VOLVO V60 CROSS COUNTRY D4 MOMENTUM 190 CV Ensaio

By on 4 Maio, 2016

O João Paixão e a Sofia Razão saíram felizes de chave na mão do stand com a V40 Cross Country, tão felizes que a Sofia engravidou de gémeos, e aí é que foram elas…

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Foi muito bem pensado o comercial de rádio que promove a Volvo V40 Cross Country, mas a verdade é que o João Paixão e a Sofia Razão ficaram com dois pequenos problemas em mãos e depressa tiveram que olhar para automóveis com mais espaço, mais rápidos e potentes, pois a prever-se terem que distribuir várias crianças dentro de cerca de um ano – já tinham o Gonçalo, com quatro anos – havia que preparar o caminho.

Desta vez seria ainda mais fácil convencer a Sofia, mas o que o João nunca disse é que, para fazer face às suas responsabilidades familiares acrescidas, precisava também do ‘escape’ emocional e a V60 Cross Country D4 abria-lhe ainda mais as portas de um mundo ‘fora da estrada’, que lhe vai possibilitar afastar-se um pouco do bulício do dia a dia, permitindo-lhe ‘descomprimir’ pelos ‘cantinhos’ mais recônditos deste retângulo à beira mar plantado, e logo com grande classe.

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E este Volvo V60 Cross Country D4, com uma altura ao solo de 20,1 cm (mais 6,5 cm que a V60 ‘normal’), motor 2.0 diesel de 190 cv e caixa automática Geartronic de seis velocidades permitem essa descompressão, por caminhos que um carro de estrada ‘normal’ nem de perto se pode arriscar. “Claro que sim, Paixão…”, disse a Sofia Razão. E para provar o ‘ponto’ do João, fui até à mítica Serra do Açor, em Arganil, não só respirar aquele ar fantástico, mas essencialmente perceber até que ponto esta V60 Cross Country vai, e ‘vai’ longe.

O carro é muito ‘pesadão’ – são mais de duas toneladas – mas os 190 cv e o ‘enorme’ binário de 400 Nm que surge desde muito cedo (1750-2500 rpm) permitem a este Volvo uma grande desenvoltura, mesmo em estradas mais íngremes, como muitas que se encontram na serra do Açor, por exemplo na subida do Salgueiro para a Selada da Eiras, e especialmente depois de descer a Teixeira, ir a Malhada Chã e voltar a subir à estrada que leva ao Piódão. Aí, quando se junta íngreme a sinuoso, notam-se as dimensões da V60 CC, muito mais do que a disponibilidade do motor que chega e sobra para as encomendas. E para lá chegar, à zona de Arganil, em estrada, apesar da altura do carro, o ‘rodar’ em auto estrada e itinerários complementares é ótimo.

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Sinceramente esperava mais ‘adorno’ da carroçaria em curvas longas mas rápidas, e não é isso o que acontece, o carro curva depressa e não se inclina muito. Apanhei tempo seco, pelo que no ‘fora de estrada’ não havia lama ou pisos muito difíceis. Nem convinha nada, pois esta versão do Volvo V60 CC tem apenas duas rodas motrizes.

O piso estava duro e compacto, e isso permitiu perceber que esta V60 é fantástica para ‘foras-de-estrada’ ligeiros, e se nos mantivermos essencialmente nas globalmente bem tratadas estradas de terra da Serra do Açor (volta Rali de Portugal, as estradas estão ótimas) o único pormenor que posso criticar um pouco é a insonorização, de resto perfeito. Confesso que a brincadeira que fizemos relativamente ao tamanho da família do João Paixão e da Sofia Razão leva a que faça sentido um carro deste tamanho, mas também é verdade que no fora de estrada o volume desta V60 CC causa alguns problemas. Também é um facto que escolhemos estradas muito complicadas, e se tivéssemos optado por ficar fora das zonas mais estreitas, tinha sido perfeito. A suspensão absorve quase na perfeição as irregularidades, tornando este carro um elemento quase perfeito para um passeio pelo Açor.

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A caixa automática Geartronic de seis velocidades é muito fácil de usar, talvez optasse pela manual, mas isso são as preferências de cada um que contam. Em termos dinâmicos, na auto-estrada, onde vamos passar, provavelmente, 80 por cento da nossa vida ao volante, o carro guia-se bem, mas há um detalhe que complica um pouco, a direção é muito pesada e tem pouca sensibilidade.

Em termos de performance, nada a dizer, vai dos 0-100 km/h em 7,8s e atinge 210 km/h de velocidade máxima. Chega e sobra… Neste caso prezo bem mais o binário elevado. O interior é o habitual na Volvo, requinte, nada espampanante, mas muito sóbrio e com classe. Curiosamente o espaço não é soberbo para o tamanho do modelo, especialmente atrás, mas está longe de ser desconfortável mesmo em

viagens maiores. Esteticamente, este V60 Cross Country é fabuloso, mas isso, mais uma vez, tem a ver com o gosto de cada um. Os ‘implantes na carroçaria’ dão-lhe bom ar, mas confesso que acho bem mais interessante, no que concerne a imagem, o V40 CC. Ainda assim, compreendo perfeitamente o João e a Sofia.

Ficha técnica:

Preço: 44 055 €

Motor: 4 cil., turbodiesel 1969 cm3 de 190 cv

Aceleração 0 aos 100 km/h: 7.8s

Consumo médio: 4.6 l /100 km (6.2 l AutoSport)

Emissões de CO2: 120 g/km

Binário:  400 N.m./ 1750-2500 rpm

Transmissão: Dianteira, cx. auto. de 6 vel.

Suspensão: McPherson à frente e eixo de torção atrás

Travagem: DV/D

Mala: 430 l

Vel. máx.: 210 km/h