Combustão, híbridos, elétricos, hidrogénio, e-fuels, etc: qual é o caminho? A resposta que é difícil de dar…
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Automóveis elétricos: o plano de lançamentos das marcas para o futuro

By on 9 Outubro, 2018

Segundo o Automotive News Europe, os maiores construtores mundiais têm grandes e ambiciosos planos para lançar vários modelos eletrificados ou puramente elétricos. Aqui ficam o plano de lançamento para os próximos anos, prometendo uma transformação importante da paisagem automóvel mundial. Convirá lembrar que este movimento elétrico que possui muitas nuances – fala-se de eletrificação e não de modelos somente elétricos pelo que os híbridos estão envolvidos – surge depois dos construtores europeus vão ser forçados a reduzir as emissões de CO2 para 95 gr/km a partir de 2020.

Grupo BMW

A marca de Munique acredita que poderá vender meio milhão de unidades de modelos eletrificados no final de 2019, bem acima das 200 mil vendidas em 2017. O BMW i3, o primeiro modelo elétrico da casa alemã, lançado em 2013, foi um verdeiro desastre financeiro, muito por culpa da utilização da fibra de carbono para limitar o peso, que obrigaria a um preço de venda superior ao que a BMW cobra. Esse desastre ensinou a BMW, e os seus responsáveis têm estado a cortar custos no rumo à eletrificação com a produção de modelos de combustão interna, híbridos ou elétricos, nas mesmas linhas de montagem, à imagem do que a Mercedes vai fazer com os modelos EQ. No próximo ano, a BMW irá alargar a sua gama elétrica para lá do i3, com a chegada do SUV iX3, que será produzido na China. O i4 da BMW iniciará a sua produção em 2021, em Munique, ano em que surgirá o topo de gama elétrico iNEXT.

Para lá disso, a BMW irá continuar a produzir modelos híbridos Plug In de alguns modelos chave da gama “normal”, mas debaixo da cancela “i Performance”. Desta forma, em 2025, a BMW oferecerá 25 modelos diferentes eletrificados, sendo que uma dúzia deles será elétrico. A Mini também terá um carro totalmente elétrico já em 2019, utilizando a unidade de potência do i3, seguindo-se ao Countryman Plug In, lançado o ano passado.

Daimler

Já apresentado, o EQC será o primeiro modelo totalmente elétrico da Mercedes a chegar ao mercado. Em 2022, a Daimler já terá eletrificado toda a sua gama, oferecendo aos seis clientes, pelo menos, uma alternativa eletrificada em todos os segmentos. Essa oferta será feita com modelos híbridos com tecnologia de 48 volts e motor de arranque/gerador, híbridos com motor elétrico e carregamento exterior (Plug In) ou totalmente elétricos. Contas feitas, serão 130 modelos eletrificados, dos quais 10 deles serão totalmente elétricos. Para a Mercedes, a confiança é total que acreditam que os modelos elétricos representarão entre 15 a 25 por cento das vendas, em 2025. A smart já está no processo de se transformar numa marca totalmente elétrica, com os motores de combustão interna a desaparecerem da Europa a partir de 2020 e mais tarde em outros mercados.

Fiat Chrysler Automobiles

Há 30 anos, a Fiat criou uma versão elétrica do Panda. Foi um ensaio sem sequência que, passados todos estes anos, regressa agora em outro enquadramento, numa altura em que o único modelo elétrico existente na gama da FCA é o Fiat 500 e, apenas vendido nos EUA (e que Sergio Marchionne solicitou para não fosse comprado…). O Chrysler Pacifica, monovolume compacto, equipado com um sistema híbrido Plug In. Ora, o plano estratégico da FCA para os anos 2018 – 2020, dedica 9 milhões de euros de investimento até 2022 para a eletrificação da gama do grupo italo-americano. O que será decisivo para que o grupo FCA consiga cumprir os limites de emissões de CO2 e compensar a decisão de parar com a venda de modelos a gasóleo na Europa em 2021. O plano da FCA prevê o lançamento de 30 versões com algum nível de eletrificação mundial até ao final de 2022. De acordo com esse plano, em 2020, 20% das motorizações da FCA na Europa, Médio Oriente e África, serão híbridas Plug In ou elétricas. Mas nenhum deles estará na Europa antes de 2020, altura em que chegará o Fiat 500 EV altura em que chegará, também, o 500 Giardiniera, um novo produto do 500 também com motorização elétrica.

