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Conheça a história com mais de 50 anos dos coupés e descapotáveis da Mercedes

By on 18 Maio, 2020

Quando está a caminho a renovação do Classe E Coupe e Cabriolet, lembramos, brevemente, os mais de 50 anos de história destes modelos. Apesar de alguns modelos não terem partilhado o mesmo nome, sempre fizeram parte da família de coupés e descapotáveis da Mercedes e é essa breve história que aqui fica.

W114 (1968)

A história, oficial, começa em 1968 quando a Mercedes lançou o “Stroke 8” um coupé que não era mais que a versão de duas portas do modelo W114. Só tinha motor de seis cilindros, era grande e luxuoso e tecnicamente avançado: o 250 CE estava equipado com o motor M114 com injeção eletrónica Bosch D-Jetronic e uma potência de 150 CV. Pode parecer pouco, mas autorizava uma velocidade máxima se 200 km/h. Para além das duas portas, o tejadilho estava mais baixo (45 mm) e o para brisas mais inclinado, não havia pilar B e as portas não tinham molduras.

Em 1972, a Mercedes apresentou o 280 CE com 185 CV como o novo modelo topo de gama da família “Stroke/8”. Até à data da descontinuidade da produção em agosto de 1976, a Mercedes-Benz tinha fabricado um total de 67,000 modelos da série de modelos 114. O modelo mais bem-sucedido, com 21,787 unidades fabricadas, foi o 250 CE de 1972, com 60% dos veículos fabricados a serem exportados.

W123 (1977)

O segundo coupé da Mercedes surgiu quase uma década depois, no Salão de Genebra de 1977, tendo a mesma ideia: sem pilar B, portas sem moldura, tejadilho rebaixado e maior inclinação do para brisas e também do óculo traseiro, mas sendo mais curto 85 mm e mais baixo 40 mm, face a berlina de quatro portas. 

Todos os três modelos coupé estavam equipados com faróis retangulares, grelhas de entrada de ar cromadas em frente ao para-brisas e revestimento cromado abaixo dos farolins traseiros. A gama composta pelos modelos 230 C (109 CV), 280 C (156 CV) e 280 CE (177 CV) foi complementada em setembro de 1977 pela variante diesel 300 CD equipada com motor de cinco cilindros (80 CV), embora esta estivesse reservada para o mercado norte americano. Em 1981, este primeiro diesel coupé foi sucedido pelo 300 CD turbo diesel (125 CV). A produção dos modelos 230 C e 280 C com carburador foi descontinuada em 1980, enquanto o modelo 230 CE (136 CV) equipado com sistema de injeção de gasolina foi acrescentado à gama.

A produção do modelo C 123 terminou em agosto de 1985 após um ciclo de produção de oito anos e de um total de 99,884 unidades produzidas. A versão mais rara era o modelo 280 C, do qual apenas foram fabricadas 3.704 unidades num período de três anos e meio, enquanto o mais bem-sucedido foi a versão 280 CE, do qual foram produzidas 32.138 unidades. 

W124 (1987)

Em março de 1987, a Mercedes revelou o coupé da série W124 no Salão de Genebra, passando em 1993 a ficar conhecido como “Classe E Coupé”. Em 1991 surgiu o primeiro descapotável neste segmento. O novo veículo da série W124 deu continuidade à tradição de modelos coupé de quatro lugares da Mercedes. O coupé partiu da versão de quatro portas, com um estilo mais desportivo e elegante. Uma vez mais a receita original é usada: encurtado, com uma distância entre eixos reduzida em 85 milímetros, com os painéis laterais, o tejadilho e a secção traseira significativamente modificados, mantendo apenas a secção dianteira substancialmente inalterada relativamente ao modelo base.

