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Construtores esbarram na intransigência da UE no caso das emissões

By on 9 Outubro, 2018

Talvez da pior maneira, os construtores europeus perceberam que não vale tudo e que há limites para o seu “lobby”. No caso das emissões de gases poluentes na Europa, as reclamações dos construtores caíram em saco roto e esmagaram-se contra a intransigência da Comissão Europeia.

Quando há uma dezena de anos, a Comissão Europeia decidiu ceder á pressão dos construtores quando quis estabelecer um limite de emissões de CO2 mais duro, aceitando que não deveria ser tão rigorosa, ficou no ar que o “lobby” do automóvel seria poderoso o suficiente para influenciar a União Europeia (UE). Volvido todo esse tempo, parece que tudo mudou e a verdade é que a UE não quer ceder e continua firme na ideia de limitar as emissões de CO2 entre 2021 e 2025 às 95 gr/km de CO2, em média, mas com tendência para apertar ainda mais a malha.

Os responsáveis pela União Europeia seguem a visão de Elon Musk, o patrão da Tesla, ou seja, a Europa comunitária antevê uma revolução tecnológica nos transportes rodoviários que vão atirar os motores de combustão interna para os museus, ao mesmo tempo que deseja manter a liderança no mercado mundial de veículos de passageiros. Porém, a coisa não se afigura simples.

Com 15 milhões de automóveis vendidos a cada ano na União Europeia, os automóveis contribuem para 1/10 das emissões de CO2 que são culpadas pelo aumento da temperatura global. Por seu turno, os veículos elétricos só chegam aos 1,5 por cento de quota de mercado. Perante este cenário, baixar dos atuais 130 gr/km de CO2 para os 95 gr/km, vai ser duro e por isso o movimento elétrico da maioria dos construtores.

Mas pior foi a machadada que o Parlamento Europeu, ignorando, olimpicamente, os avisos dos construtores, deu na indústria automóvel. A proposta era reduzir 15% aos 95 gr/km de CO2 em 2025 e 30 por cento a partir de 2030. Ora, a Comissão Europeia foi mais longe e pediu cortes de 20% em 2025 e 40% em 2030, obrigando que em 2030 existam 35% de veículos não poluentes. Absolutamente irreal e um garrote à indústria que terá sérias consequências sociais na União Europeia.

Este rascunho de legislação terá, agora, de ser aprovado pelos governos europeus e pelo parlamento europeu e todas as diferenças entre a UE e a ACEA terão de ser resolvidas.

As reações não se fizeram esperar. Do lado da ACEA, Erik Jonnaert, secretário geral, referiu que “continuamos particularmente preocupados sobre a extrema agressividade na redução do CO2 e a imposição de quotas de vendas para modelos elétricos, que alguns membros do parlamento europeu apoiam. Isto significaria que estão a empurrar a indústria para uma transformação à pressa!” Já Miriam Dalli, uma socialista de Malta, defende esta redução agressiva, dizendo que “esta é a forma de avançarmos. Mais ambição irá estimular a inovação e os investimentos da União Europeia. Vou defender esta posição, embora acredite que todos juntos poderemos melhorar a proposta da comissão.”

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