Audi A1 Sportback 30TFSI – Ensaio Teste

By on 20 Março, 2019

Audi A1 Sportback 30TFSI S line

Texto: Francisco Cruz

Até à última gota!…

Modelo que é também a porta de entrada no mundo dos quatro anéis, o Audi A1 já chegou a Portugal naquela que é a sua segunda geração – maior, melhor, e, mesmo quando equipada com um pequeno tricilindrico, como é a única motorização disponível nesta fase inicial de comercialização, para disfrutar até à ultima gota!…

Conheça todas as versões e motorizações AQUI.


Mais:

Motor / Comportamento / Design

 

 

Menos:

Plásticos / Colocação do botão do volume / Preço

Exterior

9/10

Pontuação – 9/10

Dado a conhecer, pela primeira vez, em 2010, o Audi A1 representou, pelo menos inicialmente, uma espécie de resposta da marca de Ingolstadt ao sucesso do Mini já alemão, ainda que sem o peso histórico do modelo que a BMW trouxe de volta à vida. Algo que, no entanto, o Tempo se encarregaria de demonstrar estar longe da verdade, desde logo, porque a proposta dos quatro anéis não conseguia oferecer o mesmo envolvimento, visceral e desportivo, na condução.

No entanto e passados que estão cerca de 18 anos, a Audi decidiu baralhar e dar de novo, apresentando uma segunda geração do A1 toda ela bem mais “radical”; a começar, pela estética, também exterior, revista a pente fino e de alto a baixo!

Sustentado, desde logo, numa nova plataforma, MQB A0, a mesma dos SEAT Ibiza e Arona, assim como do novo Volkswagen Polo, o novo Audi A1 cresceu em todos os sentidos, menos em altura (perdeu, aliás, 13 mm… ), aumentando quase 10 cm na distância entre eixos! Facto que, embora mantendo-o ligeiramente mais pequeno que, por exemplo, o Ibiza, não impediu que adoptasse um visual mais autoritário e agressivo, inspirado no mítico Audi Quattro; e, também por isso, substancialmente diferente do do antecessor…

A ajudar a esta certeza, uma frente reformulada com uma nova grelha frontal Singleframe de maiores dimensões, ópticas mais esguias e redesenhadas – infelizmente e ao contrário de alguns adversários, ainda não é desta que passa a contar com o tecnologia LED em todas as versões… -, pára-choques redesenhado e com uma lâmina tipo asa claramente inspirada na aeronáutica (um dos muitos pormenores exclusivos S Line…), assim como um capot também ele reformulado e agora com ranhuras mais marcadas.

Proposto, tal como o antecessor, também com pintura bicolor (no caso do “nosso” A1, a opção passava por um Amarelo Python, conjugado com um tejadilho e pilares A e B num Preto Mythos…), destaque ainda para um perfil com ombros bem marcados e pilar C largo, sem esquecer, além de muitas outras opções de personalização (autocolantes, frisos das janelas, lâminas laterais…), cavas das rodas a emoldurarem jantes em liga leve de 17″ – também estas, opcionais, uma vez que o A1 vem de fábrica, sim, com rodas de 16″, isto já na versão S line….

Finalmente e olhando para a traseira, o mesmo look desportivo, transmitido por novos farolins, assim como por um pára-choques também ele esculpido e agressivo. Solução exclusiva, mais uma vez, da versão S Line, que, tal como é possível observar nas fotos, cai que nem uma luva neste pequeno mas muito promissor utilitário…

Interior

9/10

Pontuação – 9/10

Mas se o exterior poucas semelhanças apresenta com o do anterior A1, no interior do habitáculo, as dificuldades em encontrar pormenores que possam remeter para a primeira geração, são ainda maiores; e ainda bem, diga-se!

Na verdade, nem sequer é preciso muito tempo dentro do novo utilitário alemão, para nos apercebermos que é um ambiente bem diferente, aquele que se respira dentro do novo A1 – bem mais desportivo e a apelar à emoção, bem mais vanguardista e claramente a remeter para os modelos maiores da marca de Ingolstadt.