A Mercedes reforçou a segurança passiva e devido à omissão dos pilares B, reforçou os pilares A, as longarinas e as portas através da utilização de uma elevação da proporção de painéis de aço de elevada resistência. O revestimento do tejadilho foi prolongado ligeiramente até abaixo do vidro traseiro, o que permitiu aumentar quer a segurança quer o conforto dos passageiros traseiros. Os frisos de proteção integrados nos painéis longitudinais das embaladeiras das portas eram uma característica de design que destacou a singularidade dos coupés comparativamente às restantes variantes de carroçaria nesta série de modelos.

A gama de modelos incluía inicialmente as versões 230 CE (132 CV) e 300 CE (180 CV). Em 1989, no Salão de Frankfurt, foi lançada uma gama de modelos totalmente redesenhada. O novo topo de gama era a versão 300 CE-24 (220 CV) com motor de 3.0 litros de quatro válvulas do 300 SL-24 (R 129). O equipamento disponível incluía jantes de liga leve, vidros elétricos, volante e alavanca de velocidades revestidos em pele, revestimento em madeira de nogueira e luzes de sinalização de porta aberta nas portas. Quando a remodelada série de modelos 124 foi lançada no outono de 1992 com novos motores e revestimentos, os motores dos coupés foram totalmente convertidos para a tecnologia de quatro válvulas. A gama de motores disponíveis incluía o motor de 3.2 litros de quatro válvulas na versão 320 CE (220 CV), vindo do Classe S.

Em 1991, a Mercedes lançou o cabriolet da série de modelos 124 em Frankfurt. O cabriolet de quatro lugares com capota de lona foi o primeiro veículo deste tipo da Mercedes após um longo interregno de 20 anos. A capota de lona retrátil de 43 quilos era constituída por um sistema articulado de 27 peças e 34 articulações. Mesmo na condição de capota aberta, esta permitia um volume suficiente na bagageira para o transporte de bagagem. O 300 CE-24 cabriolet foi colocado à venda na primavera de 1992.

O cabriolet foi feito com base no coupé e por isso cerca de mil componentes foram totalmente redesenhados, os componentes estruturais foram produzidos a partir de chapa de aço mais espessa ou de elevada resistência. As áreas sujeitas a uma maior tensão foram adicionalmente reforçadas com duplas estruturas, chapas de ligação ou nervuras de reforço. Estas soluções também incluíram as chapas diagonais de reforço conhecidas dos SL da série R 129. Foram também instalados amortecedores de vibração na torre da suspensão esquerda, na estrutura do tejadilho sobre o para-brisas e nas cavidades laterais da bagageira. Estes reduzem as vibrações incómodas na carroçaria que podem ocorrer em veículos cabriolets devido à ausência de uma estrutura completa do tejadilho. Para a proteção na eventualidade de um capotamento, os pilares A foram soldados para formar uma unidade robusta nas secções vulneráveis à deformação, tendo sido também instalada uma barra anticapotamento acionada automaticamente.

W124 (1993)

Em junho de 1993, a Mercedes apresentou a renovação da gama W124 e o cabriolet manteve-se dentro da fama do Classe E. Os coupé e descapotável foram ligeiramente redesenhados, com a renovada grelha do radiador, conhecida do Classe S e que se prolongava agora pelo capô, e ainda a nova posição da estrela Mercedes no capô. As versões de quatro cilindros E 200 (136 CV) e E 220 (150 CV) bem como a de seis cilindros E 320 (220 CV) eram os modelos disponíveis. O topo de gama para os modelos coupé e cabriolet de 1993 era o E 36 AMG (272 CV). O modelo AMG destacava-se das restantes versões através da entrada de ar dianteira, as proteções das embaladeiras laterais e o para-choques traseiro, pintados na cor da carroçaria e integrados na geometria da carroçaria, e as jantes de liga leve AMG de 17 polegadas.

Entre 1987 e 1996, foram fabricados um total de 141.498 modelos coupé, enquanto de 1991 a 1997 foi produzido um total de 33.952 modelos descapotáveis.

