Estudo aponta para crescimento de conversão elétrica de veículos nos próximos anos

A enorme pressão que os fabricantes de veículos elétricos, assim como toda a cadeia de abastecimento, sentem para alcançar a descarbonização dos transportes e, por conseguinte, reduzir as emissões de gases com efeito de estufa deste setor leva ao surgimento de novos conceitos, diferentes da produção de novos veículos. 

O estudo “Tendências de Mobilidade 2023”, publicado recentemente pela Astara Intelligence – departamento de Consultoria da astara para empresas e cidades – identifica o ‘retrofit’ como um dos interesses crescente na mobilidade urbana e com mais potencial para crescer no mercado. 

O ‘retrofit’ é um processo de modernização de equipamento já ultrapassado, neste caso, em particular, automóveis movidos com motores de combustão interna convertendo-os em veículos elétricos, para lhes dar uma nova vida. Como fez, por exemplo, recentemente a Sacrilege Motors, que apresentou a sua primeira conversão elétrica de um Porsche 911. 

Segundo o mesmo estudo, já existem milhões de veículos com motores de combustão interna nas nossas ruas e que poderiam ser atualizados, interna e externamente, a um custo relativamente baixo.

O relatório identifica três linhas de negócio neste espaço: a substituição de velhos motores de combustão por algum tipo de motor elétrico; a instalação de filtros especiais para reduzir a emissão de gases; e o reacondicionamento interior e exterior dos veículos para lhes dar o aspeto de um veículo novo. Aponta a mesma fonte que a startup francesa Transition One, afirma que custa 15.000 euros para reequipar um veículo e que, num processo em massa, esse valor poderia baixar para apenas 8.000 euros, por exemplo. 

Indica ainda que o mercado do ‘retrofit’ é suscetível de crescer, uma vez que a maioria dos fabricantes de veículos elétricos não consegue satisfazer a procura por veículos elétricos, havendo também uma maior preocupação das cidades em limitar o trânsito de veículos mais poluentes. Além disso, a conversão de veículos não exigirá investimentos significativos – em termos de processos de fabrico e consumo de matérias-primas – e por último, um número significativo de países estão a eliminar gradualmente a venda de veículos com motores de combustão interna até 2030, o que coloca mais pressão ao sistema e aumentará o apoio à reconversão como solução possível.

O relatório apresenta outras tendências para a mobilidade sustentável nas cidades nos próximos anos, tais como aeronaves elétricas que contribuem para reduzir o trânsito ou ainda robôs que transportam produtos alimentares e outras mercadorias nas cidades. 

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