A constatação começa, desde logo, na excelente qualidade de construção, sólida e a prometer longevidade, assim como na ergonomia, favorecida não apenas pelos vários e bons espaços de arrumação, mas também por um tablier esculpido e de poucos botões (os que existem, são de óptima qualidade, intuitivos e funcionais…), com um ecrã táctil a cores de 8,8″ perfeitamente incrustado na frontal e ligeiramente virado para o condutor. Com a nota menos positiva a advir da colocação algo “desgarrada” do pequeno botão do volume, junto à manete da caixa de velocidades e um pouco fora da vista e do alcance do condutor, mais próximo do passageiro. O que, acrescente-se, só não causa mais dificuldades, porque existem botões com as mesmas funções no volante…

De resto e já que falamos de aspectos menos convincentes, uma palavra, obrigatoriamente, para o “esquecimento” dos responsáveis da Audi relativamente à actualização dos revestimento. E que levou a que o novo A1, embora exibindo um material emborrachado de óptima qualidade no parte superior do tablier, assim como um revestimento personalizado no frontal, acabe desvalorizando as restantes superfícies, cobertas, invariavelmente, pelo “velhinho” plástico rijo e rugoso; aliás, até a moldura de plástico na consola da caixa de velocidades, a imitar (mal) metal, provoca um certo torcer do nariz!…

No entanto, também é verdade que pouco mais há a apontar ao interior do novo A1, o qual não se esquece sequer de garantir uma óptima posição de condução, mercê de um volante de óptima pega, e um banco em tecido com óptimos apoios laterais, ambos multireguláveis. A que se junta depois um atraente mas não configurável painel de instrumentos totalmente digital de 10,25″ (de série), um bom e firme apoio de pé esquerdo, e uma pedaleira bem posicionada. Com a necessidade de habituação a fazer-se sentir apenas na visibilidade traseira, condicionada por um óculo traseiro mais apertado…

Com um acesso agradável aos lugares traseiros, elogios, ainda, para os ganhos em termos de habitabilidade, graças – mais uma vez… – à nova plataforma, principal responsável pelo aumento em 43 mm no espaço disponível até às costas dos bancos da frente, assim como pelo crescimento em 7 mm na distância que vai dos assentos até ao tejadilho – melhorias que, no entanto, não evitam que o A1 continue sendo uma proposta, essencialmente, para quatro ocupantes, já que o lugar do meio continua igual a si próprio, ou seja, apenas e só para situações excepcionais…

Finalmente e quanto à bagageira, um bom e amplo acesso, a juntar a uma capacidade de carga fixada nos 335 litros, mais 65 litros que na geração anterior. Valor que, ainda assim, pode chegar aos 1.090 litros, mediante o rebatimento 60/40, praticamente na horizontal e no seguimento do piso da mala, das costas dos bancos traseiros. Funcionalidade que, infelizmente, já não é possível encontrar no alçapão por baixo do piso falso, devido à inexistência de qualquer revestimento (é chapa… e pronto!), mas também ao “buraco” destinado ao pneu sobressalente; salva-se a solução ganchos porta-sacos!…

Equipamento

8/10

Pontuação: 8/10

Renovado na estética, o novo Audi A1 viu igualmente actualizados, nesta segunda geração, outros aspectos, como é o caso dos equipamentos e das versões. Nesta nova geração, agora apenas três: Base, Advanced e S Line.

Quanto aos equipamentos, novidade em todas as versões, é a presença do MMI Radio Plus com ecrã táctil de 8,8″ e seis colunas, interface USB para recarregamento de dispositivos, Bluetooth Interface, painel de instrumentos digital a cores com computador de bordo, volante desportivo multifunções, sensor de luz e chuva, Audi pre sense front e Lane departure warning com intervenção correctiva na direcção entre os 60 e os 250 km/h.

A transitar da anterior geração, jantes de 15″ (16″ para o Advanced e S Line), retrovisores exteriores em preto e elétricos, vidros elétricos à frente e atrás, bancos dianteiros reguláveis em altura, apoio de braços dianteiro e ar condicionado manual.

Relegados para a lista de opcionais, foram, até mesmo no caso da versão S Line por nós testada, argumentos como os bancos dianteiros desportivos com apoio lombar (395€), pacote de luzes interior em LED (175€), retrovisor interior com anti-encandeamento automático (175€), sensores de estacionamento atrás (430€), o óptimo sistema de som Audi (300€), e o Audi smartphone Interface (620€). Além de, no exterior, as jantes em liga leve de 17″ com pneus 215/45 R17 (1.160€), a pintura metalizada Amarelo Python (640€) e o tejadilho em cor de contraste Preto Mythos (465€). Já para não falar no ar condicionado automático (465€) ou no sistema de navegação, este último, não disponível…

