Suzuki Ignis 1.2 SHVS GLX – Ensaio Teste

By on 15 Janeiro, 2019

Suzuki Ignis 1.2L SHVS GLX

Texto: Francisco Cruz

O desalinhado

Surgido no início do século, o nome Ignis tem sido, desde 2000, algo difícil de catalogar: citadino, minimonovolume, e, agora, também crossover. Vestido à moda e com um pequeno motor híbrido, este é um desalinhado do qual é fácil gostar!…

Conheça todas as versões e motorizações AQUI.

 

 


Mais:

Habitabilidade / Equipamento / Preço / Consumos

 

 

Menos:

Prestações / Sistema elétrico demasiado básico / Plásticos

Exterior

9/10

Eis o primeiro aspecto em que o Ignis mudou… e muito! Depois de uma primeira geração nascida num período em que a Moda se chamava Monovolume, a atual segurança geração, desvendada em 2017, reinventou-se e segue agora as novas tendências do mercado, marcadas claramente pelo advento dos SUV e de tudo o que transmita a mais pequena sensação de aventura – seja ele em ponto grande, médio, ou pequeno.

No caso do Ignis, o resultado final – parece-nos a nós – acaba sendo bastante mais positivo e consensual que noutros produtos do construtor, com o pequeno citadino, agora também crossover (as barras no tejadilho, e principalmente os 18 cm de altura ao solo, contribuem para esta pretensão…), a exibir um visual irreverente e afirmativo. E que nem mesmo as dimensões compactas e as linhas retas do modelo – 3,7 m de comprimento, 1,69 m de largura e 1,6 m de altura – fazem passar despercebido.

Igualmente a contribuir para esta (boa) imagem, soluções estilísticas como a grelha frontal, a funcionar quase tipo mascarilha de umas ópticas a que não falta sequer a assinatura luminosa diurna em LED; as cavas das rodas bem marcadas e salientes a emoldurarem jantes de 16″ pintadas de negro; pilar C onde figura o desenho de umas guelras a fazer lembrar os modelos com motor tracção traseiro de outrora, que desta forma procuravam refrigerar a zona do motor; ou ainda a traseira sólida, de óculo destacado e com farolins não menos salientes. Em suma, muitos e vários pormenores, que, em conjunto, acabam resultando num conjunto atraente e personalizado!

Pontuação: 9/10

Interior

8/10

Já no interior do habitáculo, ao qual se acede de forma mais fácil pelos bancos da frente, que pelos detrás (o corte da porta, e principalmente a colocação dos bancos bem alto, causam algumas dificuldades…), um ambiente igualmente a reclamar irreverência, desde logo, através da aposta numa solução bicolor. Mas que, ainda assim, não suaviza a opção quase total por plásticos rijos, alguns deles a “prometerem” ruídos parasitas no futuro.

Num ambiente de linhas simples e funcionais, com alguns espaços de arrumação (abertos), uma posição de condução assumidamente elevada, mas confortável, garantida através de um volante com ajuste apenas em altura, assim como por um banco em tecido e com algum apoio lateral, a que não faltam sequer as regulações básicas. Razão pela qual gostámos bem menos da versatilidade e ergonomia do volante, algo grande e com um número excessivo de botões (inclusivamente, entre os braços), além de com pouco curso no ajuste em altura.

Sentados aos comandos, uma boa visibilidade, quer do painel de instrumentos a conjugar o analógico e o digital, quer do ecrã táctil do sistema de entretenimento, destacado do tablier, mas também a padecer de uma maior sensibilidade e com um layout que não é propriamente atrativo; dá para gasto! Mostrando-se, por isso, bem menos atraente que, por exemplo, o equipamento de ar condicionado, com uma configuração e comandos que mais parece anos-luz à frente dos restantes manípulos e botões…

Surpreendente é, também e por outro lado, a habitabilidade, num carro tão compacto, onde não é difícil acomodarem-se quatro adultos, com conforto e espaço suficiente, tanto em altura (apesar dos assentos dianteiros estarem bastante mais altos que os da frente), como para as pernas. Pois, até mesmo o túnel de transmissão é quase inexistente!

