Dacia Duster 1.5 dCi 4×2 – Ensaio Teste

By on 6 Agosto, 2018

Dacia Duster 1.5 dCi 4×2 Prestige

Texto: Francisco Cruz

Ainda mais Duster!

Depois do sucesso da primeira geração, um novo Dacia Duster está já disponível em Portugal. Assegurada a muito desejada Classe 1 nas portagens, eis chegado, finalmente, o momento, de confirmar aquilo que a marca romena há muito anuncia: que o Duster está, não apenas melhor, mas ainda mais Duster!

Conheça todas as versões e motorizações AQUI.

 

 


Mais:

Preço / Consumos / Habitabilidade

 

 

Menos:

Interior demasiado rude / Direcção excessivamente filtrada / Posicionamento do ecrã táctil

Exterior

/10

Conhecido pelo seu posicionamento assumidamente low-cost, algo que nunca o impediu de se mostrar apetecível e personalizado, o novo Dacia Duster veio para elevar, ainda mais alto, essa premissa. Desde logo, graças a uma notória maior atenção à estética e ao pormenor, nomeadamente, através de uma nova secção frontal, mais… imponente.

Entre as alterações visíveis, uma nova grelha frontal, mais larga, e ópticas revistas e posicionadas mais perto dos extremos da carroçaria, além de com nova assinatura luminosa. Tudo isto a juntar a um pára-choques fortemente subido e a denunciar um óptimo ângulo de ataque, acrescido da suposta protecção metálica de dimensões mais generosas, um capot construído mais na horizontal, além de um pára-brisas agora mais na perpendicular.

Já nas laterais, cavas das rodas ainda sem protecções em plástico, mas pretensamente mais salientes (as dianteiras, principalmente), às quais se junta depois uma nova aplicação a preencher o curto espaço entre a roda dianteira e o limite da porta. Integrando, ao cimo, a luz lateral de mudança de direcção.

Novidades são também o pilar B a negro, novas barras de tejadilho em alumínio, e jantes de 17″ polegadas de novo design, não tão… rústico. Sem esquecer, já na traseira, os novos farolins, atraentes mas também a fazer lembrar demasiado os do rival Jeep Renegade, além de uma nova barra em plástico negro, a esconder as luzes de matrícula e o manípulo do portão traseiro. O qual passa a terminar na (suposta) protecção inferior de tom metalizado.

Quanto à elevada altura ao solo que também lhe permite brilhar no todo-o-terreno, foi um dos aspectos que, nas unidades “portuguesas”, teve de ser “corrigido”, para que o novo Duster pudesse manter, a exemplo do antecessor, a categoria de Classe 1 nas portagens. Mais concretamente, acabou por receber, ainda de fábrica, amortecedores específicos, com apoios de molas rebaixados em 20 mm à frente, opção que lhe permitiu baixar a altura do capot, na zona do eixo dianteiro, para 1,10 m. Posicionando-se assim dentro daquela que é a altura máxima estipulada para pagar o valor mínimo nas auto-estradas… cumprindo igualmente aquela que era a condição imposta pela Renault Portugal, para comercializar esta nova geração entre nós.

Consequência igualmente destas opções, o novo Duster passou, na versão 4×2, de uma altura ao solo de 21 cm, para 18,6 cm, além de ter visto reduzido o ângulo de ataque, de 30º para 27º. Alterações que, pudemo-lo já confirmar, não trouxeram penalizações de maior ao desempenho do SUV romeno fora de estrada, mas, sim, ganhos em termos de comportamento dinâmico, graças à diminuição do centro de gravidade.

Mas, quanto a isso, já lá vamos…

Interior

/10

Mas se o exterior revela uma clara e meritória evolução, já no interior do habitáculo, cujo acesso continua a ser alto, convenceu-nos bem menos.

Na verdade, não foi a já expectável manutenção dos plásticos rijos e não muito agradáveis ao toque, embora agora suavizados através de um maior número de aplicações em metal, que mais nos desgostou. Foi sim, antes, o design do tablier e a impressão que algumas soluções transmitem, quase como se fossem “acrescentos de última hora”. É o caso, por exemplo, das saídas de ar, ou ainda do ecrã táctil a cores do Media Nav Evolution – razoavelmente intuitivo, a “caixa” em que surge integrado, não só parece uma solução atabalhoada, como o expõe demasiado à luz do sol. Tornando-o, em muitos momentos do dia, quase ilegível.