Falando no caso concreto do “nosso” A1, que detinha todos estes e mais alguns extras, eram 5.285€ em opcionais, a acrescentar aos 27.004,23€ que a versão 30 TFSI S Line custa. O que perfazia um total 32.289,23€, investimento que não deixa de ser elevado, especialmente, tratando-se de um “mero” utilitário…

Consumos

/10

Pontuação: 8/10

Tal como já havíamos constatado aquando do ensaio ao SEAT Ibiza 1.0 TSI, e que de resto veio confirmar aquilo que é, hoje em dia, conhecimento geral relativamente aos actuais tricilindricos, também o 1.0 TFSI que equipa o novo Audi A1, tem nos consumos o seu aspecto mais… temperamental.

Isto porque, embora não sendo difícil obter médias abaixo dos 6,0 l/100 km, a vivacidade do próprio bloco, a par da evolução registada pelo novo A1 no que ao comportamento diz respeito, facilmente nos levam para valores mais elevados, perto dos 7,5 l/100 km. Isto, já com a ajuda do discreto Start&Stop, mas também com as condicionantes decorrentes de uma utilização maioritariamente em cidade.

É muito? Talvez… mas, também, é porque o leitor ainda não o experimentou!

Ao Volante

10/10

Pontuação: 10/10

Agraciado com uma plataforma mais moderna e eficaz, suspensões especialmente firmes, e uma direcção que, embora levezinha – afinal, trata-se de um citadino!… -, não deixa de ser precisa, o novo Audi A1 mais parece ter descoberto a fonte da juventude, tal é a agilidade, irreverência e envolvimento na condução que passou a proporcionar!

Outrora uma espécie de carro grande, num corpo pequeno, a segunda geração A1 mostra-se agora bem mais divertida de conduzir, não necessitando sequer dos cada vez mais frequentes modos de condução, para oferecer um comportamento e sensações mais alegres ao volante. Começando, desde logo, por uma posição de condução também ela mais convidativa a andamentos com maior dose de diversão.

Citadino assumido, ao pequeno Audi não falta sequer a preocupação com Segurança, bem patente na presença de tecnologias como o alerta frontal de colisão iminente (Audi pre sense front), ou o aviso de transposição involuntária de transposição de faixa, com correcção (desligável) da trajetória. Sendo que, mesmo com o Controlo Electrónico de Estabilidade (ESP) na variante mais desportiva (Sport), a competência e argumentos de base do conjunto, acabam sendo suficientes para, em conjunto com a resposta pronta do óptimo 1.0 TFSI, nos sentirmos sempre seguros e agarrados à estrada; por mais sinuosa que esta seja…

Aspecto que, aliás, nem sequer consegue ser um adversário tão temível para este Audi A1, quanto os maus pisos; estes, sim, de evitar… preferencialmente.

 

Motor

9/10

Pontuação: 9/10

Apresentado, nesta fase de lançamento, com apenas uma única motorização, a escolha acabou por recair no mesmo três cilindros a gasolina  de 999 cc. que é possível encontrar em rivais como o Seat Ibiza ou o Volkswagen Polo. Embora e no caso específico do Audi A1, a anunciar 116 cv de potência e os mesmos 200 Nm de binário, a par de uma aceleração dos 0 aos 100 km/h em menos de 10 segundos e uma velocidade máxima de 203 km/h.

Passados pelo cru e duro crivo da realidade, estes números acabam traduzindo-se num desempenho bastante convincente da parte deste tricilíndrico, expedito e desenvolto na resposta ao acelerador, mas também muito discreto no funcionamento; tanto quanto o eficaz sistema Start&Stop!

Bem ajudado por uma caixa manual de seis velocidades de accionamento agradável e preciso (ainda assim, estamos em pulgas para o ensaiar com a caixa S Tronic!…), o 1.0 TFSI, equipado com injecção directa e turbocompressor, prima ainda por uma boa vivacidade desde os regimes mais baixos, ajudado igualmente pelo baixo peso do conjunto, a que acrescenta depois uma subida de regime muito linear e especialmente célere.

Na verdade, basta, tão só, nunca o deixar cair abaixo das 2000 rpm, sensivelmente… e ele aí vai, vivo como poucos!

