Mobilidade: Gasta-se, em média, 132€ por mês em Portugal – abaixo da média europeia
Média de idade dos carros na Europa é de 13,9 anos: elétricos representam apenas 1,2% do parque atual

É oficial! Em 2035 não serão vendidos automóveis novos movidos a gasolina ou diesel na Europa

By on 16 Fevereiro, 2023

E agora, parece que é mesmo oficial. O Parlamento Europeu acaba de aprovar oficialmente a resolução que irá proibir a comercialização de ligeiros de passageiros movidos por combustíveis fósseis a partir de 2035.

É uma decisão que estava algures no futuro, mas ainda sem uma data concreta definida. Mas agora, na passada terça-feira, foi votada no Parlamento Europeu a decisão de banir as vendas de automóveis novos movidos a gasolina ou diesel, a partir de 2035, obrigando, desta forma, a que todos os automóveis novos comercializados na União Europeia sejam 100% elétricos dentro de apenas 12 anos.

É um dos maiores passos de sempre da Comissão Europeia de 27 países com o objetivo de atuar perante a emissão de gases poluentes do setor dos transportes, que é responsável por 37% das emissões globais de carbono. Segundo a Agência Internacional de Energia, são os automóveis os maiores causadores destas emissões e, segundo vários estudos existentes, a mudança total para automóveis elétricos iria reduzir substancialmente os níveis de poluição, mesmo quando a eletricidade destinada a carregar os automóveis fosse gerada por combustíveis fósseis.

É claro que a grande maioria dos condutores particulares poderão não estar prontos para um corte tão dramático com a realidade atual, mesmo dentro de 12 anos previstos até à data da proibição e há ainda a considerar as centenas de milhares de empregos que podem estar em risco. Tal como foi referido por Jens Gieseke, membro do Parlamento Europeu pela Alemanha, “Na Alemanha, há mais de 600 mil pessoas a trabalhar ativamente na produção de motores de combustão interna, pelo que do ICE, esses empregos estão em risco“.

Do outro lado da “barricada” nesta votação, há quem defenda que estes 12 anos serão suficientes para que a maioria dos construtores europeus se consiga adaptar e fazer também uma transição total para a produção de baterias e automóveis 100% elétricos, estimulando o investimento de forma a fazer frente à concorrência mais direta proveniente dos Estados Unidos e, especialmente, da China. O alerta foi dado por Frans Timmermans, vice-presidente da Comissão Europeia, “Permitam-me que vos recorde que, entre o ano passado e o final deste ano, a China terá 80 novos modelos 100% elétricos disponíveis no mercado internacional. São bons carros, que serão cada vez mais acessíveis e teremos de competir com isso, pois não podemos abdicar desta indústria para pessoas de fora. A revolução industrial está a acontecer, quer nós gostemos ou não. Podemos escolher liderá-la, fazê-la de uma forma que seja compatível com os nossos valores, ou podemos fazer com que sejam outras partes do mundo a liderá-la e depois, o que podemos fazer é apenas seguir o que está a ser feito e abdicar dessa indústria“.

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