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As 10 inovações mais controversas da indústria automóvel

By on 24 Junho, 2020

Quebrar tradições é algo que a indústria automóvel sempre foi renitente, receosa daquilo que os seus adeptos poderiam pensar. Mas aquilo que a Porsche e outras marcas fizeram, provaram que as tradições são isso mesmo… tradições.

Recentemente, a decisão da Corvette em mudar o motor da frente para o centro do carro levantou uma onde de contestação dos “puristas” que acabou por nção ter repercussão nas vendas, pois na verdade todos querem um Corvette de motor central. Menos os puristas, claro! Por isso, decidimos fazer um Top 10 das inovações mais controversas da indústria automóvel.

Lotus Elan

Colin Bruce Chapman deve ter dado voltas no caixão e os puristas da Lotus colocaram brasas a arder na cabeça perante a decisão da Lotus em fazer um Elan… com tração dianteira! Quando a nova liderança da Lotus decidiu, 14 anos depois de Colin Chapman ter lançado a última versão do Elan. Foi em 1989 que nasceu o Lotus Elan com motor turbo e tração dianteira, totalmente o oposto do carro de motor dianteiro, atmosférico, com tração traseira. O carro até era bom e alguns dos adeptos da Lotus adotaram-no, mas a maioria dos puristas disse não e como ato de revolta, viraram-se para o Mazda MX-5, lançado na mesma altura, mais barato e que era, ironia das ironias, uma cópia da ideia do original Elan. Coisas…

Motor Honda Turbo

A Honda sempre foi conhecida pelos motores atmosféricos e todos lembram a unidade que estava debaixo do capô do S2000 ou o motor dos primeiros Civic Type R ou do Honda Integra Type R. Blocos atmosféricos com limites de rotação mais apropriados a carros de competição. Mas em 2014, a Honda desiludiu os seus adeptos ao colocar no Civic Type R um motor… turbo! O ganho em performance foi enorme, mas a magia dos motores Honda… desapareceu. O último Civic Type R é dos melhores desportivos da classe, mas os adeptos continuam a derramar lágrimas de saudade dos Civic Type R do S2000 e do fabuloso Integra Type R.

Porsche Cayenne

Heresia!!! Os puristas amantes da casa de Zuffenhausen rasgaram as vestes e vociferaram coisas pouco agradáveis para Wendlin Wiedeking, o homem que salvou a Porsche da falência com o lançamento do Bosxter e do… Cayenne. Na altura (2002) foi uma escolha muito controversa e na apresentação do carro em Jerez de la Frontera, muitos adeptos chamaram tudo e mais alguma coisa aos jornalistas e ao carro. Nunca a Porsche tinha feito um SUV e ninguém acreditava que houvesse um cliente Porsche que fosse trocar o seu 911 por um… SUV. A verdade é que Wiedeking estava totalmente certo: o Cayenne foi e continua a ser um massivo sucesso de vendas tendo-se tornado o modelo mais vendido da Porsche e levando a marca para uma robustez financeira absolutamente impressionante.

Volkswagen K70

A fundação da Volkswagen é conhecida de todos e foi fazendo o seu caminho com motores refrigerados a ar, pendurados atrás do eixo traseiro e a forma do Carocha, com algumas derivações. Tudo seguia bem até que no final dos anos 60, a agressividade da indústria exigia algo mais que os barulhentos, lentos, mas resistentes, VW Carocha. Comercialmente e tecnicamente ultrapassada, a VW necessitava de uma revolução. Os executivos da VW viram o “ouro” na NSU e chamaram a si a produção do Ro80 chamando-lhe K70. Era um carro que atirava para o lixo o livro de regras da VW: tinha tração dianteira e tinha um motor refrigerado a água. Não foi um enorme sucesso e hoje há poucos porque tinha graves problemas de ferrugem e os preços eram um exagero. Mas foi a partir daqui, contrariando tudo aquilo que era a VW, que a marca cresceu, pois no seguimento surgiram o Passat, o Golf e o Polo, rejeitando toda a herança da marca e do Carocha.