Pelo contrário, ainda e sempre um argumento, continuam as várias soluções de arrumação (novidade é gaveta debaixo do banco do passageiro da frente, com capacidade para 2,8 litros), assim como os comandos, simples e intuitivos. Destacando-se, neste captítulo e em particular, os “luxuosos” comandos rotativos do ar condicionado automático – três botões redondos em metal, com ecrãs digitais ao centro, onde é exibida não só a temperatura escolhida, como a forma como deve ser direccionado o ar. Um luxo!

Igualmente novo e a revelar um certo cuidado estético, o conjunto de botões, tipo teclas de piano, posicionados logo acima dos comandos do ar condicionado, embora, neste caso, num mais vulgar plástico.

Qualidade reconhecida continua sendo, por outro lado, a habitabilidade, graças ao bastante espaço para acomodar até três adultos no banco traseiro, aos quais não faltará sequer espaço para pernas. Com as costas do banco traseiro a poderem rebater-se 60/40, mediante o accionamento de alavancas no topo das mesmas, ficando, contudo, na perpendicular e alguns centímetros mais altas que o piso da bagageira.

Relativamente à bagageira, importa destacar igualmente um acesso amplo, com a chapeleira, rija, a subir em conjunto com um portão (ainda com muito metal à vista), deixando à mostra um espaço que reivindica, à partida, 478 litros de capacidade de carga; 1.623 litros com as costas dos bancos rebatidas. Mas que é, basicamente, o que está à vista.

Equipamento

/10

Revisto em praticamente todos os parâmetros, o novo Dacia Duster recebeu, igualmente, uma atualização do equipamento, com especial destaque para disponibilização, de série, na versão Prestige por nós testada, para soluções como os sensores de luminosidade que ligam automaticamente os faróis, em caso de perda de luz exterior, sistema de controlo de trajectória (ESC) com ajuda ao arranque em subida (HSA), regulador e limitador de velocidade, sistema de ajuda ao estacionamento traseiro com câmara de marcha-atrás, e sistema Media Nav Evolution, composto de ecrã táctil de 7″ com navegação, rádio, entradas USB/Jack, audio streaming, conectividade para smartphone, Bluetooth com comandos no volante e informações de condução Eco.

De série são também, além do Pack Look Couro (estofos em couro + volante e alavanca da caixa de velocidades em TEP + inserções nas portas da frente em TEP + acabamentos cromados na consola central inferior), os vidros traseiros sobreescurecidos e elétricos, computador de bordo com ecrã TFT, Eco Mode (Euro 6) com sistema Start&Stop e indicador de mudança de velocidade, ar condicionado manual e volante regulável em altura e profundidade.

Ainda no caso do carro por nós testado, opcionais eram o ar condicionado automático (300€), a câmara de marcha atrás Multi View (350€), o pneu sobressalente (90€) e o cartão de acesso e arranque sem chave (200€). Acréscimos ao equipamento (e ao preço!) que, ainda assim, não eram suficientes para que o “nosso” Dacia Duster dCi Prestige ultrapassasse largamente 21 mil euros, estragando a “festa”…

Consumos

/10

Disponível em Portugal também com um motor a gasolina TCe de 125 cv, a unidade que nos calhou em sorte ensaiar exibia, contudo, a motorização turbodiesel dCi de 110 cv e 260 Nm de binário, com tracção apenas dianteira – também existe com tracção integral, ainda que, no nosso mercado, a representatividade seja menos que residual…

Acoplado a caixa manual de seis velocidades, agradável no accionar e competente na ajudar que dá ao motor, trata-se de um bloco já conhecido, espevitado e bastante disponível nas rotações iniciais, mesmo ainda antes das 2.000 rpm. Agradando, inclusivamente, mais, que na ponta final, altura em que se mostra excessivamente esforçado e a fazer notar, de forma mais perceptível, a sonoridade algo rude -bem melhor disfarçada quando numa utilização mais “descontraída”…

Mas se a insonorização faz questão de mostrar os avanços conseguidos, já os consumos, mantêm-se iguais, ou seja, excelentes! E tudo graças a médias a roçar os 6,6 l/100 km, já com o contributo de um bom sistema Start&Stop e modo ECO, que, especialmente depois dos mais de 1000 quilómetros que connosco fez, tanto por auto-estradas e vias nacionais, como por serras e vales, dificilmente nos convenceria mais…

Ao Volante

/10

Foram quilómetros e mais quilómetros por Portugal acima, descobrindo caminhos e atalhos que a maior parte desconhece, que nos fizeram chegar à conclusão já antecipada: sem beliscar o conceito que o Duster original afirmou, o novo Duster está uma proposta ainda melhor, mais evoluída, mais… Duster!

