Hyundai i30 SW Style 1.4 T-GDi – Ensaio

By on 28 Setembro, 2017

Hyundai i30 SW Style 1.4 T-GDi

Texto: José Luís Abreu

O mais recente elemento da família i30, a SW é cada vez mais uma opção a ser levada em conta neste competitivo segmento das carrinhas, e com os argumentos que traz, aliada ao que custa, ainda mais. Mas não há bela sem senão…

A Hyundai i30 SW é uma das mais interessantes propostas do competitivo segmento das carrinhas. Apesar de ter adversários de grande calibre, como por exemplo os modelos carrinha do Ford Focus, Opel Astra, Volkswagen Golf, Seat Leon, Honda Civic, Kia Cee’d ou Peugeot 308, entre outros, surge com argumentos renovados para se embrenhar bem na luta deste imensamente competitivo segmento. A qualidade global do conjunto é notoriamente maior, a extensa garantia e a excelente relação qualidade/preço, bom interior, muita tecnologia, fazem dela um caso que tem tudo para ser de sucesso. Mas há alguns ‘senão’. O prazer de condução está longe de ser ótimo, mas também está longe de ser mau…

O novo Hyundai i30 surgiu no início deste ano, mas a nova Hyundai i30 SW, promete outro tipo de luta à forte concorrência, especialmente num dos pontos que é mais procurado neste tipo de automóveis, o espaço e versatilidade. Em termos de design a i30 SW está igualmente bem mais refinada, nota-se que houve um cuidado mais intenso no design pois a i30 SW surge claramente mais elegante.

Aquela grelha dianteira é imponente e os grupos óticos dão ao carro um ar bem asiático, mas também muito ao gosto europeu. Não será certamente pela estética que a i30 SW pode ‘quebrar’. A silhueta está bem conseguida, mas também não se destaca muito doutras propostas da concorrência.

É no interior que está um bom conjunto de trunfos desta i30 SW, e começamos logo com o maior, que fica lá atrás. A bagageira, é enorme, permite acolher 602 litros de carga, que podem ascender a 1.650 litros caso se rebatam os bancos traseiros. Claramente uma das maiores bagageiras do segmento. 

O habitáculo respira simplicidade, mas também ‘savoir faire’, espaço não falta, as coisas estão dispostas de forma elegante. Começando pela posição de condução, é o habitual na Hyundai, é boa, e os pedais estão bem dispostos. Não é nada difícil arranjar uma boa posição. A visibilidade é boa, a nossa arrumação do banco perfeita. Depois, todos os elementos do tablier alcançam-se sem dificuldades, e o ‘tablet’ talvez pudesse ser um pouco maior, ainda que esteja envolvido por mais botões, que ao invés de estarem mais abaixo na consola estão à volta do ecrã. Não haveria grande ‘crise’ se fosse um pouco maior, mas percebe-se que talvez ficasse desfasado do resto. Logicamente, o ecrã tátil de oito polegadas tem funcionalidades de conectividade de última geração, tais como o Apple CarPlay, o Android Auto e os Live Services. Está disponível também, de série, o carregador wireless de telemóvel. É pena só haver uma porta USB, nos tempos que correm é pouco num automóvel pois as baterias são ‘sugadas’ bem rapidamente. 

Tudo é bem funcional à frente, e a insonorização também é boa, algo que se valorize pouco, mas que com o passar dos quilómetros faz muita diferença. Portanto, este é um bom carro para grandes distâncias e isso é também ‘confirmado’ pelo espaço atrás, onde é possível ter três passageiros mesmo em viagens maiores sem grande problema. E depois há detalhes preciosos, como o apoio de braço deslizante, colocado entre os assentos dianteiros, onde podemos perfeitamente apoiar o braço se conseguirmos chegar ao volante, como é o meu caso. Em viagens mais longas, é um descanso. E por baixo, há boa arrumação. Resumindo e concluindo, temos mais espaço na i30 SW do que, por exemplo num Focus ou Golf, e é ‘ela por ela’ com a Mégane, mas a Peugeot 308, Honda Civic ou Skoda Octavia têm mais. Outro pormenor interessante neste carro é que com os bancos traseiros rebatido o fundo fica quase plano o que é perfeito para meter muita carga, embora essa seja uma situação a utilizar muito poucas vezes.

