Porsche quer manter V8 até depois de 2023
Porsche termina produção do Boxster e Cayman

Conheça a história dos Porsche GTS desde o primeiro lançado em 1964

By on 11 Maio, 2020

O passado ofereceu a muitas marcas a possibilidade de ter letras mágicas que unem a herança histórica á capacidade tecnológica. Na Porsche essas letras são GTS.

Todos conhecem os BMW M, os Mercedes AMG, os Audi Sport, os Fiat Abarth, enfim, nomes que dão o cunho desportivo com uma herança do passado. Na Porsche, quando se fala de GTS, fala-se de performance. A caminho de fazer 60 anos, os Porsche GTS são dos mais emblemáticos da história da marca.

Tudo começou nos anos 60 com o GTS a aparecer numa ocasião, no caso, no Targa Florio, uma prova de estrada que a Porsche decidiu disputar com várias versões do 904 GTS. Mais veloz que o 718 GTR, o 904 – que acabou por se chamar apenas GTS devido aos conflitos legais com a Peugeot pela utilização do zero entre dois números – devia esse facto ao motor boxer de seis cilindros em posição central traseira. O sucesso foi enorme, com dois 904 GTS a ficarem nos dois primeiros lugares. Entusiasmada pelos resultados, a Porsche decidiu participar em mais provas do género do Targa Florio, onde ganhou amiudes vezes.

Porém, o nome GTS esteve adormecido até 1980, quando a Porsche decidiu colocar no “patinho feio” 924 as três letras, tornando-o num dos carros mais procurados pelos colecionadores. Destinados à competição, os 924 GTS não tinham motor de seis cilindros, mas um quatro cilindros com 2.0 litros e 245 CV. Sobreviveram alguns na especificação de série, sendo hoje amplamente procurados.

Foi necessário esperar mais doze anos para que a Porsche aplicasse as três letras num modelo, no caso, o 928, quando este estava no final de carreira e necessitava de um estímulo. Grande, pesado, confortável e sonoro devido ao V8 de 5,4 litros e 350 CV, o 928 estreava nova configuração de motor num carro GTS, neste caso, um V8 depois do boxer de seis cilindros do 904 e um quatro cilindros do 924 GTS. O 928 GTS desapareceu em 1995, com o descontinuar do 928, sendo um dos mais procurados pelos colecionadores.

Nova hibernação até que em 2007, a Porsche decidiu dar ao Cayenne, o SUV da marca de Zuffenhausen, uma versão GTS. Uma vez mais, as três letras foram usadas para ajudar um modelo no final de vida. Tinha um motor V8 de 4,8 litros com 405 CV. A segunda geração do Cayenne já recebeu uma versão GTS, agora com 420 CV. Um ano depois do seu lançamento, o “beste seller” Macan (100 mil unidades vendidas em 2019!) recebeu um GTS com um V6 biturbo 3.0 litros (mais uma estreia em termos de tipo de motor desde o original boxer) com 360 CV que este ano foi substituído por um V6 2.9 litros biturbo que passou a potência para os 380 CV.

Já deve estar a perguntar pelos outros modelos GTS da Porsche. Sim, há mais modelos. O 911 esperou até 2010 para ter um GTS com o 997 GTS a estar equipado com um boxer de seis cilindros (como o original) com 3.8 litros e 408 CV, existindo uma versão descapotável. O GTS perpetuou-se para o 991 (2014), com versões coupé, descapotável e Targa e com a renovação de 2018, o modelo passou a exibir o bloco 3.0 litros biturbo com 450 CV. O mais recente 992 ainda não recebeu o seu GTS, mas poderá acontecer em breve.

A Porsche ofereceu a definição GTS à dupla Boxster e Cayman, talvez os modelos que podem encarnar mais proximamente o espírito do 904 GTS. Carro pequeno com distância entre eixos curta, bilugar, motor central traseiro e seis cilindros boxer com 3,4 litros e sem turbo. A Porsche atirou para dentro do 718 Bosxter e Cayman um motor de quatro cilindros turbo de 2.5 litros com 365 CV, quebrando a herança do 904 GTS, mas a críticas foram tantas que a casa alemã arrepiou caminho e fez regressar o boxer seis cilindros para a versão GTS. No caso, um 4.0 litros com 400 CV.

Finalmente, a Porsche ofereceu ao Panamera o tratamento GTS, mas só em 2011 (o carro foi lançado em 2009) com um motor V8 de 4.8 litros vindo do Cayenne. No Panamera tinha 430 CV, passou a 440 CV antes de chegar a segunda geração da berlina de quatro lugares, que trocou o motor atmosférico por um V8 biturbo de 4.0 litros com 460 CV, que acabou por se estender ao Sport Turismo.

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