Graças à colocação dos bancos traseiros sobre calhas longitudinais (a inclinação das costas também pode ser ajustada…), vantagens igualmente na bagageira. A qual, embora possa parecer oferecer à partida pouca capacidade (260 litros, o que não deixa de ser um bom valor para o segmento…), pode ser ligeiramente aumentada com o avanço 60:40 dos bancos. Ou até mesmo chegar aos 1.100 litros, mediante o rebatimento, totalmente na horizontal, das costas dos bancos. Sendo, aqui, de lamentar apenas o facto de, nesta última configuração, as costas ficarem bem mais altas que o piso da mala. O qual surge fundo, mesmo face ao acesso através do amplo portão.

Pontuação: 8/10

Equipamento

9/10

Com um equipamento bastante completo na versão por nós ensaiada, GLX, o novo Suzuki Ignis contempla já várias tecnologias consideradas hoje em dia imprescindíveis e valorizadas pela grande maioria dos clientes. A começar, no domínio da Segurança, pelo Controlo Electrónico de Estabilidade (ESP), a Travagem Autónoma de Emergência (DCBS), Alerta Anti-Fadiga, Controlo de Retenção em Pendentes, Assistência na Travagem, Controle da Pressão dos Pneus (TPMS) e faróis automáticos LED com luzes diurnas integradas também em LED, entre outros.

Já no domínio do Conforto, destaque para os quatro vidros elétricos, abertura das portas com comando à distância, botão de arranque sem chave, ar condicionado automático, sistema de áudio com tweeters à frente, ecrã táctil com ligação smartphone, Bluetooth, Câmara de visão traseira, sistema de navegação e DAB, Controle/Limitador de velocidade, bancos dianteiros aquecidos e porta USB.

Em suma, muito para agradar e já com pouco para acrescentar…

Pontuação: 9/10

 

Consumos

/10

Equipado com um pequeno quatro cilindros a gasolina, apoiado por um sistema elétrico acessório, o Suzuki Ignis acaba por conseguir, no aspecto dos consumos, resultados bastante atraentes. Ainda que substancialmente acima dos pouco mais de 4,0 litros anunciados oficialmente pelo construtor.

Submetido às exigências de uma utilização maioritariamente citadina, com algumas vias rápidas pelo meio, o pequeno utilitário crossover terminou este ensaio com uma média de 5 l/100 km, ou seja, um valor excelente. Bem melhor, sem dúvida, que as prestações…

Pontuação: 9/10

Ao Volante

8/10

Marcado por uma generosa altura ao solo (18 cm), mas também por uma nova plataforma de soluções técnicas simples e fiáveis (McPherson à frente, barra de torsão atrás), o novo Suzuki Ignis assume-se como um citadino ágil e fácil de conduzir, resultado também do peso-pluma que ostenta; aliás, tivesse ele um outro motor, com maior ímpeto, e, estamos certos, bem maior seria o divertimento ao volante!

Assim e com uma direcção razoavelmente agradável  na utilização, embora também um pouco vaga nas sensações que transmite, além de um sistema de travagem eficaz, sobressaem não apenas as limitações do quatro cilindros escolhido como único motor para este citadino, como também as dificuldades de uma suspensão que, embora com um certo nível de firmeza e até feedback no pisar, não consegue anular totalmente as transferências de massas. Permitindo mesmo um certo oscilar da carroçaria, em momentos de condução mais aplicados.

Igualmente a explicar esta “permissividade”, surge a necessidade de garantir um razoável nível de conforto, em particular, no alcatrão. Pois, fora de estrada e contando apenas com tracção dianteira, é o conforto que mais se ressente, com o Ignis a fazer valer a maior distância ao solo para superar as dificuldades, embora de um modo excessivamente saltitão; em particular, na traseira.

Mantido, pelo contrário, no ambiente citadino, a certeza da manutenção de um desempenho competente e agradável, ainda que com a necessidade de alguma aplicação da parte do condutor para manter os andamentos mas vivos, pois a segurança estará, à partida, garantida – com a presença de soluções tecnológicas como, por exemplo, a travagem autónoma de emergência, é apenas uma questão de nos habituarmos à intervenção (ríspida!) destas novidades, para que disfrutemos da condução!…

Pontuação: 8/10

Motor

7/10

Impedido de contar com o já aqui elogiado tricilíndrico 1.0T Boosterjet, o novo Suzuki Ignis é proposto em Portugal com duas variantes do mesmo quatro cilindros 1,2 litros atmosférico de 90 cv. Uma delas – precisamente a que tivemos oportunidade de conduzir -, híbrida.

