Audi A7 Sportback 50 TDI quattro – Ensaio Teste

By on 23 Janeiro, 2019

Audi A7 Sportback 50 TDI quatro tiptronic

Texto: Francisco Cruz

400

Quatrocentos. É o número de personalizações que a Audi anuncia para o novo A7, em Portugal, mas podem ser também os pontos de interesse neste impressionante executivo de luxo. Fomos para a estrada descobri-los…

Conheça todas as versões e motorizações AQUI.

 

 


Mais:

Motor / Caixa de velocidades / Comportamento / Conforto

 

Menos:

Lugar do meio / Obrigatoriedade e preço de opcionais / Preço

Exterior

10/10

Utilizando como base a mesma plataforma do topo de gama A8, o Audi A7 aposta, no entanto, num visual exterior bem mais cativante, arrebatador até, sustentado num perfil de coupé de dimensões generosas (quase 5,0 m de comprimento, perto de 2,0 m de largura, mas apenas 1,5 m de altura…), linhas mais dinâmicas e com pormenores de estilo e estatuto – é o caso da nova frente agora com uma grelha Singleframe mais larga e mais baixa,  ópticas LED mais esguias e com a possibilidade de integrarem tecnologia Matrix LED (opcional), capot mergulhante e de vincos bem marcados, além de uma traseira que, encimada pelo já conhecido spoiler traseiro retráctil e por um vinco que liga as duas rodas traseira, transmite a sensação de ser ainda mais larga que anteriormente. Isto, além de contar com farolins tão agressivos quanto as ópticas dianteiras, em LED, e interligados entre si pelo mesmo pormenor que assina a traseira do A8: um filete de luz.

Naturalmente, a personalização, garantida por uma interminável lista de opcionais, faz-se notar, também e desde logo, no exterior. Onde, só a pensar na Segurança, passam a existir um total de 40 sistemas de assistência à condução, sustentados por 12 sensores ultrassónicos, cinco câmaras de vídeo, cinco sensores radar e um sensor-laser. Os quais, garante o fabricante, conseguem monitorizar tudo o que acontece em redor do A7, despoletando, a partir daí, as necessárias reacções da parte do conjunto.

Pontuação: 10/10

Interior

9/10

Mas se o exterior arrebata, o interior… impressiona. Resultado não apenas da excelente qualidade de construção e materiais, mas também de um ambiente fortemente tecnológico e vanguardista, traduzido numa quase eliminação dos botões físicos, em detrimento de três generosos painéis digitais a cores: o já conhecido Virtual Cockpit, o ecrã táctil do sistema de info-entretenimento MMI na parte superior da consola central, e um novo segundo ecrã, também táctil, colocado na continuação da consola central, e que congrega não só o sistema de ar condicionado, como também algumas das funcionalidades de ajuda à condução – head-up display, manutenção na faixa de rodagem, etc. Sendo que até mesmo o comando da iluminação, à esquerda do volante, é digital e táctil!

Apesar da ideia de demasiada complexidade que todo este ambiente repleto de tecnologia poderá, à partida, a transmitir, a verdade é que tudo se torna extremamente simples e intuitivo no novo A7, fruto também de um ambiente de linhas muito suaves e lineares, sem quaisquer excessos de ostentação, mas que acima de tudo procuram exaltar a qualidade e luxo naturais dos materiais. Despertando em nós o desejo de tocar, sentir, admirar, ajudados por uma iluminação também ela configurável e bem concebida.

E se, no acesso, os lugares traseiros apresentam uma transposição mais baixa, devido ao perfil Coupé, nos lugares dianteiros, o banco do condutor é o local onde apetece estar, disfrutando de uma excelente posição de condução, confortável e a partir da qual é possível ter acesso correcto a tudo em redor. Graças não apenas a um volante novo, ajustável tanto em altura como em profundidade, mas também um banco confortável e com razoável apoio lateral, embora incapaz de suplantar aquela que será a maior dificuldade para qualquer condutor: a visibilidade traseira. Algo que, no entanto, a própria Audi se encarregou de atenuar, ao equipar o A7, de série, com sensores e câmara traseira…

Apesar dos cuidados dispensados aos ocupantes dos lugares da frente, a verdade é que o novo Audi A7 não descura igualmente o conforto, o espaço e as sensações proporcionadas aos ocupantes dos lugares traseiros. Os quais acabam beneficiando do crescimento do espaço interior em 21 mm (apesar de, exteriormente, o carro até ser 5 mm mais curto que o antecessor), ainda que mantendo a recomendação de uma lotação de não mais que dois ocupantes; porque o (pretenso) lugar do meio não garante conforto, é saliente, estreito, além de colocar o passageiro com a cabeça demasiado próxima do tecto. Somando ainda um túnel de transmissão demasiado volumoso e intrusivo.

