Smart Forfour Electric Prime – Ensaio

By on 12 Março, 2018

Smart Forfour Electric Prime

Texto: Francisco Cruz

No caminho certo

Anunciada a intenção de tornar-se uma marca 100% eléctrica, a Smart passou das palavras aos actos e estendeu esta tecnologia ao mais familiar Forfour. Embora e apesar dos 155 km de autonomia que anuncia, fique a sensação de que há ainda algum caminho para andar…

Conheça todas as versões e motorizações AQUI.

 


Mais:

Funcionamento do motor e baterias / Comportamento / Brecagem

 

 

Menos:

Autonomia / Revestimentos / Falta de espaços de arrumação

Exterior

/10

Marca suíça que é também uma das referências na mobilidade em cidade, a Smart anunciou, já este ano, a decisão de abandonar os motores de combustão e tornar-se, até 2020, uma marca 100% eléctrica. Caminho que, aliás, começou a trilhar ainda na anterior geração de modelos, com o lançamento do Fortwo Electric Drive (ED). Cuja tecnologia acabou estendendo, na presente quarta geração, ao mais familiar Forfour.

Variante bem conhecida e do agrado dos condutores portugueses, a verdade é que esta “conversão” fez-se com pouco “alarido”, com o Forfour Electric Drive a exibir uma estética exterior e pormenores estilísticos em tudo idênticos aos das versões com motor de combustão, à excepção da decoração – específica, com combinações de cores pré-definidas (painéis em branco ou em preto, com célula Tridion em Verde “Electric” ou Laranja “Lava”), a inscrição “electric drive” na frente e traseira, além do desenho da tomada no pilar B.

Interior

/10

Mas se, no exterior, é a decoração que, basicamente, garante diferenciação ao Forfour ED face às restantes versões, no interior do habitáculo, as diferenças fazem-se notar, basicamente, através das informações fornecidas pelo ecrã TFT a cores, que surge no centro do painel de instrumentos, e onde é possível observar, desde o nível de carga da bateria até ao tipo de condução realizada a cada momento (mais ou menos poupada). Além de no pequeno mostrador independente colocado na parte superior do tablier, à esquerda do volante, e cuja principal finalidade é indicar não somente a percentagem de potência utilizada a cada momento, mas também o estado da carga da bateria. Sendo que, em ambos os casos, a leitura é de fácil compreensão.

Assimiladas estas diferenças, é um interior igual aos demais aquele que a versão eléctrica do Forfour oferece, com um acesso mais fácil através das portas dianteiras, já que, através das traseiras, o posicionamento mais alto dos assentos, fruto da colocação por baixo dos módulos de baterias, obrigam a baixar um pouco a cabeça ao entrar.

Sendo que, uma vez instalados num habitáculo concebido para quatro ocupantes, com os passageiros dos lugares de trás a não beneficiarem, mais uma vez, de muita altura, mantêm-se os muitos plásticos de fraca qualidade, os escassos espaços de arrumação (para colocar uma carteira ou um telemóvel, então…) ou até mesmo o posicionamento pouco funcional de alguns comandos – é o caso, por exemplo, dos botões de comando dos vidros, na porta do condutor, demasiado recuados para um acesso fácil. Sendo que, no caso dos vidros das portas traseiras, nem mesmo um sistema eléctrico de abertura existe; tendo, antes, sido substituído por uma já ultrapassada abertura lateral tipo asas de borboletas, solução inesperada numa proposta que se pretende moderna e citadina!

Finalmente e quanto à bagageira, o mesmo condicionalismo, em termos de funcionalidade, embora, aqui, devido à colocação do motor eléctrico debaixo do piso. Facto que, ainda assim, não chega para prejudicar a capacidade inicial da bagageira, que se mantém nos 185 litros, além da possibilidade de rebatimento das costas dos bancos traseiros, que permite fazer disparar a capacidade para os 975 litros. Argumento a que se junta ainda um bom plano de carga, graças também ao facto da chapeleira subir com o portão, facilitando assim o acesso a um espaço que é, basicamente, o que está à vista…

Equipamento

/10

Concebido com base na linha de equipamento Passion, ou seja, já com a garantia de alguns extras, tanto no visual exterior, como no interior, o Smart Forfour conta assim, já de série e além dos motivos decorativos específicos, com elementos extra como as jantes de liga leve de 16″ em branco ou em preto, acesso Smart Control, computador de bordo, relógio, ar condicionado, bancos em tecido e com aplicações na cor exterior da carroçaria, além dos packs Arrumação e Cool & Audio. Este último, sinónimo de Smart audio system com interface AUX/USB, interface Bluetooth com sistema mãos-livres, audio streaming para transferência de música e smart cross connect para iOS e Android. Sem esquecer e porque se trata de um eléctrico, cabo de carregamento trifásico com 5m para wallbox ou estações públicas de carregamento, além de um cabo monofásico com 4m para uso doméstico.