Na verdade, não se trata de um verdadeiro híbrido, mas sim daquilo a que vulgarmente também se chama de semi-híbrido. Basicamente, estamos a falar de um gerador elétrico, cuja principal finalidade é ajudar no arranque do motor de combustão, assim como nas acelerações, atenuando o esforço deste último.

Para levar a cabo a sua missão, este gerador elétrico conta com o apoio de pequenas baterias de iões de lítio (pesam apenas 7 kg), colocadas debaixo dos bancos traseiros, às quais vai buscar a energia. E cujo carregamento é feito, apenas e só, pelo motor de combustão, ou através da energia recuperada nas travagens e desacelerações, não podendo ser recarregadas em tomada.

Concebido com o objectivo de reduzir consumos e emissões, e não com o propósito de oferecer mobilidade 100% elétrica, o sistema semi-híbrido do Ignis garante igualmente mais 3 cv aos 90 cv anunciados pelo quatro cilindros, passando, dessa forma, a anunciar acelerações dos 0 aos 100 km/h em 11,8 segundos, a par de uma velocidade máxima de 170 km/h. Valores que, de resto, acabam tendo confirmação numa utilização diária, com este 1.2L SHVS a não conseguir oferecer a mesma vivacidade e irrequietude do 1.0T SHVS, embora convencendo na insonorização.

Apesar do bom contributo dado, à partida, por um conjunto cujo peso não vai além dos 870 kg, e cujas dimensões conseguem ser ainda mais contidas, a verdade é que, nem mesmo com o contributo de uma caixa manual de cinco velocidades, este quatro cilindros consegue satisfazer, e deslumbrar. O que torna ainda mais presente a pergunta:  Será que não se vai ainda tempo de trocar pelo 1.0T BoosterJet?…

Pontuação: 7/10

Balanço Final

8/10

Apesar de todas as novidades que ostenta, a começar na plataforma, estética exterior e equipamento, a verdade é que o novo Suzuki Ignis 1.2L SHVS é, antes de mais e acima de tudo, um herdeiro perfeito dos citadinos de condução fácil e despachada com que a Suzuki se tem vindo a destacar ao longo dos anos. Desta feita, com aliciante extra – que, aliás, parece ser o futuro – da componente elétrica e, porque não, daquelas que são, desde há muito, as principais qualidades neste tipo de propostas: o preço mais acessível, e os custos de utilização baixos.

Pontuação: 8/10

Concorrentes

Fiat Panda City Cross 1.2, 51 cv, 14,8s 0-100 km/h, 155 km/h, 5,5 l/100 km/h, 131 g/km, 14.825€

(Conheça todas as versões e motorizações AQUI)

 

Opel Adam Rocks 1.0T, 115 cv, 9,9s 0-100 km/h, 196 km/h, 5,9 l/100 km, 133 g/km, 20.135€

(Conheça todas as versões e motorizações AQUI)

 

Renault Twingo 1.0 TCe Exclusive, 90 cv, 10,8s 0-100 km/h, 165 km/h, 4,3 l/100 km, 99 g/km, 14.130€

(Veja o ensaio AQUI e Conheça todas as versões e motorizações AQUI)

Ficha Técnica

Motor de combustão

Tipo: quatro cilindros em linha, com injecção indireta

Cilindrada (cm3): 1.242

Diâmetro x curso (mm): 73×74.2

Taxa compressão: 12.5:1

Potência máxima (cv/rpm): 90/6.000

Binário máximo (Nm/rpm): 120/4.400

Motor Elétrico

Potência (cv/kW): 3 cv / 2 kW

Capacidade da bateria: 0,38 kWh

Transmissão e direcção: Dianteira, com caixa manual de cinco velocidades; direção de pinhão e cremalheira

Suspensão (fr/tr): Independente do tipo McPherson; Barra de torsão

Travões (fr/tr): Discos ventilados/Tambores

Prestações e consumos 

Aceleração: 0-100 km/h (s): 11,8

Velocidade máxima (km/h): 170

Consumos Extra-urb./urbano/misto (l/100 km): 4,1/4,7/4,3

Emissões de CO2 (g/km): 98

Dimensões e pesos

Comprimento/Largura/Altura (mm): 3,700/1,690/1,595

Distância entre eixos (mm): 2,435

Largura das vias (fr/tr) (mm): 1,460/1,470

Peso máximo (kg): 910

Capacidade da bagageira (l): 260/1.100

Depósito de combustível (l): 32

Pneus (fr/tr): 175/60 R16/175/60 R16

Preço da versão ensaiada com campanha de desconto (Euros): 16.403,00€ 

Mais/Menos


Mais

Habitabilidade / Equipamento / Preço / Consumos

 