Pack de segurança

A Hyundai i30 SW oferece de série um bom conjunto de sistemas de segurança ativa, nomeadamente a Travagem Autónoma de Emergência (AEB), Alerta de Fadiga do Condutor (DAA), Sistema de Controlo Automático dos Máximos (HBA) e Sistema de Manutenção à Faixa de Rodagem (LKAS). A Travagem Autónoma de Emergência (AEB) da Nova Hyundai i30 SW utiliza sensores de radar com câmara frontal e opera em três etapas. Após alertar o condutor visual e acusticamente, o sistema passa então a controlar o travão de acordo com o nível do perigo de colisão e aciona a força de travagem máxima por forma a evitar a colisão ou minimizar os danos quando a colisão é inevitável. O sistema opcional de alerta de peões utiliza o radar frontal para diminuir ou evitar as consequências do impacto com um peão. 

O Sistema de Alerta de Atenção do Condutor (DAA) é uma funcionalidade de proteção do condutor que ajuda a monitorizar os padrões da condução a fim de detetar movimentos imprudentes ou cansaço na condução e, assim, evitar possíveis acidentes. Utilizando os sensores dianteiros do veículo, o Cruise Control Inteligente Avançado (ASCC) mantém uma velocidade e distância constantes em relação ao veículo da frente ao acelerar ou travar automaticamente. Caso o trânsito pare, o sistema aciona automaticamente o travão até o veículo ficar imobilizado e acelera até à velocidade desejada assim que a estrada fica livre. Através da utilização do radar, o Detetor de Ângulo Morto (BSD) com Assistente de Mudança de Faixa de Rodagem monitoriza as extremidades traseiras e, no caso de ser detetada a presença de um veículo, exibe um alerta visual nos espelhos retrovisores exteriores.

O Sistema de Alerta de Tráfego Transversal na Traseira (RCTA) reduz o risco de colisão com outros veículos ao efetuar manobras de marcha-atrás para sair de zonas estreitas com fraca visibilidade, emitindo alertas visuais e acústicos ao condutor. O Sistema de Manutenção à Faixa de Rodagem (LKAS) alerta o condutor durante manobras perigosas a mais de 60 km/h ao detetar a posição do veículo. O sistema alerta o condutor acústica e visualmente antes de corrigir a direção para orientar o condutor de volta a uma posição segura, na faixa de rodagem. O Sistema de Informação de Limite de Velocidade (SLIF) utiliza a câmara frontal e as informações do sistema de navegação para identificar os sinais de trânsito referentes a velocidade e exibe o limite de velocidade em tempo real. A informação é apresentada tanto no ecrã do sistema de navegação como no painel de instrumentos.

O Sistema de Controlo Automático dos Máximos (HBA) deteta, quer os veículos que se aproximam, quer os veículos que circulam no mesmo sentido, à noite, na frente do veículo, alternando entre máximos e médios, de forma a reduzir os efeitos ofuscantes sobre os outros condutores. Sempre que não são detetados veículos, o sistema automaticamente reativa os faróis de máximos, otimizando o alcance da visão do condutor.

Ao volante

É aqui que a ‘porca torce o rabo’, mas ainda assim a condução desta i30 SW é agradável, até porque este motor 1.4 T-GDi com 140cv e 242 Nm de binário às 1,500 rpm permite um condução desenvolta. O carro é moderadamente ágil, não há nada de profundamente errado, mas a performance não é nada de especial, para além de que a caixa de sete velocidades automática puxa um bocado pelos consumos. Setir uma grande excitação na condução deste i30 SW parece-me mesmo a área mais fraca do carro, falta-lhe um pouco de garra, e nem sequer considero que os 140 cv sejam curtos, nada disso, a força do motor não é nada má mas há ali algo na afinação do conjunto que não permite tanta diversão. Talvez a direção pudesse ser mais leve e informativa, para sentirmos melhor a estrada, e a afinação de suspensão pudesse ser um pouco mais firme.