Suportado num conjunto motor/caixa de velocidades à altura das necessidades, assim como numa suspensão que, revista também por questões laterais (a já referida Classe 1 nas portagens), está hoje mais atenta ao conforto dos ocupantes, sem deixar de se mostrar particularmente firme, o novo Dacia Duster consegue ser um carro preparado para todos os cenários. Onde, mesmo raramente ambicionando a uma posição de superioridade, não deixa de fazer valer as suas qualidades, novas e antigas, para se afirmar.

Assim, reconhecidamente competente no dia-a-dia, embora nesta nova geração proporcionando um maior conforto e atributos (tecnológicos, principalmente) no ultrapassar dos obstáculos que qualquer cidade coloca, o Duster mostra igualmente qualidades acrescidas quando por estrada aberta e, por exemplo, em auto-estrada. Onde só os barulhos aerodinâmicos provocados pelos retrovisores e, principalmente, uma direcção excessivamente filtrada e quase sem feedback, acabam por fazer-nos torcer um pouco o nariz.

Oferecendo hoje em dia uma sensação de segurança mais evoluída, graças também às ajudas à condução, ainda mais impressionante continua sendo, contudo, a aptidão que o SUV romeno continua a demonstrar para sair do alcatrão e aventurar-se por terrenos inóspitos, mesmo quando e como era o caso, equipado apenas com tracção dianteira – garantam-lhe a necessária distância ao solo, a validade dos óptimos ângulos para o TT e alguma tração, e nada o demoverá de seguir em frente!

De resto, se a suspensão nos havia parecido um pouco rija em alcatrão, aspecto positivo pela garantia que dá na resistência às forças laterais, no fora-de-estrada, surpreendeu-nos a competência como o Duster conseguia, até certa medida, salvaguardar o conforto dos ocupantes. Mostrando-se cada vez mais apto para, mesmo com um interior de aspeto algo básico, mas sólido, agradar a clientes que têm o conforto como exigência. Deixando mesmo a certeza de que já não são apenas quatro rodas e um chassi…

Balanço Final

/10

Segunda geração de um SUV que nem mesmo o epíteto de “low-cost” impediu de se tornar um verdadeiro sucesso de vendas (muito pelo contrário!), o novo Dacia Duster está, efectivamente, melhor! Graças não só a uma estética exterior mais moderna e convincente, mas principalmente fruto da evolução registada no desempenho dinâmico e no conforto – inclusive, no fora de estrada e com tração apenas dianteira. Está mais Duster, sim, senhor!…

Concorrentes

Citroën C3 Aircross 1.5 BlueHDi 100cv CVM6 4×2 Shine, a partir de 20.806,88€ (c/ IVA)

(Veja o ensaio AQUI e conheça todas as versões e motorizações AQUI)

 

Fiat 500X 1.6 Multijet II 120cv CVM6 4×2 Cross Look, a partir de 25.150,00€ (com campanha)

(Conheça todas as versões e motorizações AQUI)

 

Honda HR-V 1.6 i-DTEC 120cv CVM6 4×2 Executive, a partir de 32.870,00€

(Conheça todas as versões e motorizações AQUI)

 

Jeep Renegade 1.6 Multijet II 120cv CVM6 4×2 Limited, a partir de 25.600,00€ (c/ campanha)

(Conheça todas as versões e motorizações AQUI)

 

Nissan Qashqai 1.6 dCi 110 cv CVM6 4×2 Tekna, a partir de 29.600,00€

(Veja o ensaio AQUI e conheça todas as versões e motorizações AQUI)

 

Opel Crossland X 1.6 CDTi 120cv CVM6 4×2 Ultimate, a partir de 27.880,00€

(Veja o ensaio AQUI e conheça todas as versões e motorizações AQUI)

 