 

Balanço Final

9/10

Pontuação: 9/10

Valeu a pena a espera! Dezoito anos depois da apresentação do modelo original, o novo Audi A1 está hoje bem mais próximo daquilo que então se esperava poder vir a ser – um pequeno utilitário ágil e divertido e conduzir, a aguçar o apetite para as propostas maiores do construtor de Ingolstadt. A nós, pelo menos, foi-nos difícil largá-lo antes de ficar praticamente sem gasolina!…

Concorrentes

Mercedes A160 1.4, 109cv, 10,9s 0-100 km/h, 200 km/h, 5,5 l/100 km, 137 g/km, 26.400€

(Conheça todas as versões e motorizações AQUI)

 

Mini Cooper 1.5, 136cv, 8,3s 0-100 km/h, 207 km/h, 5,4 l/100 km, 123 g/km, 25.900€

(Conheça todas as versões e motorizações AQUI)

 

SEAT Ibiza 1.0 TSI FR, 115cv, 9,3s km/h, 195 km/h, 5,0 l/100 km, 113 g/km, 20.484€

(Veja o ensaio AQUI e conheça todas as versões e motorizações AQUI)

Ficha Técnica

Motor

Tipo: três cilindros em linha, com injecção directa, turbocompressor e intercooler

Cilindrada (cm3): 999

Diâmetro x curso (mm): 74.5 x 76.4

Taxa compressão: 10.5:1

Potência máxima (cv/rpm): 116/5.000 – 5.500

Binário máximo (Nm/rpm): 200/2.000 – 3.500

Transmissão e direcção: Dianteira, com caixa manual de 6 velocidades; direção de pinhão e cremalheira, com assistência eléctrica

Suspensão (fr/tr): Independente do tipo McPherson; Multi-Link

Travões (fr/tr): Discos ventilados/Discos

Prestações e consumos 

Aceleração: 0-100 km/h (s): 9,5

Velocidade máxima (km/h): 203

Consumos Extra-urb./urbano/misto (l/100 km): 4,2/6,0/4,9

Emissões de CO2 (g/km): 111

Dimensões e pesos

Comprimento/Largura/Altura (mm): 4,029/1,740/1,433

Distância entre eixos (mm): 2,563

Largura das vias (fr/tr) (mm): 1,524/1,501

Peso máximo (kg): 1.180

Capacidade da bagageira (l): 335/1.090

Depósito de combustível (l): 40

Pneus (fr/tr): 195/55 R16/195/55 R16

Mais/Menos


Mais

Motor / Comportamento / Design

 

 

Menos

Plásticos / Colocação do botão do volume / Preço

Preços


Preço da versão ensaiada (Euros): 27004€

Preço da versão base (Euros): 25100€

Exterior
Interior
Equipamento
Consumos
Ao volante
Concorrentes
Motor
Balanço final
Ficha técnica

Exterior

Pontuação – 9/10

Dado a conhecer, pela primeira vez, em 2010, o Audi A1 representou, pelo menos inicialmente, uma espécie de resposta da marca de Ingolstadt ao sucesso do Mini já alemão, ainda que sem o peso histórico do modelo que a BMW trouxe de volta à vida. Algo que, no entanto, o Tempo se encarregaria de demonstrar estar longe da verdade, desde logo, porque a proposta dos quatro anéis não conseguia oferecer o mesmo envolvimento, visceral e desportivo, na condução.

No entanto e passados que estão cerca de 18 anos, a Audi decidiu baralhar e dar de novo, apresentando uma segunda geração do A1 toda ela bem mais “radical”; a começar, pela estética, também exterior, revista a pente fino e de alto a baixo!

Sustentado, desde logo, numa nova plataforma, MQB A0, a mesma dos SEAT Ibiza e Arona, assim como do novo Volkswagen Polo, o novo Audi A1 cresceu em todos os sentidos, menos em altura (perdeu, aliás, 13 mm… ), aumentando quase 10 cm na distância entre eixos! Facto que, embora mantendo-o ligeiramente mais pequeno que, por exemplo, o Ibiza, não impediu que adoptasse um visual mais autoritário e agressivo, inspirado no mítico Audi Quattro; e, também por isso, substancialmente diferente do do antecessor…

A ajudar a esta certeza, uma frente reformulada com uma nova grelha frontal Singleframe de maiores dimensões, ópticas mais esguias e redesenhadas – infelizmente e ao contrário de alguns adversários, ainda não é desta que passa a contar com o tecnologia LED em todas as versões… -, pára-choques redesenhado e com uma lâmina tipo asa claramente inspirada na aeronáutica (um dos muitos pormenores exclusivos S Line…), assim como um capot também ele reformulado e agora com ranhuras mais marcadas.

