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Construtores arriscam multas pesadas se falharem limites de CO2

By on 9 Abril, 2019

Segundo alguns analistas, os diversos construtores poderão ser atingidos com multas astronómicas de milhares de milhões de euros por não cumprirem as exigências da Comissão Europeia, efetivas em 2020. Esta conclusão foi obtida depois de se perceber que os níveis de CO2 subiram aos níveis mais elevados desde 2014.

Segundo a Jato Dynamics, o valor das multas poderá chegar aos 34 mil milhões de euros, tendo em linha de conta as emissões de CO2 registadas em 2018. Contas feitas, o grupo Volkswagen e o PSA Group, por exemplo, podem perder até metade dos seus lucros combinados!

Recordamos que a multa é de 95 euros por grama de CO2 acima do limite, multiplicado pelo número de carros vendidos em 2020 e 2021, sendo que 5% dos modelos com maior valor de emissões, não entram nesta contabilidade em 2020. No próximo ano, o limite médio de emissões de toda a gama de cada construtor será de 95 gr/km de CO2.

Onde está, então, o problema? Primeiro, está na sanha contra o gasóleo que levou os consumidores a correrem para os braços dos modelos a gasolina. Claro que o Dieselgate provocou uma desconfiança enorme nos modelos a gasóleo, mas a pressa dos governantes em lanchar dichotes popularistas, empurrou cidades para o extremismo de acabar com o trânsito de modelos a gasóleo nas suas ruas. Logo, aumentou o nível de CO2. Depois, feitas as contas às emissões de CO2, em março de 2018 a média estava nos 120,5 gr/km, enquanto que em 2017 esse valor era de 118,1 gr/km. Depois, o aumento do número de SUV, leva a que os modelos sejam menos aerodinâmicos, mais pesados e com maiores emissões.

O resultado de tudo isto e da precipitação geral, está a empurrar a indústria para um funil que acabará com enormes dificuldades, especialmente, para os construtores cuja base de negócio é o Velho Continente. A intenção de empurrar a todo o custo a mobilidade elétrica pela garganta abaixo da indústria, está a esmagar uma das maiores indústrias, está a forçar acordos contra natura e poderá acabar com baixas de ambos os lados da trincheira. A Comissão Europeia está a abrir as portas ao avanço chinês com as suas réplicas elétricas e a promessa de “vão vir charters de chineses” pode ser mais real do que nunca.

Alguns analistas dizem que os construtores subestimaram o esforço necessário para fazer a mudança dos motores de combustão interna para os veículos zero emissões, zurzindo a bandeira do mercado desejar a mudança. O problema é sempre o mesmo: querer falar pelos outros e a verdade é que vários estudos dizem que as pessoas estão céticas com a mobilidade elétrica e que em 2030 haverá mais de 13 milhões de veículos EV sem cliente. Será suportável?

Para já sabe-se que alguns grupos não vão cumprir os valores da União Europeia. A Daimler já sabe que a sua média rondará os 102,8 gr/km de CO2, já a FCA diz que terá uma média de 91,8 gr/km. Acredita-se que com a incusão nas suas gamas de modelos da Tesla, algo que vai custar alguns milhões de dólares ao grupo italo-americano. Já a Ford ainda não sabe, mas a aposta total nos SUV pode ser nefasta enquanto a ofensiva Ford Hybrid não oferecer frutos.

Nesta altura do campeonato, avalia-se em 7,4 mil milhões de euros os custos, já em 2020, para cumprir as metas exigidas, ou seja, 25% dos lucros da PSA e 20% da FCA. Alguém terá de pagar e se os construtores assumem 75% dessa cifra como investimento, os outros 25% sairão do bolso dos consumidores, que vão pagar mais pelos veículos. No passado, tudo funcionava assim, ou seja, construtores e clientes assumiam o fardo de novas tecnologias e do avanço nas especificações dos veículos, mas os recentes escândalos lançaram um manto de desconfiança e tudo será mais complicado.

Muitas das soluções passaram pela compra de créditos ambientais e negócios como o que a FCA fez com a Tesla e poderá fazer com a Toyota e a Mazda, pagando milhões para evitar as multas da Comissão Europeia e reduzindo, artificialmente, o nível de emissões da FCA, 119.2 gr/km em 2018.

O grupo Volkswagen, apesar da enorme ofensiva elétrica que “queimou” já 19 mil milhões de euros, poderá não chegar a tempo de evitar que o grupo alemão possa ser multado em alguns milhares de milhões. Não é o valor da multa que causará problemas ao gigante alemão (a sua rentabilidade é impressionante), mas os danos que poderá causar à sua já enlameada reputação uma situação dessas.

Por tudo isto, o final de 2019 e o início de 2020 irão fervilhar com apresentações de novos modelos “mild hybrid”, híbrido, híbrido Plug In e elétricos.

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