Peugeot 2008 1.5 BlueHDi 100cv CVM6 4×2 Crossway, a partir de 23.580,00€ (c/ IVA)

(Veja o ensaio AQUI e conheça todas as versões e motorizações AQUI)

 

Renault Captur 1.6 dCi 110cv CVM6 4×2 Exclusive, a partir de 25.100,00€

(Veja o ensaio AQUI e conheça todas as versões e motorizações AQUI)

 

Seat Arona 1.6 TDI CR 115cv CVM6 4×2 FR, a partir de 27.331,00€

(Veja o ensaio AQUI e conheça todas as versões e motorizações AQUI)

 

Skoda Karoq 1.6 TDI 116cv CVM6 4×2 Style, a partir de 33.885,00€

(Veja o ensaio AQUI)

 

Suzuki Vitara 1.6 DDiS 120cv CVM6 4×2 GLX, a partir de 24.770,00€

(Conheça todas as versões e motorizações AQUI)

 

Ficha Técnica

Motor

Tipo: 4 cilindros em linha, com injecção directa, turbocompressor e intercooler

Cilindrada (cm3): 1.461

Diâmetro x curso (mm): 76 x 80,5

Taxa de compressão: 15,5:1

Potência máxima (cv): 110

Binário máximo (Nm/rpm): 260

Transmissão, direcção, suspensão e travões

Transmissão e direcção: Dianteira, com caixa manual de seis velocidades; direcção elétrica, assistida

Suspensão (fr/tr): Independente do tipo McPherson; Eixo de torção

Travões (fr/tr): Discos ventilados; Tambor

Prestações e Consumos

Aceleração 0-100 km/h (s): 171

Velocidade máxima (km/h): 11,8

Consumos urbano/extra-urbano/misto (l/100 km): 4,5/4,4/4,4

Emissões de CO2 (g/km): 115

Dimensões e pesos

Comprimento/Largura/Altura (mm): 4.341/1.804/1.693

Distância entre eixos (mm): 2.674

Largura das vias fr/tr (mm): 1.563/1.570

Peso (kg): 1.280

Capacidade da bagageira (l): 445/1.478

Depósito de combustível (l): 50

Pneus (fr/tr): 215/60 R17 / 215/60 R17

Mais/Menos


Mais

Preço / Consumos / Habitabilidade

 

 

Menos

Interior demasiado rude / Direcção excessivamente filtrada / Posicionamento do ecrã táctil

Preços


Preço da versão ensaiada (Euros): 21400€

Preço da versão base (Euros): 14900€

Exterior
Interior
Equipamento
Consumos
Ao volante
Concorrentes
Balanço final
Ficha técnica

Exterior

Conhecido pelo seu posicionamento assumidamente low-cost, algo que nunca o impediu de se mostrar apetecível e personalizado, o novo Dacia Duster veio para elevar, ainda mais alto, essa premissa. Desde logo, graças a uma notória maior atenção à estética e ao pormenor, nomeadamente, através de uma nova secção frontal, mais… imponente.

Entre as alterações visíveis, uma nova grelha frontal, mais larga, e ópticas revistas e posicionadas mais perto dos extremos da carroçaria, além de com nova assinatura luminosa. Tudo isto a juntar a um pára-choques fortemente subido e a denunciar um óptimo ângulo de ataque, acrescido da suposta protecção metálica de dimensões mais generosas, um capot construído mais na horizontal, além de um pára-brisas agora mais na perpendicular.

Já nas laterais, cavas das rodas ainda sem protecções em plástico, mas pretensamente mais salientes (as dianteiras, principalmente), às quais se junta depois uma nova aplicação a preencher o curto espaço entre a roda dianteira e o limite da porta. Integrando, ao cimo, a luz lateral de mudança de direcção.

Novidades são também o pilar B a negro, novas barras de tejadilho em alumínio, e jantes de 17″ polegadas de novo design, não tão… rústico. Sem esquecer, já na traseira, os novos farolins, atraentes mas também a fazer lembrar demasiado os do rival Jeep Renegade, além de uma nova barra em plástico negro, a esconder as luzes de matrícula e o manípulo do portão traseiro. O qual passa a terminar na (suposta) protecção inferior de tom metalizado.