No caso da Maserati, a FCA tem planos para eletrificar um terço da sua gama a partir de meio de 2020, incluindo oito modelos “Plug-in” e quatro veículos elétricos que serão lançados em 2022. Entre eles, o novo coupé Alfieri (que terá versão descapotável), que se juntará aos novos Quattroporte, Levante e Ghibli, que terão versões elétricas.

No que toca à Alfa Romeo, existem planos para criar seis modelos híbridos Plug In dentro da gama, não estando previsto nenhum modelo puramente elétrico. Não há datas previstas para estes lançamentos, sabendo-se, apenas que os híbridos da Alfa Romeo terão 50 km de autonomia elétrica e chegam dos 0-100 km/h em redor dos 4 segundos, esclarecimentos prestados por Tim Kuniskis, presidente da Alfa Romeo, na apresentação do plano de negócios da FCA em junho.

Quanto à Jeep, está prevista opção elétrica em toda a gama a partir de 2021, oferecendo quatro veículos elétricos e dez híbridos Plug In em todo o mundo em 2022. A gama europeia não terá modelos elétricos, mas sim oito modelos Plug-in e cinco híbridos “mild” com tecnologia de 48 volts. Este último estará montado no novo modelo da Jeep, que vai ser fabricado na Europa.

Ford

A casa da oval azul oferece, neste momento, o Focus Eletric, mas com vendas residuais (143 unidades em 2017) que melhoraram este ano com 129 unidades vendidas nos primeiros cinco meses de 2018, mesmo sem que a Ford publicite o modelo ou venda em todos os mercados europeus. A grande “onda” elétrica da Ford só começará em 2020, quando lançará um SUV elétrico com uma autonomia superior a 480 km e que é conhecida como “Mach 1”, um nome famoso dentro da nomenclatura da Ford. Depois desse “pontapé de saída”, a Ford irá lançar 16 modelos elétricos em 2022 com base em duas plataformas elétricas especificas. Uma delas é feita em “joint venture” com a Zotye na China. Contas feitas, a Ford promete 40 modelos elétricos em 2022, contabilizando veículos totalmente elétricos, híbridos Plug In e híbridos “mild”.

Honda

Para a casa japonesa, o objetivo é eletrificar dois terços de todos os carros vendidos na Europa até 2025. O primeiro modelo elétrico será a versão de produção do Urban EV, protótipo revelado em Frankfurt no ano passado. O Urban deverá ser comercializado em 2020 e a Honda tem como objetivo vender 5 mil unidades por ano do modelo. O CR-V Hybrid está, entretanto, a caminho do mercado europeu depois de ser lançado em Paris.

Hyundai

A casa coreana acaba de lançar o Kauai Eletric na Europa com a Hyundai a reclamar que recebeu 7 mil encomendas vindas só da Noruega. O entusiasmo é tal que Andreas-Cristoph Hofmann, vice presidente de marketing e produto da Hyundai, referiu que o Kauai Eletric é o primeiro produto do construtor cuja procura é superior á oferta, tendo uma lista de espera de seis meses devido á Hyundai Mobis, a empresa da casa coreana responsável pela fabricação das baterias da marca, não ter capacidade de produção. O Kauai Eletric é o primeiro de quatro modelos elétricos que a Hyundai vai lançar até 2020 no mercado europeu. Convirá não esquecer que a gama europeia já tem no seu seio, o ioniq nas versões elétrica, híbrida e híbrida PlugIn e o Nexo, modelo movido a pilha de combustível e produção elétrica através do hidrogénio. E a Hyundai acredita que o Nexo será um produto de sucesso no futuro, pois a União Europeia tem planos mais avançados para estabelecer uma rede de abastecimento de hidrogénio. Sendo um produto de baixo volume de vendas, é uma montra tecnológica que é o ponta de lança para a presença da Hyundai no mercado dos veículos ecológicos. O Nexo tem uma câmara que monitoriza todos os lados do carro e, também, o sistema de condução autónoma.

