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Citroën está a comemorar os 40 anos desde o lançamento do BX

By on 24 Setembro, 2022

O Citroën BX era o familiar da marca com um desenho muito avançado para sua época, da autoria de Bertone, mas que foi um autêntico sucesso comercial com mais de 2,3 milhões de unidades produzidas.

O dia 23 de setembro de 1982 ficou na história da marca francesa como o dia de lançamento do Citroën BX, e também o dia em que uma estranha caixa de madeira surgiu pendurada debaixo da Torre Eiffel, em Paris. Na lateral, tinha apenas a inscrição: “Voilà la nouvelle Citroën” (“Eis o novo Citroën”).

Ao cair da noite, e com inúmeras pessoas a assistir, a caixa de madeira desceu até ao chão, acompanhada de um espetáculo de luz, som e fogo de artificio, e assim que tocou no piso e se abriu, revelando o que estava no seu interior, todos ficaram a conhecer o novo modelo da marca do Double Chévron, o Citroën BX.

A apresentação oficial ao público e o início da sua comercialização, ficaram agendados para uns dias mais tarde, na 69ª edição do Salão Automóvel de Paris, na Porte de Versailles, sendo esta, inegavelmente, uma das maiores estreias do salão. Os maiores detalhes desta história com quatro décadas, é a próprio Citroën que nos conta…

O projeto “XB”

Lançado em 1978 com o nome de código “XB”, o projeto do Citroën BX viu as suas especificações finalizadas em novembro de 1979. Os principais objetivos atribuídos ao futuro BX eram permitir que fosse reconhecido como um veículo moderno e fora do convencional, com ênfase na inovação. O BX ia ser um automóvel de tração dianteira com motor transversal e baixo peso para assegurar boas acelerações e baixos consumos de combustível, tendo em conta o contexto económico da época. Como todos os modelos Citroën topo de gama de então, o BX estava equipado com um sistema de suspensão hidropneumática para garantir níveis impecáveis de conforto e de aderência à estrada. O BX contava com uma carroçaria de cinco portas, com uma quinta porta traseira.

O seu desenvolvimento foi levado a cabo pelo centro técnico de Vélizy, que investiu fortemente em equipamentos CAD (Computer Aided Design), a fim de acelerar a convergência da conceção e a otimização das performances. Com este tipo de ferramenta, o BX alcançaria um bom valor de coeficiente aerodinâmico: 0,34. Inovador na utilização de materiais compósitos em diversos componentes, tais como os pára-choques, o portão da bagageira, o capô e os vidros dos pilares C, o BX apresentou-se com um peso de apenas 885 kg.

Primeiro veículo Citroën da era PSA, o BX recebeu os seus motores do banco de órgãos do grupo. Dispondo de motores potentes logo desde o início (1.360 cc com 62 cv ou 72 cv, 1.580 cc com 90 cv), o BX revela-se surpreendentemente dinâmico.

A linha do sucesso

Com o BX, a Citroën estabeleceu um duplo objetivo: entrar no mercado do segmento médio-alto e converter-se no sucessor do relevante GSA. Para o conseguir, o BX apoiar-se-ia em argumentos técnicos fortes, que garantiriam conforto, dinamismo e economia de utilização, bem como numa nova silhueta com uma estética inovadora.

Para desenhar o BX, a Citroën recorreu ao famoso construtor de carroçarias italiano Bertone. O designer Marcello Gandini (“pai” do Miura, do Countach e do Stratos) propôs uma linha original, esculpida ao máximo, mas sem cair na excentricidade, que se destacava na paisagem automóvel da época e que acabou por caracterizar fortemente o BX. O interior também suscitou surpresa e admiração com um tablier futurista, inspirado no do CX, com equipamentos característicos, tais como os satélites de ambos os lados do volante monobraço e o conta-rotações retro iluminado.

Decididamente moderno e repleto de argumentos, o BX convenceu instantaneamente a imprensa, seduziu os clientes da Citroën e conquistou novos clientes: foi um verdadeiro sucesso comercial. Produzido nas fábricas de Rennes La Janais, na Bretanha, e de Vigo, em Espanha, o BX alcançou vendas de 2.337.016 unidades, até ao final da produção em junho de 1994. Integrando o lote dos Citroën mais vendidos, o BX contribuiu, indubitavelmente, para o renascimento da marca Citroën na década4 de 1980.

Uma vida plena

Ao longo dos 12 anos em que o BX esteve no mercado, foram introduzidas diversas alterações na carroçaria. Em 1985, uma elegante “carrinha” familiar, com mais 17 cm de comprimento do que a berlina e com a designação Evasion, foi adicionada à gama, tal como a versão Entreprise (comercial) lançada um ano antes. Um profundo restyling teve lugar em 1987, com o BX a ostentar uma linha exterior mais suave e um painel de instrumentos inteiramente novo.

O equipamento não foi esquecido: teto de abrir, ar condicionado, instrumentação digital, revestimentos em veludo, jantes de liga leve, relógio digital, computador de bordo, permitiram ao BX manter-se fiel à sua imagem de veículo moderno.

Mecanicamente, o BX permanecerá na vanguarda da tecnologia com motores a desenvolver potências até 160 cavalos, injeção eletrónica equipada com catalisador e sonda lambda, motorização diesel, caixa de velocidades automática, tração integral permanente e travagem com ABS. Também se produziu uma série limitada de 200 unidades da versão da versão de estrada do carro de competição BX 4 TC Grupo B (2.141 cc, 200 cv, 220 km/h).

A carreira do BX foi também pontuada por diversas edições limitadas (Tonic, Image, Calanque, Leader, entre outras) incluindo a famosa versão Digit com a sua instrumentação totalmente digital.

Curiosidades

Confiada a Jacques Séguéla, a campanha publicitária de lançamento apresenta o BX como um carro que vive, pensa e respira. Esta foi uma referência óbvia aos vários ruídos e movimentos gerados pela suspensão hidropneumática.

Em 1985, a Citroën tornou-se no primeiro construtor francês a oferecer uma versão Diesel com caixa automática. A Citroën deu seguimento a este tipo de estreias e inovações, lançando, em 1987, o primeiro modelo de produção em série francês equipado com um motor de 16 válvulas. Uma honra que coube, obviamente, ao BX.

Sempre na vanguarda da tecnologia, o BX foi o primeiro veículo produzido em série a utilizar um capô em compósito poliéster de fibra de vidro comprimida, um portão traseiro em compósito poliéster de fibra de vidro injetado, um óculo traseiro colado e faróis com duas superfícies refletoras homofocais.

Sobre a l’Aventure Citroën: L’Aventure Citroën é uma associação sem fins lucrativos que tem como missão preservar, desenvolver e promover o património da marca Citroën. As suas equipas trabalham com e para os seus membros e todos os entusiastas, desenvolvendo os seus serviços de documentação, manutenção e restauro de veículos clássicos nas suas oficinas em Aulnay-sous-Bois, na região parisiense, e em Sochaux, em Doubs. A associação também disponibiliza peças sobressalentes para veículos antigos ou clássicos modernos (youngtimers), bem como produtos relacionados, tudo disponível num site único: www.boutique-laventure-association.com. Se é um apaixonado pela história da Citroën ou deseja contribuir para a preservação de um património excecional, junte-se à associação em http://www.laventure-association.com.

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