Quanto à elevada altura ao solo que também lhe permite brilhar no todo-o-terreno, foi um dos aspectos que, nas unidades “portuguesas”, teve de ser “corrigido”, para que o novo Duster pudesse manter, a exemplo do antecessor, a categoria de Classe 1 nas portagens. Mais concretamente, acabou por receber, ainda de fábrica, amortecedores específicos, com apoios de molas rebaixados em 20 mm à frente, opção que lhe permitiu baixar a altura do capot, na zona do eixo dianteiro, para 1,10 m. Posicionando-se assim dentro daquela que é a altura máxima estipulada para pagar o valor mínimo nas auto-estradas… cumprindo igualmente aquela que era a condição imposta pela Renault Portugal, para comercializar esta nova geração entre nós.

Consequência igualmente destas opções, o novo Duster passou, na versão 4×2, de uma altura ao solo de 21 cm, para 18,6 cm, além de ter visto reduzido o ângulo de ataque, de 30º para 27º. Alterações que, pudemo-lo já confirmar, não trouxeram penalizações de maior ao desempenho do SUV romeno fora de estrada, mas, sim, ganhos em termos de comportamento dinâmico, graças à diminuição do centro de gravidade.

Mas, quanto a isso, já lá vamos…

Interior

Mas se o exterior revela uma clara e meritória evolução, já no interior do habitáculo, cujo acesso continua a ser alto, convenceu-nos bem menos.

Na verdade, não foi a já expectável manutenção dos plásticos rijos e não muito agradáveis ao toque, embora agora suavizados através de um maior número de aplicações em metal, que mais nos desgostou. Foi sim, antes, o design do tablier e a impressão que algumas soluções transmitem, quase como se fossem “acrescentos de última hora”. É o caso, por exemplo, das saídas de ar, ou ainda do ecrã táctil a cores do Media Nav Evolution – razoavelmente intuitivo, a “caixa” em que surge integrado, não só parece uma solução atabalhoada, como o expõe demasiado à luz do sol. Tornando-o, em muitos momentos do dia, quase ilegível.

Pelo contrário, ainda e sempre um argumento, continuam as várias soluções de arrumação (novidade é gaveta debaixo do banco do passageiro da frente, com capacidade para 2,8 litros), assim como os comandos, simples e intuitivos. Destacando-se, neste captítulo e em particular, os “luxuosos” comandos rotativos do ar condicionado automático – três botões redondos em metal, com ecrãs digitais ao centro, onde é exibida não só a temperatura escolhida, como a forma como deve ser direccionado o ar. Um luxo!

Igualmente novo e a revelar um certo cuidado estético, o conjunto de botões, tipo teclas de piano, posicionados logo acima dos comandos do ar condicionado, embora, neste caso, num mais vulgar plástico.

Qualidade reconhecida continua sendo, por outro lado, a habitabilidade, graças ao bastante espaço para acomodar até três adultos no banco traseiro, aos quais não faltará sequer espaço para pernas. Com as costas do banco traseiro a poderem rebater-se 60/40, mediante o accionamento de alavancas no topo das mesmas, ficando, contudo, na perpendicular e alguns centímetros mais altas que o piso da bagageira.

Relativamente à bagageira, importa destacar igualmente um acesso amplo, com a chapeleira, rija, a subir em conjunto com um portão (ainda com muito metal à vista), deixando à mostra um espaço que reivindica, à partida, 478 litros de capacidade de carga; 1.623 litros com as costas dos bancos rebatidas. Mas que é, basicamente, o que está à vista.

Equipamento

Revisto em praticamente todos os parâmetros, o novo Dacia Duster recebeu, igualmente, uma atualização do equipamento, com especial destaque para disponibilização, de série, na versão Prestige por nós testada, para soluções como os sensores de luminosidade que ligam automaticamente os faróis, em caso de perda de luz exterior, sistema de controlo de trajectória (ESC) com ajuda ao arranque em subida (HSA), regulador e limitador de velocidade, sistema de ajuda ao estacionamento traseiro com câmara de marcha-atrás, e sistema Media Nav Evolution, composto de ecrã táctil de 7″ com navegação, rádio, entradas USB/Jack, audio streaming, conectividade para smartphone, Bluetooth com comandos no volante e informações de condução Eco.