Mas se calhar depois estava a queixar-me do conforto e esse é um ponto que não ha´queixas a fazer neste carro, pois o i30 SW é confortável. Numa condução em estrada média rápida em que as curvas se sucedem com ritmo, a carroçaria responde bem, mas quando a curva é mais enrolada, o conjunto precisamente claramente duma velocidade menor para não ‘tremer’. Em piso mau, o carro porta-se bem, os ocupantes não sentem demasiado a irregularidade do piso.

​​Não gostei mesmo nada foi dos consumos, mas também confesso que não tive grande preocupação com eles, e talvez devesse, pois numa utilização normal, essa é uma preocupação e assim fiquei sem saber se com algum cuidado estes eram bem mais baixos. Desconfio que não muito, mas certamente alguma coisa. Como já disse, a caixa penaliza os consumos. 7,3l/100 Km foi o melhor que consegui. A caixa automática DCT de 7 velocidades é eficiente a mudar de velocidade, e entre os três modos de condução disponíveis, Normal, Eco e Sport, as diferenças não são abismais mas notam-se bem.

Motorizações e versões disponíveis

Este ensaio foi feito com a versão i30 SW 1.4 TGDi 140cv Style 7DCT, numa gama que começa na 1.0 TGDi 120cv Comfort (22.600€), a primeira do 1.4 é o 1.4 TGDi 140cv Comfort + Navi Pack (25.500€), a versão testada custa 28.800€. Segue-se o 1.6 CRDi 110cv Comfort (26.500€) com a gama i30 SW a terminar no 1.6 CRDi 136cv Style 7DCT (31.600€). há mais algumas versões entre as referidas. Os consumos combinados na gama Hyundai i30 SW variam entre os 3,8 e os 5,5l/100km (valor anunciado pela marca, portanto conte com, mais ou menos um litro a litro e meio a mais na utilização real) sendo as emissões de CO2 anunciadas entre as 99 e as 129g/km. Como já percebeu há três motores para esta carrinha, dois a gasolina e um motor turbo diesel de 1.6 litros com duas variantes de potência (110cv e 136cv). O motor turbo Hyundai 1.4 T-GDi de quatro cilindros, que testamos, é novidade neste modelo e o motor 1.0 T-GDi de três cilindros já é conhecido do Hyundai i20, tem uma potência máxima de 120cv.

Equipamento

Lista completa desta versão. Conforto: Apoio de Braços Dianteiro com Compartimento para Arrumações, Chave Retrátil com Comando à Distância e Iluminação da Fechadura, Cruise Control com Limitador de Velocidade e Comandos no Volante, Entrada AUX e USB, Patilhas de Mudanças na Coluna de Direção, Selecionador de Modo de Condução, Sistema de Navegação com Ecrã Tátil de 8″, Sistema de Som com 6 Altifalantes.

Exterior: Escovas do Limpa Pára-Brisas “Aeroblade”, Espelhos Exteriores Ajustáveis Eletricamente com Aquecimento e Ângulo Amplo, Espelhos Exteriores Rebatíveis, Eletricamente, Indicadores de Mudança de Direção nos Espelhos Exteriores, Luzes de Circulação Diurna em LED, Manípulos das Portas da Cor da Carroçaria.

Interior: Banco do condutor com ajuste em altura, Bancos Traseiros Rebatíveis 60:40, Compartimento para Óculos acima da Consola Central, Luz de Bagageira, Manípulos Interiores das Portas em Cromado (Dianteiras e Traseiras), Suporte para Copos na Consola Central, Tomada de 12V na Consola Central e Bagageira, Vidros Elétricos com Auto Up and Down (Dianteiros e Traseiros), Volante Ajustável em Altura e Profundidade, Volante e Manípulo de Mudanças em Pele.