Finalmente e no que diz respeito à bagageira, um espaço cujos 535 litros iniciais fazem acreditar que será possível acomodar facilmente as bagagens de todos os passageiros. Sendo que, no caso de ser necessário transportar algum objecto maior ou mais comprido, a possibilidade de rebater as costas dos bancos traseiros na horizontal e no seguimento do piso da mala, eleva a capacidade de carga para os 1390 litros, tornando-se mais um argumento num espaço onde que não falta sequer um excelente acesso (o portão é enorme e de acionamento elétrico), boa luminosidade (apresenta duas linhas de luz LED), além de soluções de funcionalidade, como os ganchos porta-sacos ou a tomada de 12V.

Pontuação: 9/10

Equipamento

8/10

Apresentado com aquilo que a Audi defende ser um argumento-extra, as mais de 400 possibilidades de personalização, o novo Audi A7 anuncia-se assim também como uma proposta na qual se torna quase impossível fugir à extensa lista de opcionais, para podermos ter um automóvel, não apenas à nossa imagem, mas também à altura dos pergaminhos do próprio modelo.

Ainda assim e até para descansar as mentes mais inquietas – ou com um orçamento mais limitado! -, a garantia, desde já, que, do equipamento de série, fazem parte, por exemplo, no capítulo da Segurança, elementos como a direcção assistida eletromecânica, o sistema de limitação de velocidade, a suspensão dinâmica, a tracção integral permanente quattro com diferencial central autoblocante mecânico, airbags frontais, de cortina e para a cabeça, Audi Pre Sense Basic e Frente, Câmara multifuncional, Cruise Control com limitador de velocidade, Assistente de manutenção na faixa de rodagem, câmara traseira, sensores de estacionamento atrás e à frente, faróis LED e sistema de controlo da pressão dos pneus. Além do sistema de informação e entretenimento MMI com navegação e feedback tátil, a abertura e fecho elétrico da bagageira, o ar condicionado automático de duas zonas, sistema de som Audi, Audi Connect, jantes em liga leve de 18 polegadas, e a oferta da extensão da garantia para 4 anos ou 80.000 quilómetros.

Opcionais, no carro por nós ensaiado, não apenas a pintura metalizada (1.205€), mas também a Advanced Key com alarme volumétrico (600€), o Audi Smartphone Interface (305€), os bancos dianteiros desportivos (430€) e aquecidos (460€), comandos de operações em preto alto brilho com feedback táctil e look em alumínio (365€), cortina traseira manual (170€), estofos em couro Valcona (485€), faróis dianteiros HD Matrix LED com indicadores dinâmicos à frente e atrás (2.040€), forro do tejadilho em tecido preto (390€), jantes em liga leve de 20 polegadas (2.230€), MMI de navegação Plus (2.195€), Pacote Advance (sistema de com B&O premium com som 3D + ar condicionado de quatro zonas + Advanced Key + suspensão pneumática adaptável, tudo por 4.235€), pacote de luzes ambiente (305€), Pacote Tour (Cruise Control adaptativo com assistente de trânsito + Assistente de manutenção na faixa d rodagem incluindo Emergency Assist + Assistente de eficiência + Assistente de viragem + Assistente anti-colisão, por 2.050€) e o sistema de reconhecimento de sinais de trânsito (305€).

Cabe agora ao leitor decidir se pode passar sem tais mais-valias…

Pontuação: 8/10

Consumos

/10

Equipado de base com um turbodiesel de dimensões generosas, como é o caso do já citado 3,0 litros TDI de seis cilindros em V, o novo Audi A7 beneficia, no entanto e igualmente, nesta segunda geração, do “argumento” da electricidade. Mais concretamente, uma nova variação do já bem conhecido sistema acessório de 48V que, aqui com a denominação Mild-Hybrid (MPHEV), serve para colocar em funcionamento do motor de combustão, assim como para fazer andar o carro – sem qualquer ajuda do V6, em modo 100% elétrico, desde que a velocidades até aos 22 km/h.