Jaguar Land Rover

A partir de 2020, todos os modelos Jaguar e Land Rover terão uma versão eletrificada, ou seja, modelos elétricos, híbridos Plug In e híbridos “mild”. Para já, a Jaguar lançou o i-Pace Eletric, rival do Model X da Tesla, existindo alguns rumores que a marca britânica poderá recuperar o XJ (vendas pobres) e lança-lo como modelo totalmente elétrico em 2020. Ao longo do tempo serão introduzidas novas versões híbridas na gama com os modelos da Land Rover, como o Discovery e o Range Rover Sport, sendo que o primeiro será o Discovery Sport, renovado dentro de pouco tempo tal como o Evoque.

Kia

A gama da Kia na Europa é das mais eletrificadas com modelos híbridos, híbridos Plug In e elétricos. O Soul tem uma variante puramente elétrica, o Optima tem versão híbrida e o Niro é um SUV dedicado à causa ecológica, com versões híbridas normais e Plug In e, agora, uma variante elétrica com ampla autonomia. Contas feitas, a Kia vendeu na Europa 29 750 unidades do Niro nos primeiros oito meses de 2018, um crescimento de 41% face a igual período de 2017, segundo afirmações de Emilio Herrera, COO da Kia Europe, em declarações ao jornal Korea Times. Que deixou claro que a Kia “vai oferecer, em 2025, 16 veículos eletrificados, entre eles cinco híbridos, cinco híbridos Plug In, cinco elétricos e um com célula de combustível.”

Mazda

A casa japonesa não tem nenhum modelo eletrificado na sua gama e o primeiro elétrico aparecerá no final de 2019, início de 2020, mas em muito entusiasmo por parte dos dirigentes da Mazda que não acreditam que as vendas sejam superiores a 10% das vendas em 2020. A estratégia da Mazda é propor modelo puramente elétricos e micro híbridos, que não passam de modelos equipados com melhorados sistemas stop/start. Esta primeira fase de eletrificação não terá novas plataformas, pois os modelos irão usar as mesmas bases atuais, a que se seguirá uma segunda fase na qual a Mazda utilizará uma nova plataforma dedicada a modelos elétricos desenvolvida em parceria com a Toyota. A data para o lançamento dessa segunda fase, não foi revelada ainda, sendo possível que a Mazda utilize a tecnologia do motor rotativo para funcionar como extensor de autonomia para alguns modelos elétricos.

Nissan

A marca japonesa foi pioneira nesta coisa da eletrificação e depois de um período em que perdeu a liderança do mercado, recolocou tudo como estava antes. O Leaf bate o Renault Zoe, com a Nissan a reclamar que venderá 1 milhão de modelos eletrificados (ou seja, elétricos e híbridos) em 2022. Confirmada está a produção de um modelo SUV com 500 km de autonomia, embora sem data de comercialização. Para a Europa, a Nissan vai apostar mais nos elétricos que nos híbridos, pois a marca acredita que são a forma mais efetiva de reduzir a pegada de CO2 da Nissan.

PSA Group

Por decisão de Carlos Tavares, o PSA Group tem estado á margem deste grande movimento de eletrificação, preferindo esperar para ver do que ser um pioneiro. Isso não quer dizer que o plano estratégico “Push to Pass”, não tenha mencionado 15 modelos eletrificados até 2021, incluindo oito modelo híbridos Plug In e sete modelos totalmente elétricos. Em 2025, todos os modelos das gamas do PSA Group (Citroen, DS, Peugeot e Opel) terão uma versão eletrificada. O DS7 Crossback será o primeiro híbrido Plug In já a partir de setembro de 2019. Seguir-se-ão o 3008 e o 508, o Grandland X e o Citroen C5 Aircross. A plataforma de todos eles será a eEMP-2 para modelos compacto e médios. Já modelos feitos com base na plataforma CMP, começando com o DS3 Crossback, terão versões elétricas, tal como sucederá com o novo Peugeot 208 (que aparecerá ainda este ano ou na madrugada de 2019) e o novo Opel Corsa. Peugeot Partner, Citroen Berlingo e Opel Combo, terão versões elétricas.