Land Rover 4×2

Tendo como lema durante muitos anos “The Best 4x4xFar” e sendo um ícone dos modelos todo o terreno, com reputação de subir paredes, lançar um carro de tração a duas rodas foi como espetar uma faca no coração da Land Rover. Mais uma vez, vestes rasgadas, coro de apupos, mas nada demoveu a Land Rover de lançar, em 2011, o seu primeiro 4×2, no caso, um Freelander2 eD4. O objetivo? Reduzir as emissões e os custos de manutenção, perdendo o diferencial traseiro e o veio de transmissão. Curiosamente, manteve o “Terrain Response” e os pneus de todo o terreno. Ao contrario do que previam os “nostradamus” guardiões da tradição, foi um sucesso e hoje há até um Range Rover com tração a duas rodas, o Evoque.

Ford

A marca da oval azul anda um bocadinho errática. Primeiro deu o nome RS1800, a uma versão mais ou menos desportiva do Fiesta, nome que ficou famoso com o Escort MK2 e que traduzia um carro desportivo que povoava os sonhos de muitos. Depois, foi dar o nome do Mustang a um carro elétrico chamado Mustang Mach-E. A ideia foi dar um cunho desportivo a um modelo elétrico que será o futuro da gama Ford. Finalmente, o nome Puma, que foi dado a um coupé muito interessante nascido nos anos 90 do século passado, acaba de renascer no corpo de um… SUV.

BMW com tração dianteira

Quando a BMW dizia que os seus carros eram a “Ultimate Driving Machine”, todos sempre associaram isso à tração traseira, algo que fazia parte do ADN da marca. O Serie 1 era um tração traseira! Mas em 2014, a BMW não só se meteu numa camisa de sete varas com a produção de um monovolume compacto que até tinha versão de sete lugares, como decidiu fazê-lo com tração… dianteira! Os adeptos da BMW encolheram os ombros, pensaram que ninguém queria saber de um monovolume, até que em 2018 a BMW anunciou que o próximo Série 1 teria tração dianteira e concretizou a “ameaça” em 2019. Alguns ainda elevaram a voz, mas o carro é tão bom e a dinâmica melhor que a do anterior Série 1, que os ranger de dentes desapareceram.

Porsche “boxer” 4 cilindros

A Porsche viveu durante muitos anos com motores de quatro cilindros, mas o 911 tem aquele mágico seis cilindros boxer e quando em 2015 a casa alemã decidiu reformar o boxer atmosférico em favor do quatro cilindros “boxer” mas sobrealimentado, a Porsche percebeu que tinha ido um nadinha longe demais. Os 718 Bosxter e Cayman foram altamente criticados e as vendas ressentiram-se disso e apesar de fazer finca pé na melhor eficiência dos 4 cilindros, a Porsche acabaria por fazer meio recuo: manteve o quatro cilindros turbo, mas fez regressar o velhinho seis cilindros, modernizado, sem turbo, para versões especiais como o Cayman GT4 e o Boxster Spider e, mais recentemente, o GTS 4.0. É do tipo “uma no cravo, outra na ferradura”.

Skoda Favorit

A casa de Mlada Boleslav era uma seguidora da Volkswagen: os seus carros, alguns deles icónicos, tinham tração traseira e motor refrigerado a ar pendurado na traseira. Durante décadas, foi um sucesso do lado de lá da Cortina de Ferro, mas quando o muro de Berlim veio abaixo, a Skoda percebeu que estava parada no tempo e tinha de fazer alguma coisa. Com a colaboração da Bertone (que desenhou o carro, ainda hoje um interessante exercício de estilo), da britânia Ricardo e, imagine-se, da Porsche, a marca checa apareceu aos europeus do lado ocidental com o Favorit. Um carro com motor e tração dianteira e refrigeração líquida. Tudo aquilo que a Skoda não era. Foi um sucesso de tal forma que a Volkswagen acabou por comprar a casa checa.

Volvo 850

Quando foi lançada, a Série 700 não parecia ser capaz de conhecer o sucesso, mas acabou por o conseguir e a Volvo conheceu a salvação de uma capitulação que estava próxima. Isto aconteceu em 1982 e o modelo a seguir, seguiu de perto os passos do sucesso. Mas a Volvo conseguiu, mantendo a mesma filosofia de estilo, mas mais arredondada em certas zonas, mudar a filosofia. Passou a ser um carro de tração dianteira e usava motores de cinco cilindros transversais, potentes o suficiente para dar nas vistas. Mas o que mais impressionou foi o facto de serem carros eficazes e divertidos de conduzir e não apenas banheiras suecas. A versão T5 era absolutamente delirante, já para não falar das carrinhas 850R. Foi mais um sucesso da Volvo e pavimentou o caminho para chegar ás mãos da Geely e ser uma marca rentável e de sucesso nos dias de hoje.

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