A apoiar este alternador, uma bateria de iões de lítio de menores dimensões, cujo carregamento é feito com a energia a partida desperdiçada na travagem e na desaceleração. Não contemplando, contudo, a possibilidade de recarga através de tomada.

Assim e fruto também da acção deste sistema elétrico, consumos de excelente nível, traduzidos, numa situação de utilização e leitura reais, em médias de 7,5 l/100 km. Valor não muito acima dos 7,1 l/100 km anunciados pelo fabricante, isto já segundo o novo ciclo WLTP, e que, em conjunto com os quase 700 km que é possível fazer com um só depósito de pouco mais de 60 litros, não deixa de ser um óptimo registo!…

Pontuação: 9/10

Ao Volante

9/10

Rival de modelos como o Mercedes CLS ou o BMW Série 6 Gran Turismo, a segunda geração Audi A7 procura, desde logo, acentuar aquelas que são as principais qualidades deste tipo de propostas. E que passam, essencialmente,  por um conforto e estabilidade elevados, invariavelmente marcados por um pisar aveludado, a juntar a uma condução fácil e convidativamente descontraída.

A sustentar estas pretensões, uma base rolante evoluída com a inclusão de uma suspensão pneumática nivelável cuja altura pode ser também ajustada através do MMI, e que não só procura garantir o equilíbrio, estabilidade e inserção correctas na abordagem à estrada, como consegue adaptar a resposta do conjunto, consoante o modo de condução seleccionado no Audi drive select – cujas opções variam entre o Auto, Comfort, Efficiency, Sport e o configurável Individual. Isto, mesmo com uma direcção assistida electromecanicamente que, embora agradável na utilização, também merecia ter um tudo nada mais de feedback e peso, em particular, naqueles momentos em que se pretende mais adrenalina.

De resto e embora sem anular totalmente a transferências de massas quando por trajectos mais sinuosos, a segurança é factor nunca posto em causa, também fruto da presença – e competência – do conhecido sistema de tracção integral quattro. No caso deste novo A7, acrescido de diferencial central autoblocante mecânico, tecnologia que ajuda a, não só uma mais elevada dinâmica de condução,  como também para o ambiente luxuoso, exclusivo e sofisticado que todos os ocupantes conseguem disfrutar no interior do habitáculo; a começar, pelo condutor.

Equipado com um sistema de travagem eficaz, óptimo complemento de um conjunto motor/caixa de velocidades que conjuga a força, ímpeto e elevada disponibilidade, com a suavidade e discrição no funcionamento, a segunda geração Audi A7 torna-se assim uma excelente opção para toda e qualquer situação ou momento, ao conseguir proporcionar um momento de condução descontraída, confortável e relaxante, por exemplo, no trânsito citadino. Para, logo em seguida, atirar-se, preferencialmente em estradas abertas ou auto-estradas, a velocidades proibitivas, com a mesma facilidade, eficácia e souplesse

Pontuação: 9/10

Motor

10/10

Embora com outras motorizações já prometidas, a segunda geração Audi A7 tem como primeira motorização diesel em Portugal, o já conhecido 3,0 litros V6 a debitar 286 cv de potência e 620 Nm de binário logo a partir das 2250 rpm. E que, conjugado com uma não menos competente caixa automática Tiptronic de oito velocidades, promete continuar a fazer as delícias de quem com ele convive!

Verdadeiro poço de força, impetuosidade e disponibilidade madrugadora, este V6, que em termos comerciais chama-se agora 50 TDI (a verdade é que ainda não conseguimos “digerir” esta nova nomenclatura…), prima ainda por outras características não menos impressionantes e particularmente valorizadas, como é o caso da souplesse, suavidade e nobreza no funcionamento. Atributos resultantes também do excelente desempenho da caixa Tiptronic, uma das responsáveis, igualmente, pela excelente insonorização revelada pelo propulsor.