De série são também, além do Pack Look Couro (estofos em couro + volante e alavanca da caixa de velocidades em TEP + inserções nas portas da frente em TEP + acabamentos cromados na consola central inferior), os vidros traseiros sobreescurecidos e elétricos, computador de bordo com ecrã TFT, Eco Mode (Euro 6) com sistema Start&Stop e indicador de mudança de velocidade, ar condicionado manual e volante regulável em altura e profundidade.

Ainda no caso do carro por nós testado, opcionais eram o ar condicionado automático (300€), a câmara de marcha atrás Multi View (350€), o pneu sobressalente (90€) e o cartão de acesso e arranque sem chave (200€). Acréscimos ao equipamento (e ao preço!) que, ainda assim, não eram suficientes para que o “nosso” Dacia Duster dCi Prestige ultrapassasse largamente 21 mil euros, estragando a “festa”…

Consumos

Disponível em Portugal também com um motor a gasolina TCe de 125 cv, a unidade que nos calhou em sorte ensaiar exibia, contudo, a motorização turbodiesel dCi de 110 cv e 260 Nm de binário, com tracção apenas dianteira – também existe com tracção integral, ainda que, no nosso mercado, a representatividade seja menos que residual…

Acoplado a caixa manual de seis velocidades, agradável no accionar e competente na ajudar que dá ao motor, trata-se de um bloco já conhecido, espevitado e bastante disponível nas rotações iniciais, mesmo ainda antes das 2.000 rpm. Agradando, inclusivamente, mais, que na ponta final, altura em que se mostra excessivamente esforçado e a fazer notar, de forma mais perceptível, a sonoridade algo rude -bem melhor disfarçada quando numa utilização mais “descontraída”…

Mas se a insonorização faz questão de mostrar os avanços conseguidos, já os consumos, mantêm-se iguais, ou seja, excelentes! E tudo graças a médias a roçar os 6,6 l/100 km, já com o contributo de um bom sistema Start&Stop e modo ECO, que, especialmente depois dos mais de 1000 quilómetros que connosco fez, tanto por auto-estradas e vias nacionais, como por serras e vales, dificilmente nos convenceria mais…

Ao volante

Foram quilómetros e mais quilómetros por Portugal acima, descobrindo caminhos e atalhos que a maior parte desconhece, que nos fizeram chegar à conclusão já antecipada: sem beliscar o conceito que o Duster original afirmou, o novo Duster está uma proposta ainda melhor, mais evoluída, mais… Duster!

Suportado num conjunto motor/caixa de velocidades à altura das necessidades, assim como numa suspensão que, revista também por questões laterais (a já referida Classe 1 nas portagens), está hoje mais atenta ao conforto dos ocupantes, sem deixar de se mostrar particularmente firme, o novo Dacia Duster consegue ser um carro preparado para todos os cenários. Onde, mesmo raramente ambicionando a uma posição de superioridade, não deixa de fazer valer as suas qualidades, novas e antigas, para se afirmar.

Assim, reconhecidamente competente no dia-a-dia, embora nesta nova geração proporcionando um maior conforto e atributos (tecnológicos, principalmente) no ultrapassar dos obstáculos que qualquer cidade coloca, o Duster mostra igualmente qualidades acrescidas quando por estrada aberta e, por exemplo, em auto-estrada. Onde só os barulhos aerodinâmicos provocados pelos retrovisores e, principalmente, uma direcção excessivamente filtrada e quase sem feedback, acabam por fazer-nos torcer um pouco o nariz.

Oferecendo hoje em dia uma sensação de segurança mais evoluída, graças também às ajudas à condução, ainda mais impressionante continua sendo, contudo, a aptidão que o SUV romeno continua a demonstrar para sair do alcatrão e aventurar-se por terrenos inóspitos, mesmo quando e como era o caso, equipado apenas com tracção dianteira – garantam-lhe a necessária distância ao solo, a validade dos óptimos ângulos para o TT e alguma tração, e nada o demoverá de seguir em frente!