Segurança: ABS e Controlo de Estabilidade, AEB (Travagem Autónoma de Emergência) e FCWS (Sistema de Alerta de Colisão Dianteira); Airbag do Condutor e Passageiro; Airbags Laterais e em Cortina, Alarme e Imobilizador, Alerta de Esquecimento de Colocação do Cinto de Segurança, Câmara de Estacionamento Traseira com Linhas de Guia Dinâmicas, Faróis de Nevoeiro Dianteiros, HAC – Sistema de Ajuda ao Arranque em Subidas, Iluminação em Curva, LKAS – Sistema de Manutenção à Faixa de Rodagem, Sensor de Luz, Sinalizador de Perda de Pressão dos Pneus com Indicador do Pneumático Afetado, Sistema de Alerta de Fadiga do Condutor, Sistema de Controlo Automático dos Máximos (HBA), Travões Dianteiros de Disco de 16″.

Balanço Final

Não é um carro excitante de guiar mas é forte noutras áreas importantes com o conforto espaço e estética. É bom para viagens grandes, lá está, tem o espaço e o conforto, está bastante bem equipado, e a garantia é boa. O preço também é bom especialmente quando olhamos com atenção para o que possui de equipamento. Por vezes esquecemos-nos de comparar níveis de equipamento, e se optamos por um preço mais baixo o mais certo é no futuro lamentar algum equipamento que deveríamos ter considerado, por isso é bom ponderar bem. E depois não se esqueça da ‘Paz de espírito ilimitada’ com os 5 Anos de Garantia sem limite de quilómetros e convém também olhar para as campanhas em vigor no site da Hyundai.

Mais: Espaço, conforto, estética, equipamento.

Menos: direção, consumos.

 

FICHA TÉCNICA

Motor

Tipo –  KAPPA 1.4 T-GDi, 4 cilindros, gasolina.

Cilindrada (cc) – 1353

Potência máxima (cv (kW) / rpm) – 140 (103) / 6.000

Binário máximo (Kg.m (Nm) / rpm) – 24,7 (242) / 1.500

Diâmetro x Curso (mm) – 71,6×84

Taxa de compressão – 10:1

Sistema ISG Função “Idle, Stop & Go” Sim

Alimentação Injecção Directa de Gasolina

Transmissão Tipo 7 Automática

Consumos e prestações

Consumo Urbano (ℓ / 100km) – 6,4

Consumo Extra Urbano (ℓ / 100km) – 5

Consumo Combinado (ℓ / 100km) – 5,5

Consumo AutoSport (ℓ / 100km) – 7,3

Emissões CO2 – Combinado (g/km) – 125

Velocidade Máxima (km/h) – 203

Dimensões

Comprimento/Largura/Altura (mm) – 4582/1795/1475

Distância entre eixos (mm) – 2650

Vias dianteira (mm) – 1565 (R16)

Vias traseira (mm) – 1573 (R16)

Pesos e capacidades Tara (kg) – 1294

Peso bruto (kg) – 1880

Peso Rebocável com/sem travão (kg) – 1400 / 600

Depósito de combustível (ℓ) – 50

Volume da bagageira (ℓ) – VDA 602 / 1650

Direcção e rodas

Suspensão (ft/tr) – Tipo McPherson/Multi-link

Direcção – Tipo Pinhão e cremalheira. Assistida eletricamente

Raio de viragem mínimo (m) – 5.3

Travões Tipo Duplo circuito servo assistido com ABS, EBD e BAS

Travões (ft/tr) – Discos ventilados / Discos sólidos

Tipo de travão em parque ou de estacionamento Manual

Pneus – 205/55 R16

Versão ensaiada – 1.4 TGDi 140cv Comfort + Navi Pack 7DCT