W208 (1993)

No Salão de Genebra de 1993, a Mercedes- apresentou um protótipo que captou a atenção de todos. Quatro lugares, duas portas e o novo estilo da casa alemã com o “duplo farol”, marcou aquilo que seria o estilo da Mercedes. Estes faróis fizeram a sua estreia em 1995 no Classe E. Nascia uma nova linguagem de estilo e um novo coupé em 1997, com o lançamento do CLK (W208), com surpreendente semelhança com o protótipo de Genebra. 

A estreia do CLK foi no Salão de Detroit em janeiro de 1997. Tecnologicamente, era baseado no então Classe C (W202) e iniciou as vendas em 1998. A gama de motores disponíveis no coupé ia do quatro cilindros CLK 200 (136 CV) até ao V8 topo de gama do modelo CLK 430 (279 CV). A versão V6 do CLK 320 (218 CV) era o descapotável mais potente na gama.

Em 1999, ambas as versões da família CLK foram significativamente alteradas com a renovação de meio de ciclo. O CLK 55 AMG (347 CV) destacava-se. A elegante série W208 foi muito bem-sucedida: entre 1997 e 2002, a Mercedes produziu 233.367 unidades do CLK Coupé e entre 1998 e 2003 um total de 115.161 unidades do CLK Cabriolet.

W209 (2002)

Na primavera de 2002, chegou a segunda geração do CLK, apresentado no Salão de Genebra. A Mercedes quis afastar o CLK do resto da gama dando-lhe um estilo diferenciado que bebia inspiração nos modelos originais: linha contínua dos vidros laterais sem moldura e de abertura total, a grelha do radiador característica da marca com a estrela Mercedes posicionada ao centro, o recém-criado visual de duplo farol e o tejadilho estilo coupé. Chegou ao mercado na primavera de 2003. A capota de lona de três camadas oferecia um isolamento melhorado a nível térmico e acústico. Ambas as variantes tinham maiores dimensões relativamente aos modelos anteriores, logo ofereciam melhor nível de conforto. 

A gama de motores do coupé e do cabriolet iniciava-se nos 163 CV e culminava nos 367 CV. Uma novidade no coupé era o CLK 270 CDI, que estava equipado com um motor diesel de cinco cilindros com uma potência de 170 CV. A rigidez torsional da estrutura do coupé tinha sido melhorada em 40%. A rigidez torsional do cabriolet, era cerca de 12% superior relativamente ao modelo antecessor. 

C209/A209 (2005)

No Salão de Paris de 2004, a Mercedes apresentou uma série especial do CLK 500 Cabriolet limitada a 100 unidades, criada pelo designer de moda Italiano, Giorgio Armani. No início do verão de 2005, o modelo foi sujeito a uma extensa remodelação. Em ambas as versões de carroçaria, o CLK 350 (272 CV) substituiu o anterior CLK 320, enquanto o CLK 280 com um motor V6 de 231 CV foi acrescentado à gama. Desde então, o coupé também passou a estar disponível na versão CLK 220 CDI com um motor turbodiesel com 150 CV, existindo um mais exótico CLK 320 CDI. Em 2006, o CLK 63 AMG com um motor de 481 CV fazia a sua estreia em ambas as versões de carroçaria, seguindo-se uma versão mais radical conhecida como CLK 63 AMG Black Series, que oferecia 507 CV exclusivamente para o coupé. No verão de 2006, o CLK 500 Coupé recebia um novo motor V8 com uma potência de 388 CV. De 2002 até 2008, a empresa fabricou 240.878 unidades do CLK Coupé e entre 2003 e 2009 140.139 unidades do CLK Cabriolet.