Proposto, tal como o antecessor, também com pintura bicolor (no caso do “nosso” A1, a opção passava por um Amarelo Python, conjugado com um tejadilho e pilares A e B num Preto Mythos…), destaque ainda para um perfil com ombros bem marcados e pilar C largo, sem esquecer, além de muitas outras opções de personalização (autocolantes, frisos das janelas, lâminas laterais…), cavas das rodas a emoldurarem jantes em liga leve de 17″ – também estas, opcionais, uma vez que o A1 vem de fábrica, sim, com rodas de 16″, isto já na versão S line….

Finalmente e olhando para a traseira, o mesmo look desportivo, transmitido por novos farolins, assim como por um pára-choques também ele esculpido e agressivo. Solução exclusiva, mais uma vez, da versão S Line, que, tal como é possível observar nas fotos, cai que nem uma luva neste pequeno mas muito promissor utilitário…

Interior

Pontuação – 9/10

Mas se o exterior poucas semelhanças apresenta com o do anterior A1, no interior do habitáculo, as dificuldades em encontrar pormenores que possam remeter para a primeira geração, são ainda maiores; e ainda bem, diga-se!

Na verdade, nem sequer é preciso muito tempo dentro do novo utilitário alemão, para nos apercebermos que é um ambiente bem diferente, aquele que se respira dentro do novo A1 – bem mais desportivo e a apelar à emoção, bem mais vanguardista e claramente a remeter para os modelos maiores da marca de Ingolstadt.

A constatação começa, desde logo, na excelente qualidade de construção, sólida e a prometer longevidade, assim como na ergonomia, favorecida não apenas pelos vários e bons espaços de arrumação, mas também por um tablier esculpido e de poucos botões (os que existem, são de óptima qualidade, intuitivos e funcionais…), com um ecrã táctil a cores de 8,8″ perfeitamente incrustado na frontal e ligeiramente virado para o condutor. Com a nota menos positiva a advir da colocação algo “desgarrada” do pequeno botão do volume, junto à manete da caixa de velocidades e um pouco fora da vista e do alcance do condutor, mais próximo do passageiro. O que, acrescente-se, só não causa mais dificuldades, porque existem botões com as mesmas funções no volante…

De resto e já que falamos de aspectos menos convincentes, uma palavra, obrigatoriamente, para o “esquecimento” dos responsáveis da Audi relativamente à actualização dos revestimento. E que levou a que o novo A1, embora exibindo um material emborrachado de óptima qualidade no parte superior do tablier, assim como um revestimento personalizado no frontal, acabe desvalorizando as restantes superfícies, cobertas, invariavelmente, pelo “velhinho” plástico rijo e rugoso; aliás, até a moldura de plástico na consola da caixa de velocidades, a imitar (mal) metal, provoca um certo torcer do nariz!…

No entanto, também é verdade que pouco mais há a apontar ao interior do novo A1, o qual não se esquece sequer de garantir uma óptima posição de condução, mercê de um volante de óptima pega, e um banco em tecido com óptimos apoios laterais, ambos multireguláveis. A que se junta depois um atraente mas não configurável painel de instrumentos totalmente digital de 10,25″ (de série), um bom e firme apoio de pé esquerdo, e uma pedaleira bem posicionada. Com a necessidade de habituação a fazer-se sentir apenas na visibilidade traseira, condicionada por um óculo traseiro mais apertado…

Com um acesso agradável aos lugares traseiros, elogios, ainda, para os ganhos em termos de habitabilidade, graças – mais uma vez… – à nova plataforma, principal responsável pelo aumento em 43 mm no espaço disponível até às costas dos bancos da frente, assim como pelo crescimento em 7 mm na distância que vai dos assentos até ao tejadilho – melhorias que, no entanto, não evitam que o A1 continue sendo uma proposta, essencialmente, para quatro ocupantes, já que o lugar do meio continua igual a si próprio, ou seja, apenas e só para situações excepcionais…

Finalmente e quanto à bagageira, um bom e amplo acesso, a juntar a uma capacidade de carga fixada nos 335 litros, mais 65 litros que na geração anterior. Valor que, ainda assim, pode chegar aos 1.090 litros, mediante o rebatimento 60/40, praticamente na horizontal e no seguimento do piso da mala, das costas dos bancos traseiros. Funcionalidade que, infelizmente, já não é possível encontrar no alçapão por baixo do piso falso, devido à inexistência de qualquer revestimento (é chapa… e pronto!), mas também ao “buraco” destinado ao pneu sobressalente; salva-se a solução ganchos porta-sacos!…

Equipamento

Pontuação: 8/10

Renovado na estética, o novo Audi A1 viu igualmente actualizados, nesta segunda geração, outros aspectos, como é o caso dos equipamentos e das versões. Nesta nova geração, agora apenas três: Base, Advanced e S Line.

