Carros com faróis escamoteáveis, ainda se lembra deles? Recordamos os melhores

By on 4 Outubro, 2019

Por razões regulamentares, os faróis escamoteáveis desapareceram e por isso mesmo em tempo de férias, porque não recordar alguns dos mais importantes? Venha connosco conhecê-los.

Sabe qual foi o primeiro carro com faróis “escondidos”? Humm… sim… não? Vá.. mais um esforço… não? Bom, o primeiro foi o Cord 810, um carro americano que apareceu no Salão de Nova Iorque de 1935, desenhado por uma equipa liderada por Gordon M. Buehrig. Ficou o universo automóvel boquiaberto com o arrojo de uma tecnologia que só 30 anos depois voltou á ribalta, sendo adotada por vários construtores importantes.

No final da década de 60 e durante toda a década de 70 do século passado, os faróis escamoteáveis passaram a ser quase obrigatórios com Lotus, Porsche, Triumph e Ferrari a abraçarem o estilo com os faróis escondidos. Os últimos carros que exibiram este tipo de faróis, foram o Lotus Esprit V8 e o Corvette C5. Sabem em que ano? 2004.

E acabaram porquê? Porque os regulamentos de segurança na defesa dos peões dos dois lados do oceano desaconselhavam a sua utilização e, também, porque aerodinamicamente não era algo favorável.

Aqui fica uma lista, não exaustiva, dos carros mais emblemáticos que usaram faróis escamoteáveis. Recorda-se de alguns deles?

Lotus Elan (1962)

O primeiro carro de produção em série com faróis escamoteáveis, depois do Cord 810, foi o Lotus Elan, um desportivo que tinha um excelente comportamento graças a motores rotativos, peso baixo, suspensões independentes nas quatro rodas e discos de travão nas quatro rodas. E com os faróis escondidos, o Elan ficava espetacular.

Maserati Ghibli (1966)

O Ghibli foi lançado no mesmo ano de produção do Lamborghini Miura, sendo o primeiro de uma série de carros com faróis escamoteáveis. Lembra quais foram? Bora, Merak, Khamsin e o Indy. Sabe quem desenhou o Ghibli? Um jovem que trabalhava na Ghia chamado Giorgetto Giugiaro, que desenhou um coupé e um spider com motores V8 de 4,7 e 4,9 litros.

Oldsmobile Toronado (1966)

Os que estão mais ligados ao universo automóvel, conhecem o Toronado pelo motor V8 com 390 CV e pela… tração dianteira, totalmente o contrário da moda da época, a tração traseira. O V8 tinha 7 litros de cilindrada e os 644 Nm jorravam nas rodas dianteiras. Ora, percebe-se que o comportamento era simplesmente horrível, mas o estilo era muito interessante, para um carro americano da década de 60, muito por causa dos faróis escondidos.

Ferrari 365 GTB/4 (1968)

Um dos carros mais bonitos da Ferrari tem faróis escamoteáveis e por via disso, o Daytona marcou uma era no estilo da Ferrari e com exceção do Dino 206 e Dino 246, todos os modelos até ao 550M de 1996, foram feitos com faróis escamoteáveis.

Opel GT (1968)

Um dos carros mais bonitos da década tinha faróis escondidos que apareciam através de um comando manual. Os faróis rodavam para a direita no seu próprio eixo e apareciam tipo olhos de sapo. Foram vendidos mais de 100 mil unidades (algumas como Buick no mercado norte americano) com motores 1.1 e 1.9 litros, sendo que este último é muito procurado.

Saab Sonnett III (1970)

Por vezes há necessidade de fazer alguns rascunhos até acertar no desenho final. O Sonnett é um bocadinho assim: a primeira geração foi um desastre com seis carros vendidos, a segunda foi bem melhor, mas as vendas foram medíocres, acertando a Saab á terceira, com um carro que vendeu mais de 8 mil unidades. Foi o único modelo da Saab que recorreu aos faróis escamoteáveis.

De Tomaso Pantera (1971)

Será dos carros mais espetaculares jamais feitos, fruto do desenho inspirado de Tom Tjaarda – filho de John Tjaarda, holandês e designer de renome que criou o Lincoln Zephyr – quando o americano estava a trabalhar na Ghia. O desportivo da marca do argentino De Tomaso, tinha um motor V8 Ford ainda com válvulas laterais, vendeu mais de 7 mil unidades entre 1971 e 1992, cifra que faz dele o mais bem sucedido da marca italiana. Também ele tinha faróis escamoteáveis.

Lancia Stratos (1972)

Apresentado como protótipo no Salão de Turim de 1971, o Stratos foi o primeiro Lancia feito por Bertone e tinha a particularidade de ter um motor Ferrari, no caso, um V6 de 2.4 litros vindo do Ferrari Dino. O chassis, muito robusto e travado, feito em aço era coberto por uma carroçaria em plástico e provou ser um carro imbatível no Mundial de Ralis, com vitórias no Mundial em 1974, 75 e 76. Podem não se lembrar, já que o carro competia com os faróis abertos a amparar a calandra de faróis suplementares, mas o Stratos tinha faróis escamoteáveis.

Fiat X1/9 (1973)

Simples, o X1/9 era a antítese dos desportivos britânicos que tinham motor dianteiro e tração traseira. O Fiat tinha motor central traseiro, linhas retangulares e, claro, faróis escamoteáveis que permitiam uma frente muito baixa e esguia.

