Ensaio: Opel Astra 1.6 Turbo OPC Line

By on 1 Junho, 2017

Opel Astra 1.6 Turbo OPC Line

Texto: Filipe Pinto Mesquita

Alma desportiva, instinto civilizado.

Lançado em 2015, ao Opel Astra faltava uma versão verdadeiramente desportiva capaz de aumentar as pulsações do condutor ao ritmo da subida das rotações.

Pois, se levarmos o “conceito” ao extremo, essa versão, identificada na passada geração J com o OPC, continua em “stand by”, mas com a introdução do novo 1.6 Turbo, a Opel resolveu já parcialmente a questão, oferecendo um produto com dote desportivo, ao qual adicionou uma boa dose de racionalidade.

Na prática, aquele que passou a ser o mais desportivo Astra da geração K, apresenta-se como um automóvel moderno, elegante, tecnológico e com genes desportivos, sem prejudicar o conceito familiar para o qual foi, de base, pensado.

Com um novo propulsor ECOTEC de injeção direta e turbocompressor, concebido com um bloco e cabeça em alumínio e dotado de sofisticada gestão distribuição e alimentação, debaixo do pé direito ficam disponíveis cerca de 200 Cv potência e 300 Nm de binário, entregues de forma mais progressiva do que explosiva, sem que isso queira alguma vez dizer, falta de vivacidade. 200 cv são 200 cv e 7,0s na clássica métrica dos 0-100 km/h, bem como uma velocidade máxima de 235 km/h não são já números propriamente de desprezar, no seio dos desportivos compactos, neste caso, obtidos à custa, de uma redução de peso de cerca de 150 kg relativamente à versão GTC a que sucede.

Essa cura de emagrecimento, acaba também por ter um papel decisivo nos consumos, onde as médias oficiais de 6,1 l/100 km só a muito custo poderão ser cumpridas, mas onde os mais reais 7,2 litros/100 km, numa condução despreocupada são valores muito positivos e que facilmente colocam bem posicionada no tabuleiro de xadrez esta opção de motorização a gasolina face à versão diesel mais musculada existente no mercado (1.6 BiTurbo CDTI, com menos 40 Cv), sobretudo se pensarmos que quando realmente se abusa do acelerador, dificilmente os consumos ultrapassam a fasquia dos 10 litros/100 km, de média.

Exteriormente, o 1.6 Turbo está dotado com a linha OPC Line que denota algumas variações face à linha tradicional. Os para-choques dianteiros e traseiros (mais volumosos) apresentam na linha OPC um design distinto, a que acrescem sóbrias saias laterais, jantes desportivas de liga leve de 18 polegadas e vidros traseiros escurecidos, com o interior a destacar-se pelo forro negro do tejadilho.

No conjunto, temos um Astra de linhas bem estilizadas e harmoniosas, suficientemente discretas para esconder que, dinamicamente, poderemos estar na presença de um pequeno “lobo com pele de cordeiro”. Neste capítulo, o Astra 1.6 Turbo mostra atitude perspicaz, por vezes, mesmo irreverente (e até antes do motor atingir as 2000 rotações), consolidada por um chassis bem equilibrado e cuja rigidez das suspensões não compromete o conforto global. A única exceção fica para quando se pressiona o modo “Sport”, que endurece todo o conjunto (suspensão mais dura, direção mais direta e motor mais “aguçado”), abafando então o conforto, mas oferecendo a possibilidade de uma condução bastante mais “apimentada” e até mais divertida se se desligar o controlo de tração e colocar o cronómetro do computador de bordo em ação!

Entre os trunfos que a Opel oferece neste Astra, destaque também para o nível de equipamento bastante completo, onde sobressai a nova geração do sistema de infoentretenimento IntelliLink.

Os faróis inteligentes de matriz LED (com comutação automática de faróis médios e máximos), os sistemas de reconhecimento de sinais de trânsito, de alerta de evasão da faixa de rodagem alheia e correspondente correção automática, ou sistema de colisão iminente (com travagem autónoma de emergência) transformam o Astra 1.6 Turbo num veículo seguro e perfeitamente integrado no advento das mais recentes tecnologias de segurança. Para prová-lo está também o sistema Opel OnStar que ativa automaticamente o serviço de emergências e assistência em viagem se um dos airbags disparar, oferecendo também um hotspot móvel Wi-Fi 4G, que assegura a ligação à internet até sete dispositivos de smartphones ou tablets. Tudo isto por uns justos 28.260 €, que facilmente poderão ultrapassar os 30.000 € se adicionarmos o “Pack Navegação”, “Pack Versatilidade” e “Pack Acústico”.

MAIS: Motor e equipamento.

MENOS: Conforto em piso irregular.

FICHA TÉCNICA

Motor – 4 cilindros, inj. direta, turbo, gasolina

Cilindrada – 1598 cm3

Transmissão – Dianteira

Cx Vel – 6 vel. manual

Potência – 200 cv/4700-5500 rpm

Binário – 300 Nm/1700-4700 rpm

Vel máx – 235 km/h

Aceleração – 7,0 s (0-100 km/h)

Consumo – Médio 6,1 l/100 km, AutoSport 7,2 l/100 km

Suspensão dianteira – Independente McPherson

Suspensão traseira – Eixo de torção

Travões dianteiros – Discos ventilados

Travões traseiros – Discos

Peso – 1350 kg

Depósito – 48 l

Mala – 370 l

Emissões – 141 g/km CO2