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AMG Driving Experience – Um dia em corridas…

By on 30 Outubro, 2019

Numa altura em que o Autódromo Internacional do Algarve (AIA) celebra um ano sobre o arranque da parceria celebrada entre o AIA Racing School, a Mercedes-Benz e a divisão mais desportiva do construtor alemão, a AMG, fomos convidados a ir até ao circuito algarvio, para conhecer, in loco, as razões do sucesso desta iniciativa. Sendo que, nós não só fomos, como até andámos nas, e em corridas!…

Texto: Francisco Cruz

O desafio, diga-se, foi-nos colocado pela própria Mercedes-Benz Portugal. A qual, depois de já ter celebrado o início da parceria, há um ano atrás, com a presença de vários jornalistas, decidiu regressar, um ano depois, mais uma vez acompanhada, para dar a conhecer o que se tem feito, em termos de ensino e experiências de condução, por aquelas bandas…

E a verdade é que, cumpridos 12 meses sobre o início da “experiência”, as coisas não podiam ter corrido melhor: com apenas quatro modelos AMG ao serviço dos instrutores do AIA – um A35, um C63 S, um E 53 e um fantástico AMG GT C -, esta parceria permitiu proporcionar mais de duas mil experiências de condução, a apaixonados pelos exclusivos carros de Affalterbach. Não, é certo, sem alguns percalços pelo meio, mas isso, caro leitor, já são contas de outro rosário…

A justificar tamanha procura, não apenas condutores que já são, ou estão em vias de ser, donos de um AMG, e pretendem, desta forma, conhecer melhor o seu carro e evoluir as suas capacidades ao volante, chegando ao AIA Racing School, não raras vezes, encaminhados pelos concessionários Mercedes-Benz, mas também condutores de outras marcas que, não estando em vias de comprar um AMG, vivem, assim, em pleno Autódromo Internacional do Algarve, a concretização do sonho de pilotarem em pista, por exemplo, um hiper-exclusivo AMG GT C!

De resto e mesmo no caso daqueles que não têm possibilidades de levar para casa a emoção, não faltam soluções para viver uma experiência inolvidável, ainda que com a grandeza o sonho a depender, sempre… e muito, da carteira. Já que a “aventura” tanto pode ir de uns “modestos” 170€, preço para duas (emocionantes) voltas ao circuito, ao volante do 4 cilindros mais potente da actualidade (A35 AMG), até àquilo que o AIA Racing School denomina de AMG Sport Trinity – uma experiência de condução aos comandos do A 35 AMG, E 63 S e AMG GT C, por qualquer coisa como 1.379€.

E, agora, nós…

Foi, aliás, também em alta, mas velocidade, que começou a nossa visita-relâmpago ao Autódromo Internacional do Algarve, a convite da Mercedes-Benz Portugal. Desde logo, porque do programa fazia parte o assistir, in loco, à última corrida do Campeonato Europeu Le Mans Series (ELMS). Momento, ainda assim, não tão emocionante quanto aqueles que nos esperavam na manhã seguinte: uma Driving Experience, feita à medida, com os AMG ao serviço do AIA Racing School.

Depois do obrigatório briefing técnico a começar o dia, desde logo com a garantia de que apenas a segurança, a par do divertimento, teriam de ser mantidos, o anúncio da alteração da ordem do programa, devido à continuação, no circuito, de algumas equipas da ELMS, já em testes para a próxima temporada – ao contrário do que estava inicialmente previsto, íamos começar a manhã, não com os exercícios de agilidade e precisão ao volante, mas com a experiência em pista. Naturalmente e como o leitor já estará a imaginar, a desilusão foi geral e enorme…

Como “armas” para este confronto de tempos, dois dos AMG mais potentes, o E63 S 4MATIC de 612 cv e o AMG GT C de 510 cv, com os “pilotos de ocasião” a terem a oportunidade de fazer três voltas com cada um. Sendo que, para a contabilidade final, contaria o tempo, não da primeira volta, de aquecimento, nem da terceira, para fazer em modo de descompressão, mas da segunda, a única lançada…

