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Aqui está o Gordon Murray T50 V12, o herdeiro direto do McLaren F1

By on 5 Agosto, 2020

O carro foi apresentado na fábrica onde será produzido a partir do próximo ano, no Surrey, Reino Unido, com as primeiras entregas a serem feitas no início de 2022.

“O supercarro mais puro, ligeiro e mais focado na condução jamais construído.” O T50 foi assim caracterizado pelo seu criador, Gordon Murray, igualmente pai do McLaren F1. O carro chama-se T50 porque este é o 50º carro desenhado ao longo da carreira do sul africano que dura há mais de meio século.

Curiosamente, o T50 utiliza uma versão refinada do sistema de efeito de sol criado por Gordon Murray em 1978 para o Brabham BT46B de Fórmula 1. Junta-se um novo motor V12 com 4.0 litros, aspirado, a debitar 650 CV com o “redline” posicionado nas 12.100 rpm e nasceu um superdesportivo que será produzido inteiramente na fábrica da Gordon Murray Automotive, a empresa que o sul africano lançou quando anunciou os seis planos para construir um carro seu no ano de 2017.

Serão construídos, apenas, 100 unidades com um preço unitário de 2,6 milhões de euros, sem impostos. A maior parte deles está vendido a colecionadores dos EUA e do Japão que pagaram 665 mil euros para terem direito a estar entre os 100 eleitos para receber um T50 e vão pagar mais 830 mil para depois detalharem o carro, pagando o restante quando for entregue.

O primeiro T50 será entregue ao seu felizardo proprietário em janeiro de 2022 e os restantes 99 serão depositados nas garagens dos seus donos durante esse ano. Depois de completada a produção e a entrega do T50, a Gordon Murray vai produzir 25 unidades de uma versão mais “hardcore” pensada para as pistas e sem homologação para a estrada. Murray adorava ver o T50 a competir, mas não se quer comprometer neste momento com um programa, porque quer se concentrar na finalização do carro de estrada e porque não se sabe qual vai ser o regulamento dos GT depois de 2022.

O T50 tem, como o McLaren F1, o posto de condução central, é um carro mais pequeno que um Porsche 911 e é mais leve que um Alpine A110, sendo muito semelhante em termos de dimensões a Mini Countryman. Tem 1,85 metros de largura, não tendo espelhos, substituídos por câmaras, para que o carro não fosse maior e comprometer a manobrabilidade.

O carro foi todo desenhado internamente, com Murray a liderar o projeto com uma pequena, mas denodada equipa. Há naturais referências ao F1, mas a equipa de estilo conseguiu fazer com que o carro fosse ainda mais compacto do que o McLaren F1. A frente é delgada, elegante e contrasta com uma traseira mais funcional com enormes saídas de escape, um generoso difusor e uma ventoinha de 400 mm, acionada por um motor elétrico de 48 volts e está pensada para desenvolver força descendente ao acelerar o fluxo de ar debaixo do carro. Por isso, Gordon Murray diz que o T50 “reescreve o livro das regras da aerodinâmica dos carros de estrada.”

A ventoinha, o difusor e um par de asas no topo da traseira combinam-se para gerar mais força descendente, com seis modos aerodinâmicos. Dois deles, “Auto” e “Braking”, funcionam automaticamente dependendo da velocidade do carro e das informações dadas pelo condutor. Os outros, “High Downforce”, “Vmax”, “Streamline” e “Test”, são selecionáveis a partir do interior.

O “Streamliner” e o “Vmax” são semelhantes na forma como configuram a aerodinâmica, com o primeiro a criar um “cauda longa virtual”, acionando a ventoinha na velocidade máxima recolhendo os “flaps” ativos nas superfícies superiores e inferiores. Já a “Vmax” apela à ajuda do motor elétrico colocado no enfiamento da cambota que oferece 30 CV extra durante períodos de três minutos. O sistema de admissão de ar do motor, a velocidades acima dos 240 km/h, altera a geometria e permite chegar aos 700 CV.

O interior impressiona pelo espaço oferecido, a disposição do habitáculo deixa-nos boquiaberto pelo estilo inspirado nos aviões de combate, os locais de arrumação de bagagem, maiores que no F1. Aliás, Gordon Murray manteve a equipa sempre a olhar para a bitola, o McLaren F1, pois ninguém até hoje tentou fazer um conceito semelhante ao modelo com 28 anos.

O carro pesa 986 kgs, muito menos que a média dos supercarros, utilizando um chassis em fibra de carbono que pesa menos de 150 kgs e cada um dos parafusos, braçadeira e fecho foi desenhado para ser leve. A caixa manual de seis velocidades feita pela XTrac, com um cárter ligeiro que poupa 10 kgs, enquanto o motor está desenhado para oferecer mais 60 kgs sobre o motor V12 do McLaren F1. Os bancos em fibra de carbono pesam apenas 7 kgs!

Com este peso pluma, o T50 consegue uma relação peso-potência que outros supercarros para igualar têm de debitar quase 1000 CV. Se tem curiosidade em saber como o T50 se vai desenvencilhar no Nurburgring… esqueça! “Não tenho absolutamente interesse nenhum em fazer tempos no Nurburgring.  Nosso foco é oferecer o carro com a mais intensa experiência de condução de qualquer supercarro jamais construído. Mas não se preocupem: o T50 será rápido e eficaz!” disse Murray. No final da revelação, mostrou-se satisfeito por não ter o carro ainda em produção durante o eclodir do Covid-19 e todo o atraso devido à pandemia já foi recuperado. Lembrou que “estamos a usar os melhores componentes de fornecedores britânicos, incluindo a Cosworth e a Xtrac. Estou determinado que o T50 será um daqueles carros que fazem os britânicos sentir-se orgulhosos de serem britânicos.”

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