 

Menos

Prestações / Sistema elétrico demasiado básico / Plásticos

Preços


Preço da versão ensaiada (Euros): 17978€

Preço da versão base (Euros): €

Exterior
Interior
Equipamento
Consumos
Ao volante
Concorrentes
Motor
Balanço final
Ficha técnica

Exterior

Eis o primeiro aspecto em que o Ignis mudou… e muito! Depois de uma primeira geração nascida num período em que a Moda se chamava Monovolume, a atual segurança geração, desvendada em 2017, reinventou-se e segue agora as novas tendências do mercado, marcadas claramente pelo advento dos SUV e de tudo o que transmita a mais pequena sensação de aventura – seja ele em ponto grande, médio, ou pequeno.

No caso do Ignis, o resultado final – parece-nos a nós – acaba sendo bastante mais positivo e consensual que noutros produtos do construtor, com o pequeno citadino, agora também crossover (as barras no tejadilho, e principalmente os 18 cm de altura ao solo, contribuem para esta pretensão…), a exibir um visual irreverente e afirmativo. E que nem mesmo as dimensões compactas e as linhas retas do modelo – 3,7 m de comprimento, 1,69 m de largura e 1,6 m de altura – fazem passar despercebido.

Igualmente a contribuir para esta (boa) imagem, soluções estilísticas como a grelha frontal, a funcionar quase tipo mascarilha de umas ópticas a que não falta sequer a assinatura luminosa diurna em LED; as cavas das rodas bem marcadas e salientes a emoldurarem jantes de 16″ pintadas de negro; pilar C onde figura o desenho de umas guelras a fazer lembrar os modelos com motor tracção traseiro de outrora, que desta forma procuravam refrigerar a zona do motor; ou ainda a traseira sólida, de óculo destacado e com farolins não menos salientes. Em suma, muitos e vários pormenores, que, em conjunto, acabam resultando num conjunto atraente e personalizado!

Pontuação: 9/10

Interior

Já no interior do habitáculo, ao qual se acede de forma mais fácil pelos bancos da frente, que pelos detrás (o corte da porta, e principalmente a colocação dos bancos bem alto, causam algumas dificuldades…), um ambiente igualmente a reclamar irreverência, desde logo, através da aposta numa solução bicolor. Mas que, ainda assim, não suaviza a opção quase total por plásticos rijos, alguns deles a “prometerem” ruídos parasitas no futuro.

Num ambiente de linhas simples e funcionais, com alguns espaços de arrumação (abertos), uma posição de condução assumidamente elevada, mas confortável, garantida através de um volante com ajuste apenas em altura, assim como por um banco em tecido e com algum apoio lateral, a que não faltam sequer as regulações básicas. Razão pela qual gostámos bem menos da versatilidade e ergonomia do volante, algo grande e com um número excessivo de botões (inclusivamente, entre os braços), além de com pouco curso no ajuste em altura.

Sentados aos comandos, uma boa visibilidade, quer do painel de instrumentos a conjugar o analógico e o digital, quer do ecrã táctil do sistema de entretenimento, destacado do tablier, mas também a padecer de uma maior sensibilidade e com um layout que não é propriamente atrativo; dá para gasto! Mostrando-se, por isso, bem menos atraente que, por exemplo, o equipamento de ar condicionado, com uma configuração e comandos que mais parece anos-luz à frente dos restantes manípulos e botões…

Surpreendente é, também e por outro lado, a habitabilidade, num carro tão compacto, onde não é difícil acomodarem-se quatro adultos, com conforto e espaço suficiente, tanto em altura (apesar dos assentos dianteiros estarem bastante mais altos que os da frente), como para as pernas. Pois, até mesmo o túnel de transmissão é quase inexistente!

Graças à colocação dos bancos traseiros sobre calhas longitudinais (a inclinação das costas também pode ser ajustada…), vantagens igualmente na bagageira. A qual, embora possa parecer oferecer à partida pouca capacidade (260 litros, o que não deixa de ser um bom valor para o segmento…), pode ser ligeiramente aumentada com o avanço 60:40 dos bancos. Ou até mesmo chegar aos 1.100 litros, mediante o rebatimento, totalmente na horizontal, das costas dos bancos. Sendo, aqui, de lamentar apenas o facto de, nesta última configuração, as costas ficarem bem mais altas que o piso da mala. O qual surge fundo, mesmo face ao acesso através do amplo portão.

