbano/extra-urb./misto (l/100 km): -/-/5,3

Emissões de CO2 (g/km): 122

Dimensões e pesos

Comprimento/Largura/Altura (mm): 4,605/1,845/1,675

Distância entre eixos (mm): 2,660

Largura das vias (fr/tr) (mm): -/-

Peso (kg): 1.785

Capacidade da bagageira (l): 501

Depósito de combustível (l): 56

Pneus (fr/tr): 235/55 R18 / 235/55 R18

Preço da versão ensaiada contempla desconto promocional de 4.000€

Preço da versão ensaiada (Euros): 36685€
Preço da versão base (Euros): 40685€