Finalmente e já no domínio da segurança, Controlo Electrónico de Estabilidade (ESP), sistema de monitorização dos pneus, luzes diurnas em LED, Brake Assist activo, Cruise Control, alarme e airbags frontais, laterais e de tórax, estão igualmente garantidos. Já o resto, só mesmo pagando à parte…

Consumos

/10

Proposta exclusivamente eléctrica, a verdade é que o actual Smart Forfour ED tem neste domínio um forte argumento face aos “irmãos”, desde logo, em virtude daqueles que são os custos actuais da electricidade. E que fazem com que um carregamento em tomada doméstica implique um acréscimo quase residual na conta da luz. Já para não falar na benesse dada pelos postos públicos, onde o carregamento de veículos eléctricos continua a ser gratuito… isto, desde que encontremos um disponível e a funcionar!

Equipado com o mesmo conjunto de três módulos de baterias com 32 células de iões de lítio da anterior geração, a garantir uma capacidade de 17,6 kWh, ainda que com a potência do motor aumentada em 5 kw, para os 60 kW (o equiparado a uma potência máxima de 82 cv), o Forfour ED anuncia ainda não só uma autonomia de 155 quilómetros (mais 14 km que na geração anterior), como também tempos de carregamento para 80% da capacidade das baterias que variam entre as seis horas, numa tomada doméstica, e as três horas e meia, no caso de utilização de uma Wallbox. Isto porque, por enquanto, o modelo ainda não dispõe da possibilidade de carregamento em postos rápidos, de até 22 kW, e que deverão garantir a reposição da mesma quantidade de energia, mas em apenas 45 minutos … sendo este o primeiro dos dois aspectos mais limitativos que o modelo encerra!

Aliás, quanto ao segundo, tem a ver, precisamente, com a autonomia. Que, apesar dos anunciados 155 quilómetros, dificilmente ultrapassa, numa utilização real, os 100 km. E, isto, já com alguns cuidados na abordagem à condução, a utilização frequente do modo ECO também disponível e vocacionado para uma utilização mais parcimoniosa da energia (reduz velocidade da climatização, activa o nível máximo de recuperação de energia e diminui a sensibilidade da pressão no acelerador), e uma utilização maioritariamente em cidade. O ambiente por excelência deste Forfour ED, também por ser onde, supostamente, o sistema de regeneração de energia mais facilmente contribui para maiores autonomias.

Felizmente e a atenuar, pelo menos, um destes aspectos mais negativos, a questão do tempo de carregamento, o anúncio já feito de que a marca tem a caminho uma evolução do actual sistema de carregamento, e que já permite as tais cargas rápidas. Algo pelo qual vale, sem dúvida, esperar…

Ao Volante

/10

Aqui, pouco ou nada a apontar. Com o Smart Forfour, proposta já conhecida pela sua agradável agilidade no meio citadino (não tanto quanto um Fortwo, é certo, mas ainda assim…), a revelar, mesmo com os 140 kg de peso extra que sistema eléctrico coloca sobre o conjunto, desenvoltura e resposta pronta ao acelerador. Ainda que com os números resultantes da tradicional aceleração dos 0 aos 100 km/h a não serem particularmente impressionantes – 12,7s é o tempo avançado pela marca, valor que dificilmente poderá ser considerado uma referência, mesmo com a suavidade no funcionamento que revela.

Anunciando como velocidade máxima os 130 km/h, igualmente merecedor de elogios é o comportamento dinâmico, com a colocação das baterias sob o piso a contribuir para um baixo centro de gravidade e, consequentemente, uma condução mais estável, eficaz e agradável. Fruto também de uma direcção que, embora não escondendo alguma falta feedback, revela boa dose de precisão e, principalmente, uma brecagem sempre impressionante. Bem expressa, aliás, nos 9,05 m que o modelo exige para poder fazer uma qualquer inversão de marcha sem o mínimo de problemas!

Ostentando uma suspensão eficaz e firme, embora também com não muita apetência para maus pisos, é, no entanto, quando saímos da cidade, que a questão da autonomia se volta a colocar de forma mais premente. Com a energia a descer, a partir daí, de forma mais rápida, especialmente quando por auto-estrada, trajecto onde a direcção também acaba por transparecer uma certa falta de peso. Mas que, ainda assim, não consegue ser tão incomodativo quanto, por exemplo, o barulho do vento, que se faz sentir, de forma bem presente, quando a velocidades mais elevadas.