Grupo Renault

A marca francesa tem liderado as vendas europeias de modelos elétricos com o Zoe, desde que chegou ao mercado em 2013, perdendo essa liderança para o Nissan Leaf este ano. A gama Renault inclui o pequeno e divertido Twizzy e os comerciais Kangoo e Master e a Renault vai renová-la com um investimento de mil milhões de euros. Chegará o novo Zoe e uma plataforma que será desenvolvida em colaboração com a Nissan e a Mitsubishi. Aliás, o plano “Drive the Future”, desenhado por Carlos Ghosn, indica um total de oito modelos elétricos na Renault até 2022, que vão incluir dois modelos chave dos quais serão derivados modelos que cobrem todos os segmentos principais. Segundo o projeto da casa francesa, oito por cento do volume de vendas de modelos elétricos terão como base esta nova plataforma. Mas Ghosn não anunciou nenhum modelo na apresentação do plano estratégico. Sabe-se que até 2022, metade da gama será eletrificada, com 20% de modelos elétricos e 30 por cento de híbridos. Que tipo de híbridos também ainda não se sabe.

Toyota

Durante anos, a Toyota rejeitou os modelos elétricos, defendendo intransigentemente a tecnologia híbrida. E nem sequer admitia as versões PlugIn, argumentando que os seus modelos não precisavam de se ligar à ficha. Porém, a teimosia tem limites e a Toyota já se rendeu ao sistema híbrido Plug In e está a caminho de vender modelos elétricos. Já tem na gama o Mirai, modelo com pilha de combustível que produz energia com o recurso ao hidrogénio, mas estão a caminho 10 modelos puramente elétricos até 2020. Até 2030, a Toyota acredita que estará a vender um milhão de modelos puramente elétricos em todo o mundo, num total de 5,5 milhões de veículos eletrificados.

Grupo VW

A estratégia “Roadmap E”, a Volkswagen será quem mais vai investir na onda elétrica. A casa alemã irá lançar 25 modelos puramente elétricos e maos de 20 veículos híbridos PlugIn até 2020 e em 2025, o grupo VW acredita que estará a vender 3 milhões de veículos elétricos, um terço dos quais virá da marca VW. O mercado europeu não será dominante, mas sim o mercado chinês. Para lidar com tudo isto e com a tecnologia, a VW criou uma nova divisão, a “E-mobility”. A ideia é conseguir a liderança na venda de veículos elétricos, com a gama ID, baseada na plataforma MEB. A ambição é tamanha que a Volkswagen acredita que a primeira geração da família ID venderá 11 milhões de unidades. A Audi já lançou o seu primeiro modelo elétrico, o e-Tron que vai chegar no final do amo, enquanto a Porsche ira apresentar o Taycan já em 2019. Os projetos para a Seat e a Skoda, também já estão em andamento. Já Lamborghini, Bugatti e Bentley, vão ter de esperar mais um pouco.

O primeiro modelo elétrico da Seat surgirá em 2020 (500 km de autonomia, é prometido) com base na plataforma MEB, sendo que o Seat elétrico será produzido lado a lado com o VW ID em Zwickau, Alemanha. Mas a marca espanhola necessitará de um segundo modelo elétrico para cumprir os limites de emissões em 2025. Possivelmente, será a gama da marca Cupra quem receberá mais um modelo elétrico, depois de lançar três veículos híbridos Plug In de elevadas performances. Todos com base no próximo Leon. Na Skoda, o primeiro modelo elétrico será feito com base no Citigo (será igual ao eUp da VW), já em 2019, seguindo-se modelos híbridos que terão o Superb como base. Mas a Skoda afirma que terá 10 modelos eletrificados no mercado até 2025.

Volvo

Para a marca sueca o objetivo é claro: 50% das vendas da Volvo em 2025 serão de modelos elétricos. O primeiro será uma versão do XC40 que será produzida na China. Depois, juntará a Polestar que, desde o ano passado, é a marca elétrica da Volvo e não a face desportiva da marca sueca propriedade da chinesa Geely. O primeiro será o Polestar 2, que chegará em 2019 e será um rival do Model 2 da Tesla. O Polestar 1 é um coupé desportivo e o Polestar 3 será um SUV de grandes dimensões e chegará ao mercado em 2020. Não esquecer que a Volvo já oferece versões híbridas do XC90 e XC60 e também do S90/V90 e S60/V60, sendo que estas variantes representam, já, 15% das vendas da Volvo na Europa e a marca acredita que até 2025, essa percentagem chegue aos 25%.

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