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Hertz acabou por não conseguir evitar a falência

By on 25 Maio, 2020

Como se antevia, a Hertz adiou o inevitável, acabando por entregar um pedido de falência e de proteção de credores no passado sábado.

Com 38 mil colaboradores e 102 anos de história, a Hertz é o primeiro “gigante” vítima do SARS Cov-2, atingido mortalmente pela paragem da economia a nível global.

A empresa norte americana entregou, voluntariamente, o pedido de insolvência ao abrigo do Capítulo 11, defender-se dos credores e reorganizar-se.

O AUTOMAIS já tinha noticiado a possibilidade da falência da Hertz e na sexta feira revelado que a empresa norte americana já estava a vender automóveis usados pertença da sua frota. Para já, a falência da Hertz abrange os territórios norte americanos e o Canadá, deixando de fora as operações na Europa, Austrália e Nova Zelândia.

A raiz dos problemas da empresa cujo maior acionista é o bilionário Carl Icahn reside no fecho dos aeroportos e das viagens de avião, já que este é o principal negócio da Hertz. 

Com uma dívida de 19 biliões de dólares (17,4 mil milhões de euros) e 38 mil colaboradores, a Hertz é um gigante que foi atirado ao chão pela pandemia de Covid-19, não tendo recebido os biliões de dólares em ajuda governamental oferecidos às companhias áreas das quais, ironicamente, a Hertz precisa. A empresa negociou a moratória do pagamento do “leasing” da sua frota de veículos na esperança de conseguir receber ajuda estatal.

Contas feitas, são mais de 500 mil veículos que fazem parte da frota da Hertz e uma das propostas feitas aos credores e aos bancos foi vender 30 mil carros e recolher 5 biliões de dólares (4,6 mil milhões de euros) e mitigar o peso do serviço da dívida. Também não correu bem essa estratégia e no dia 16 de maio, a Hertz colocou no lugar de Kathryn Marinello, como CEO, Paul Stone, anunciou o despedimento de 10 mil funcionários e lançou o pânico entre o mercado de usados ao levantar a possibilidade de falência.

Outra das dificuldades da companhia de aluguer de veículos, reside na complexidade do seu balanço financeiro. A Hertz tem uma dívida caucionada de 14 biliões de dólares (12,8 mil milhões de euros) que compra os veículos e depois aluga à Hertz que paga uma mensalidade, maior ou menor, consoante a valorização ou desvalorização dos veículos. Para lá disso, a Hertz tem linhas de crédito, empréstimos e ações que podem ser acionadas em caso de falhanço daqueles pagamentos para cobrir as dívidas.

Numa tentativa desesperada de evitar a falência, a Hertz assinalou a possibilidade da flexibilidade de pagamentos aos credores e a ajuda do Tesouro norte americano, como possibilidades de evitar a queda. Mas os 3,2 triliões de dólares (2935 mil milhões euros) de ajuda à economia não serviram para ajudar a Hertz.

Nenhuma estratégia funcionou e percebendo que não iria cumprir com a moratória, os responsáveis da Hertz anteciparam-se e entregaram o pedido de falência. O SARS Cov-2 e a sua doença, o Covid-19, atiraram ao chão uma empresa criada em 1918 por Walter Jacobs, o pioneiro do “rent a car”, que se lembrou de comprar uma mão cheia de Ford Model T e permitir que os menos favorecidos pudessem usar o carro durante uma necessidade, pagando uma soma muitíssimo inferior ao preço do carro.

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