Quanto aos equipamentos, novidade em todas as versões, é a presença do MMI Radio Plus com ecrã táctil de 8,8″ e seis colunas, interface USB para recarregamento de dispositivos, Bluetooth Interface, painel de instrumentos digital a cores com computador de bordo, volante desportivo multifunções, sensor de luz e chuva, Audi pre sense front e Lane departure warning com intervenção correctiva na direcção entre os 60 e os 250 km/h.

A transitar da anterior geração, jantes de 15″ (16″ para o Advanced e S Line), retrovisores exteriores em preto e elétricos, vidros elétricos à frente e atrás, bancos dianteiros reguláveis em altura, apoio de braços dianteiro e ar condicionado manual.

Relegados para a lista de opcionais, foram, até mesmo no caso da versão S Line por nós testada, argumentos como os bancos dianteiros desportivos com apoio lombar (395€), pacote de luzes interior em LED (175€), retrovisor interior com anti-encandeamento automático (175€), sensores de estacionamento atrás (430€), o óptimo sistema de som Audi (300€), e o Audi smartphone Interface (620€). Além de, no exterior, as jantes em liga leve de 17″ com pneus 215/45 R17 (1.160€), a pintura metalizada Amarelo Python (640€) e o tejadilho em cor de contraste Preto Mythos (465€). Já para não falar no ar condicionado automático (465€) ou no sistema de navegação, este último, não disponível…

Falando no caso concreto do “nosso” A1, que detinha todos estes e mais alguns extras, eram 5.285€ em opcionais, a acrescentar aos 27.004,23€ que a versão 30 TFSI S Line custa. O que perfazia um total 32.289,23€, investimento que não deixa de ser elevado, especialmente, tratando-se de um “mero” utilitário…

Consumos

Pontuação: 8/10

Tal como já havíamos constatado aquando do ensaio ao SEAT Ibiza 1.0 TSI, e que de resto veio confirmar aquilo que é, hoje em dia, conhecimento geral relativamente aos actuais tricilindricos, também o 1.0 TFSI que equipa o novo Audi A1, tem nos consumos o seu aspecto mais… temperamental.

Isto porque, embora não sendo difícil obter médias abaixo dos 6,0 l/100 km, a vivacidade do próprio bloco, a par da evolução registada pelo novo A1 no que ao comportamento diz respeito, facilmente nos levam para valores mais elevados, perto dos 7,5 l/100 km. Isto, já com a ajuda do discreto Start&Stop, mas também com as condicionantes decorrentes de uma utilização maioritariamente em cidade.

É muito? Talvez… mas, também, é porque o leitor ainda não o experimentou!

Ao volante

Pontuação: 10/10

Agraciado com uma plataforma mais moderna e eficaz, suspensões especialmente firmes, e uma direcção que, embora levezinha – afinal, trata-se de um citadino!… -, não deixa de ser precisa, o novo Audi A1 mais parece ter descoberto a fonte da juventude, tal é a agilidade, irreverência e envolvimento na condução que passou a proporcionar!

Outrora uma espécie de carro grande, num corpo pequeno, a segunda geração A1 mostra-se agora bem mais divertida de conduzir, não necessitando sequer dos cada vez mais frequentes modos de condução, para oferecer um comportamento e sensações mais alegres ao volante. Começando, desde logo, por uma posição de condução também ela mais convidativa a andamentos com maior dose de diversão.

Citadino assumido, ao pequeno Audi não falta sequer a preocupação com Segurança, bem patente na presença de tecnologias como o alerta frontal de colisão iminente (Audi pre sense front), ou o aviso de transposição involuntária de transposição de faixa, com correcção (desligável) da trajetória. Sendo que, mesmo com o Controlo Electrónico de Estabilidade (ESP) na variante mais desportiva (Sport), a competência e argumentos de base do conjunto, acabam sendo suficientes para, em conjunto com a resposta pronta do óptimo 1.0 TFSI, nos sentirmos sempre seguros e agarrados à estrada; por mais sinuosa que esta seja…

Aspecto que, aliás, nem sequer consegue ser um adversário tão temível para este Audi A1, quanto os maus pisos; estes, sim, de evitar… preferencialmente.