Pontuação: 10/10

Balanço Final

10/10

Até podem ser 400 as possibilidades de personalização do novo Audi A7; nós, no entanto, preferimos dizer que poderão ser bem mais de 400 as razões para se gostar da nova geração do maior e mais luxuoso dos coupés de Ingolstadt! Deslumbrante nas linhas, na construção e nos materiais; convincente na habitabilidade e capacidade de carga, mas também desarmante na forma como faz da condução e do poder de explosão algo quase corriqueiro e facilmente  domável, os únicos 400 difíceis de aceitar serão mesmo os, replicados inúmeras vezes, conduzem aos custos de aquisição – não só do carro, como dos opcionais!…

Pontuação: 10/10

Concorrentes

BMW 630d xDrive Auto. Gran Turismo, 265 cv, 6s 0-100 km/h, 250 km/h, 7,6 l/100 km, 200 g/km, 101.000€

 

Mercedes-Benz CLS 350 d 4MATIC 9G-TRONIC Coupé, 286 cv, 5,7s 0-100 km/h, 250 km/h 8,4 l/100 km, 190 g/km, 107.250€

(Conheça todas as versões e motorizações AQUI)

 

Volvo S90 D5 Geartronic AWD Inscription, 235 cv, 7s 0-100 km/h, 240 km/h, 6,5 l/100 km, 171 g/km, 76.189€

(Veja o ensaio AQUI e conheça todas as versões e motorizações AQUI)

 

Ficha Técnica

Motor

Tipo: seis cilindros em linha, injecção directa, turbocompressor de geometria variável e intercooler

Cilindrada (cm3): 2.967

Diâmetro x curso (mm): 83.0 x 91.4

Taxa compressão: 16.0:1

Potência máxima (cv/rpm): 286/3.500-4.000

Binário máximo (Nm/rpm): 620/2.250-3.000

Transmissão e direcção: Integral, com caixa automática de oito velocidades; direção de pinhão e cremalheira, com assistência eléctrica

Suspensão (fr/tr): Duplos triângulos com molas helicoidais; Duplos triângulos com molas helicoidais

Travões (fr/tr): Discos ventilados/Discos ventilados

Prestações e consumos 

Aceleração: 0-100 km/h (s): 5,7

Velocidade máxima (km/h): 250

Consumos urbano/extra-urb./misto (l/100 km): 6,2/5,2/5,6

Emissões de CO2 (g/km): 147

Dimensões e pesos

Comprimento/Largura/Altura (mm): 4,969/1,908/1,422

Distância entre eixos (mm): 2,926

Largura das vias (fr/tr) (mm): 1.651/1.637

Peso (kg): 1.955

Capacidade da bagageira (l): 535

Depósito de combustível (l): 63

Pneus (fr/tr): 225/55 R18 / 225/55 R18

Mais/Menos


Mais

Motor / Caixa de velocidades / Comportamento / Conforto

 

Menos

Lugar do meio / Obrigatoriedade e preço de opcionais / Preço

Preços


Preço da versão ensaiada (Euros): 112461€

Preço da versão base (Euros): 94691€

Exterior
Interior
Equipamento
Consumos
Ao volante
Concorrentes
Motor
Balanço final
Ficha técnica

Exterior

Utilizando como base a mesma plataforma do topo de gama A8, o Audi A7 aposta, no entanto, num visual exterior bem mais cativante, arrebatador até, sustentado num perfil de coupé de dimensões generosas (quase 5,0 m de comprimento, perto de 2,0 m de largura, mas apenas 1,5 m de altura…), linhas mais dinâmicas e com pormenores de estilo e estatuto – é o caso da nova frente agora com uma grelha Singleframe mais larga e mais baixa,  ópticas LED mais esguias e com a possibilidade de integrarem tecnologia Matrix LED (opcional), capot mergulhante e de vincos bem marcados, além de uma traseira que, encimada pelo já conhecido spoiler traseiro retráctil e por um vinco que liga as duas rodas traseira, transmite a sensação de ser ainda mais larga que anteriormente. Isto, além de contar com farolins tão agressivos quanto as ópticas dianteiras, em LED, e interligados entre si pelo mesmo pormenor que assina a traseira do A8: um filete de luz.

Naturalmente, a personalização, garantida por uma interminável lista de opcionais, faz-se notar, também e desde logo, no exterior. Onde, só a pensar na Segurança, passam a existir um total de 40 sistemas de assistência à condução, sustentados por 12 sensores ultrassónicos, cinco câmaras de vídeo, cinco sensores radar e um sensor-laser. Os quais, garante o fabricante, conseguem monitorizar tudo o que acontece em redor do A7, despoletando, a partir daí, as necessárias reacções da parte do conjunto.