Balanço Final

/10

Beneficiando de uma imagem que, claramente, caiu no goto dos portugueses (mais o Fortwo, é certo, ainda que com o Forfour a contribuir igualmente para que Portugal tenha sido o melhor mercado estrangeiro da marca, em 2017), o Smart Forfour Electric Drive junta a este argumento a mais-valia da mobilidade eléctrica e zero emissões. Construindo assim uma proposta que, apesar das limitações resultantes da fraca autonomia, mas também de um preço excessivo, não deixa de mostrar que está no bom caminho. E que a aposta na electrificação é, sem dúvida, certa!

Concorrentes

Renault ZOE – bateria 22 kWh, 68 cv, 135 km/h velocidade máxima, 240 km autonomia NEDC, preço a partir de 30.410€

(Veja o ensaio AQUI e conheça todas as versões e motorizações AQUI)

 

Volkswagen e-up! – bateria 18,7 kWh, 82 cv, 130 km/h velocidade máxima (limitada), 160 Km autonomia NEDC, preço a partir de 27.769€

(Conheça todas as versões e motorizações AQUI)

 

 

Ficha Técnica

Motor

Tipo: eléctrico, corrente alternada

Bateria: de iões de lítio, com uma capacidade de 17,6 kWh

Potência máxima (cv/rpm): 82 cv/60 kW

Binário máximo (Nm/rpm): 160 Nm

Transmissão e direcção: Traseira, com transmissão automática; direção de pinhão e cremalheira, com assistência eléctrica

Suspensão (fr/tr): Tipo McPherson, com barra estabilizadora; Eixo rígido de Dion

Travões (fr/tr): Discos ventilados/Tambores

Prestações 

Aceleração: 0-100 km/h (s): 12,7

Velocidade máxima (km/h): 130

Consumos: 13,1 kWh/100 km

Autonomia (km): 155

Tempo de carga (horas): 6

Dimensões e pesos

Comprimento/Largura/Altura (mm): 3,495/1,665/1,554

Distância entre eixos (mm): 2,494

Largura das vias (fr/tr) (mm): 1,467/1.429

Peso máximo (kg): 1.200

Capacidade da bagageira (l): 185/975

Pneus (fr/tr): 165/65 R15/185/60 R15

Mais/Menos


Mais

Funcionamento do motor e baterias / Comportamento / Brecagem

 

 

Menos

Autonomia / Revestimentos / Falta de espaços de arrumação

Preços


Preço da versão ensaiada (Euros): 23400€

Preço da versão base (Euros): €

Exterior
Interior
Equipamento
Consumos
Ao volante
Concorrentes
Balanço final
Ficha técnica

Exterior

Marca suíça que é também uma das referências na mobilidade em cidade, a Smart anunciou, já este ano, a decisão de abandonar os motores de combustão e tornar-se, até 2020, uma marca 100% eléctrica. Caminho que, aliás, começou a trilhar ainda na anterior geração de modelos, com o lançamento do Fortwo Electric Drive (ED). Cuja tecnologia acabou estendendo, na presente quarta geração, ao mais familiar Forfour.

Variante bem conhecida e do agrado dos condutores portugueses, a verdade é que esta “conversão” fez-se com pouco “alarido”, com o Forfour Electric Drive a exibir uma estética exterior e pormenores estilísticos em tudo idênticos aos das versões com motor de combustão, à excepção da decoração – específica, com combinações de cores pré-definidas (painéis em branco ou em preto, com célula Tridion em Verde “Electric” ou Laranja “Lava”), a inscrição “electric drive” na frente e traseira, além do desenho da tomada no pilar B.

Interior

Mas se, no exterior, é a decoração que, basicamente, garante diferenciação ao Forfour ED face às restantes versões, no interior do habitáculo, as diferenças fazem-se notar, basicamente, através das informações fornecidas pelo ecrã TFT a cores, que surge no centro do painel de instrumentos, e onde é possível observar, desde o nível de carga da bateria até ao tipo de condução realizada a cada momento (mais ou menos poupada). Além de no pequeno mostrador independente colocado na parte superior do tablier, à esquerda do volante, e cuja principal finalidade é indicar não somente a percentagem de potência utilizada a cada momento, mas também o estado da carga da bateria. Sendo que, em ambos os casos, a leitura é de fácil compreensão.

Assimiladas estas diferenças, é um interior igual aos demais aquele que a versão eléctrica do Forfour oferece, com um acesso mais fácil através das portas dianteiras, já que, através das traseiras, o posicionamento mais alto dos assentos, fruto da colocação por baixo dos módulos de baterias, obrigam a baixar um pouco a cabeça ao entrar.