Pontuação: 8/10

Equipamento

Com um equipamento bastante completo na versão por nós ensaiada, GLX, o novo Suzuki Ignis contempla já várias tecnologias consideradas hoje em dia imprescindíveis e valorizadas pela grande maioria dos clientes. A começar, no domínio da Segurança, pelo Controlo Electrónico de Estabilidade (ESP), a Travagem Autónoma de Emergência (DCBS), Alerta Anti-Fadiga, Controlo de Retenção em Pendentes, Assistência na Travagem, Controle da Pressão dos Pneus (TPMS) e faróis automáticos LED com luzes diurnas integradas também em LED, entre outros.

Já no domínio do Conforto, destaque para os quatro vidros elétricos, abertura das portas com comando à distância, botão de arranque sem chave, ar condicionado automático, sistema de áudio com tweeters à frente, ecrã táctil com ligação smartphone, Bluetooth, Câmara de visão traseira, sistema de navegação e DAB, Controle/Limitador de velocidade, bancos dianteiros aquecidos e porta USB.

Em suma, muito para agradar e já com pouco para acrescentar…

Pontuação: 9/10

 

Consumos

Equipado com um pequeno quatro cilindros a gasolina, apoiado por um sistema elétrico acessório, o Suzuki Ignis acaba por conseguir, no aspecto dos consumos, resultados bastante atraentes. Ainda que substancialmente acima dos pouco mais de 4,0 litros anunciados oficialmente pelo construtor.

Submetido às exigências de uma utilização maioritariamente citadina, com algumas vias rápidas pelo meio, o pequeno utilitário crossover terminou este ensaio com uma média de 5 l/100 km, ou seja, um valor excelente. Bem melhor, sem dúvida, que as prestações…

Pontuação: 9/10

Ao volante

Marcado por uma generosa altura ao solo (18 cm), mas também por uma nova plataforma de soluções técnicas simples e fiáveis (McPherson à frente, barra de torsão atrás), o novo Suzuki Ignis assume-se como um citadino ágil e fácil de conduzir, resultado também do peso-pluma que ostenta; aliás, tivesse ele um outro motor, com maior ímpeto, e, estamos certos, bem maior seria o divertimento ao volante!

Assim e com uma direcção razoavelmente agradável  na utilização, embora também um pouco vaga nas sensações que transmite, além de um sistema de travagem eficaz, sobressaem não apenas as limitações do quatro cilindros escolhido como único motor para este citadino, como também as dificuldades de uma suspensão que, embora com um certo nível de firmeza e até feedback no pisar, não consegue anular totalmente as transferências de massas. Permitindo mesmo um certo oscilar da carroçaria, em momentos de condução mais aplicados.

Igualmente a explicar esta “permissividade”, surge a necessidade de garantir um razoável nível de conforto, em particular, no alcatrão. Pois, fora de estrada e contando apenas com tracção dianteira, é o conforto que mais se ressente, com o Ignis a fazer valer a maior distância ao solo para superar as dificuldades, embora de um modo excessivamente saltitão; em particular, na traseira.

Mantido, pelo contrário, no ambiente citadino, a certeza da manutenção de um desempenho competente e agradável, ainda que com a necessidade de alguma aplicação da parte do condutor para manter os andamentos mas vivos, pois a segurança estará, à partida, garantida – com a presença de soluções tecnológicas como, por exemplo, a travagem autónoma de emergência, é apenas uma questão de nos habituarmos à intervenção (ríspida!) destas novidades, para que disfrutemos da condução!…

Pontuação: 8/10

Concorrentes

Fiat Panda City Cross 1.2, 51 cv, 14,8s 0-100 km/h, 155 km/h, 5,5 l/100 km/h, 131 g/km, 14.825€

(Conheça todas as versões e motorizações AQUI)

 

Opel Adam Rocks 1.0T, 115 cv, 9,9s 0-100 km/h, 196 km/h, 5,9 l/100 km, 133 g/km, 20.135€

(Conheça todas as versões e motorizações AQUI)

 

Renault Twingo 1.0 TCe Exclusive, 90 cv, 10,8s 0-100 km/h, 165 km/h, 4,3 l/100 km, 99 g/km, 14.130€

(Veja o ensaio AQUI e Conheça todas as versões e motorizações AQUI)

Motor

Impedido de contar com o já aqui elogiado tricilíndrico 1.0T Boosterjet, o novo Suzuki Ignis é proposto em Portugal com duas variantes do mesmo quatro cilindros 1,2 litros atmosférico de 90 cv. Uma delas – precisamente a que tivemos oportunidade de conduzir -, híbrida.