Lamborghini Countach (1974)

Aquele que é reconhecido como o mais brutal super carro da década de 70, não tinha os faróis escondidos como, por exemplo, no Lamborghini Miura (que subiam e ficavam inclinados para diante), pois devido á forma em cunha, os faróis subiam e desciam.

Triumph TR7 (1975)

Os Triumph até ao TR7 eram carros para homens de barba rija, com motores cheios de binário e comportamento belicoso, sem preocupações com o estilo, apesar de alguns modelos muito interessantes. O TR7, desenhado por Harris Mann, acabou por ser um choque com a sua forma em cunha, carroçaria fechada e o motor 2.0 litros. Mais tarde surgiu o motor V8 e ainda mais tarde o cabriolet, já no final de vida. Os faróis escamoteáveis eram uma das notas do estilo do TR7.

Porsche 924 (1975)

O 914 tinha faróis escamoteáveis e foi o primeiro da casa de Zuffenhausen, em 1969, com essa tecnologia tendo vendido 120 mil exemplares até que chegou o 924, também ele com faróis escamoteáveis. Concebido a partir de uma colaboração entre a Volkswagen e a Porsche, a primeira decidiu abandonar o projeto deixando o “menino” nos braços da casa de Zuffenhausen. A Porsche não enjeitou a criança e apesar das criticas e de ainda hoje ser considerado como uma espécie de bastardo, o 924 ainda vendeu cerca de 150 mil unidades.

TVR Tasmin (1980)

A empresa britânica andou sempre em contra mão e depois de anos a fazer carros arredondados, chegou ao Tasmin e fez um carro de linhas retas. O carro oferecia performances de topo graças à utilização de motores V8, mas a verdade é que o Tasmin sempre foi olhado como um embaraço e não como desportivo. Tinha faróis escamoteáveis.

Mitsubishi Starion (1983)

Coupé de duas portas com motor turbo de quatro cilindros com tração traseira, o Starion nasceu no meio de vários GT japoneses como os Nissan Z, O mazda RX-7 ou o Toyota Supra. Foi o primeiro carro japonês sobrealimentado com injeção eletrónica. Foi carro de ralis e também tinha faróis escamoteáveis. Durou oito anos e as vendas andaram ligeiramente acima das 60 mil unidades.

Honda Prelude (1983)

O primeiro modelo da Honda a ter faróis escamoteáveis foi o Prélude, que das cinco gerações feitas só as duas primeiras tiveram essa tecnologia (o NSX foi o segundo). O primeiro foi um carro quase anónimo, já o segundo foi mais difundido e tinha um estilo interessante… com os faróis fechados. Quando eram abertos, a linha ficava menos feliz e aerodinamicamente, o carro ficava desequilibrado. 

Pontiac Fiero (1983)

Tinha como objetivo preencher o vazio na gama da marca americana, oferecendo um carro desportivo acessível com dois lugares. Foi o primeiro carro destes nos EUA, mas tinha péssima fiabilidade, performances modestas e um comportamento fraco. Sim, tinha um estilo atraente com os faróis recolhidos e talvez por isso conseguiu vender mais de 370 mil unidades em cinco anos de vida.

Toyota MR2 (1984)

Duraram duas gerações os faróis escamoteáveis no MR2, um coupé muito interessante da Toyota. Depois, chegou a terceira geração e os faróis deixaram de estar escondidos. O MR2 é um carro importante, pois foi o primeiro automóvel japonês de produção em série com motor central traseiro. E dai para cá, poucos foram os modelos lançados por marcas oriundas do país do Sol Nascente.

Volvo 480 ES (1986)

O primeiro Volvo com tração ás rodas da frente, foi também o primeiro e único carro da marca sueca com faróis escamoteáveis. Falamos do 480ES, um carro produzido na Holanda que partilhava o chassis e a mecânica com o 440 e o 480 que, por sua vez, usavam mecânicas Renault com 1.7 e 2.0 litros com ou sem turbo. A Volvo chegou a fazer um protótipo de um descapotável… mas foi um nado morto.

BMW Série 8 (1989)

O verdadeiro navio almirante da BMW chamava-se Série 8 e era um verdadeiro GT luxuoso, equipado com motores V8 e V12. Foi ignorado durante muitos anos, mas começa a ser um carro procurado e altamente colecionável. Com um estilo que misturava muita inspiração do E30 e do Série 7, o Série 8 foi o segundo carro com faróis escamoteáveis (o primeiro foi o M1), foram vendidos entre 1990 e 1999, mais de 30 mil unidades.

Mazda MX5 (1989)

Um dos modelos icónicos da indústria automóvel, inspirado no Lotus Elan, o MX-5 continua a ser um carro desejado há 30 anos e, claro, os primeiros tinham os faróis escondidos. Quando foi lançado em 1989, era um carro acessível com um excelente comportamento, tinha um estilo delicioso e era muito fiável. Trinta anos depois, continua tudo muito igual, apenas os faróis escamoteáveis desapareceram. O MX-5 tinha um problema grave… a ferrugem foi a pior inimiga.

Cizeta V16T (1991)

Os anos 80 foram um bocadinho loucos e como havia dinheiro a rodos, alguns lunáticos decidiram lançar-se na construção de carros ainda mais lunáticos. Um dos mais radicais foi o Cizeta, motorizado por um motor V16 (que não era mais do que a junção de dois V8 de 3.0 litros) com 560 CV e uma velocidade máxima de 320 km/h. Claro que foi um fracasso, mas ficam para a história os faróis escamoteáveis em cascata. 

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