Sendo que, uma vez instalados num habitáculo concebido para quatro ocupantes, com os passageiros dos lugares de trás a não beneficiarem, mais uma vez, de muita altura, mantêm-se os muitos plásticos de fraca qualidade, os escassos espaços de arrumação (para colocar uma carteira ou um telemóvel, então…) ou até mesmo o posicionamento pouco funcional de alguns comandos – é o caso, por exemplo, dos botões de comando dos vidros, na porta do condutor, demasiado recuados para um acesso fácil. Sendo que, no caso dos vidros das portas traseiras, nem mesmo um sistema eléctrico de abertura existe; tendo, antes, sido substituído por uma já ultrapassada abertura lateral tipo asas de borboletas, solução inesperada numa proposta que se pretende moderna e citadina!

Finalmente e quanto à bagageira, o mesmo condicionalismo, em termos de funcionalidade, embora, aqui, devido à colocação do motor eléctrico debaixo do piso. Facto que, ainda assim, não chega para prejudicar a capacidade inicial da bagageira, que se mantém nos 185 litros, além da possibilidade de rebatimento das costas dos bancos traseiros, que permite fazer disparar a capacidade para os 975 litros. Argumento a que se junta ainda um bom plano de carga, graças também ao facto da chapeleira subir com o portão, facilitando assim o acesso a um espaço que é, basicamente, o que está à vista…

Equipamento

Concebido com base na linha de equipamento Passion, ou seja, já com a garantia de alguns extras, tanto no visual exterior, como no interior, o Smart Forfour conta assim, já de série e além dos motivos decorativos específicos, com elementos extra como as jantes de liga leve de 16″ em branco ou em preto, acesso Smart Control, computador de bordo, relógio, ar condicionado, bancos em tecido e com aplicações na cor exterior da carroçaria, além dos packs Arrumação e Cool & Audio. Este último, sinónimo de Smart audio system com interface AUX/USB, interface Bluetooth com sistema mãos-livres, audio streaming para transferência de música e smart cross connect para iOS e Android. Sem esquecer e porque se trata de um eléctrico, cabo de carregamento trifásico com 5m para wallbox ou estações públicas de carregamento, além de um cabo monofásico com 4m para uso doméstico.

Finalmente e já no domínio da segurança, Controlo Electrónico de Estabilidade (ESP), sistema de monitorização dos pneus, luzes diurnas em LED, Brake Assist activo, Cruise Control, alarme e airbags frontais, laterais e de tórax, estão igualmente garantidos. Já o resto, só mesmo pagando à parte…

Consumos

Proposta exclusivamente eléctrica, a verdade é que o actual Smart Forfour ED tem neste domínio um forte argumento face aos “irmãos”, desde logo, em virtude daqueles que são os custos actuais da electricidade. E que fazem com que um carregamento em tomada doméstica implique um acréscimo quase residual na conta da luz. Já para não falar na benesse dada pelos postos públicos, onde o carregamento de veículos eléctricos continua a ser gratuito… isto, desde que encontremos um disponível e a funcionar!

Equipado com o mesmo conjunto de três módulos de baterias com 32 células de iões de lítio da anterior geração, a garantir uma capacidade de 17,6 kWh, ainda que com a potência do motor aumentada em 5 kw, para os 60 kW (o equiparado a uma potência máxima de 82 cv), o Forfour ED anuncia ainda não só uma autonomia de 155 quilómetros (mais 14 km que na geração anterior), como também tempos de carregamento para 80% da capacidade das baterias que variam entre as seis horas, numa tomada doméstica, e as três horas e meia, no caso de utilização de uma Wallbox. Isto porque, por enquanto, o modelo ainda não dispõe da possibilidade de carregamento em postos rápidos, de até 22 kW, e que deverão garantir a reposição da mesma quantidade de energia, mas em apenas 45 minutos … sendo este o primeiro dos dois aspectos mais limitativos que o modelo encerra!

Aliás, quanto ao segundo, tem a ver, precisamente, com a autonomia. Que, apesar dos anunciados 155 quilómetros, dificilmente ultrapassa, numa utilização real, os 100 km. E, isto, já com alguns cuidados na abordagem à condução, a utilização frequente do modo ECO também disponível e vocacionado para uma utilização mais parcimoniosa da energia (reduz velocidade da climatização, activa o nível máximo de recuperação de energia e diminui a sensibilidade da pressão no acelerador), e uma utilização maioritariamente em cidade. O ambiente por excelência deste Forfour ED, também por ser onde, supostamente, o sistema de regeneração de energia mais facilmente contribui para maiores autonomias.