Pontuação: 10/10

Interior

Mas se o exterior arrebata, o interior… impressiona. Resultado não apenas da excelente qualidade de construção e materiais, mas também de um ambiente fortemente tecnológico e vanguardista, traduzido numa quase eliminação dos botões físicos, em detrimento de três generosos painéis digitais a cores: o já conhecido Virtual Cockpit, o ecrã táctil do sistema de info-entretenimento MMI na parte superior da consola central, e um novo segundo ecrã, também táctil, colocado na continuação da consola central, e que congrega não só o sistema de ar condicionado, como também algumas das funcionalidades de ajuda à condução – head-up display, manutenção na faixa de rodagem, etc. Sendo que até mesmo o comando da iluminação, à esquerda do volante, é digital e táctil!

Apesar da ideia de demasiada complexidade que todo este ambiente repleto de tecnologia poderá, à partida, a transmitir, a verdade é que tudo se torna extremamente simples e intuitivo no novo A7, fruto também de um ambiente de linhas muito suaves e lineares, sem quaisquer excessos de ostentação, mas que acima de tudo procuram exaltar a qualidade e luxo naturais dos materiais. Despertando em nós o desejo de tocar, sentir, admirar, ajudados por uma iluminação também ela configurável e bem concebida.

E se, no acesso, os lugares traseiros apresentam uma transposição mais baixa, devido ao perfil Coupé, nos lugares dianteiros, o banco do condutor é o local onde apetece estar, disfrutando de uma excelente posição de condução, confortável e a partir da qual é possível ter acesso correcto a tudo em redor. Graças não apenas a um volante novo, ajustável tanto em altura como em profundidade, mas também um banco confortável e com razoável apoio lateral, embora incapaz de suplantar aquela que será a maior dificuldade para qualquer condutor: a visibilidade traseira. Algo que, no entanto, a própria Audi se encarregou de atenuar, ao equipar o A7, de série, com sensores e câmara traseira…

Apesar dos cuidados dispensados aos ocupantes dos lugares da frente, a verdade é que o novo Audi A7 não descura igualmente o conforto, o espaço e as sensações proporcionadas aos ocupantes dos lugares traseiros. Os quais acabam beneficiando do crescimento do espaço interior em 21 mm (apesar de, exteriormente, o carro até ser 5 mm mais curto que o antecessor), ainda que mantendo a recomendação de uma lotação de não mais que dois ocupantes; porque o (pretenso) lugar do meio não garante conforto, é saliente, estreito, além de colocar o passageiro com a cabeça demasiado próxima do tecto. Somando ainda um túnel de transmissão demasiado volumoso e intrusivo.

Finalmente e no que diz respeito à bagageira, um espaço cujos 535 litros iniciais fazem acreditar que será possível acomodar facilmente as bagagens de todos os passageiros. Sendo que, no caso de ser necessário transportar algum objecto maior ou mais comprido, a possibilidade de rebater as costas dos bancos traseiros na horizontal e no seguimento do piso da mala, eleva a capacidade de carga para os 1390 litros, tornando-se mais um argumento num espaço onde que não falta sequer um excelente acesso (o portão é enorme e de acionamento elétrico), boa luminosidade (apresenta duas linhas de luz LED), além de soluções de funcionalidade, como os ganchos porta-sacos ou a tomada de 12V.

Pontuação: 9/10

Equipamento

Apresentado com aquilo que a Audi defende ser um argumento-extra, as mais de 400 possibilidades de personalização, o novo Audi A7 anuncia-se assim também como uma proposta na qual se torna quase impossível fugir à extensa lista de opcionais, para podermos ter um automóvel, não apenas à nossa imagem, mas também à altura dos pergaminhos do próprio modelo.

Ainda assim e até para descansar as mentes mais inquietas – ou com um orçamento mais limitado! -, a garantia, desde já, que, do equipamento de série, fazem parte, por exemplo, no capítulo da Segurança, elementos como a direcção assistida eletromecânica, o sistema de limitação de velocidade, a suspensão dinâmica, a tracção integral permanente quattro com diferencial central autoblocante mecânico, airbags frontais, de cortina e para a cabeça, Audi Pre Sense Basic e Frente, Câmara multifuncional, Cruise Control com limitador de velocidade, Assistente de manutenção na faixa de rodagem, câmara traseira, sensores de estacionamento atrás e à frente, faróis LED e sistema de controlo da pressão dos pneus. Além do sistema de informação e entretenimento MMI com navegação e feedback tátil, a abertura e fecho elétrico da bagageira, o ar condicionado automático de duas zonas, sistema de som Audi, Audi Connect, jantes em liga leve de 18 polegadas, e a oferta da extensão da garantia para 4 anos ou 80.000 quilómetros.