A mesma ambição, respostas diferentes

Ajudados sempre pelas indicações (preciosas) dos instrutores do AIA Racing School que seguiam no banco do pendura (haja coragem!…), chegava então o momento alto de todo o programa. E, em particular, a partir do momento em que nos sentámos ao volante do AMG GT C – fantásticas as capacidades deste carro de corrida para o dia-dia, a precisão que revela no cumprir de cada curva, o envolvimento que proporciona com o condutor perfeitamente encaixado no cockpit. É certo que as luxuosas bacquets não foram feitas para andar de capacete – não havia meio de conseguirmos endireitar o pescoço! -, mas, ainda assim… uma experiência inolvidável!

Quanto ao E 63 S, muita potência, mas um carro já diferente na forma se entrega à condução, a revelar um tudo-nada mais de cedências na abordagem das curvas, não tão preciso, além de mais propício a alguns atravessanços; sim, porque a experiência era feita com todos os sistemas desligados, levando a que, um pouco mais de determinação no pedal do acelerador, resultasse numa espécie de encontro inesperado com a traseira…

Ainda assim e terminadas as três voltas, sempre a mesma angústia: “Será que não dava para fazermos mais uma voltinha?…”.

O momento da perícia

Infelizmente, não deu. Pelo que, nada mais restou do que passarmos aos exercícios de perícia, realizados com dois novos “desafios”: primeiro, o AMG C 63 S de 510 cv e, para os dois últimos exercícios, o Mercedes-Benz A 35 AMG de 306 cv de potência; isto, porque o novo A 45 AMG de 421 cv, ainda não chegou!…

Primeiro exercício: arranque a fundo, com o carro sempre em 1.ª e a velocidade estabilizada nos 60/65 km/h (até dava pena o som do esforço que era exigido ao 2,0 litros!…), para, em seguida, entrar numa zona extremamente molhada, que mais parecia manteiga, tal era a forma como escorregava. Sendo que o objectivo era travar precisamente aí, doseando a força aplicada no pedal do travão (todos os sistemas de ajuda à condução estavam desligados…), de forma a, não só evitar que as rodas bloqueassem e o carro saísse de frente, mas também conseguir a sua imobilização, ao mesmo tempo que se procurava manté-lo dentro da curva que estava logo a seguir – difícil, muito difícil mesmo!…

Segundo exercício: um pequeno circuito marcado apenas no cimento, com várias curvas apertadas e, mais uma vez, duas delas ensopadas em água. Sendo que, aos condutores, era pedido que fizessem o trajecto, no menor tempo possível, e sem tocar nas linhas do traçado ou, ainda pior, sair do percurso.

A terminar, um terceiro e último desafio: arranque a fundo, com a velocidade a estabilizar-se, mais uma vez, por volta dos 60 km, altura em que o carro entrava numa zona delimitada onde era surpreendido, à esquerda ou à direita, por paredes de água, que irrompiam do piso. Sendo que o condutor deveria ter perícia suficiente para responder ao aparecimento, em locais inesperados e de forma aleatória, dos jatos de água, evitando tocar-lhes, sem, no entanto, perder o controlo do carro, nas sucessivas guinadas, até ao final do percurso.

Se puder, faça!…

Terminados os exercícios, na memória fica não somente uma manhã muito bem passada, graças também o ambiente de camaradagem promovido até mesmo pela equipa de instrutores do AIA Racing School, mas, principalmente, a certeza de que, programas como este, teriam, certamente, um efeito positivo nas aptidões da generalidade dos condutores, quando ao volante. Os quais, estamos certos, não desdenhariam, inclusivamente, o “doce extra” que seria fazerem-no aos comandos de “brinquedos” como estes AMG…

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