 

Concorrentes

Mercedes A160 1.4, 109cv, 10,9s 0-100 km/h, 200 km/h, 5,5 l/100 km, 137 g/km, 26.400€

(Conheça todas as versões e motorizações AQUI)

 

Mini Cooper 1.5, 136cv, 8,3s 0-100 km/h, 207 km/h, 5,4 l/100 km, 123 g/km, 25.900€

(Conheça todas as versões e motorizações AQUI)

 

SEAT Ibiza 1.0 TSI FR, 115cv, 9,3s km/h, 195 km/h, 5,0 l/100 km, 113 g/km, 20.484€

(Veja o ensaio AQUI e conheça todas as versões e motorizações AQUI)

Motor

Pontuação: 9/10

Apresentado, nesta fase de lançamento, com apenas uma única motorização, a escolha acabou por recair no mesmo três cilindros a gasolina  de 999 cc. que é possível encontrar em rivais como o Seat Ibiza ou o Volkswagen Polo. Embora e no caso específico do Audi A1, a anunciar 116 cv de potência e os mesmos 200 Nm de binário, a par de uma aceleração dos 0 aos 100 km/h em menos de 10 segundos e uma velocidade máxima de 203 km/h.

Passados pelo cru e duro crivo da realidade, estes números acabam traduzindo-se num desempenho bastante convincente da parte deste tricilíndrico, expedito e desenvolto na resposta ao acelerador, mas também muito discreto no funcionamento; tanto quanto o eficaz sistema Start&Stop!

Bem ajudado por uma caixa manual de seis velocidades de accionamento agradável e preciso (ainda assim, estamos em pulgas para o ensaiar com a caixa S Tronic!…), o 1.0 TFSI, equipado com injecção directa e turbocompressor, prima ainda por uma boa vivacidade desde os regimes mais baixos, ajudado igualmente pelo baixo peso do conjunto, a que acrescenta depois uma subida de regime muito linear e especialmente célere.

Na verdade, basta, tão só, nunca o deixar cair abaixo das 2000 rpm, sensivelmente… e ele aí vai, vivo como poucos!

 

Balanço final

Pontuação: 9/10

Valeu a pena a espera! Dezoito anos depois da apresentação do modelo original, o novo Audi A1 está hoje bem mais próximo daquilo que então se esperava poder vir a ser – um pequeno utilitário ágil e divertido e conduzir, a aguçar o apetite para as propostas maiores do construtor de Ingolstadt. A nós, pelo menos, foi-nos difícil largá-lo antes de ficar praticamente sem gasolina!…

Mais

Motor / Comportamento / Design

 

 

Menos

Plásticos / Colocação do botão do volume / Preço

Ficha técnica

Motor

Tipo: três cilindros em linha, com injecção directa, turbocompressor e intercooler

Cilindrada (cm3): 999

Diâmetro x curso (mm): 74.5 x 76.4

Taxa compressão: 10.5:1

Potência máxima (cv/rpm): 116/5.000 – 5.500

Binário máximo (Nm/rpm): 200/2.000 – 3.500

Transmissão e direcção: Dianteira, com caixa manual de 6 velocidades; direção de pinhão e cremalheira, com assistência eléctrica

Suspensão (fr/tr): Independente do tipo McPherson; Multi-Link

Travões (fr/tr): Discos ventilados/Discos

Prestações e consumos 

Aceleração: 0-100 km/h (s): 9,5

Velocidade máxima (km/h): 203

Consumos Extra-urb./urbano/misto (l/100 km): 4,2/6,0/4,9

Emissões de CO2 (g/km): 111

Dimensões e pesos

Comprimento/Largura/Altura (mm): 4,029/1,740/1,433

Distância entre eixos (mm): 2,563

Largura das vias (fr/tr) (mm): 1,524/1,501

Peso máximo (kg): 1.180

Capacidade da bagageira (l): 335/1.090

Depósito de combustível (l): 40

Pneus (fr/tr): 195/55 R16/195/55 R16

Preço da versão ensaiada (Euros): 27004€
Preço da versão base (Euros): 25100€