Opcionais, no carro por nós ensaiado, não apenas a pintura metalizada (1.205€), mas também a Advanced Key com alarme volumétrico (600€), o Audi Smartphone Interface (305€), os bancos dianteiros desportivos (430€) e aquecidos (460€), comandos de operações em preto alto brilho com feedback táctil e look em alumínio (365€), cortina traseira manual (170€), estofos em couro Valcona (485€), faróis dianteiros HD Matrix LED com indicadores dinâmicos à frente e atrás (2.040€), forro do tejadilho em tecido preto (390€), jantes em liga leve de 20 polegadas (2.230€), MMI de navegação Plus (2.195€), Pacote Advance (sistema de com B&O premium com som 3D + ar condicionado de quatro zonas + Advanced Key + suspensão pneumática adaptável, tudo por 4.235€), pacote de luzes ambiente (305€), Pacote Tour (Cruise Control adaptativo com assistente de trânsito + Assistente de manutenção na faixa d rodagem incluindo Emergency Assist + Assistente de eficiência + Assistente de viragem + Assistente anti-colisão, por 2.050€) e o sistema de reconhecimento de sinais de trânsito (305€).

Cabe agora ao leitor decidir se pode passar sem tais mais-valias…

Pontuação: 8/10

Consumos

Equipado de base com um turbodiesel de dimensões generosas, como é o caso do já citado 3,0 litros TDI de seis cilindros em V, o novo Audi A7 beneficia, no entanto e igualmente, nesta segunda geração, do “argumento” da electricidade. Mais concretamente, uma nova variação do já bem conhecido sistema acessório de 48V que, aqui com a denominação Mild-Hybrid (MPHEV), serve para colocar em funcionamento do motor de combustão, assim como para fazer andar o carro – sem qualquer ajuda do V6, em modo 100% elétrico, desde que a velocidades até aos 22 km/h.

A apoiar este alternador, uma bateria de iões de lítio de menores dimensões, cujo carregamento é feito com a energia a partida desperdiçada na travagem e na desaceleração. Não contemplando, contudo, a possibilidade de recarga através de tomada.

Assim e fruto também da acção deste sistema elétrico, consumos de excelente nível, traduzidos, numa situação de utilização e leitura reais, em médias de 7,5 l/100 km. Valor não muito acima dos 7,1 l/100 km anunciados pelo fabricante, isto já segundo o novo ciclo WLTP, e que, em conjunto com os quase 700 km que é possível fazer com um só depósito de pouco mais de 60 litros, não deixa de ser um óptimo registo!…

Pontuação: 9/10

Ao volante

Rival de modelos como o Mercedes CLS ou o BMW Série 6 Gran Turismo, a segunda geração Audi A7 procura, desde logo, acentuar aquelas que são as principais qualidades deste tipo de propostas. E que passam, essencialmente,  por um conforto e estabilidade elevados, invariavelmente marcados por um pisar aveludado, a juntar a uma condução fácil e convidativamente descontraída.

A sustentar estas pretensões, uma base rolante evoluída com a inclusão de uma suspensão pneumática nivelável cuja altura pode ser também ajustada através do MMI, e que não só procura garantir o equilíbrio, estabilidade e inserção correctas na abordagem à estrada, como consegue adaptar a resposta do conjunto, consoante o modo de condução seleccionado no Audi drive select – cujas opções variam entre o Auto, Comfort, Efficiency, Sport e o configurável Individual. Isto, mesmo com uma direcção assistida electromecanicamente que, embora agradável na utilização, também merecia ter um tudo nada mais de feedback e peso, em particular, naqueles momentos em que se pretende mais adrenalina.

De resto e embora sem anular totalmente a transferências de massas quando por trajectos mais sinuosos, a segurança é factor nunca posto em causa, também fruto da presença – e competência – do conhecido sistema de tracção integral quattro. No caso deste novo A7, acrescido de diferencial central autoblocante mecânico, tecnologia que ajuda a, não só uma mais elevada dinâmica de condução,  como também para o ambiente luxuoso, exclusivo e sofisticado que todos os ocupantes conseguem disfrutar no interior do habitáculo; a começar, pelo condutor.