Felizmente e a atenuar, pelo menos, um destes aspectos mais negativos, a questão do tempo de carregamento, o anúncio já feito de que a marca tem a caminho uma evolução do actual sistema de carregamento, e que já permite as tais cargas rápidas. Algo pelo qual vale, sem dúvida, esperar…

Ao volante

Aqui, pouco ou nada a apontar. Com o Smart Forfour, proposta já conhecida pela sua agradável agilidade no meio citadino (não tanto quanto um Fortwo, é certo, mas ainda assim…), a revelar, mesmo com os 140 kg de peso extra que sistema eléctrico coloca sobre o conjunto, desenvoltura e resposta pronta ao acelerador. Ainda que com os números resultantes da tradicional aceleração dos 0 aos 100 km/h a não serem particularmente impressionantes – 12,7s é o tempo avançado pela marca, valor que dificilmente poderá ser considerado uma referência, mesmo com a suavidade no funcionamento que revela.

Anunciando como velocidade máxima os 130 km/h, igualmente merecedor de elogios é o comportamento dinâmico, com a colocação das baterias sob o piso a contribuir para um baixo centro de gravidade e, consequentemente, uma condução mais estável, eficaz e agradável. Fruto também de uma direcção que, embora não escondendo alguma falta feedback, revela boa dose de precisão e, principalmente, uma brecagem sempre impressionante. Bem expressa, aliás, nos 9,05 m que o modelo exige para poder fazer uma qualquer inversão de marcha sem o mínimo de problemas!

Ostentando uma suspensão eficaz e firme, embora também com não muita apetência para maus pisos, é, no entanto, quando saímos da cidade, que a questão da autonomia se volta a colocar de forma mais premente. Com a energia a descer, a partir daí, de forma mais rápida, especialmente quando por auto-estrada, trajecto onde a direcção também acaba por transparecer uma certa falta de peso. Mas que, ainda assim, não consegue ser tão incomodativo quanto, por exemplo, o barulho do vento, que se faz sentir, de forma bem presente, quando a velocidades mais elevadas.

Concorrentes

Renault ZOE – bateria 22 kWh, 68 cv, 135 km/h velocidade máxima, 240 km autonomia NEDC, preço a partir de 30.410€

(Veja o ensaio AQUI e conheça todas as versões e motorizações AQUI)

 

Volkswagen e-up! – bateria 18,7 kWh, 82 cv, 130 km/h velocidade máxima (limitada), 160 Km autonomia NEDC, preço a partir de 27.769€

(Conheça todas as versões e motorizações AQUI)

 

 

Balanço final

Beneficiando de uma imagem que, claramente, caiu no goto dos portugueses (mais o Fortwo, é certo, ainda que com o Forfour a contribuir igualmente para que Portugal tenha sido o melhor mercado estrangeiro da marca, em 2017), o Smart Forfour Electric Drive junta a este argumento a mais-valia da mobilidade eléctrica e zero emissões. Construindo assim uma proposta que, apesar das limitações resultantes da fraca autonomia, mas também de um preço excessivo, não deixa de mostrar que está no bom caminho. E que a aposta na electrificação é, sem dúvida, certa!

Mais

Funcionamento do motor e baterias / Comportamento / Brecagem

 

 

Menos

Autonomia / Revestimentos / Falta de espaços de arrumação

Ficha técnica

Motor

Tipo: eléctrico, corrente alternada

Bateria: de iões de lítio, com uma capacidade de 17,6 kWh

Potência máxima (cv/rpm): 82 cv/60 kW

Binário máximo (Nm/rpm): 160 Nm

Transmissão e direcção: Traseira, com transmissão automática; direção de pinhão e cremalheira, com assistência eléctrica

Suspensão (fr/tr): Tipo McPherson, com barra estabilizadora; Eixo rígido de Dion

Travões (fr/tr): Discos ventilados/Tambores

Prestações 

Aceleração: 0-100 km/h (s): 12,7

Velocidade máxima (km/h): 130

Consumos: 13,1 kWh/100 km

Autonomia (km): 155

Tempo de carga (horas): 6

Dimensões e pesos

Comprimento/Largura/Altura (mm): 3,495/1,665/1,554

Distância entre eixos (mm): 2,494

Largura das vias (fr/tr) (mm): 1,467/1.429

Peso máximo (kg): 1.200

Capacidade da bagageira (l): 185/975

Pneus (fr/tr): 165/65 R15/185/60 R15

Preço da versão ensaiada (Euros): 23400€