Na verdade, não se trata de um verdadeiro híbrido, mas sim daquilo a que vulgarmente também se chama de semi-híbrido. Basicamente, estamos a falar de um gerador elétrico, cuja principal finalidade é ajudar no arranque do motor de combustão, assim como nas acelerações, atenuando o esforço deste último.

Para levar a cabo a sua missão, este gerador elétrico conta com o apoio de pequenas baterias de iões de lítio (pesam apenas 7 kg), colocadas debaixo dos bancos traseiros, às quais vai buscar a energia. E cujo carregamento é feito, apenas e só, pelo motor de combustão, ou através da energia recuperada nas travagens e desacelerações, não podendo ser recarregadas em tomada.

Concebido com o objectivo de reduzir consumos e emissões, e não com o propósito de oferecer mobilidade 100% elétrica, o sistema semi-híbrido do Ignis garante igualmente mais 3 cv aos 90 cv anunciados pelo quatro cilindros, passando, dessa forma, a anunciar acelerações dos 0 aos 100 km/h em 11,8 segundos, a par de uma velocidade máxima de 170 km/h. Valores que, de resto, acabam tendo confirmação numa utilização diária, com este 1.2L SHVS a não conseguir oferecer a mesma vivacidade e irrequietude do 1.0T SHVS, embora convencendo na insonorização.

Apesar do bom contributo dado, à partida, por um conjunto cujo peso não vai além dos 870 kg, e cujas dimensões conseguem ser ainda mais contidas, a verdade é que, nem mesmo com o contributo de uma caixa manual de cinco velocidades, este quatro cilindros consegue satisfazer, e deslumbrar. O que torna ainda mais presente a pergunta:  Será que não se vai ainda tempo de trocar pelo 1.0T BoosterJet?…

Pontuação: 7/10

Balanço final

Apesar de todas as novidades que ostenta, a começar na plataforma, estética exterior e equipamento, a verdade é que o novo Suzuki Ignis 1.2L SHVS é, antes de mais e acima de tudo, um herdeiro perfeito dos citadinos de condução fácil e despachada com que a Suzuki se tem vindo a destacar ao longo dos anos. Desta feita, com aliciante extra – que, aliás, parece ser o futuro – da componente elétrica e, porque não, daquelas que são, desde há muito, as principais qualidades neste tipo de propostas: o preço mais acessível, e os custos de utilização baixos.

Pontuação: 8/10

Mais

Habitabilidade / Equipamento / Preço / Consumos

 

 

Menos

Prestações / Sistema elétrico demasiado básico / Plásticos

Ficha técnica

Motor de combustão

Tipo: quatro cilindros em linha, com injecção indireta

Cilindrada (cm3): 1.242

Diâmetro x curso (mm): 73×74.2

Taxa compressão: 12.5:1

Potência máxima (cv/rpm): 90/6.000

Binário máximo (Nm/rpm): 120/4.400

Motor Elétrico

Potência (cv/kW): 3 cv / 2 kW

Capacidade da bateria: 0,38 kWh

Transmissão e direcção: Dianteira, com caixa manual de cinco velocidades; direção de pinhão e cremalheira

Suspensão (fr/tr): Independente do tipo McPherson; Barra de torsão

Travões (fr/tr): Discos ventilados/Tambores

Prestações e consumos 

Aceleração: 0-100 km/h (s): 11,8

Velocidade máxima (km/h): 170

Consumos Extra-urb./urbano/misto (l/100 km): 4,1/4,7/4,3

Emissões de CO2 (g/km): 98

Dimensões e pesos

Comprimento/Largura/Altura (mm): 3,700/1,690/1,595

Distância entre eixos (mm): 2,435

Largura das vias (fr/tr) (mm): 1,460/1,470

Peso máximo (kg): 910

Capacidade da bagageira (l): 260/1.100

Depósito de combustível (l): 32

Pneus (fr/tr): 175/60 R16/175/60 R16

Preço da versão ensaiada com campanha de desconto (Euros): 16.403,00€ 

Preço da versão ensaiada (Euros): 17978€