De resto, se a suspensão nos havia parecido um pouco rija em alcatrão, aspecto positivo pela garantia que dá na resistência às forças laterais, no fora-de-estrada, surpreendeu-nos a competência como o Duster conseguia, até certa medida, salvaguardar o conforto dos ocupantes. Mostrando-se cada vez mais apto para, mesmo com um interior de aspeto algo básico, mas sólido, agradar a clientes que têm o conforto como exigência. Deixando mesmo a certeza de que já não são apenas quatro rodas e um chassi…

Concorrentes

Citroën C3 Aircross 1.5 BlueHDi 100cv CVM6 4×2 Shine, a partir de 20.806,88€ (c/ IVA)

(Veja o ensaio AQUI e conheça todas as versões e motorizações AQUI)

 

Fiat 500X 1.6 Multijet II 120cv CVM6 4×2 Cross Look, a partir de 25.150,00€ (com campanha)

(Conheça todas as versões e motorizações AQUI)

 

Honda HR-V 1.6 i-DTEC 120cv CVM6 4×2 Executive, a partir de 32.870,00€

(Conheça todas as versões e motorizações AQUI)

 

Jeep Renegade 1.6 Multijet II 120cv CVM6 4×2 Limited, a partir de 25.600,00€ (c/ campanha)

(Conheça todas as versões e motorizações AQUI)

 

Nissan Qashqai 1.6 dCi 110 cv CVM6 4×2 Tekna, a partir de 29.600,00€

(Veja o ensaio AQUI e conheça todas as versões e motorizações AQUI)

 

Opel Crossland X 1.6 CDTi 120cv CVM6 4×2 Ultimate, a partir de 27.880,00€

(Veja o ensaio AQUI e conheça todas as versões e motorizações AQUI)

 

Peugeot 2008 1.5 BlueHDi 100cv CVM6 4×2 Crossway, a partir de 23.580,00€ (c/ IVA)

(Veja o ensaio AQUI e conheça todas as versões e motorizações AQUI)

 

Renault Captur 1.6 dCi 110cv CVM6 4×2 Exclusive, a partir de 25.100,00€

(Veja o ensaio AQUI e conheça todas as versões e motorizações AQUI)

 

Seat Arona 1.6 TDI CR 115cv CVM6 4×2 FR, a partir de 27.331,00€

(Veja o ensaio AQUI e conheça todas as versões e motorizações AQUI)

 

Skoda Karoq 1.6 TDI 116cv CVM6 4×2 Style, a partir de 33.885,00€

(Veja o ensaio AQUI)

 

Suzuki Vitara 1.6 DDiS 120cv CVM6 4×2 GLX, a partir de 24.770,00€

(Conheça todas as versões e motorizações AQUI)

 

Balanço final

Segunda geração de um SUV que nem mesmo o epíteto de “low-cost” impediu de se tornar um verdadeiro sucesso de vendas (muito pelo contrário!), o novo Dacia Duster está, efectivamente, melhor! Graças não só a uma estética exterior mais moderna e convincente, mas principalmente fruto da evolução registada no desempenho dinâmico e no conforto – inclusive, no fora de estrada e com tração apenas dianteira. Está mais Duster, sim, senhor!…

Mais

Preço / Consumos / Habitabilidade

 

 

Menos

Interior demasiado rude / Direcção excessivamente filtrada / Posicionamento do ecrã táctil

Ficha técnica

Motor

Tipo: 4 cilindros em linha, com injecção directa, turbocompressor e intercooler

Cilindrada (cm3): 1.461

Diâmetro x curso (mm): 76 x 80,5

Taxa de compressão: 15,5:1

Potência máxima (cv): 110

Binário máximo (Nm/rpm): 260

Transmissão, direcção, suspensão e travões

Transmissão e direcção: Dianteira, com caixa manual de seis velocidades; direcção elétrica, assistida

Suspensão (fr/tr): Independente do tipo McPherson; Eixo de torção

Travões (fr/tr): Discos ventilados; Tambor

Prestações e Consumos

Aceleração 0-100 km/h (s): 171

Velocidade máxima (km/h): 11,8

Consumos urbano/extra-urbano/misto (l/100 km): 4,5/4,4/4,4

Emissões de CO2 (g/km): 115

Dimensões e pesos

Comprimento/Largura/Altura (mm): 4.341/1.804/1.693

Distância entre eixos (mm): 2.674

Largura das vias fr/tr (mm): 1.563/1.570

Peso (kg): 1.280

Capacidade da bagageira (l): 445/1.478

Depósito de combustível (l): 50

Pneus (fr/tr): 215/60 R17 / 215/60 R17

Preço da versão ensaiada (Euros): 21400€
Preço da versão base (Euros): 14900€