C207/A207 (2009)

Em março de 2009, os modelos de duas portas regressaram oficialmente à gama do Classe E, dando desta forma continuidade à tradição. No Salão de Genebra o Mercedes Classe E Coupé na série de modelos 207 era apresentado e destacava segurança, design, conforto. O modelo registava um novo mínimo no que diz respeito a aerodinâmica: coeficiente aerodinâmico (cd) de apenas 0.24 era suficiente para ser o veículo produzido em série mais eficiente do mundo a nível aerodinâmico. Na primavera de 2010, seguiu-se o cabriolet da série de modelos 207. O opcional sistema Aircap, que reduzia a turbulência do ar no interior do veículo e consequentemente também o ruído do deslocamento do ar, foi uma das inovações Mercedes. O sistema de aquecimento da zona da cabeça Airscarf permitia prolongar o período sazonal de condução com capota aberta, fornecendo um maior conforto mesmo quando a temperatura do ar exterior era baixa.

A gama de motores disponíveis era extensa. Por exemplo, estavam disponíveis dois novos modelos de quatro cilindros, o E 250 CDI BlueEfficiency com um motor diesel e o E 250 CGI BlueEfficiency com um motor a gasolina. Ambos os motores estavam equipados com tecnologia de injeção direta e produziam uma potência de 204 CV. O antigo motor V6 a gasolina foi substituído no E 350 CGI BlueEfficiency por um bloco de seis cilindros com injeção direta de gasolina, com uma potência de 292 CV. O modelo de topo era o E 500 com um motor V8 que produzia uma potência de 388 CV.

No início de 2013, a Mercedes revelou a remodelada série de modelos 207. Em termos visuais, o coupé e o cabriolet aproximaram-se da nova linguagem de estilo da Mercedes. Estavam agora disponíveis seis motores a gasolina com potências entre 184 CV) e (408 CV) e três blocos diesel com níveis de potência entre 170 e 252 CV. Era oferecida a versão E400 com motor com dois turbocompressores e com uma potência de 333 CV.

Em dezembro de 2016, a produção dos modelos Classe E Coupé e Cabriolet da série de modelos 207 chegou ao fim. Desde o final de 2008 até 2016, a Mercedes produziu 221.556 unidades do coupé e de 2009 até 2016 produziu 140.925 cabrio. O novo Classe E Coupé da série A 238 celebrou a sua estreia mundial em dezembro de 2016 e foi exibido pela primeira vez num certame internacional em janeiro de 2017 no Sação de Detroit. Seguiu-se o cabriolet no Salão de Genebra em março.

O CLK no desporto automóvel

O CLK DTM AMG, que teve a sua estreia na forma de coupé na primavera de 2004 e na forma de cabriolet no outono de 2005, representou uma clara associação ao desporto automóvel. Ambas as versões foram fabricadas em pequenas séries de apenas 100 unidades cada, destacando o motor AMG V8 de 5.5 litros e 582 CV. A carroçaria tinha semelhanças com o carro de competição inscrito no DTM, com um expressivo kit de carroçaria. O toque de autêntico veículo do desporto automóvel também era transmitido pelo interior que, por exemplo, estava equipado com bancos integrais desportivos AMG revestidos em pele, com cintos de segurança de quatro pontos e ainda o volante de competição AMG com revestimento em camurça.

Ambas as versões do veículo desportivo de elevada potência recordavam a era de sucesso do Mercedes CLK DTM no German Touring Car Masters (DTM) desde 2000. Nesses veículos do campeonato de turismo DTM, Bernd Schneider sagrou-se campeão em 2000, 2001 e 2003 e vice-campeão no ano de 2002.

O CLK marcou também presença nos grandes prémios de Formula 1: desde 1997 até 1999, o CLK 55 AMG (C 208) foi o Safety Car oficial nos grandes prémios de Formula 1. A série de modelos 209 foi representada por dois Safety Cars: o CLK 55 AMG foi utilizado na temporada de 2003, enquanto o CLK 63 AMG nas temporadas de 2006 e 2007. Os veículos que são utilizados para garantir a segurança dos pilotos nos grandes prémios de Formula 1 em todo o mundo são em grande medida veículos de série da Mercedes-AMG. As principais instalações adicionais correspondem a sistemas de segurança e de comunicação.

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