Equipado com um sistema de travagem eficaz, óptimo complemento de um conjunto motor/caixa de velocidades que conjuga a força, ímpeto e elevada disponibilidade, com a suavidade e discrição no funcionamento, a segunda geração Audi A7 torna-se assim uma excelente opção para toda e qualquer situação ou momento, ao conseguir proporcionar um momento de condução descontraída, confortável e relaxante, por exemplo, no trânsito citadino. Para, logo em seguida, atirar-se, preferencialmente em estradas abertas ou auto-estradas, a velocidades proibitivas, com a mesma facilidade, eficácia e souplesse

Pontuação: 9/10

Concorrentes

BMW 630d xDrive Auto. Gran Turismo, 265 cv, 6s 0-100 km/h, 250 km/h, 7,6 l/100 km, 200 g/km, 101.000€

 

Mercedes-Benz CLS 350 d 4MATIC 9G-TRONIC Coupé, 286 cv, 5,7s 0-100 km/h, 250 km/h 8,4 l/100 km, 190 g/km, 107.250€

(Conheça todas as versões e motorizações AQUI)

 

Volvo S90 D5 Geartronic AWD Inscription, 235 cv, 7s 0-100 km/h, 240 km/h, 6,5 l/100 km, 171 g/km, 76.189€

(Veja o ensaio AQUI e conheça todas as versões e motorizações AQUI)

 

Motor

Embora com outras motorizações já prometidas, a segunda geração Audi A7 tem como primeira motorização diesel em Portugal, o já conhecido 3,0 litros V6 a debitar 286 cv de potência e 620 Nm de binário logo a partir das 2250 rpm. E que, conjugado com uma não menos competente caixa automática Tiptronic de oito velocidades, promete continuar a fazer as delícias de quem com ele convive!

Verdadeiro poço de força, impetuosidade e disponibilidade madrugadora, este V6, que em termos comerciais chama-se agora 50 TDI (a verdade é que ainda não conseguimos “digerir” esta nova nomenclatura…), prima ainda por outras características não menos impressionantes e particularmente valorizadas, como é o caso da souplesse, suavidade e nobreza no funcionamento. Atributos resultantes também do excelente desempenho da caixa Tiptronic, uma das responsáveis, igualmente, pela excelente insonorização revelada pelo propulsor.

Pontuação: 10/10

Balanço final

Até podem ser 400 as possibilidades de personalização do novo Audi A7; nós, no entanto, preferimos dizer que poderão ser bem mais de 400 as razões para se gostar da nova geração do maior e mais luxuoso dos coupés de Ingolstadt! Deslumbrante nas linhas, na construção e nos materiais; convincente na habitabilidade e capacidade de carga, mas também desarmante na forma como faz da condução e do poder de explosão algo quase corriqueiro e facilmente  domável, os únicos 400 difíceis de aceitar serão mesmo os, replicados inúmeras vezes, conduzem aos custos de aquisição – não só do carro, como dos opcionais!…

Pontuação: 10/10

Mais

Motor / Caixa de velocidades / Comportamento / Conforto

 

Menos

Lugar do meio / Obrigatoriedade e preço de opcionais / Preço

Ficha técnica

Motor

Tipo: seis cilindros em linha, injecção directa, turbocompressor de geometria variável e intercooler

Cilindrada (cm3): 2.967

Diâmetro x curso (mm): 83.0 x 91.4

Taxa compressão: 16.0:1

Potência máxima (cv/rpm): 286/3.500-4.000

Binário máximo (Nm/rpm): 620/2.250-3.000

Transmissão e direcção: Integral, com caixa automática de oito velocidades; direção de pinhão e cremalheira, com assistência eléctrica

Suspensão (fr/tr): Duplos triângulos com molas helicoidais; Duplos triângulos com molas helicoidais

Travões (fr/tr): Discos ventilados/Discos ventilados

Prestações e consumos 

Aceleração: 0-100 km/h (s): 5,7

Velocidade máxima (km/h): 250

Consumos urbano/extra-urb./misto (l/100 km): 6,2/5,2/5,6

Emissões de CO2 (g/km): 147

Dimensões e pesos

Comprimento/Largura/Altura (mm): 4,969/1,908/1,422

Distância entre eixos (mm): 2,926

Largura das vias (fr/tr) (mm): 1.651/1.637

Peso (kg): 1.955

Capacidade da bagageira (l): 535

Depósito de combustível (l): 63

Pneus (fr/tr): 225/55 R18 / 225/55 R18

Preço da versão ensaiada (Euros): 112461€
Preço da versão base (Euros): 94691€